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Erradicação Áreas de Risco PDF
Erradicação Áreas de Risco PDF
N° 131.384-205
Casa Militar do Gabinete do
Governador
Vinhedo
25 de fevereiro de 2013
CLIENTE:
CASA MILITAR DO GABINETE DO GOVERNADOR
UNIDADE RESPONSÁVEL:
CENTRO DE TECNOLOGIAS AMBIENTAIS E ENERGÉTICAS - CETAE
LABORATÓRIO DE RISCOS AMBIENTAIS - LARA
RESUMO
Palavras-chave:
Casa Militar, deslizamento, inundação, área de risco, mapeamento, Vinhedo
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 1
2 OBJETIVO........................................................................................................................... 1
3 CONSIDERAÇÕES GERAIS ............................................................................................... 1
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................................ 3
4.1 Mapeamento de Risco de Deslizamento ........................................................ 4
4.1.1 Conceitos ............................................................................................................ 4
4.1.2 Tipos de Deslizamentos ...................................................................................... 5
4.1.3 Condicionantes e Causas dos Deslizamentos ................................................... 16
4.1.4 Mapeamento ..................................................................................................... 18
4.2 Mapeamento de Risco de Inundação ........................................................... 22
4.2.1 Conceitos .......................................................................................................... 22
4.2.2 Condicionantes e Causas das Enchentes e Inundações ................................... 30
4.2.3 Mapeamento ..................................................................................................... 31
4.3 Tratamento dos dados .................................................................................. 35
4.4 Elaboração de sugestões de intervenções estruturais ................................. 36
5 RESULTADOS DOS TRABALHOS .................................................................................. 37
5.1 Dados básicos do município de Vinhedo ...................................................... 37
5.1.1 Contexto Geológico do município de Vinhedo ................................................... 37
5.1.2 Contexto Geomorfológico do município de Vinhedo .......................................... 39
5.1.3 Contexto Pedológico do município de Vinhedo .................................................. 41
5.2 Áreas de Risco Alto e Muito Alto mapeadas ................................................. 43
5.2.1 Área VIN-01 (Casa Verde) – Deslizamento – (R4 – Muito Alto) ......................... 44
5.2.2 Área VIN-02 (Sítio Pescarini) – Inundação – (R4 – Muito Alto) .......................... 45
5.2.3 Área VIN-03 (Paineiras) – Deslizamento – (R3 – Risco Alto) ............................. 46
5.2.4 Área VIN-04 (Vida Nova III) – Deslizamento – (R3 – Risco Alto) ....................... 47
5.2.5 Área VIN-05 (Arco Íris) – Deslizamento – (R3 – Risco Alto)............................... 48
5.2.6 Área VIN-06 (Barra Funda) – Inundação – (R3 – Risco Alto) ............................. 49
5.2.7 Área VIN-07 (Condomínio São Joaquim) – Inundação – (R3 – Risco Alto) ........ 50
5.3 Outras áreas mapeadas ............................................................................... 51
5.3.1 Área VIN-08 (Canjaranas) ) – Deslizamento – (R2 – Risco Médio) .................... 52
5.3.2 Área VIN-09 (Vila Junqueira) ) – Deslizamento – (R2 – Risco Médio) ............... 53
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................... 54
1 INTRODUÇÃO
O presente Relatório apresenta os resultados do mapeamento de áreas de alto e
muito alto risco de deslizamentos e inundações do município de Vinhedo (SP), objeto
do contrato celebrado entre a Casa Militar do Gabinete do Governador do estado de
São Paulo e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT, por meio do Centro de
Tecnologias Ambientais e Energéticas (Cetae) e do Laboratório de Riscos Ambientais
(Lara).
Os trabalhos foram executados por equipe técnica do IPT, em conjunto com
técnicos da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil da Prefeitura Municipal de
Vinhedo.
2 OBJETIVO
O objetivo do mapeamento de áreas de alto e muito alto risco de deslizamentos
e inundações é dar conhecimento ao poder público da situação dessas áreas, o que
permitirá uma série de medidas, ações, planos e projetos para minimizar os problemas
encontrados.
