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A máquina de Anticı́tera

A máquina de Anticı́tera é uma espécie de computador analógico da Grécia antiga


que servia para prever posições de eclipses. O mecanismo original encontra-se no Museu
Arqueológico Nacional de Atenas. Uma réplica do mesmo está no Museu Americano
do Computador, localizado no estado de Montana, nos Estados Unidos. Os restos
da máquina foram encontrados a cerca de 43 metros da costa da ilha de Anticı́tera,
entre as ilhas de Creta e Citera em 1901. O objeto, datado de 87 a.C., não despertou
muito interesse inicialmente, pois havia sido descoberto juntamente com estátuas, que
receberam mais atenção.
Em uma primeira análise, no ano de 1902, constatou-se a presença de rodas dentadas
feitas com muita precisão, apesar da corrosão do objeto. Pela presença de uma roda
de engrenagem, imaginou-se que a máquina tratava-se de um relógio, hipótese que
não recebeu muito crédito, pois acreditava-se que relógios só haviam passado a serem
usados mais tarde. Apenas na década de 1950 o objeto foi analisado detalhadamente
pelo fı́sico inglês Derek John de Solla Price. Desde então, descobertas impressionantes
acerca do artefato foram feitas.
As dimensões do dispositivo são 33 cm (altura), por 18 cm (largura), por 8 cm
(comprimento). Foi descoberto que as rodas possuı́am 235 e 127 dentes, números que
fazem alusão aos meses lunares e às revoluções da Lua em torno da Terra. A máquina
também permitia prever a ocorrência de eclipses. Descobriu-se que a maior engrenagem
possuı́a originalmente 223 dentes, sendo este número a periodicidade com que ocorrem
os eclipses no ciclo de Saros, ou seja, 223 luas após um eclipse, a Lua e a Terra voltam
a alinhar-se.

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Devido ao estado em que o artefato foi encontrado, o tempo investido para que as
descobertas citadas tenham sido feitas foi bastante longo. A época de estudos mais in-
tenso sobre a máquina de Anticı́tera ocorreu entre o final da década de 1950 e o começo
da década de 1970. Algumas reconstruções da máquina foram feitas. Entre elas cita-
mos as reconstruções de Allan George Bromley, cientista da computação australiano,
que conseguiu fazer imagens mais precisas do objeto e a de Andrew Carol, engenheiro
de programação da Apple, que confirmou a precisão da aproximação e distanciamento
da Terra em intervalos com regularidade de 11 e 19 anos.
A seguir, exibimos um esquema da máquina de Anticı́tera.

Figura 1: Esquema da máquina de Anticı́tera

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