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Decreto n. 1.966/2007.

“Institui o Regulamento da Guarda Municipal


Patrimonial do Município de Santa Luzia – MG.”

O Prefeito Municipal de Santa Luzia, no uso de suas atribuições e


nos termos do que dispõe o art. 71, VI da Lei Orgânica Municipal e o §6º do art.
3º da Lei 2.566, de 2005, DECRETA:

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º - Fica instituído o Regulamento da Guarda Municipal


Patrimonial da Prefeitura Municipal de Santa Luzia-MG, nos termos do que
dispõe o §6º do art. 3º da Lei Municipal nº 2.566/2005.
Art. 2º - Este regulamento aplica-se a todos os servidores que
integrarem o corpo da Guarda Municipal Patrimonial da Prefeitura Municipal de
Santa Luzia/MG.
Art. 3º - O regime jurídico dos servidores do Quadro Efetivo da
Guarda Municipal Patrimonial de Santa Luzia é o estabelecido pela Lei nº 2.566,
de 2005, aplicando-lhes, no que couber, as disposições contidas no Estatuto
dos Servidores Públicos do Município de Santa Luzia, Lei 1.474/91.

CAPÍTULO II
DAS CARREIRAS
SEÇÃO I
DO INGRESSO

Art. 4º - O ingresso em cargo de Guarda Municipal Patrimonial do


Município de Santa Luzia depende de comprovação de habilitação mínima em
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nível médio de escolaridade e de aprovação em concurso público de provas ou
de provas e títulos, na forma do edital.
Parágrafo único – Poderão ser estabelecidos, por ato do Chefe do
Poder Executivo, critérios para aplicação de exame médico, psicotécnico e de
capacitação física, no processo de seleção e admissão de candidatos para os
cargos do Quadro Efetivo da Guarda Municipal Patrimonial de Santa Luzia.
Art. 5º - Para fins disciplinares e para os demais efeitos legais, o
comportamento do servidor da Guarda Municipal Patrimonial será considerado:
I - excelente, quando no período de 60 (sessenta) meses não tiver
sofrido qualquer punição;
II - bom, quando no período de 48 (quarenta e oito) meses não
tiver sofrido pena de suspensão;
III - insuficiente, quando no período de 24 (vinte e quatro) meses
tiver sofrido até 02 (duas) suspensões;
IV - ruim, quando no período de 12 (doze) meses, tiver sofrido
mais de 02 (duas) penas de suspensão, acima de 15 (quinze) dias.
§ 1º - Para a reclassificação de comportamento, 02 (duas)
advertências equivalerão a 01 (uma) repreensão e 02 (duas) repreensões a 01
(uma) suspensão.
§ 2º - A reclassificação do comportamento dar-se-á, anualmente,
ex-officio, por ato do servidor responsável pela Secretaria Municipal de
Segurança Pública, Trânsito e Transporte Público, de acordo com os prazos e
critérios estabelecidos neste artigo.
§ 3º - O conceito atribuído ao comportamento do servidor da
Guarda Municipal Patrimonial, nos termos do disposto neste artigo, será
considerado para participação em cursos de aperfeiçoamento e para
progressão na carreira.
Art. 6º - O servidor responsável pela Secretaria de Segurança
Pública, Trânsito e Transporte Público deverá elaborar relatório anual de
avaliação disciplinar a ser enviado ao Prefeito Municipal.
§ 1º - Os critérios de avaliação terão por base a aplicação deste
regulamento.

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§ 2º - A avaliação deverá considerar a totalidade das infrações
punidas, a tipificação e as sanções correspondentes, o cargo do infrator e a
localidade do cometimento da falta disciplinar.
Art. 7º - Do ato do servidor responsável pela Secretaria Municipal
de Segurança Pública, Trânsito e Transporte Público que reclassificar os
integrantes da Corporação, caberá Recurso de Reclassificação do
Comportamento dirigido ao Prefeito Municipal.
Parágrafo Único - O recurso previsto no "caput" deste artigo
deverá ser interposto no prazo de 05 (cinco) dias, contados da data da
publicação oficial do ato impugnado e não terá efeito suspensivo.