3 CONSIDERAÇÕES GERAIS
O Office of the United Nations Disasters Relief Co-Ordinator - UNDRO (1991),
órgão das Nações Unidas que atua na prevenção de acidentes naturais e tecnológicos,
bem como presta socorro aos países nos quais são registrados esses tipos de
acidentes, pauta sua atuação em um modelo de abordagem composto pelas seguintes
etapas:
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O método adotado para o desenvolvimento dos trabalhos consiste no
levantamento e análise de dados, essencialmente dos arquivos existentes na
Prefeitura, Defesa Civil Municipal e de dados coletados pelo IPT. Esses foram
sistematizados de modo a estabelecer critérios e procedimentos para avaliação do
zoneamento de risco nas áreas, com a finalidade de subsidiar o gerenciamento de
riscos, a fim de promover maior segurança e/ou eliminar riscos.
As áreas mais críticas aos processos de deslizamentos e inundação
correspondem, na maioria dos casos, às de ocupação não consolidada cuja
infraestrutura às vezes é precária, sem equacionamento de processos do meio físico
perante as intervenções feitas pela ocupação.
Foram selecionadas áreas para mapeamento de acordo com a experiência e
conhecimento por parte dos agentes públicos, considerando as moradias sujeitas aos
deslizamentos e inundação. Participaram dessa seleção das áreas representantes da
equipe técnica da Prefeitura de Vinhedo e do IPT.
4.1.1 Conceitos
Rastejo
Quedas
Corridas de Massa
CARACTERÍSTICAS DO
PROCESSOS MOVIMENTO/MATERIAL/GEOMETRIA
vários planos de deslocamento (internos)
velocidades muito baixas a baixas (cms/ano) e
decrescentes c/ a profundidade
RASTEJO (CREEP)
movimentos constantes, sazonais ou intermitentes
solo, depósitos, rocha alterada/fraturada
geometria indefinida
poucos planos de deslocamento (externos)
velocidades médias (m/h) a altas (m/s)
pequenos a grandes volumes de material
geometria e materiais variáveis:
DESLIZAMENTOS
(SLIDES) PLANARES: solos poucos espessos, solos e rochas com
um plano de fraqueza
CIRCULARES: solos espessos homogêneos e rochas muito
fraturadas
EM CUNHA: solos e rochas com dois planos de fraqueza
sem planos de deslocamento
movimento tipo queda livre ou em plano inclinado
velocidades muito altas (vários m/s)
material rochoso
QUEDAS (FALLS)
pequenos a médios volumes
geometria variável: lascas, placas, blocos, etc.
ROLAMENTO DE MATACÃO
TOMBAMENTO
muitas superfícies de deslocamento (internas e externas à
massa em movimentação)
movimento semelhante ao de um líquido viscoso
desenvolvimento ao longo das drenagens
CORRIDAS (FLOWS)
velocidades médias a altas
mobilização de solo, rocha, detritos e água
grandes volumes de material
extenso raio de alcance, mesmo em áreas planas
Quadro 1 - Tipos de deslizamento/processo. Fonte: modificado de Augusto Filho (1992).
Condicionantes Naturais
Condicionantes Antrópicos
4.1.4 Mapeamento
CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL
Unidade de análise: Encosta/Margem de córrego
Tipos de construção: Alvenaria/Madeira/Misto
Condição das vias
Encosta natural
Talude de corte/Aterro
Presença de maciço rochoso
Altura da encosta, ou talude, ou maciço rochoso
Inclinação da encosta, ou talude, ou maciço rochoso
Distância da moradia com relação ao topo/base da encosta, talude, maciço rochoso
Estruturas em solo/rocha desfavoráveis
Presença de blocos de rocha/matacões
Presença de Depósitos de encosta: aterro/lixo/entulho
EVIDÊNCIAS DE MOVIMENTAÇÃO ÁGUA
Trincas na moradia Concentração de água de chuva em
Trincas no terreno superfície
Degraus de abatimento Lançamento de água servida em
Muros e paredes “embarrigados” superfície
Árvores, postes e muros inclinados Vazamento de tubulação
Solapamento de margem Fossa
Cicatrizes de deslizamentos Surgências d’água
Fraturas no maciço rochoso Sistema de drenagem superficial:
inexistente/precário/satisfatório
VEGETAÇÃO NA ÁREA OU MARGENS DE CÓRREGO
PROXIMIDADES Tipo de canal (retificado/natural),
Presença de árvores (retilíneo/meandrante),
Vegetação rasteira (arbustos, capim, etc) (assoreado/lixo/entulho)
Área desmatada Altura do talude marginal
Área de cultivo Distância da moradia com relação ao topo
do talude marginal
Quadro 2: Principais dados levantados em campo para caracterizar os setores de risco.
