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ESCOLA TÉCNICA ÂNCORA

CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO


MÓDULO III – DIREITO E LEGISLAÇÃO

OBRIGAÇÕES TRABALHISTAS

O ato de contratar empregados pode ser realizado por todas as empresas (pequenas,
médias ou grandes). Para que tudo ocorra bem durante e depois do período em que o
empregado presta seus serviços para o empregador os empreendedores e
administradores devem ter a maior atenção as obrigações trabalhistas. Na CLT e em
legislações especificas estão descritas todas as obrigações trabalhistas que o
empregador tem para com os empregados

Salário
O salário é o valor dado pelo empregador para o trabalhador que cumprir a sua jornada
de trabalho. Essa remuneração varia de acordo com o que foi definido no contrato de
trabalho e, geralmente, é representada pelo salário-base, além das comissões, vale-
transporte, gratificações e outros benefícios.

O salário mínimo deve ser o menor pagamento oferecido a um trabalhador no Brasil. Esse
valor, de acordo com a Constituição Federal deverá atentar as diversas necessidades
(educação, lazer, transporte, saúde, etc.) de um cidadão e ele é definido por lei. Esse
valor mínimo sofre reajustes todos os anos.

O cálculo do salário é feito com base nas horas trabalhadas, dias, semanas, de acordo
com a função, comissão, produção, etc.

Tipos de Salários

Existem alguns tipos de salários que se diferem por conter características específicas, são
eles: remuneração, salário, salário profissional, salário in natura, salário misto e pró-
labore.

Pró-Labore

É o valor dado aos sócios de uma empresa. Nessa remuneração não há regras
obrigatórias como no do trabalhador comum, mas pode-se definir em um contrato se ele
receberá 13º salário, por exemplo.

Remuneração

É representada pela soma do salário com outros benefícios, tais como comissões,
gratificações, horas extras, etc. Pode ser pago pelo empregador ou não. Um exemplo
disso, é a gorjeta.

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Salário

Valor referente ao cumprimento dos serviços e da jornada de trabalho. A aplicação do


aumento salarial ocorre sob este valor.

Salário Misto

É quando o funcionário recebe dois tipos de valores, o primeiro é o fixo e o segundo


variável, como no caso de comissões.

Salário In Natura (Salário Utilidade)

Conforme estabelecido no contrato de trabalho, é o valor de benefícios, parcelas ou bens


dados como gratificação ao serviço prestado, tais como vale-transporte e alimentação por
exemplo.

Salário Profissional

É o valor mínimo, fixado em lei, dado a indivíduos que integram uma categoria
profissional, como por exemplo, advogados, jornalistas, etc.

Complementos salariais
Horas extras

O que diz a legislação sobre a hora extra?


A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) prevê a obrigatoriedade do cálculo da hora
extra. Sobretudo como forma de valorizar o serviço realizado além do expediente
contratado. Desde o final de 2017, está em vigor a Reforma Trabalhista, que promoveu
mudanças na relação entre empregado e empregador.

Um trabalhador com carteira assinada, atualmente, deve cumprir uma jornada semanal
de 44 horas (ou 8 h diárias). A legislação, ainda prevê a realização máxima de duas
horas extras diariamente, o que pode totalizar 10 h trabalhadas. Mas, em alguns casos,
esse limite pode ser extrapolado.

É o que acontece para chamados turnos 12 x 36. Nesses casos, o funcionário pode
trabalhar por 12 h consecutivas, mas tem o direito a 36 horas de
descanso sequenciais. Porém, é obrigatório cumprir as mesmas 44 horas semanais e um
limite máximo de 220 horas mensais.

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Com a Reforma Trabalhista, a negociação sobre como funcionará o turno é acordado


entre a empresa e o seu colaborador. Anteriormente, a jornada 12 x 36 só era permitida
para algumas categorias e mediante a acordo coletivo de trabalho ou convenção sindical.

Qual a importância de calcular a hora extra?

A hora extra é um direito do trabalhador e, portanto, uma obrigação das empresas. No


descumprimento desse benefício trabalhista, a empresa pode ser acionada na justiça e se
ver em meio a processos. Caso perca a ação, o impacto imediato é nas suas finanças.
Pois, terá que arcar com os custos da hora extra, acrescido de multas.

Dessa forma, o cálculo correto das horas extras implica na certeza de pagar o que é
devido ao colaborador ― sem correr o risco de dispensar recursos indevidamente. No
caso de bancos de horas, terá a confirmação de que repassará aos funcionários o
excedente acordado. Porém, sem que isso implique em perda produtiva.

Além disso, cumprir a legislação evita os processos citados no início deste tópico. Dessa
forma, economizará recursos com a contratação de advogados, despesas judiciais. Além
de, na eventual condenação, ressarcir os valores devidos e arcar com possíveis multas e
sanções impostas pela justiça.