SEÇÃO II
DAS ATRIBUIÇÕES

Art. 8º - Compete à Guarda Municipal Patrimonial de Santa Luzia:


I - proteger os bens, serviços e instalações municipais, nos termos
da legislação vigente;
II - articular e apoiar as ações de Segurança Pública desenvolvidas
por Forças de Segurança Estadual e Federal dentro dos limites do Município;
III - participar das campanhas educacionais relacionadas à
Segurança Pública em todos os seus níveis;
IV - colaborar com campanhas e demais atividades de outros
Órgãos Municipais que desenvolvam trabalhos correlatos com as missões da
Guarda Municipal de Santa Luzia;
V - contribuir para a prevenção e a diminuição da violência e da
criminalidade, promovendo a mediação de conflitos e o respeito aos direitos
fundamentais dos cidadãos;
VI - promover a proteção do meio ambiente, do patrimônio
histórico, cultural, ecológico e paisagístico do Município;
VII - colaborar, em caráter excepcional, com operações de defesa
civil do Município;
VIII - prevenir e inibir atos delituosos que atentem contra os bens,
serviços e instalações municipais, priorizando a segurança escolar;

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IX - estabelecer mecanismos de interação com a sociedade civil
para discussão de problemas e projetos locais voltados à melhoria das
condições de segurança nas comunidades;
X - estabelecer articulação com órgãos municipais de políticas
sociais, visando às ações interdisciplinares de segurança no Município;
XI - garantir a realização dos serviços de responsabilidade do
Município, no desempenho de sua atividade de polícia administrativa, em
especial os de educação, saúde, trânsito, transporte público, proteção ao meio
ambiente e ao ambiente urbano, cumprimento da legislação tributária,
vigilância sanitária e posturas.
XII - praticar demais atos pertinentes às atribuições que lhe forem
outorgadas ou delegadas por Decreto;
XIII - desempenhar outras atribuições afins, desde que
determinadas por autoridade competente.

SEÇÃO III
DA DISCIPLINA E DA HIERARQUIA

Art. 9º - A hierarquia e a disciplina são a base institucional da


Guarda Municipal Patrimonial.
Art. 10 - São princípios norteadores da disciplina e da hierarquia da
Guarda Municipal Patrimonial:
I - o respeito à dignidade humana;
II - o respeito à cidadania;
III - o respeito à justiça;
IV - o respeito à legalidade democrática;
V - o respeito à coisa pública.
Art. 11 - As ordens legais devem ser prontamente executadas,
cabendo inteira responsabilidade à autoridade que as determinar.
Parágrafo Único - Em caso de dúvida, será assegurado
esclarecimento ao subordinado.
Art. 12 - Todo servidor da Guarda Municipal Patrimonial que se
deparar com ato contrário à disciplina da instituição deverá comunicá-lo
imediatamente à autoridade competente.
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SEÇÃO II
DOS DEVERES

Art. 13 - São deveres do servidor da Guarda Municipal Patrimonial,


além dos demais enumerados neste regulamento:
I - ser assíduo e pontual ao serviço;
II - cumprir as ordens superiores, representando quando forem
manifestamente ilegais;
III - desempenhar com zelo e presteza os trabalhos de que for
incumbido;
IV - guardar sigilo sobre os assuntos da Administração;
V - tratar com urbanidade os companheiros de serviço e o público
em geral;
VI - zelar pela economia do material do Município e pela
conservação do que for confiado à sua guarda ou utilização;
VII - apresentar-se convenientemente trajado em serviço e com o
uniforme determinado, quando for o caso;
VIII - cooperar e manter o espírito de solidariedade com os
companheiros de trabalho;
IX - estar em dia com as leis, regulamentos, regimentos, instruções
e ordens de serviço que digam respeito às suas funções;
X - proceder, pública e particularmente, de forma que dignifique a
função pública.

SEÇÃO III
DAS INFRAÇÕES DISCIPLINARES

Art. 14 - Infração disciplinar é toda a violação aos deveres


funcionais previstos neste regulamento e no Estatuto dos servidores públicos
do Município de Santa Luzia, cometida pelos integrantes da Guarda Municipal
Patrimonial.
Art. 15 - As infrações, quanto à sua natureza, classificam-se em:
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II - médias;
III - graves.
Art. 16 - São infrações disciplinares de natureza leve:
I - deixar de comunicar ao superior, tão logo possível, a execução
de ordem legal recebida;
II - chegar atrasado, sem justo motivo, a ato ou serviço;
III - permutar serviço sem permissão da autoridade competente;
IV - usar uniforme incompleto, contrariando as normas respectivas,
ou vestuário incompatível com a função, ou, ainda, descurar-se do asseio
pessoal ou coletivo;
V - negar-se a receber ou devolver uniforme, equipamentos ou
outros objetos que lhe sejam destinados ou devam ficar em seu poder;
VI - conduzir veículo da instituição sem autorização.
Art. 17 - São infrações disciplinares de natureza média:
I - deixar de comunicar ao superior imediato ou, na sua ausência, a
outro superior, informação sobre perturbação da ordem pública, logo que dela
tenha conhecimento;
II - maltratar animais;
III - deixar de dar informações em processos, quando lhe competir;
IV - deixar de encaminhar documento no prazo legal;
V - encaminhar documento ao superior hierárquico comunicando
infração disciplinar inexistente ou instaurar procedimento administrativo
disciplinar sem indícios de fundamento fático;
VI - desempenhar inadequadamente suas funções, por falta de
atenção;
VII - afastar-se, momentaneamente, sem justo motivo, do local em
que deva encontrar-se por força de ordens ou disposições legais;
VIII - deixar de apresentar-se, nos prazos estabelecidos, sem
motivo justificado, nos locais em que deva comparecer;
IX - representar a instituição em qualquer ato sem estar
autorizado;
X - assumir compromisso pela Guarda Municipal Patrimonial – GMP,
sem estar autorizado;