4.2.1 Conceitos
Enchente ou Cheia
Inundação
Vazão
A vazão é definida como a quantidade de água que passa por uma dada seção
em um canal de drenagem num período de tempo.
Planície de Inundação
Define-se como planície de inundação as áreas relativamente planas e baixas
que de tempos em tempos recebem os excessos de água que extravasam do seu
canal de drenagem (Figura 19). Tecnicamente, o canal de drenagem que confina um
curso d´água denomina-se leito menor e a planície de inundação representa o leito
maior do rio. Emprega-se também o termo várzea para identificar a planície de
inundação de um canal natural de drenagem.
Alagamento
Enxurrada
Erosão Marginal
Remoção e transporte de solo dos taludes marginais dos rios provocados pela
ação erosiva das águas no canal de drenagem (Figura 22).
Solapamento
4.2.3 Mapeamento
GRAVIDADE
PROBABILIDADE Negligenciável Média Alta Desastre
Baixa Baixo Baixo Médio Muito Alto
Média Baixo Médio Alto Muito Alto
Alta Baixo Médio Alto Muito alto
Muito Alta Baixo Médio Alto Muito Alto
Quadro 5 -Matriz de risco segundo arranjo entre Probabilidade de ocorrência do processo e
sua Gravidade.
Salienta-se que a contagem das moradias foi realizada a partir das imagens do
Google Earth tomando-se como base os telhados das moradias. Assim, o número de
moradias é aproximado, considerando-se a possibilidade de mais de uma moradia
estar recoberta por um único telhado. É necessário levantamento detalhado
(cadastramento) para se ter o número de moradias preciso.
Seus municípios limítrofes são Valinhos, a norte, Itatiba, a leste, Louveira, a sul, e
Itupeva, a oeste.
Descrição da Área
A Área VIN-01 compreende setor de risco localizado nas proximidades das Ruas
Tamoios (topo da encosta) e Oti (base da encosta), bairro que possui boa densidade
ocupacional e equipamentos públicos. Trata-se de porção de encosta com alta
declividade, ocupada parcialmente por moradias de alvenaria com bons padrões
construtivos no topo e na base. As vias nas proximidades são pavimentadas e
possuem sistemas de drenagens satisfatórios. Os lotes foram executados a partir de
cortes na encosta, com alturas que variam de 6 a 7 m e inclinações de 70º a 90 o. A
área é monitorada durante o PPDC, pois, frequentemente, apresenta evolução e/ou
surgimento de trincas em alguns dos muros de divisa situados na base da encosta e
inclinação de árvores.
Sugestão de Intervenções
Sugerem-se as seguintes ações para redução dos riscos: (a) estudo geológico-
geotécnico de detalhe para dimensionamento de obras; (b) verificar a necessidade da
execução de canaletas de topo e base a fim de retirar o máximo de água da superfície
do talude de corte; (c) verificar, em detalhe, a existência de pontos de lançamento e
concentração de água em superfície; (d) construção de estruturas de contenção
localizadas ou lineares, caso os estudos indiquem tal alternativa; (e) avaliar as obras de
contenção existentes nos fundos das moradias; (f) monitoramento da evolução das
trincas nos muros localizados na base dos cortes e da inclinação das árvores
localizadas sobre o talude, no sentido de antecipar problemas de instabilidade; (g)
orientação de moradores sobre como proceder em casos de alertas nas situações
críticas de chuva.
Descrição da Área
Sugestão de Intervenções
Sugerem-se as seguintes ações para redução dos riscos: (a) realizar o desvio
das águas que estão direcionadas diretamente para a região onde ocorreu o processo
(já executado pela defesa civil); (b) executar uma pequena lombada (murundum ou
camalhão) no entorno da cicatriz/erosão, evitando que as águas pluviais que se
concentram sobre o corpo da barragem escoem na direção da área de ocorrência do
processo, auxiliando na evolução do processo; (c) avaliar os dispositivos de drenagem
superficial no entorno da área da barragem, no sentido de garantir escoamento e
controle das águas de superfície; (d) realizar monitoramento diário da evolução do
processo (já executado pela defesa civil); (e) orientar moradores sobre como proceder
em casos de alertas nas situações críticas de chuva; (f) executar, com urgência, a
recomposição do corpo da barragem após o termino do período chuvoso; (g) verificar a
estabilidade do corpo da barragem, já que a mesma foi construída há mais de 50 anos.
