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inditêxtilSP

em notícia
Informativo do Sinditêxtil-SP • agosto 2009 • ano IV • nº 15

Destaque

Indústria: têxteis sobre rodas


A indústria têxtil paulista está presente em
diversos setores da economia brasileira e
é de fundamental importância para a composi-
Para Devandi Vendramine, diretor de marke-
ting e vendas da Kordsa, fornecedor de fios de
poliéster de alta tenacidade que serve de matéria
ção de vários produtos. São tecidos, fios e linhas, prima para a produção de pneus, a redução do
entre outros, que compõem uma grande gama imposto foi positiva, pois não deixou com que
de produtos para as mais diferentes utilizações. suas vendas fossem tão afetadas. “A redução Cerca de 45%
Entre os setores que mais demandam dos têxteis foi muito positiva, mas o impacto na vendas dos dos materiais
está, por exemplo, a indústria automobilística. pneus é limitado, já que apenas influenciou as
Cerca de 45% dos materiais no interior dos au-
no interior dos
compras das montadoras e as vendas da maioria
tomóveis é composto de produtos têxteis. dos fornecedores não é só para montadoras”, co- automóveis
Mesmo sendo uma das mais afetadas pela mentou o gerente. “Mais de 30% das vendas da é composto
nossa empresa vai para montadora. E o restante?
crise econômica mundial, com queda de 14% de produtos
da sua produção física, a indústria automobi- A redução do IPI apenas evitou que não houvesse
uma queda tão brusca na cadeia de fornecimen-
têxteis
lística ganhou novo fôlego com o incentivo fis-
cal do governo federal, que reduziu o Imposto to, mas nossa indústria não trabalha apenas para
sobre Produção Industrial (IPI) sobre carros no- montadoras”, acrescentou. O filamento de poli-
vos, numa tentativa de recuperar as vendas das éster passa pelo processo de fiação e tecelagem,
montadoras, segundo a Associação Nacional dos compõe o esqueleto do pneu, sendo a primeira
Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). fase da fabricação dos produtos, seguido pelos
Frente à redução do IPI, setores que fornecem compostos de borracha e pelo agente aglutinan-
materiais para a produção dos veículos, como os te, chamado de negro de fumo.
pág. 4
têxteis, também se beneficiaram.
Editorial

Prezado companheiro,

O s reflexos da crise financeira


internacional no Brasil foram
duramente sentidos pela indústria têxtil
para driblar os momentos difíceis que
temos enfrentado, como o alto valor do
ICMS praticado em nosso Estado.
anos de exis-
tência. Con-
fira, também,
e de confecção. Somente no primeiro Neste segundo semestre se percebe os detalhes
semestre deste ano, foram eliminados a perspectiva de recuperação do núme- dos indicado-
mais de 5,6 mil postos de trabalho no ro de postos de trabalho, fato que nos res ambientais para a indústria têxtil,
País inteiro, enquanto no mesmo perío- leva ao otimismo e à esperança de um desdobramento dos trabalhos desen-
do de 2008 o saldo era de 31 mil admis- futuro mais promissor. A nossa matéria volvidos no Guia de Produção Mais
sões. Neste primeiro semestre, apenas de capa aponta nessa direção: a indús- Limpa. E ainda nesta edição, indicado-
o Estado de São Paulo foi responsável tria automobilística mostra sinais de re- res das áreas de Economia e Comércio
pela redução de 73% das vagas, princi- cuperação que, indiretamente, refletem Exterior trazem os principais dados do
palmente por conta das assimetrias na no nosso setor, uma vez que mais de primeiro semestre de 2009.
concorrência, agravadas pelos incenti- 40% dos materiais no interior dos ve-
vos fiscais cada vez mais ousados por ículos é composto de produtos têxteis. Boa leitura e até a próxima.
parte de outros estados. O Sinditêxtil-SP Esta edição do Sinditêxtil-SP em Notí-
continua sua busca por condições mais cia traz, ainda, um artigo sobre o Plano Rafael Cervone Netto
competitivas, lutando por alternativas Real, que recentemente completou 15 Presidente do Sinditêxtil-SP

