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Eletrônica Aplicada II

Aula 1

Professor: André Luiz Printes


Circuito Amplificador Operacional
Circuito Amplificador Diferencial
10.2 Circuito amplificador Diferencial

O circuito amplificador diferencial é uma configuração de uso


extremamente comum em unidades de Circuitos Integrados (CI). Essa
conexão pode ser descrita pela análise do amplificador diferencial
básico mostrado na Figura 10.9. Note que o circuito tem duas entradas
e duas saídas separadas, e que os emissores estão ligados entre si.
Embora muitos circuitos amplificadores diferenciais utilizem duas
fontes de alimentação de tensão distintas, o circuito também pode
operar com uma única fonte.

Se um sinal de entrada é
aplicado a uma das entradas
com a outra conectada ao
terra, a operação é chamada
de “entrada simples”.
Circuito Amplificador Diferencial
Em uma operação com entrada simples, aplica-se um único
sinal de entrada. No entanto, devido à conexão emissor-comum, o
sinal de entrada aciona ambos os transistores, resultando na saída em
ambos os coletores. Em uma operação com entrada dupla, aplicam-se
dois sinais de entrada, sendo que a diferença das entradas resulta em
saídas em ambos os coletores por causa da diferença dos sinais
aplicados a ambas as entradas.

Se dois sinais de entrada de


polaridades opostas são
aplicados, a operação é
chamada de “entrada dupla”.
Se o mesmo sinal de entrada é
aplicado a ambas as entradas,
a operação é chamada de
“modo-comum”.
Circuito Amplificador Diferencial
Em uma operação modo-comum, o sinal de entrada comum
resulta em sinais opostos em cada coletor, e esses sinais se cancelam,
de maneira que o sinal de saída resultante é igual a zero. Na prática,
os sinais opostos não se cancelam por completo, e o resultado é um
pequeno sinal.
A principal característica do amplificador diferencial é o
ganho muito grande quando sinais opostos são aplicados às entradas,
em comparação com o ganho muito pequeno resultante de entradas
comuns. A razão entre o ganho diferencial e o ganho de modo-comum
é chamada de rejeição de modo-comum.
Circuito Amplificador Diferencial
Polarização CC
Analisaremos primeiro a operação de polarização CC do circuito da
Figura 10.9. Com entradas CA obtidas das fontes de tensão, a tensão CC em
cada entrada está essencialmente conectada a 0 V, como mostra a Figura
10.10. Com cada tensão de base em 0 V, a tensão de polarização CC do
emissor-comum é:
A corrente de polarização CC de emissor é:

Supondo que os transistores estejam bem


casados (como ocorreria em um circuito
integrado), obtemos:

o que resulta em uma tensão de coletor de:

Figura 10.10 Polarização CC do


circuito amplificador diferencial.
Circuito Amplificador Diferencial
EXEMPLO 10.1
Calcule as tensões e correntes CC no circuito da Figura 10.11.
Solução:

A corrente de coletor é então:

resultando em uma tensão de coletor de:

A tensão de emissor-comum é,
portanto, – 0,7 V, enquanto a
tensão de polarização do coletor
está próxima de 4,1 V para
ambas as saídas.
Figura 10.11 Circuito amplificador diferencial para o Exemplo 10.1.
Circuito Amplificador Diferencial
Operação CA do Circuito
Uma conexão CA de um amplificador diferencial é mostrada na
Figura 10.12. Sinais de entrada separados são aplicados como Vi1 e Vi2,
com saídas separadas resultantes Vo1 e Vo2. Para realizar a análise CA,
redesenhamos o circuito na Figura 10.13. Cada transistor é substituído
por seu equivalente CA.

Figura 10.13 Equivalente CA do


circuito amplificador diferencial..

Figura 10.12 Conexão CA


do amplificador diferencial.
Circuito Amplificador Diferencial

Figura 10.13 Equivalente CA do


circuito amplificador diferencial..

Figura 10.12 Conexão CA


do amplificador diferencial.
Circuito Amplificador Diferencial
Ganho de tensão CA com saída simples Para calcular o ganho
de tensão CA com saída simples, Vo/Vi, aplique sinal a uma entrada
com a outra ligada ao terra, como mostra a Figura 10.14. O
equivalente CA dessa conexão está desenhado na Figura 10.15. A
corrente de base CA pode ser calculada utilizando-se a Lei das
Tensões de Kirchhoff (LTK) para malha de entrada na base 1.

