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11/02/2020

Introdução a Automação Industrial


Prof. Paulo Lima
http://paulolima.net.br

“O HOMEM CRIA A TECNOLOGIA E A


TECNOLOGIA RECRIA O HOMEM”
MARSHAL Mcluhan

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Unidade I – Conceitos Básicos

http://www.runmode.com/automationhumor.html
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Sumário - Unidade I – Conceitos Básicos


 Histórico;
 Áreas de aplicação da Automação;
 Automação: Conceitos, objetivos e desafios;
Sistemas de Automação;
 Processo em automação;
 Sistemas Supervisórios;
 Pirâmide de Automação.

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Histórico – Século XVII


 Na metade do século XVII, a sociedade agrária e artesanal tornou-se
industrial, utilizando vapor como forma de energia;
 Por volta de 1788 James Watt desenvolveu um mecanismo de regulagem
do fluxo de vapor em máquinas;

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Histórico – Século XVIII


 Início das linhas de montagem idealizadas por Henry Ford (indústria
automobilística);

Produto final

Linha de montagem

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Histórico – Séculos XIX


Herman Hollerith, cria um sistema de cartões perfurados
que podiam ser lidos por máquinas. Sua invenção
conclui a apuração do censo americano em apenas 1
ano, o que antes era feito em 7 anos;

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Leitora Hollerith e cartão 6

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Curiosidades
Em 1770, o barão Von Kempelen apresentou um
autômato capaz de jogar xadrez contra jogadores
humanos;
A máquina ficou conhecida como o Turco, pois
efetuava os seus movimentos através de um braço
mecânico de um marionete, com bigode e turbante;
A marionete estava ligada a uma cabine onde,
supostamente, estaria o "cérebro" da máquina;
Antes e depois dos jogos, a cabine era aberta para
mostrar à audiência que a máquina operava sozinha
sem qualquer intervenção humana.

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A máquina de Von Kempelen

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Automação X Máquina de Von Kempelen


 Apesar do Turco ter um "processador" humano ou não (rsrs),
vamos usá-lo para ilustrar as características essenciais que os
sistemas de Automação apresentam atualmente;
 O autômato inclui hardware e software;
 O hardware, usado para interagir com o ambiente, é
composto por sensores (detecção das peças do adversário) e
atuadores (braço mecânico);
 O software (o intelecto do enxadrista ou ???) controla as
ações do hardware;
 O sistema responde às jogadas do adversário dentro de um
intervalo de tempo aceitável em jogos de xadrez.

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Histórico – Século XX
Surgem os primeiros microprocessadores comerciais
(anos 70);
Barateamento do hardware (anos 80);
Computadores começam a ser utilizados para apoiar as
três tecnologias:
◦ Projeto assistido por Computador
◦ CAD (Computer-Aided Design)
◦ Fabricação assistida por computador
◦ CAM (Computer-Aided Manufacturing)
◦ Engenharia assistida por computador
◦ CAE (Computer-Aided Engineering)

Let's play...: O que é CAD, CAM e CAE


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Áreas de aplicação da Automação


Automação Comercial:
 Sistemas Integrados (Estoque / Vendas / Faturamento, etc;);

Automação Industrial (clássica):


 Sistemas CAD/CAM/CAE;
 Sistemas de Supervisão de Equipamentos;

Automação Bancária:
 Caixas Automáticos;
 Home Banking, Celular Banking;

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Sistemas de Automação (Conceito)


 Conjunto de equipamentos e tecnologias que permitem a
uma máquina ou processo industrial trabalhar
automaticamente, ou seja, com a mínima intervenção
humana;
 Ao homem cabe o papel de programar, parametrizar ou
supervisionar o sistema para que este funcione de acordo
com os padrões desejados.
 Substituem o homem em tarefas repetitivas, ambientes
perigosos/insalubres e em tarefas que requerem grande
esforço físico.

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Objetivos da Automação
 Melhorar a produtividade, aumentando o número de itens
produzidos de forma a reduzir os custos de produção e
aumentar a qualidade;
 Melhorar as condições de trabalho das pessoas eliminando
trabalhos perigosos e aumentado a segurança;
 Realizar operações que seriam impossíveis de controlar
intelectualmente ou manualmente.
 Simplificar a operação e manutenção de modo que o operador
não precise ter grande expertise ao manusear o processo de
produção.

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Automação Industrial - Desafios


 Desafio central:
◦ Inserir o homem no contexto da automatização
sem traumatismo, sem desemprego, tendo
somente um saldo positivo.

