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INDÍCE DE VELOCIDADE DE EMERGENCIA EM SEMENTES DE CÁRTAMO

EM DOIS SUBSTRATOS E DIFERENTES CAPACIDADE DE RETENÇÃO1


Leonita Beatriz Girardi2, Rogério Antonio Bellé², Fernanda Alice Backes², Marcia Xavier
Peiter², Mauricio Neuhaus², Natalia Teixeira Schwab², Angélica Rossana Castro de Souza²,
Marília Lazarotto², Bruna Brandão²

INTRODUÇÃO

O cártamo (Carthamus tinctorius) é uma planta da família Asteraceae originária da

Ásia. Como flor de corte esta espécie apresenta importância secundária, sendo utilizada

como complemento de vaso ou então, como flor seca. No Rio Grande do Sul, o cártamo é

uma cultura relativamente recente, sendo seu potencial explorado, principalmente, para

fins ornamentais, no entanto a espécie possui grande possibilidade de ser cultivada como

oleaginosa para a produção de biodiesel. Entre os fatores ambientais, a temperatura e a

água são os que mais influenciam o processo de germinação. O fornecimento de água é

realizado pelo substrato de germinação, onde todo excesso provoca decréscimo na

germinação, visto que impede a penetração do oxigênio e reduz todo o processo

metabólico resultante.

Um substrato ideal para a germinação de sementes deve manter a proporção

adequada entre a disponibilidade de água e aeração, não devendo ser umedecido em

excesso para evitar que a película de água envolva completamente a semente, restringindo

a entrada e absorção de oxigênio. Sendo assim, a escolha do tipo de substrato deve ser feita

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Resumo expandido apresentado no VII ENSub, 15 - 18 de setembro de 2010, Goiânia, Goiás
Trabalho realizado no Departamento de Fitotecnia, Setor de Floricultura da Universidade Federal de Santa
Maria. Apoio CAPES. PPGEA.
² Universidade Federal de Santa Maria, Av. Roraima – 1000 – Santa Maria – RS, Departamento de
Fitotecnia, Setor de Floricultura.
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em função das exigências específicas para melhor expressar a sua qualidade. Diante disto,

o objetivo do trabalho foi testar dois substratos na emergência de plântulas de cártamo,

com diferentes níveis de umedecimento.

MATERIAL E MÉTODOS

O cultivo das plantas de cártamo da cultivar ‘Lasting Orange’ e a produção das

sementes foram realizados em estufa no Departamento de Fitotecnia da UFSM, em Santa

Maria - RS, no ano de 2009. Para a realização deste experimento, foram semeadas 200

sementes, divididas em oito repetições de 25 sementes em bandejas plásticas. Foram

testados dois tipos de substrato, areia ou casca de arroz carbonizada, sob diferentes regimes

de umedecimento: 100, 80, 60, 40 e 20%. A temperatura foi de sala climatizada com ar

condicionado, sendo que a variação máxima ficou entre 25 a 30 °C, e a mínima entre 19 a

24°C. Foram mantidas as condições de umidade com o envolvimento das caixas em saco

plástico transparente. Após, foi determinado o Índice de Velocidade de Emergência (IVE),

registrando-se diariamente o número de plântulas emergidas, com parte aérea formada, até

o nono dia quando houve estabilização da emergência, e este foi calculado pela fórmula

proposta por MAGUIRE (1962): IVE = E1/N1 + E2/N2 + ... En/Nn Onde: IVE = índice de

velocidade de emergência. E1, E2,... En = número de plântulas normais computadas na primeira

contagem, na segunda contagem e na última contagem. N1, N2,... Nn = número de dias da

semeadura à primeira, segunda e última contagem. O delineamento experimental utilizado foi

inteiramente casualizado com oito repetições, os dados foram submetidos à regressão

polinomial, com o Índice de Velocidade de Emergência (IVE) em função dos níveis de

umedecimento dos substratos areia e casca de arroz carbonizada (CAC), onde foram

testados os modelos linear, quadrático e cúbico, sendo que, para explicar os resultados, foi

selecionado o modelo significativo de maior ordem, que promovesse as estimativas para a

ocorrência de determinado evento.


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RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na Figura 1, observam-se os resultados para o Índice de Velocidade de Emergência

(IVE) para os dois substratos testados sob diferentes regimes de umedecimento. Para

ambos os substratos testados, areia e casca de arroz carbonizada (CAC) o modelo linear foi

o melhor, ou seja, a tendência é de aumento do IVE proporcionalmente ao aumento da

umidade do substrato.

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Areia: y = -0.0166x + 2.9437
4.5 R2 = 0.60
4
3.5
IVE

3
2.5 CAC: y = 0.0291x + 1.508
R2 = 0.98
2
1.5 Areia CAC
1
0 20 40 60 80 100
Umidade do substrato (%)

Figura 1 - Equações representativas das modificações ocorridas no Índice de Velocidade de


Emergência (IVE) de plântulas de cártamo, em função dos diferentes níveis de
umedecimento.

CONCLUSÕES

O teste de germinação foi realizado em sala climatizada no Setor de Floricultura da

UFSM, sendo que a areia apresenta maior emergência, quando comparada ao substrato

casca de arroz carbonizada (CAC), em todos os níveis de umedecimento, exceto para 80%

onde são praticamente iguais. Além disso, o substrato areia é mais usual e de mais fácil

obtenção, assim a CAC apresenta-se como uma alternativa à areia para emergência de

cártamo.

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