Por isso, é bastante importante que se conheça a legislação e saiba como fazer
corretamente o cálculo da hora extra. Principalmente com a entrada em vigor da Reforma
Trabalhista.

Como calcular hora extra com a reforma trabalhista?

Vamos levar em consideração o cálculo da hora extra de acordo com a reforma


trabalhista. Em primeiro lugar, é fundamental que você considere o salário do colaborador.

Para facilitar, imagine que ele receba R$ 1.320 por mês. É preciso fazer uma divisão
desse salário pela quantidade de horas trabalhadas, que normalmente são 220. A
matemática é uma simples divisão:1320 / 220 = R$ 6 por hora de trabalho

Hora extra diurna em dias de semana

Depois dessa etapa, é importante adicionarmos o conhecido adicional de 50%, que é a


situação mais comum de horas extras, válidas para o período diurno nos dias úteis. Nesse
caso, é importante simplesmente fazer o seguinte cálculo:

‍6 x 1,5 (50%) = R$ 9 reais para cada hora extra.

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Hora extra noturna em dias de semana

Por outro lado, temos também a situação em que o cálculo é feito no período noturno,
também em dias de semana — entre 10 da noite e 5 da manhã. Nesse caso, é importante
realizarmos um adicional de 20% em cima da hora extra diurna. Vamos conferir?

‍6 x 1.5 (50%) = R$ 9 para cada hora extra.

9 x 1.2 (20%) = R$ 10,80 para cada hora extra.

Hora extra nos finais de semana e feriados

Para fechar, temos ainda o caso das horas extras nos finais de semana e feriados. Essa
remuneração é maior, afinal, esse é o período de descanso do profissional. O cálculo é
bastante simples, já que é preciso apenas dobrar o valor da hora trabalhada. No mesmo
exemplo que estamos usando, a situação seria a seguinte:

‍6 x 2 (100%) = R$ 12 para cada hora extra.

‍É sempre importante lembrarmos que a reforma trabalhista traz a possibilidade de o


trabalhador entrar em acordo diretamente com o patrão, podendo negociar a forma como
ele perceberá o benefício das horas extras. Ele poderá trocar suas horas extras
por dinheiro ou folgas, como julgar necessário.

Adicional Noturno

O que é trabalho noturno?


O trabalho noturno compreende aquele efetuado durante parte da noite e durante a
madrugada, porém ele varia de acordo com a atividade. Nas áreas urbanas, todo
trabalhador que realizar seu expediente entre as 22 horas e 5 horas da manhã do dia
seguinte efetua um trabalho noturno.

Já nas atividades rurais, o trabalho noturno efetuado na lavoura para plantio e colheita é
considerado entre 21 horas e 5 horas da manhã. Para atividades de pecuária, entre 20
horas e 4 horas do dia seguinte.

Por possuir uma carga de desgaste físico superior, trabalhadores noturnos possuem uma
diferença salarial se comparados aos trabalhadores diurnos. Enquanto durante o dia o
trabalhador tem um valor-hora com duração de 60 minutos, o funcionário noturno tem
uma duração menor: 52 minutos e 30 segundos.

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O que acontece com 7 minutos e 30 segundos restantes de cada hora trabalhada? Esse
valor deve ser pago proporcionalmente em regime de hora-extra (remuneração com 50%
do valor-hora diurno tradicional).

Quais são os intervalos do trabalho noturno?

O intervalo no trabalho noturno vai variar de acordo com a jornada de trabalho realizada:

•Até 4 horas por noite não tem intervalo

•De 4 a 6 horas por noite o funcionário tem direito a 15 minutos de intervalo

•Acima de 6 horas há no mínimo uma hora e no máximo de 2 horas de intervalo

O que é adicional noturno?

Essa é a pergunta que muita gente faz. Além da diferença de duração do valor-hora entre
trabalhadores diurnos e noturnos, o funcionário que trabalha à noite tem direito a mais um
benefício: um acréscimo de 20% em cima do valor-hora diurno convencional.

E aqui vem o ponto mais importante da questão sobre adicional noturno: ele deve ser
pago tanto para jornadas normais como nas horas-extras noturnas. Ou seja, se você tem
um trabalhador diurno que precisou fazer uma jornada em horário irregular ou ainda está
fazendo hora-extra, saiba que você precisará obrigatoriamente acrescentar 20% sobre o
valor das horas trabalhadas à noite. No caso do trabalhador rural, esse valor pode ser de
25%, mas sempre consulte a Convenção Coletiva de Trabalho da Categoria.

Vale ressaltar mais uma vez que, em caso de horas mistas (que iniciam no período diurno
e vão até o período noturno), o adicional só é pago sobre os minutos que fizerem parte do
período noturno.

Importante: o adicional noturno e as horas-extra noturnas podem incorporar o salário e


os demais benefícios como férias, 13º salário, FGTS, aviso prévio indenizado, repouso
remunerado e a previdência social (INSS). Portanto, o empregador precisa tomar cautela
ao transformar esse tipo de trabalho em hábito.

