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Entidades Regulamentadoras

Apostila 12

1 Padronização

1.1 Introdução:

Os problemas de compatibilidade crescem quando um novo produto é lançado no


mercado. Companhias competidoras desenvolvem produtos similares para o mesmo
campo de aplicação, mas esses produtos são raramente capazes de se interconectar, ou
funcionam em um ambiente particular e não em todo lugar. Computadores e sistemas
para dados e telecomunicações são muitos complexos e requerem extensivo trabalho de
padronização para possibilitar interconexão e comunicação através de sistemas
vizinhos. A interconexão é também requerida entre as diferentes partes dos sistemas,
chamado elementos de rede. A padronização dos elementos de redes e interfaces cria
uma abertura para competição entre fornecedores.

1.2 Padrão e Recomendação

A Recomendação é um conselho, o qual se seguido pela maioria, será adotado como


Padrão.
 Se o padrão/recomendação não for aderido, seu produto não poderá ser oferecido
para venda no mercado.
 Se seu sistema telefônico não concorda com o padrão/recomendação, não será
permitido conectar com a rede internacional.
Padrão e recomendação são editados por organizações nacionais e internacionais. Os
padrões deverão ser observados como ferramentas para racionalizar o alcance de
produtos no mercado e para obtenção e manutenção de alto nível de qualidade.

1.3 De facto standard

Um produto que rapidamente penetra no mercado pode ganhar o status de “de facto
standard”, especialmente se este é um produto chave ou o primeiro produto em uma
nova área na qual por razões óbvias, não existe padrões.
Uma companhia pode criar um “de facto standard”
 Se não há padrão;
 Se o produto é o primeiro deste tipo no mercado;
 Se o produto é um produto chave;
 Se o produto capta uma parte suficientemente grande do mercado mundial.

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1.4 Padronização do ponto de vista de:

 Autoridades
 proteger a segurança do cidadão;
 evitar barreiras técnicas para o comércio em forma de requisitos nacionais
diferentes;
 estimular o desenvolvimento de tecnologias e mercados.

 Usuários
 possibilidade de utilizar diferentes mercados juntos;
 produtos podem ser usados mundialmente;
 competição entre fornecedores torna os produtos mais baratos;
 cooperação durante a fase de padronização favorece a escolha de uma boa
solução.

 Fornecedores
 competição em termos iguais;
 grandes volumes de fabricação;
 novos e maiores mercados;
 pesquisa e desenvolvimento mais eficientes.

1.5 Organizações

O rápido desenvolvimento técnico em telecomunicações, e o fato que o mercado


está sendo desregulamentado em muitas partes do mundo, resultam em novas definições
dentro dos negócios, impondo novos requisitos em todas as partes envolvidas.
Os assinantes podem especificar exatamente o que eles querem e pagam exatamente
o que eles recebem.
As companhias - em sua capacidade como assinantes de telecomunicações – são
forçadas a mudar seu comportamento de compra. Têm de fazer compras vantajosas
tanto de produtos como serviços. Entre os fornecedores e provedores de serviços nós
vemos um grau crescente de especialização e fragmentação do mercado de
telecomunicações, onde fornecedores apontam em um setor especial. Telefonia
internacional, Internet e telefonia móvel são consideradas particularmente vantajosas e
têm potencial substancial de crescimento. Outros setores atraentes de mercado são:
Telefonia local nacional e comunicação de dados.

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O rápido desenvolvimento tecnológico indica uma pressa na produção de novos


padrões (que também tende tornar-se crescentemente complexo e detalhado). Em seu
trabalho de padronização, o CCITT (o ITU-T presente) produziu o mesmo número de
páginas durante o período 1989-92 como durante o período de vinte ano de 1968 a
1988. Isto o fez priorizar o que seria padronizado, e a tendência é de uma tecnologia
orientada processar em direção de um mercado orientado. Necessidades e requisitos do
mercado encabeçam a lista.
O surgimento de novas organizações de padronização podem ser vistos na luz destes
fatos.