Perfil

Têxtil Canatiba:
visão de futuro
F undada em 1969, na cidade de Santa Bárbara D’ Oes-
te, por João Covolan Filho, a Têxtil Canatiba rapidamen-
te se expandiu e já em 1972 inaugurou sua segunda unidade na produ-
industrial. Em meados de 1978, um grande projeto de ex- ção mensal de
pansão corporativa foi viabilizado com a construção de três metros lineares de te-
novas unidades fabris, todas na mesma cidade, finalizadas em cidos denim e em seguida am-
1979, quando a Canatiba ganhou projeção nacional. pliou sua capacidade produtiva e ino-
vação tecnológica, consolidando a introdução
Em 1986, iniciou-se a construção de um novo centro pro-
pioneira de tecidos resinados no mercado brasileiro.
dutivo com a finalidade de aumentar a capacidade e facilitar o
acesso à fábrica. As obras foram finalizadas em 87 e a matriz Em 2009, a Têxtil Canatiba completou 40 anos e, em
foi transferida para o novo local. No início da década de 90, a comemoração, realizou uma festa para 1.400 convidados, na
Têxtil Canatiba apresentou ao mercado da moda brasileira os Sala São Paulo, na capital
denims com elastano. Já no ano de 1996 foi inaugurado, em Antes mesmo dos debates sobre a consciência ecológica,
São Paulo, o centro comercial com showroom. Em 1998, a a Canatiba realizou investimentos em suas fábricas visando
empresa executou um novo projeto de expansão corporativa à preservação ambiental, incluindo o tratamento de toda a
e, em 2002, a Canatiba introduziu no mercado de denim fios água utilizada em seus processos fabris. A empresa também
especiais com efeitos Multicount e Multitwist. trabalha somente com fornecedores que comprovem a ori-
No ano seguinte, lançou as linhas Premium Denim® e gem de seus insumos e a não agressão ao meio ambiente
MEGAFLEX®, hoje consolidadas como referência de produtos para sua produção. Atualmente, a Canatiba destaca o lança-
de excelência. Em 2007, a empresa introduz a aplicação de mento da linha Hi-Comfort, composta por denims valorizados
resinas coloridas e incolores sobre a superfície de seus tecidos por conforto diferenciado, devido à presença da fibra Lyo-
e modificando novamente todo conceito de Premium Denim cell® em sua composição, desenvolvida com matérias primas
para o mercado. No mesmo ano, a empresa bateu seu recorde renováveis (celulose/madeira).

www. sinditextilsp.org.br
Sinditêxtil em notícia é uma publicação do Sindicato das Indústrias Têxteis do Estado de São Paulo • Supervisão: Ligia Santos • Jornalista Responsável: Roberto Lima
Para mais detalhes, acesse “Dados Econômicos”, no site www.sinditextilsp.org.br.
(MTb 25.712) • Colaboração: Felipe Novo, Karina Rodrigues e Renato Galisteu • Rua Marquês de Itu, 968 - 01223-000 - SP/SP • Tel: (11) 3823-6100 • e-mail: redacao@
sinditextilsp.org.br • Projeto gráfico e editoração: Arbore Comunicação Empresarial e Design • Fotos: Ricardo Keuchgerian • Tiragem: 2.000 exemplares
2 Reduzir, Reutilizar e Reciclar. Sinditêxtil-SP, compromisso com o Meio Ambiente.
Artigo