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Homem X Máquina (exemplo)


Robô de costura: pode substituir uma linha
convencional composta por 10 funcionários,
produzindo 1.142 camisetas;
10 Humanos: produzem 669 camisetas em uma
jornada de trabalho de oito horas.

https://www.tecmundo.com.br/produto/121597-robo-costura-trabalha-20-pessoas-fracao-custo-video.htm
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Desafio - Adaptar o perfil profissional as novas


necessidades do mercado
 Mercado de trabalho passa por
mudanças;
 Surgimento/crescimento de
diferentes profissões.

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Tempos de resposta em Automação


Em alguns sistemas de automação o tempo para a
execução de uma tarefa deve ser cumprido
independente da carga do sistema;
Esse tempo (T) varia de tarefa para tarefa:
◦ Painel de cotações da bolsa: alguns minutos;
◦ Freios automotivos: alguns milissegundos;

Em alguns sistemas críticos, a execução da tarefa


precisará ser executada num tem T determinao, caso
contrário, acidentes poderão ocorrer!

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Tempos de resposta em Automação - Classificação


Soft real-time: o tempo de execução é crítico, mas
possíveis atrasos apenas degradam a qualidade da
resposta do sistema:
◦ Transmissão de áudio/vídeo real-time;
◦ Sistemas de bancos de dados integrados (bancos, supermercados, etc.);

Hard real-time: o tempo de execução é absolutamente


crítico e não tolera atrasos. Uma operação que não
cumpra o tempo estabelecido pode ser catastrófica:
◦ Sistema de controle de tráfego aéreo ou de sinalização em ferrovias,
◦ Sistema de controle de planta nuclear
◦ Sistemas de monitoramento de pacientes;

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Soft X Hard (Real time)


Em soft real-time, o sistema costuma garantir um
tempo de execução apenas probabilístico (a maioria
das tarefas é executada no tempo determinado);
Em hard real-time, o sistema deve garantir um tempo
de execução determinístico (todas as tarefas são TEM
que executar no tempo determinado, que é mínimo).

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Automação - Custos envolvidos


 O custo para automatizar um processo deve ser analisado com
bastante cautela, pois erros de cálculo podem gerar enormes
prejuízos a uma empresa;
 Deve-se calcular o custo total de propriedade (Total Cost of
Ownership – TCO ), os custos envolvidos de dividem em:
◦ Custos de aquisição: essa categoria compreende a compra de
hardware/software;
◦ Custos de implementação: nessa categoria poderá ocorrer contratação
de consultores externos, que envolve configurações de sistema,
instalação de hardware e software, entre outras atividades correlatas;
◦ Custos de suporte e manutenção: implementação de novas
funcionalidades ou sistemas, garantias, licenças, atualizações e
atividades correlatas;

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Tipos de sistemas de automação em


relação a modificação da planta
Sistema rígido de automação:
◦ Não permite modificações no sistema e em seus
componentes.
Sistema flexível de automação:
◦ Permite pequenas modificações no sistema e em
seus componentes.

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Sistemas rígidos de automação


 Baseada em uma linha de produção especialmente projetada para a
fabricação de um produto específico;
 Volume de produção elevado, o equipamento é projetado para produzir
grandes quantidades de um único produto ou uma única peça de forma
rápida e eficiente, ou seja, alta taxa de produção;
 O risco dos sistemas rígidos de automação é a necessidade de modificar
o produto, isso poderá tornar todo o sistema obsoleto.
◦ Ex: Produção de componentes mecânicos simples como arruelas e
parafusos.

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Sistemas flexíveis de automação


 Permitem que o equipamento seja programado para produzir uma
variedade de produtos com algumas características diferentes, porém a
variedade dessas características é limitada;
 Indicado para um volume médio de produção, são utilizados, normalmente,
na fabricação de produtos em etapas, permitem algumas mudanças na
fabricação de uma peça que irá compor o todo (produto final);
◦ Ex: Sistemas que produzem partes de um veículo, fabricam peças com diferentes
dimensões e/ou diferentes materiais, são utilizados na linha de montagem automotiva.

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Sistemas de controle em Automação


Sistemas em Malha Aberta
Sistemas em Malha Fechada

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Sistemas em Malha Aberta


 Não há controle automático dos equipamentos envolvidos;
 Exemplo: Alimentação de água para um reservatório comandada por
uma válvula manual, é necessário que um operador controle
manualmente o nível do reservatório;
 Um operador regula o nível de água de forma manual.

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Sistemas em Malha Fechada


 O sistema possui mecanismos de controle automático dos equipamentos
envolvidos;
 Exemplo: Alimentação de água para um reservatório com controlador
automático de nível, o controle manual é substituído por um controlador
(hardware);
 O sensor envia sinais ao controlador, que enviará sinais de controle para
abrir ou fechar a válvula para regular a entrada de água no reservatório.

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Sistemas de Malha Fechada X Malha Aberta

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Processo - Definição
Conjunto de operações e/ou transformações
realizadas sobre um ou mais materiais, com a
finalidade de variar pelo menos uma de suas
propriedades físicas ou químicas;
Um processo industrial pode envolver uma
operação mecânica, um circuito elétrico, uma
reação química ou uma combinação desses.