Figura 10.15 Equivalente CA de circuito da Figura 10.14.

Figura 10.14 Conexão para calcular AV1 = Vo1/Vi1.


Circuito Amplificador Diferencial
Supondo-se que os dois transistores estão bem casados, então:

Com RE muito grande (idealmente infinita), o circuito para obtenção da


equação pela LTK é simplificado para o da Figura 10.16, a partir do qual
podemos escrever de maneira que:

Se também assumirmos que

Figura 10.16 Circuito parcial para o cálculo de Ib. Figura 10.15 Equivalente CA de circuito da Figura 10.14.
Circuito Amplificador Diferencial

então,

e a magnitude da tensão de saída em cada coletor é:

e o valor do ganho de tensão com entrada simples em cada coletor é

Figura 10.16 Circuito parcial para o cálculo de Ib. Figura 10.15 Equivalente CA de circuito da Figura 10.14.
Circuito Amplificador Diferencial
EXEMPLO 10.2
Calcule a tensão de saída simples Vo1 para o circuito da Figura 10.17.
Solução:
Os cálculos de polarização CC fornecem:

Logo, a corrente CC de coletor é


de maneira que

O valor de re é, então,

O valor do ganho de tensão CA pode


ser calculado pela Equação 10.31:

o que proporciona uma tensão CA de


saída de magnitude

Figura 10.17 Circuito para os exemplos 10.2 e 10.3..


Circuito Amplificador Diferencial

Ganho de tensão CA com saída dupla


Uma análise semelhante pode ser usada para mostrar que,
para a condição de sinais aplicados a ambas as entradas, o valor do
ganho de tensão diferencial é
onde Vd = Vi1 – Vi2.

Circuito de operação em modo-comum


Embora um amplificador diferencial forneça grande
amplificação sobre a diferença dos sinais aplicada a ambas as
entradas, ele também deve proporcionar uma amplificação pequena
do sinal comum a ambas as entradas.
Circuito Amplificador Diferencial

Figura 10.19 Circuito CA da conexão modo-comum.. Figura 10.18 Conexão modo-comum.


Circuito Amplificador Diferencial

Figura 10.19 Circuito CA da conexão modo-comum.. Figura 10.18 Conexão modo-comum.


Circuito Amplificador Diferencial
EXEMPLO 10.3
Calcule o ganho de modo-comum para o circuito amplificador da Figura 10.17.
Solução:
Equação 10.6:

Figura 10.17 Circuito para os exemplos 10.2 e 10.3..


Circuito Amplificador Diferencial
Uso de fonte de corrente constante

Um bom amplificador diferencial apresenta um ganho


diferencial muito grande Ad, que é muito maior do que o ganho de
modo-comum Ac. A capacidade de rejeição de modo-comum do
circuito pode ser consideravelmente melhorada fazendo-se o ganho de
modo-comum o menor possível (idealmente, 0). Pela Equação 10.6,
vemos que quanto maior for RE, menor será Ac. Um método comum de
aumentar o valor CA de RE é utilizar um circuito de fonte de corrente
constante.
Circuito Amplificador Diferencial
A Figura 10.20 mostra um amplificador diferencial com fonte de
corrente constante para fornecer um valor elevado de resistência entre o
emissor-comum e o terra CA.

O principal melhoramento desse circuito


em relação ao da Figura10.9 é a impedância
CA muito maior para RE obtida pelo uso da
fonte de corrente constante.

Figura 10.20 Amplificador diferencial


com fonte de corrente constante.
Circuito Amplificador Diferencial
A Figura 10.21 mostra o circuito CA equivalente para o circuito
da Figura 10.20. Uma fonte de corrente constante utilizada na prática é
mostrada como uma alta impedância, em paralelo com a fonte de
corrente constante.

Figura 10.21 Equivalente CA do


circuito da Figura 10.20. Figura 10.20 Amplificador diferencial
com fonte de corrente constante.
Circuito Amplificador Diferencial
EXEMPLO 10.4
Calcule o ganho de modo-comum para o amplificador diferencial da Fig. 10.22.
Solução:
Usar RE = ro = 200 kΩ fornece:

Figura 10.22 Circuito para o Exemplo 10.4.

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