Ressalta-se que, como a área se encontra em risco muito alto, tais sugestões de
intervenção devem ser executadas o mais breve possível.
Descrição da Área
A Área VIN-03 compreende setor de risco localizado nas proximidades das Ruas
João Edueta (base da encosta) e Fabíola Renata de Almeida (topo da encosta). Trata-
se de porção de encosta com alta declividade, ocupada por moradias de alvenaria com
padrão construtivo popular a bom, no topo do talude, distando de 2 a 4 m deste. As
vias nas proximidades são pavimentadas e possuem sistemas de drenagens
satisfatórios. Os lotes foram executados no topo de cortes na encosta, com altura de 12
m e inclinação da ordem de 80o. No topo dos taludes de corte foram observados
depósitos de encosta compostos de solo, lixo e entulho. A área é monitorada durante o
PPDC, pois, frequentemente, apresenta evolução e/ou surgimento de trincas no topo
dos taludes e inclinação de árvores.
Sugestão de Intervenções
Sugerem-se as seguintes ações para redução dos riscos: (a) estudo geológico-
geotécnico de detalhe para dimensionamento de obras; (b) verificar a possibilidade da
execução de canaletas de topo e base (sistema de drenagem superficial) a fim de
retirar o máximo de água da superfície do talude de corte; (c) verificar, em detalhe, a
existência de pontos de lançamento e concentração de água em superfície a fim de
controlá-los; (g) monitorar as trincas e a inclinação das árvores, no sentido de antecipar
problemas de instabilidade; (h) orientação de moradores sobre como proceder em
casos de alertas nas situações críticas de chuva.
5.2.4 Área VIN-04 (Vida Nova III) – Deslizamento – (R3 – Risco Alto)
Descrição da Área
Sugestão de Intervenções
Sugerem-se as seguintes ações para redução dos riscos: (a) estudo geológico-
geotécnico de detalhe para dimensionamento de obras; (b) verificar a necessidade da
execução de canaletas de topo e base (sistema de drenagem superficial) a fim de
retirar o máximo de água da superfície do talude de corte; (c) verificar, em detalhe, a
existência de pontos de lançamento e concentração de água em superfície; (c)
construção de estruturas de contenção localizadas ou lineares, caso os estudos
indiquem tal alternativa; (d) avaliar as obras de contenção existentes nos fundos das
moradias; (e) verificar, em detalhe, pontos de lançamento e concentração de água em
superfície; (f) controle e acompanhamento das novas ocupações, a fim de evitar cortes
muito altos que possam vir a gerar novas situações de risco; (g) monitoramento das
feições de movimentação, no sentido de antecipar problemas de instabilidade; (h)
orientação de moradores sobre como proceder em casos de alertas nas situações
críticas de chuva.
Descrição da Área
Sugestão de Intervenções
Sugerem-se as seguintes ações para redução dos riscos: (a) estudo geológico-
geotécnico de detalhe para dimensionamento de obras; (b) verificar a possibilidade da
execução de canaletas de topo e base a fim de retirar o máximo de água da superfície
do talude de corte; (c) verificar, em detalhe, a existência de pontos de lançamento e
concentração de água em superfície a fim de evitá-los; (d) verificar a necessidade de
construção de estruturas de contenção localizadas ou lineares, caso os estudos
indiquem tal alternativa; (e) monitoramento da evolução das cicatrizes localizadas no
Descrição da Área
Sugestão de Intervenções
Sugerem-se as seguintes ações para redução dos riscos: (a) estudo hidrológico
da bacia do Córrego Barra Funda para dimensionamento de obras de escoamento,
visando melhorias nas travessias e no trecho final, onde o mesmo apresenta uma
geometria em curva, o que pode reduzir sua vazão, aumentando a inundação a
montante; (b) avaliação da vazão de água permitida nas estruturas de pontes e
travessias; (c) instalação de réguas de nível de água; (d) orientação de moradores
sobre como proceder em casos de alertas nas situações críticas de chuva.
