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Crescimento Microbiano através da Inoculação da Calça Jeans

FARIA, Francielly Fernanda de; COSTA, Giovana Cunha de Araújo; CAMPOS, Júlia
Giordani Sardiña; GOMES, Luana Crisitna Camargos; VEIGA, Tammy Damares
fran0934@hotmail.com, giovanacunhac@gmail.com, juliagiordanii@live.com,
luanacamargos_gomes@hotmail.com, tammydamares@gmail.com
Graduandos do Curso de Engenharia Química
Centro Universitário de Formiga – UNIFOR
1. Resumo simples e a diferencial. A coloração
Este artigo foi realizado como parte simples utiliza um único corante e revela
das atividades práticas desenvolvidas na
os formatos básicos das células e seus
disciplina de Microbiologia e tem como
objetivo observar e interpretar o arranjos. O azul de metileno, a safranina, a
mecanismo de reação de Gram como um
carbol-fucsina e o cristal violeta são
método de coloração diferencial.
corantes comumente utilizados em
colorações simples. A coloração
2. Introdução
diferencial utiliza dois ou mais corantes e
diferencia dois tipos de organismos ou
2.1. Princípios da Coloração
duas partes diferentes de um mesmo
Um corante, ou pigmento, é uma
organismo. As colorações diferenciais mais
molécula que pode se ligar a uma estrutura
comuns são a coloração de Gram, a
celular e conferir-lhe cor. As técnicas de
coloração álcool-ácido-resistente de Ziehl-
coloração fazem com que os
Neelsen e a coloração de esporos de
microrganismos se destaquem contra seus
Schaeffer-Fulton.
planos de fundo. Os corantes também
ajudam os pesquisadores a agrupar as
2.2. Coloração de Gram
principais categorias de microrganismos,
A coloração de Gram, provavelmente a
examinar diferenças estruturais e químicas
coloração diferencial que mais tem sido
e observar partes da célula.
utilizada, foi desenvolvida pelo médico
As principais etapas do preparo de um
dinamarquês Hans Christian Gram em
espécime microbiano corado para exame
1884. Gram estava testando novos métodos
microscópico são:
de coloração de materiais de autópsia e
1. Confeccionar um esfregaço, ou
biópsia quando percebeu que, com
uma camada fina do espécime
determinados métodos, algumas bactérias
sobre uma lâmina de vidro.
se coravam de forma diferente que os
2. Fixar o esfregaço seco à lâmina,
tecidos ao redor. Como resultado de seu
usualmente com o calor, para
experimento com corantes, foi
fazer aderir o microrganismo à
desenvolvida uma coloração extremamente
lâmina.
útil, a coloração de Gram (FIG. 1). Nela, as
3. Coloração com um ou mais
células bacterianas primeiramente
corantes.
absorvem o cristal violeta, e então
Em microbiologia, são utilizados dois
acrescenta-se o iodo. O iodo age como um
tipos principais de coloração: a coloração
mordente, ou seja, uma substância química  Lâminas
que ajuda na retenção do corante em  Culturas em meio sólido
determinadas células. Aquelas estruturas  Alça de platina
que não retêm o cristal violeta são  Cristal violeta
descoradas por etanol a 95% ou por uma
 Iodo
solução etanol-acetona; são então lavadas e
 Álcool etílico
coradas (contracoradas) com safranina.
 Safranina
As bactérias coradas pelo método de
 Lâminas coradas pelo método de
Gram são classificadas em dois grupos: as
Gram
bactérias Gram-positivas, que retêm o
 Microscópio óptico
corante cristal violeta e aparecem coradas
 Óleo de imersão
em violeta-escuro; e as bactérias Gram-
Colocou-se uma gota de óleo de cedro
negativas, que perdem o cristal violeta
sobre a lâmina e observou em objetiva de
quando tratadas com álcool. As bactérias
imersão (IOOX).
Gram-negativas são coradas com o corante
safranina e aparecem coradas em
rosa/vermelho. 4. Procedimento Experimental

Coloração de Gram (método clássico)