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XI - sobrepor ao uniforme, insígnias de sociedades particulares,
entidades religiosas ou políticas ou, ainda, usar indevidamente medalhas
desportivas, distintivos ou condecorações;
XII - dirigir veículo da Guarda Municipal Patrimonial com
negligência, imprudência ou imperícia;
XIII - ofender a moral e os bons costumes por meio de atos,
palavras ou gestos;
XIV - responder por qualquer modo desrespeitoso a servidor da
Guarda Municipal Patrimonial com função superior, igual ou subordinada, ou a
qualquer pessoa, por qualquer meio;
XV - deixar de zelar pela economia do material do Município e pela
conservação do que for confiado à sua guarda ou utilização;
XVI - designar ou manter sob sua chefia imediata, em cargo ou
função de confiança, cônjuge, companheiro ou companheira ou parente até o
segundo grau;
XVII - executar ou determinar manobras perigosas com veículos
oficiais da Guarda;
XVIII - andar uniformizado fora do horário de trabalho;
XIX - coagir ou aliciar subordinados ou terceiros não pertencente à
guarda, com objetivos de natureza político-partidária ou para obter vantagem
indevida.
Art. 18 - São infrações disciplinares de natureza grave:
I - faltar com a verdade;
II - desempenhar inadequadamente suas funções, de modo
intencional;
III - simular doença para esquivar-se ao cumprimento do dever;
IV - suprimir a identificação do uniforme ou utilizar-se de meios
ilícitos para dificultar sua identificação;
V - deixar de punir infrator;
VI - dificultar ao servidor da Guarda Municipal Patrimonial em
função subordinada a apresentação de recurso ou o exercício do direito de
petição;
VII - abandonar o serviço para o qual tenha sido designado;

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VIII - celebrar, com a Administração Municipal Direta ou Indireta,
contratos ou negócios de natureza comercial, industrial ou de prestação de
serviços com fins lucrativos, por si ou como representante de outrem;
IX - praticar violência, em serviço ou em razão dele, contra
servidores ou particulares;
X – abrir ou tentar abrir qualquer unidade da Guarda Municipal
Patrimonial, sem autorização;
XI - ofender, provocar ou desafiar autoridade ou servidor da
Guarda Municipal Patrimonial que exerça função superior, igual ou
subordinada, com palavras, gestos ou ações;
XII - retirar ou empregar, sem prévia permissão da autoridade
competente, qualquer documento, material, objeto ou equipamento do serviço
público municipal, para fins particulares;
XIII - retirar ou tentar retirar, de local sob a administração da
Guarda Municipal Patrimonial, objeto, veículo ou animal, sem ordem dos
respectivos responsáveis;
XIV - extraviar ou danificar documentos ou objetos pertencentes à
Administração Pública ou à Guarda Municipal;
XV - deixar de cumprir ou retardar serviço ou ordem legal;
XVI - usar expressões jocosas ou pejorativas que atentem contra a
raça, a religião, o credo ou a orientação sexual de qualquer pessoa;
XVII - aconselhar ou concorrer para o descumprimento de ordem
legal de autoridade competente;
XVIII - dar ordem ilegal ou claramente inexeqüível;
XIX - participar da gerência ou administração de empresa privada
de segurança;
XX - referir-se depreciativamente em informações, parecer,
despacho, pela imprensa, ou por qualquer meio de divulgação, às ordens
legais;
XXI - determinar a execução de serviço não previsto em lei ou
regulamento;
XXII - valer-se ou fazer uso do cargo ou função pública para
praticar assédio sexual ou moral;
XXIII - violar ou deixar de preservar local de crime;
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XXIV - praticar usura sob qualquer de suas formas;
XXV - procurar a parte interessada em ocorrência policial, para
obtenção de vantagem indevida;
XXVI - publicar ou contribuir para que sejam publicados fatos ou
documentos afetos à Guarda Municipal Patrimonial que possam concorrer para
ferir a disciplina ou a hierarquia, ou comprometer a segurança;
XXVII - deixar de assumir a responsabilidade por seus atos ou
pelos atos praticados por servidor da Guarda Municipal Patrimonial em função
subordinada, que agir em cumprimento de sua ordem;
XXVIII - omitir, em qualquer documento, dados indispensáveis ao
esclarecimento dos fatos;
XXIX - transportar no veículo que esteja sob seu comando ou
responsabilidade pessoas ou objetos, sem autorização da autoridade
competente;
XXX - ameaçar, induzir ou instigar alguém a prestar declarações
falsas em procedimento penal, civil ou administrativo;
XXXI - participar de gerência ou administração de empresas
bancárias ou industriais ou de sociedades comerciais que mantenham relações
comerciais com o Município, sejam por este subvencionada ou estejam
diretamente relacionadas com a finalidade da unidade ou serviço em que
esteja lotado;
XXXII - acumular ilicitamente cargos públicos;
XXXIII - deixar de comunicar ato ou fato irregular que presenciar,
mesmo quando não lhe couber intervir;
XXXIV - faltar, sem motivo justificado, a serviço de que deva tomar
parte;
XXXV - trabalhar em estado de embriaguez ou sob efeito de
substância entorpecente;