5.2.7 Área VIN-07 (Condomínio São Joaquim) – Inundação – (R3 – Risco Alto)
Descrição da Área
inundação do Rio Capivari, também a jusante. Relata-se que esses processos são
frequentes na área.
Sugestão de Intervenções
Sugerem-se as seguintes ações para redução dos riscos: (a) estudo hidrológico
da bacia do Rio Capivari para dimensionamento de obras de escoamento e proteção
de margem; (b) avaliação dos dispositivos de drenagem superficial, no sentido de
garantir escoamento e controle dessa água de superfície; (c) avaliação da vazão de
água permitida nas estruturas de pontes e travessias, principalmente das águas
advindas do sistema de drenagem da Rodovia Anhanguera, o qual já influenciou na
deflagração do colapso do muro do condomínio, aumentando o volume de água em
direção à represa existente neste; (d) monitoramento dos processos de solapamento
de margens; (e) instalação de réguas de nível de água; (f) orientação de moradores
sobre como proceder em casos de alertas nas situações críticas de chuva.
O Quadro 8 apresenta outras áreas de risco que também foram mapeadas durante
os trabalhos de campo, bem como a nomenclatura utilizada neste Relatório e pela Prefeitura
do Município de Vinhedo para sua respectiva identificação. Embora o contrato entre o IPT e
a Casa Militar inclua apenas as áreas de risco muito alto e alto, a equipe do IPT registrou a
existência de outras áreas com risco médio ou mesmo baixo.
NÍVEL DE
ÁREA Nº NOME DA ÁREA PROCESSO
RISCO
VIN-08 Canjaranas Deslizamento R-2 (Médio)
Descrição da Área
A Área VIN-08 compreende setor de risco localizado nas proximidades das Ruas
Fernando Rotella e Hugo Gallo. Trata-se da área de um dos aterros construídos
quando da abertura das ruas do condomínio. Iniciou-se um processo de rastejo,
seguido de deslizamento no corpo do aterro devido à infiltração d’água pluvial no
mesmo, o qual atingiu parte da via. Foi realizada a recomposição do corpo do aterro,
porém o processo de rastejo continuou, provocando o aparecimento de diversas trincas
no asfalto. A área é monitorada durante o PPDC, pois, frequentemente, apresenta
evolução e/ou surgimento de trincas. O risco nesta área é apenas a perda do sistema
viário, o qual se encontra sobre o corpo de aterro, não atingindo as moradias
localizadas a montante do aterro, construídas em terreno natural.
Sugestão de Intervenções
Sugerem-se as seguintes ações para redução dos riscos: (a) estudo geológico-
geotécnico de detalhe para dimensionamento da recomposição do corpo de aterro; (b)
avaliação dos dispositivos de drenagem superficial das vias de acesso, no sentido de
garantir escoamento e controle dessa água de superfície ou implantação de sistema,
caso necessário; (e) verificar, em detalhe, pontos de lançamento e concentração de
água em superfície no corpo do aterro; (g) monitoramento das trincas e degraus de
Descrição da Área
Sugestão de Intervenções
Sugerem-se as seguintes ações para redução dos riscos: (a) realizar limpeza e
manutenção constante das obras de drenagem.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este Relatório apresenta os trabalhos referentes ao mapeamento de áreas de
risco alto e muito alto de deslizamentos e inundações do município de Vinhedo, assim
como da concepção de intervenções.
O mapeamento para a identificação de áreas de alto e muito alto risco de
deslizamento e inundação no município de Vinhedo proporcionou concluir que as
características das encostas naturais na região indicam alta suscetibilidade natural para
ocorrência de deslizamentos de solo pouco profundos, os quais são deflagrados por
eventos de chuvas intensas. Ressalta-se, também, que a implantação das moradias
nessas áreas pode atuar como um potencializador desses deslizamentos,
principalmente pela forma de ocupação. A presença de uma rede de drenagem
cortando o município, destacando-se os rios Capivari, Primavera, Barra funda,
Pinheirinho, etc., favorece a rápida concentração das águas, elevação do nível d´água
e aumento da probabilidade de atingir as moradias localizadas nas proximidades.