Figura 1 – Método de coloração de
Gram 1. Preparou-se um esfregaço fino,
secou-se a temperatura ambiente
e fixou-se pelo calor.
2. Cobriu-se o esfregaço seco e
fixado com a solução de cristal
violeta (corante) durante 1
minuto.
3. Esgotou-se a lâmina e cobriu-se
com iodo durante (mordente) 1
minuto.
4. Inclinou-se a lâmina a 45° e
lavou-se em água corrente.
5. Mantendo-se a inclinação,
Fonte: Google Imagens
lavou-se com álcool 95° GL

3. Materiais e Métodos
(diferenciador), por 20 forma, arranjo e principalmente a parede
segundos. celular das bactérias analisadas.
6. Lavou-se e depois cobriu-se a Encontrou-se uma bactéria com forma
preparação com solução diluída de bacilo (bastonete). Como arranjo,
de safranina (corante de identificou-se bacilos isolados e
contraste), de 15 a 30 segundos. estreptobacilos (agrupados em cadeia). E,
7. Lavou-se e secou-se entre duas como fator principal, foi identificada uma
fitas de papel filtro, parede mais complexa, composta por uma
delicadamente. fina camada de peptideoglicano, e
8. Colocou-se uma gota de óleo de externamente por lipoproteína, membrana
cedro no centro do esfregaço. externa (característica das bactérias Gram
9. Colocou-se a lâmina no Negativas).
microscópio, focalizou-se Devido a fina camada de
usando a objetiva de menor peptídeoglicano, essas bactérias não retém
aumento, e, após focalizada o cristal violeta, mas são coloridas pelo
usou-se a objetiva de imersão corante de contraste, a safranina, onde
(100x). adquiri-se uma coloração rosa/vermelho
(Tabela 1).
Após diversas análises experimentais,
5. Resultados e Discussão
tem-se como resultado final uma bactéria
Tabela 1 – Identificação do tipo de Gram Gram Negativa, apresentando-se coloração
Soluções Gram + Gram -
Cristal Violeta violeta violeta rosa.
Iodo violeta violeta
Desidratação da Extração dos
parede celular; lipídeos da
diminuição da parede celular
Álcool Etílico porosidade e da e aumento da 6. Conclusão
permeabilidade; porosidade.
permanece Houve Com o experimento realizado foi
violeta descoloração.
A célula não é A célula observada a quantidade de bactérias
afetada, adquire o
Safranina permanece corante,
presentes em uma calça jeans, e através da
violeta. tornando-se inoculação dessas em meio de cultura PCA
rosa/vermelha.
Fonte: Laboratório de Microbiologia do foi possível a realização da coloração das
UNIFOR - MG
mesmas, para uma identificação mais

Após análises microscópicas, foi precisa .

identificada o tipo de Gram através da Foi identificada uma bactéria do tipo


Gram Negativa, devido a camada externa
característica desse grupo e a fina camada g=PA1&dq=colora
%C3%A7%C3%A3o+de+gram+artigo+cie
de peptideoglicano, a qual não retém o
ntifico&ots=7i75CxOMwa&sig=u8baef0v
cristal violeta e apresenta coloração rosa sgI4r9aXQVqnDNu_LwA#v=onepage&q
&f=false>. Data de acesso: 05 de nov. de
(FIG. 2) característico da absorção da
2015.
safranina.

Figura 2 – Bactéria Gram Negativa

Fonte: Google Imagens

7. Referências

BLACK, Jacquelyn G. Microbiologia:


fundamentos e perspectivas. 4.ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. p. 60-
63.

JR, Michael J. Pelczar; CHAN, E.C.S.;


KRIEG, Noel R. Microbiologia: conceitos
e aplicações. 2. ed. São Paulo: Pearson
Education do Brasil, 2005. p. 89- 90.

MURRAY, Patrick R.; ROSENTHAL,


Ken S.; PFALLER, Michael A.
Microbiologia Médica. Tradução da 5. ed.
Rio de Janeiro: Elsevier Editora Ltda.
Disponível em:
<https://books.google.com.br/books?hl=pt-
BR&lr=&id=gkn5wMuAJQEC&oi=fnd&p

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