SEÇÃO IV
DO PROCEDIMENTO DISCIPLINAR

Art. 19 – Em caso de prática de infração disciplinar será o servidor


submetido à Processo Disciplinar, nos termos do que dispõe a Lei n.º 1.474/91,
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que instituiu o Estatuto dos Servidores Públicos do Município de Santa Luzia,
que poderá ensejar a aplicação das penalidades previstas naquela Lei.
Art. 20 – Poderá ser instaurado procedimento disciplinar e aplicada
pena de demissão a servidor que ainda se encontrar em estágio probatório,
nos seguintes casos:
I - inassiduidade;
II- ineficiência;
III - indisciplina;
IV - insubordinação;
V - falta de dedicação ao serviço;
VI - conduta moral ou profissional que se revele incompatível com
suas atribuições, ainda que fora do horário de trabalho;
VII - por irregularidade administrativa;
VIII - pela prática de crime ou delito, relacionado ou não com suas
atribuições.
Art. 21 - O chefe mediato ou imediato do servidor formulará
representação, preferencialmente, pelo menos 06 (seis) meses antes do
término do período probatório, contendo os elementos essenciais,
acompanhados de possíveis provas que possam configurar os casos indicados
no artigo anterior e o encaminhará ao Prefeito Municipal, que apreciará o seu
conteúdo, determinando, se for o caso, a instauração do procedimento
disciplinar.
Parágrafo Único – A instauração de processo disciplinar suspende a
contagem do prazo de estágio probatório.
Art. 22 - O procedimento disciplinar de servidor em estágio
probatório será instaurado pelo Presidente da Comissão Processante, com a
ciência dos demais integrantes da comissão, e deverá ter toda a instrução
concentrada em audiência.
Art. 23 - Encerrada a instrução, dar-se-á vista à defesa para
apresentação de razões finais, no prazo de 10 (dez) dias.
Art. 24 - Após a defesa, a Comissão Processante elaborará relatório
conclusivo e o encaminhará à Procuradoria Geral do Município, que opinará e
remeterá o processo para decisão do Prefeito Municipal, que poderá ou não
ratificar as razões apresentadas pela Comissão Processante.
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SEÇÃO V
DAS RECOMPENSAS DOS SERVIDORES DA GUARDA MUNICIPAL

Art. 25 - As recompensas constituem-se em reconhecimento aos


bons serviços, atos meritórios e trabalhos relevantes prestados pelo servidor
da Guarda Municipal Patrimonial.
Art. 26 - São recompensas da Guarda Municipal Patrimonial:
I - condecorações por serviços prestados;
II - elogios.
§ 1º - As condecorações constituem-se em referências honrosas e
insígnias conferidas aos integrantes da Guarda Municipal Patrimonial por sua
atuação em ocorrências de relevo na preservação da vida, da integridade física
e do patrimônio municipal, podendo ser formalizadas independentemente da
classificação de comportamento, com a devida publicidade, bem como em
Boletim Interno da Corporação e registro em prontuário.
§ 2º - Elogio é o reconhecimento formal da Administração às
qualidades morais e profissionais do servidor da Guarda Municipal Patrimonial,
com a devida publicidade, bem como em Boletim Interno da Corporação e
registro em prontuário.
§ 3º - As recompensas previstas neste artigo serão conferidas por
determinação do servidor responsável pela Secretaria Municipal de Segurança
Pública, Trânsito e Transporte Público.

CAPÍTULO III
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 27 - As despesas decorrentes deste Decreto correrão por


conta das dotações orçamentárias próprias.
Art. 28 - Este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação,
revogadas as disposições em contrário.

Santa Luzia, 08 de novembro de 2007.


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José Raimundo Delgado
Prefeito Municipal

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