Nesse sentido, recomenda-se que o município desenvolva, além das soluções e
monitoramento das áreas já instaladas, o que já vem sendo realizado de forma
exemplar pela defesa civil municipal, mecanismos para controle das áreas ainda não
ocupadas e que apresentam potencial para instabilizações e/ou impacto das águas.
Por meio da caracterização geológico-geotécnica expedita e do histórico de
processos nos locais avaliados, conclui-se que alguns problemas podem ser esperados
em períodos de grande intensidade pluviométrica, tais como os deslizamentos nos
taludes de corte e rupturas de aterros, principalmente por deficiências e/ou ausência do
sistema de drenagem, presença de fossas sépticas, forma de execução, má
compactação e geometria desfavorável (altura e inclinação do talude); a evolução dos
processos erosivos devido à concentração irregular das águas e as inundações em
função da rápida concentração das águas de chuva nos principais córregos da cidade,
em função do grau de impermeabilização, assoreamento e características geométricas
dos canais.
Ressalta-se que outras áreas foram visitadas durante os trabalhos, mas estas
não se encontram neste relatório pois seu risco foi erradicado, como no caso do bairro
Capela, onde a prefeitura realizou intervenções no córrego, evitando as inundações
que constantemente atingiam o bairro. Com relação às ações de defesa civil e
intervenções para redução de risco no munícipio, constatou-se que o sistema criado
pela prefeitura vem funcionando muito bem, já que a Defesa Civil Municipal adota e
coloca em prática um sistema integrado e colaborativo de atuação, juntamente com
todas as secretarias municipais. Além disso, o município conta com um plano de
contingência municipal, que padroniza as formas de atendimento e de resposta em
situações consideradas críticas e que estão relacionadas à atuação e ajuda da
população em casos de deslizamentos e inundações. Elaborada pela Defesa Civil
Municipal, a versão mais atualizada deste plano está regulamentada pelo Decreto nº
246 e também faz parte da Operação Verão 2012/2013, que iniciou na cidade em 1º de
dezembro de 2012 e que segue até 31 de março de 2013.
__________________________________________ __________________________________
Engº Civil Geraldo Figueiredo Carvalho Gama Jr. Geól. Mestre Marcelo Fischer Gramani
Responsável pelo Laboratório Gerente do Projeto
CREASP N0 0600617310 – RE N0 04431 CREASP 50608011434 – RE 8474
CENTRO DE TECNOLOGIAS
AMBIENTAIS E ENERGÉTICAS
_______________________________
Geólº Mestre Antonio Gimenez Filho
Diretor do Centro
CREA SP 0600693084 – RE 04765
7 EQUIPE TÉCNICA
Centro de Tecnologias Ambientais e Energéticas – Cetae
Laboratório de Riscos Ambientais - Lara
Coordenador: Marcelo Fischer Gramani – Mestre, Geólogo, Pesquisador
Alessandra Cristina Corsi – Doutora, Geóloga, Pesquisadora
Eduardo Soares de Macedo – Doutor, Geólogo, Pesquisador
Fabiana Checchinato Silva – Mestre, Geóloga, Pesquisadora
Fabrício Araújo Mirandola – Mestre, Geólogo, Pesquisador
Airton Marambaia Santa – Técnico de Geologia
Luis Celso Coutinho da Silva – Técnico de Geologia
Lucas Serrão Pellicani – Estagiário de Geografia
Tarcísio Linhares Filgueiras – Estagiário de Geografia
BIBLIOGRAFIA
MACEDO, E.S.; OGURA, A.T.; CANIL, K.; ALMEIDA FILHO, G.S; GRAMANI, M.F.;
SILVA, F.C.; CORSI, A.C.; MIRANDOLA, F.A.. Modelos de fichas descritivas para
áreas de risco de deslizamento, inundação e erosão. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE
DESASTRES NATURAIS, 1, 2004, Florianópolis. Anais...Florianópolis: GEDN/UFSC,
2004, p. 892-907, CD-ROM.
PERROTA, M.M.; SALVADOR, E.D.; LOPES, R.C.; D´AGOSTINO, L.Z.; PERUFFO, N.;
GOMES, S.D.; SACHS, L.L.B.; MEIRA, V.T.; LACERDA FILHO, J.V. Mapa Geológico
do Estado de São Paulo, escala 1:750.000. Programa Levantamentos Geológicos
Básicos do Brasil, CPRM, São Paulo, 2005.