1.6 Organizações Internacionais

A União Internacional de Telecomunicações, ITU (a mais velha organização das


Nações Unidas), foi fundada em 1865, com sede em Genebra. Este é o mais importante
corpo internacional para padronização em telecomunicações. Cada país membro da
ONU tem o direito de se tornar membro da ITU. Administrações (Agências e
autoridades de telecomunicações), agências operadoras reconhecidas (operadoras de
redes), organizações industriais e científicas (fabricantes) e organizações internacionais
podem participar dos trabalhos da ITU. A ITU é financiada por doações voluntárias dos
seus membros.
A tarefa principal da ITU inclui manutenção e desenvolvimento de cooperação
internacional, suporte ativo de desenvolvimento tecnológico e assistência técnica para
que os países possam se desenvolver na área de telecomunicações.
A ITU gera publicações para assistir os operadores de áreas como: transmissão,
sinalização, roteamento, numeração, sincronismo, carga e qualidade de serviço.
Desde março de 93 a ITU está dividida em três setores:
 Setor de padronização de telecomunicações ITU-T,
 Setor de radiocomunicação ITU-R;
 Setor de desenvolvimento ITU-D.

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ITU

ITU-T ITU-R ITU-D

Study
Study
Groups
Groups

O ITU é responsável pela coordenação internacional de todo tráfico de


telecomunicações e produz padrões para estas finalidades. O trabalho prático é feito por
25 grupos de estudos compostos por especialistas de telecomunicações dos países
participantes.

O ITU-T é composto pelos seguintes grupos de estudos (Study Groups):

 Definição de serviço;
 Operação de rede;
 Tarifa e princípio de cálculos;
 Manutenção de rede;
 Proteção contra efeitos de ambientes eletromagnéticos;
 Planta externa;
 Rede de dados e sistemas de comunicação público;
 Terminais para serviços telemáticos;
 Transmissão de televisão e som;
 Linguagens para aplicações em telecomunicações;
 Comutação e sinalização;

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 Desempenho de transmissão ponta-ponta de terminais e redes;


 Aspecto geral de redes;
 Modems e técnicas de transmissão para dados e telegrafia;
 serviços telemáticos;
 Sistemas de transmissão e equipamentos

Anteriormente os padrões eram aprovados e publicados em forma de livros a cada 4


anos; o último dessa escala foi o livro azul, publicado em 1988. Devido o rápido
desenvolvimento, quatro anos é um intervalo muito longo e a ITU-T decidiu publicar
cada padrão dos grupos de estudos tão logo este seja concluído. Os padrões são
compilados em séries que são designadas por letras e números, por exemplo, X-25. A
responsabilidade por uma série é muitas vezes limitada a um grupo de estudo
específico.

Exemplos de padrões:

 X-25 protocolo para redes de pacote;


 G.803 Arquitetura de rede de transporte SDH;
 I.361 RDSI faixa larga e camadas ATM.

O ITU-R é responsável pela coordenação de uso de rádio freqüências.

As principais tarefas do ITU-D são:


Responsabilizar-se pelo compromisso do ITU no desenvolvimento de projetos na área
de telecomunicações, e gerenciar o desenvolvimento de projetos financiados pelas
Nações Unidas em países em desenvolvimento.

O JTC1 é outra organização internacional importante. Esta foi fundada em 1987, como
“JOINT VENTURE” entre ISO e IEC na área de tecnologia de informação (IT), que
esta agora cautelosamente relacionada a telecomunicações.

Organizações internacionais de padronização

 ITU – International Telecommunication Union


 JTC1 – ISO/IEC Joint Technical Committee 1
 ISO – International Organization for Standardization
 IEC – International Electrotechnical Committee

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A ITU e JTC1 têm muitas vezes sido lentos na edição de ações, considerando as
novas tecnologias e as novas exigências do mercado. Por isso grupos de interesses
especiais tem se organizados na mesma área. O objetivo é agilizar os trabalhos de
padronização e recomendações para facilitar a proliferação de produtos e serviços. Um
exemplo é o ATM Forum – um corpo de padronização não oficial organizado com a
finalidade de encorajar o uso de produtos baseados na tecnologia ATM. Na prática,
ATM Forum é uma organização a qual em cooperação com o ITU-T, desenvolve
padrões ATM.
Organizações deste tipo são muitas vezes formadas quando novos competidores,
sem contato com o ITU, aparecem no mercado de telecomunicações. Outros exemplos
de organizações que têm emergido para salvo guardar interesses particulares e acelerar o
desenvolvimento em certas áreas são: Network Management Forum e Multimedia
Communications Forum. Semelhantes à ITU, essas são financiadas por seus membros.

