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Terrorismo e Violência Política RESUMO
Terrorismo e Violência Política RESUMO
Resumo
Höglund (2009). considera que “ameaças e intimidação podem ser usadas para
interferir com o registo de eleitores”
“A violência eleitoral requer uma atenção especial, tanto do ponto de vista político
como do ponto de vista académico. Por esta razão, a violência eleitoral merece ser
estudada como um fenómeno em si mesmo” Höglund, (2009).
Identifico vários factores que podem explicar a variação da violência eleitoral dentro e
entre países. Estes estão relacionados tanto com a estrutura e concepção do sistema
eleitoral, como também com a natureza da política nas sociedades em conflito e com a
própria característica das eleições baseadas na competitividade. Isto significa que, para
compreender as condições que aumentam a propensão para usar a violência e os
precipitantes da violência eleitoral, é necessário estudar os motivos e acções de agentes
como os partidos políticos, as agências de monitorização, a polícia, e a administração
eleitoral.
Fontes importantes sobre violência eleitoral são relatórios emitidos por agências de
monitorização, tanto locais como de missões de observação internacionais.
A violência pode ocorrer em todas as três fases de um processo eleitoral: 1) a fase pré-
eleitoral, 2) o dia ou dias da eleição, e 3) a fase pós-eleitoral. O início da fase pré-
eleitoral pode ser marcado por uma série de eventos e mudanças de foco, do dia-a-dia
político para as eleições. O dia em que se inicia o recenseamento eleitoral ou partidário
ou o dia em que se inicia o período de campanha pode repreender- enviar tais eventos.
Contudo, existem grandes variações entre os diferentes países no que diz respeito ao
período pré-eleitoral.
A violência pode ocorrer em dias de votação, mas é interessante notar que o dia das
eleições é muitas vezes notavelmente pacífico.
A violência eleitoral num contexto de conflito pode emergir de várias fontes, tais como
actores estatais (militares e policiais), partidos políticos, grupos guerrilheiros=rebeldes,
e milícias e grupos paramilitares.
A violência eleitoral pode simularão uma participação voluntária nas eleições e levarão
a cabo uma luta violenta.
. A competição em eleições pode "complementar em vez de substituir a orientação
militar da organização" e "reduzir o risco de grandes divisões dentro da organização em
detrimento de tácticas".
A eleição também pode ser impedida ou adiada como resultado de violência na fase pré-
eleitoral. Por exemplo, o golpe militar de 1967 na Grécia serviu para impedir 29
Contudo, os partidos políticos ou grupos armados podem usar a ameaça da vio- lência
para fazer avançar as eleições. Por exemplo, na Libéria, em 1997, Charles Taylor avisou
a comissão eleitoral sobre a violência significativa se as eleições não se realizassem
como planeado. 30
O resultado das eleições pode também provocar violência nos casos em que as partes
derrotadas não aceitem os resultados. Os tumultos têm sido uma característica comum
em períodos pós-eleitorais. O governo em exercício que não queira deixar a sua posição
de poder pode reprimir duramente a oposição. Por exemplo, na sequência das eleições
parlamentares de maio de 2005 na Etiópia, a oposição acusou o governo de fraude
eleitoral com o objetivo de os impedir de chegar ao poder. O protesto transformou-se
num banho de sangue, uma vez que a polícia e os militares mataram 36 pessoas e
prenderam centenas de caçadores que tinham ido para as ruas.
. Uma consequência pode ser que os grupos de linha dura ou os partidos políticos
fanáticos pela violência para exacerbar estes receios de ganhar apoio.
Se o partido derrotado não aceitar a derrota, podem ocorrer novos surtos de violência,
uma vez que a opção de violência é uma ameaça real em situações de instabilidade.
A concepção do sistema eleitoral pode ser uma variável chave na criação de condições
conducentes à violência.
A escolha da administração eleitoral pode influenciar a violência eleitoral, uma vez que
"[i]ssues relacionados com a imparcialidade e independência, eficiência,
profissionalismo, e transparência são particularmente importantes no contexto da
suspeita e desconfiança de que as eleições pós-conflito de charac- terize".54
A violência eleitoral é uma ampla subcategoria de violência política que tem recebido
surpreendentemente pouca atenção teórica ou metodológica para facilitar o seu estudo
sistemático.
A violência eleitoral envolve uma multiplicidade de actores, motivações e actividades.
Isto torna as explicações simples para a sua ocorrência insuficientes. O artigo sugere
que as condições favoráveis e os factores desencadeantes da violência eleitoral podem
ser encontrados em três áreas principais. Em primeiro lugar, a natureza da política - em
particular a forte dependência das relações patronais-clientes para o poder político e o
envolvimento na política dos actores da violência - promove o uso da violência eleitoral.
As marcas deixadas pelo conflito violento - uma cultura de impunidade - também cria
uma maior tolerância à violência. Em segundo lugar, a própria democracia, e em
particular o contexto competitivo criado pelas eleições, pode proporcionar novos
incentivos e oportunidades para a violência. Terceiro, o mecanismo eleitoral - ismos
(concepção e administração do sistema) condiciona os incentivos e desincentivos ao
comportamento violento dos actores políticos.