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Como calcular adicional noturno?

Agora que você já entendeu o conceito de trabalho noturno e sua diferença para adicional
noturno, vamos ensiná-lo como calcular o adicional.

Para saber o valor que a sua empresa pagará de adicional noturno, divida o Salário Base
Mensal do trabalhador pelas Horas Contratuais e depois multiplique pelo valor-hora
normal pelo Percentual do Adicional Noturno (20%).

Veja o exemplo:

Salário-base do trabalhador: R$ 2.200,00

Horas contratuais no mês: 220 horas

Cálculo:

R$ 2.200,00 ÷ 220 horas = R$ 10 por hora

R$ 10 (valor-hora) x 20% (percentual do adicional noturno) = R$ 2 (valor do adicional


noturno)

Agora, multiplique os R$ 2 pela quantidade de horas noturnas trabalhadas no mês! Neste


exemplo, vamos considerar que o trabalhador realizou 40 horas noturnas no mês:

R$ 2 * 40 horas = R$ 80 (valor do adicional noturno no mês)

No nosso exemplo, o funcionário receberia o salário bruto de R$ 2.200,00 + R$ 80,00


referente ao adicional noturno, totalizando R$ 2.280,00. Lembrando que o adicional
noturno incide sobre as demais verbas trabalhistas tais como férias e 13º”.

Se a jornada do trabalhador fosse integralmente noturna, o total devido de adicional


noturno seria de 220h * R$ 2 = R$ 440, o que faria ele receber R$ 2.640 no fim do mês!

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Sobreaviso
O que são horas de sobreaviso? De acordo com o artigo 244, §2º da CLT, é o período em
que empregado contratado permanece em sua residência aguardando ordens de serviço,
que por eventualidade possam surgir devido a alguma urgência. Esse permanecer em
aguardando ordens, dada a tecnologia atual, podia ser realizada de várias formas, como
por meio de bip, celular, laptop e outros meios telemáticos.

A partir de qual momento pode-se contar como hora de sobreaviso?


A hora de sobreaviso pode ser contada a partir do momento em que o trabalhador deixou
o posto de trabalho (após a jornada contratual), e passou a portar meio telemático para
aguardar chamada do empregador. Para fins do artigo 6º, parágrafo único, da CLT, os
meios informatizados e telemáticos de comando, se equiparam a supervisão e
subordinação jurídica, razão pela qual é um dos requisitos para a configuração do regime
de sobreaviso. Exemplo: O empregado trabalhou das 8h às 18h. Saindo do trabalho em
direção a sua residência, portanto qualquer tipo de intercomunicador, para aguardar
ordens, trabalhar ou resolver problemas da empresa a distância, tem direito a hora de
sobreaviso. Retornando o trabalhador ao local de trabalho às 8h da manhã do dia
posterior, ele exerceu 14 horas de regime de sobreaviso.

Como se calcula a hora de sobreaviso? A fim de melhor demonstrar o cálculo, o faremos a


partir do exemplo dado acima, em que o trabalhador laborou 14 horas de sobreaviso no
mês. Esse trabalhador percebia um salário mensal de R$ 2.200,00 para laborar 220
mensais. Portanto, para chegar no valor da hora de trabalho, dividimos o salário pelo
número de horas trabalhadas no mês. Vejamos: R$ 2.200,00 / 220 mensais = R$ 10,00
(valor da hora de trabalho) Sendo a remuneração da hora de sobreaviso 1/3 do valor da
hora normal, temos de dividi-la por 3 e multiplicar pelo número de horas laboradas em
sobreaviso. R$ 10,00 / 3 = R$ 3.333… R$ 3,33 é o valor da hora de sobreaviso. R$ 3,33
x 14 horas = R$ 46,62 é o valor que o trabalhador vai receber por laborar em regime de
sobreaviso.

Periculosidade
O exercício de trabalho em condições de periculosidade assegura ao trabalhador a
percepção de adicional de 30% (trinta por cento), incidente sobre o salário, sem os
acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participação nos lucros da empresa.

Insalubridade
O exercício de trabalho em condições de insalubridade, de acordo com os subitens do
item anterior, assegura ao trabalhador a percepção de adicional, incidente sobre o salário
mínimo da região, equivalente a:

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40% (quarenta por cento), para insalubridade de grau máximo;


20% (vinte por cento), para insalubridade de grau médio;
10% (dez por cento), para insalubridade de grau mínimo;

Adicional de Transferência
- art. 469 § 3º, da CLT. No caso de necessidade de serviço, poderá o empregador
transferir o empregado para localidade diversa da constante do contrato de trabalho, Mas
neste caso estará obrigado a pagar um adicional de 25% do salário que será recebido
pelo prazo que durar essa situação, não é devido o adicional nas transferências
definitivas. A lei só considera a transferência de local de trabalho aquela que implique a
mudança necessária de domicilio do empregado.

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