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Tipos de Processo:
Processo Contínuo;
Processo Descontínuo / Batelada.

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Processo Contínuo
 Tem por objetivo a quantidade elevada de fabricação de um produto
durante o menor tempo possível;
 De maneira contínua o material utilizado na fabricação do produto se
move com pequenas interrupções entre etapas até chegar a produto
acabado;
 A matéria prima entra num lado do sistema e o produto final sai do
outro, continuamente.

Ex: As indústrias
petroquímicas, siderúrgicas,
papel entre outras.
Fabricação de
cimento

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Processo Descontínuo ou Batelada


 Envolve um processamento em etapas, após finalizada uma etapa, a saída
desta etapa servirá de entrada para outra etapa do processo até se chegar no
produto final;
 Cada etapa do processo em batelada pode ser considerada como um processo
contínuo, com um tempo relativamente pequeno;
 Maior tempo de fabricação
do produto final.
 Ex:
 Fabricação de Cerveja

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Variáveis do Processo
São entidades matemáticas associadas a
fenômenos físicos/químicos. Em um processo
industrial, estas variáveis podem ser associadas a:
◦ Pressão;
◦ Temperatura;
◦ Posição;
◦ Vazão;
◦ Velocidade, etc.

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Tipos de Variáveis
Analógicas:
◦ Quando pode assumir infinitos
valores (dentro de uma faixa de
valor máximo e mínimo) durante
um intervalo de tempo.

Digitais:
◦ Quando só pode assumir dois
valores (alto ou baixo, ligado ou
desligado).

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Variável Analógica - Exemplo


 O conjunto formado pelo resistor variável e uma boia
(sensor) informa continuamente ao indicador a quantidade
de combustível existente no tanque.

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Variável Digital - Exemplo


Controle de nível em
tanques: Controla apenas
valores absolutos, mostra se
o nível do tanque atingiu ou
não um determinado valor.

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Exemplos de Sensores
ANALÓGICOS
 Sensores de temperatura: 0 – 100ºC
 Sensores de Umidade: 0 – 100%
 Sensores de Pressão: 0 – 10 bar
 Sensores de Luminosidade: LDR – Resistor Dependente de Luz (0Ω – MΩ)
DIGITAIS
Sensores de Presença
Botões
Fim de curso
Estado de lógicos:
◦ Ligado → 1
◦ Desligado → 0

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Sistema Supervisório - Definição


Um Sistema Supervisório é uma Interface que deve ter
alto grau de usabilidade (eficiente e ergonômica), cujo
objetivo é permitir a supervisão e muitas vezes o
comando de determinados pontos de uma planta
automatizada;
Em inglês são chamados de SCADA (Supervisory Control
and Data Aquisition).
Também chamada de Interface Homem-Máquina (IHM);
Instalado em uma estação de trabalho, traduzindo os
sinais vindos de CLP (controlador lógico programado)
para sinais gráficos, de fácil entendimento;

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Visão macro do Sistema Supervisório


A interface recebe os sinais vindos do CLP e do
operador e pode enviar sinais para o CLP atuar
nos equipamentos instalados na planta.

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Interface de Controle do Sistema


Supervisório
Aplicativo supervisório serve para configurar
telas de operação com:
◦ Instrumentos virtuais;
◦ Botões virtuais para atuar no processo em modo
manual;
◦ Gráficos e relatórios;
◦ Login de operadores com senhas.

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Exemplo de Interface

Let's play
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Visão Geral

Contribuição para a Eficiência Gráfico de Controle da Média Diária do CE B do Sistema de Bombeamento


4700
45
limite superior
40

Consumo Específico de Energia


Porcentagem (%)

35
30
25
20 4500
15
10
5
limite inferior
0
1 2 3 4 5 6 7
Tipos de perda 4300
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31
Acompanhamento (Dias)

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Arquitetura da Automação Industrial


 A chamada "pirâmide da automação industrial" é utilizada
para representar os diferentes níveis do processo de
automação industrial.

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Referências Bibliográficas
 ROSARIO, JOAO MAURICIO. Automação Industrial. Editora:
BARAUNA
 BOYER, S. A. Supervisory Control and Data Acquisition.
International Society for Measurement and Control. Carolina
do Norte, 1993.
 SCADA System Application Guide. Rockwell International
Company, 1996.
 Intouch User’s Guide. Wonderware Corporation, 1995.
 MORAES, C. C. & CASTRUCCI, P. L. Engenharia de Automação
Industrial. LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora S. A,
2001.
 Supervisão de sistemas. Notas de Aula. Humberto Araújo da
Silva. UFRN.

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