1.7 Organizações Regionais

Em algumas partes do mundo, organizações de padronização têm se formado,


principalmente nos Estados Unidos, Japão e Europa.
A ETSI é a organização européia oficial para padronização de telecomunicações.
Não tem poderes de uma autoridade, mas é uma organização privada, formada em 1988
e assumiu a tarefa de criar padrões para o Mercado Comum Europeu. O que distingue
ETSI do seu predecessor CEPT é que o ETSI tem uma larga base de membros, que são:
administrações, operadores de redes, provedores de serviços, fabricantes, usuários e
todos com direta influência no trabalho de padronização.
Anteriormente o padrão europeu era criado pelo CEPT, cujos membros eram
administrações de telecomunicações com status monopolistas. Hoje, todas as partes
interessadas na padronização participam em igual termo.
O ETSI trabalha em comitês. Grupos especiais de trabalho são também organizados
quando o tempo é escasso para definir um padrão. Estes grupos de trabalho são
formados por especialistas que são contratados como consultores de diferentes
organizações-membros.

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Comitês técnicos do ETSI

 Negócios de telecomunicações;
 Comunicação, redes e sistema de interconexão;
 Engenharia de equipamentos;
 Fatores humanos;
 EBU/ETSI comitê de associação técnica;

 Aspectos de rede;
 Métodos para teste e especificação;
 Equipamento de rádio e sistemas;
 Estação terrestre de satélite e sistemas;
 Grupo móvel especial;
 Protocolo de sinalização e comutação;
 Equipamento terminal;
 Transmissão e multiplexação.

Um objetivo importante dos trabalhos do ETSI é criar um padrão que se aplica a


produtos de telecomunicações no mercado doméstico Europeu, mas que seja também
internacionalmente adotável.
As organizações com grande influência fora da Europa são T1, TIA e IEEE na
América do Norte, todas sendo abonadas pela ANSI (Instituto Nacional de Padrões
Americano), e TTC e RCR no Japão.

Organizações de padronização regional:

 ETSI – European Telecommunications Standards Institute (Europe)


 TI – Committee for telecommunications (USA)
 TIA – Telecommunications Industry Association (USA)
 IEEE – Institute of Electrical and Electronics Engineers (USA)
 TTC – Telecommunications Technology Council (Japan)
 RCR – Research & Development Center for Radio Systems (Japan)
 FCC - Federal Communications Commission (USA)
 IFAST - International Forum on ANSI-41 Standards Technology

A maioria das organizações regionais mencionadas acima formaram-se a poucos


anos. Todas elas são distinguidas por apresentarem maior flexibilidade que as
organizações mais velhas, e elas têm sido de maior importância que seus pares
internacionais. O fato é que três fortes mercados impõem seus próprios requisitos para o
trabalho de padronização e geram dificuldades para os fabricantes.

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1.8 Organizações Nacionais:

Padrão nacional freqüentemente é baseado em padrão regional. Em muitos casos,


um padrão é diretamente transferido; em outros casos, este deve ser adaptado a cada
condição e ambiente próprios.

Um exemplo de organização Nacional é a Anatel, responsável pelas normas e


práticas utilizadas em telecomunicações no Brasil. Esta ocupa a antiga posição da
Telebrás, que foi abolida após as privatizações do setor de telecomunicações.

Os regulamentos emitidos por autoridades nacionais estão se tornando gerais. Eles


especificam metas, ao passo que detalhes e propostas para soluções são elaborados pelas
organizações internacionais.

1.9 Tendências

O desenvolvimento em telecomunicações é muito rápido. A demanda por padrões


esta crescendo, e o tempo para padronização tem sido curto. Interessados, como
fornecedores, provedores de serviços, operadores de redes, usuários e autoridades, estão
cada vez mais envolvidos na definição de novos padrões. O crescimento das áreas, tais
como multimídia e IT, deve ser considerado. Cresce a cooperação entre diferentes áreas
e entre operadores de serviços públicos e privados.
Isto leva a um fenômeno que já citamos antes: um número de novas organizações de
padronização são formadas principalmente em novas áreas tecnológicas. Multimídia é
um típico exemplo. O que estende esta tendência prevalecerá dependendo largamente da
flexibilidade e eficiência da organização estabelecida. A mais notável mudança nos
anos recentes é que a padronização tende ser uma etapa a frente do desenvolvimento do
produto. Outra mudança é que os padrões são trabalhados para sistemas inteiros e não
para diferentes interfaces e protocolos, como era o caso a poucos anos atras.
É importante que os especialistas em padronização das empresas, cooperem com
seus departamentos de projetos e produção.
Para um produto ser rapidamente lançado no mercado, o trabalho de padronização deve
ser levado adiante simultaneamente com o desenvolvimento e projeto do produto.
Os produtos que são ganhos numa etapa prévia cederão à margens altas de lucro.
Como um número crescente de fornecedores liberta produtos semelhantes no mercado,
aumenta a competição e os preços caem.
Participação ativa em trabalho de padronização oferece informações importantes
sobre exigências de mercado, as necessidades dos fregueses e até onde a tecnologia
avançou. Se o interessado conhece as necessidades do mercado, este não comete erros
em desenvolver produtos para um mercado inexistente.
A regionalização do trabalho de padronização pode tornar mais difícil o alcance de
um padrão internacional; por outro lado, o número de variantes nacional será reduzido.

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1.10 Exemplos de recomendações: codificação de voz e vídeo

A ITU-T elaborou recomendações para a codificação de voz e vídeo. Algum


trabalho de padronização ainda resta ser elaborado, particularmente com consideração a
vídeo. Recomendações aplicáveis são mostradas na figura a seguir:

Padrão/Nome/Número Descrição Estado Atual

G.711 Pulse code modulation (PCM) of voice Adotado em 1984


frequencies (64 Kbit/s)

G.722, G.725 7 KHz audio-coding within 64kbit/s Adotado em 1988

G.726 16/24/32/46 kbit/s adaptive differential pulse Adotado em 1990


code modulation (ADPCM)

G.728 16 kbit/s speech coding with excited linear Adotada em 1992


prediction

G.729 8 kbit/s speech coding Adotado em 1996

H.221 Frame structure for a 64 to 1920 kbit/s channel Adotado em 1990


in audiovisual teleservices

H.230 Control and indication signals for audiovisual Adotado em 1990


systems

H.231, H.243 Multipoint videoconferencing Adotado em 1993

H.233 Encryption/Privacy systems Adotado em 1993

H.261 Video codec for audiovisual teleservices at Adotado em 1993


p x 64 kbit/s

H.263 Video coding for low bit rate communication Adotado em 1996

MPEG1 Stored motion video stored at <2 Mbit/s Adotado em 1993

MPEG2 Stored/live motion video at 5-60 Mbit/s Adotado em 1994

MPEG4 Low bit rate (<64 kbit/s) coding of motion video Em desenvolvimento

JPEG Still-frame graphics for multimedia Adotado em 1991

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ITU Acronyms

ITU International Telecommunication Union

MPEG Motion picture expert group

JPEG Joint photograph expert group

WTAC World Telecommunication Advisory Council

ITU-R Radio communication Sector

BR Radio communication Bureau

ITU-R Recommendations
RRB Radio Regulations Board
SG Study Groups
RAG Radio communication Advisory Group
WRC World Radio communication Conference
RA Radio communication Assembly
RRC Regional Radio communication Conference
ITU-T Telecommunication Standardization Sector
TSB Telecommunication Standardization Bureau

ITU-T Recommendations
SG Study Groups
TSAG Telecommunication Standardization Advisory Group
WTSC World Telecommunication Standardization Conference
ITU-D Telecommunication Development Sector
BDT Telecommunication Development Bureau

ITU-D Recommendations
SG Study Groups
TDAB Telecommunication Development Advisory Board
WTDC World Telecommunication Development Conference
RTDC Regional Telecommunication Development Conference
WCIT World Conference on International Telecommunication

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