A real âncora
do Real Por Haroldo Silva*

O Real fez 15 anos, em julho último. Anun-


ciado em fases e com cuidadosa execução,
o Plano foi bem sucedido em sua missão principal
Apenas como exem-
plo, imagine o que é pa-
gar por um simples café
que era acabar com a inflação galopante e persis- R$ 2,00 e, exatamente
tente que assolava a economia brasileira. Depois um ano depois, ter que
de várias experiências frustrantes que contaram desembolsar R$ 57,00, para comprar o mesmo
com congelamentos de preços e salários, com o produto? É isso que uma inflação de 2.750% ao
confisco de ativos financeiros ou com recessão ano – como a que tivemos – faz, além de eliminar
profunda, a nova reforma monetária foi encarada qualquer possibilidade de planejamento de médio
com desconfiança por grande parte dos agentes e de longo prazo.
econômicos. Muitas são as interpretações, mas um aspecto
Não havia, portanto, garantia de sucesso. Em em relação ao Real é inequívoco: o vestuário foi
linhas gerais, o Plano Real não contava sequer com fundamental na tarefa de vencer o processo infla-
o aval dos economistas do Fundo Monetário Inter- cionário crônico pelo qual passou o Brasil. Dito de
nacional (FMI), que recomendavam uma dolariza- outro modo: a real âncora do Real é o vestuário.
ção simples, como a escolhida pela Argentina, para Prova disso é que enquanto a inflação geral acu- O que importa
conter a alta acelerada de preços (BACHA, 1998). mulada desde o início do Plano foi de 207%, o ves-
agora é fazer
Na mesma linha, a oposição criticava, dentre tuário registra apenas 20%, no mesmo período, de
acordo com a FIPE-USP (vide gráfico1). Isso foi pos- o País crescer
outros aspectos a sobrevalorização resultante do
Plano e seus efeitos sobre as contas externas. As sível apenas por ocasião da excepcional melhoria e gerar novas
dificuldades não ficaram apenas no período de de produtividade pela qual o setor passou e conse- oportunidades
formulação do Real, ou nos primeiros anos. Des- guiu dividir esse benefício com o consumidor final.
de julho de 1994 muitos foram os momentos de Agora, a despeito de o Brasil ter uma inflação
turbulência enfrentados, tanto políticas quanto baixa – em comparação ao nosso histórico – ela
econômicas. ainda é muito alta, em termos mundiais. Muitas
Porém, dois episódios podem ser destacados, são as questões a serem enfrentadas para que pos-
embora não sejam únicos. No primeiro deles, con- samos desfrutar da estabilidade plena. Isto é, para
ta PRADO, 2005, p. 23 (sic): “Puta Merda. Foi tudo além dos preços. No entanto, duas delas são cru-
pro espaço”, disse Pedro Malan, em setembro de ciais. Nossas taxas de juros reais, por exemplo, são
1994, diante do que ficou conhecido como “inci- exageradas. A carga tributária é injusta (os tributos
dente das antenas parabólicas”, no qual o Minis- são regressivos) e acima do patamar de
tro Ricupero trocava confidências com o jornalista países de desenvolvimento semelhan-
Carlos Monforte. No segundo, em janeiro de 1999, te. Para concluir, o que importa ago-
depois da forte desvalorização da moeda local em ra é fazer o País crescer e gerar novas
cerca de 40%, por conta de “um violento ataque oportunidades. Não podemos achar
à moeda”. Disse TAVARES, 1999, p. 117: “O Real que conter a inflação é um fim em si
morreu. Salvemos a Nação!”. mesmo. Ainda há muito a ser feito.

Como se sabe, nem a “parabólica”, tampou-


* Haroldo Silva é mestre em Desenvolvimento
co a maxi-desvalorização foram capazes de fazer
Econômico pela UFPR, economista-Chefe da
ruir a estabilidade da moeda, duramente alcança-
ABIT e do Sinditêxtil-SP, professor universitário
da. Trata-se de uma conquista que, atualmente, a da Faculdade São Paulo e do UniÍtalo. Cursou
nova geração de brasileiros às vezes é incapaz de especialização em Direito Tributário no Institu-
perceber e, portanto, dar a devida importância. to Internacional de Ciências Sociais - CEU.

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Destaque continuação da capa

São fios específicos para cada


parte do carro. A costura
dos bancos e os tecidos são
desenvolvidos para suportar
movimentos bruscos, altas
temperaturas, sempre
preocupados com dois fatores
principais, que são a durabilidade
da costura e do tingimento
aplicados a essas peças

Francisco José Ferraroli dos Santos, presidente Para a produção automotiva, são desenvolvi-
da Associação Brasileira de Produtores de Fibras dos produtos altamente tecnológicos, que aten-
Artificiais e Sintéticas (ABRAFAS), acredita que as dem aos padrões mundiais de qualidade. “De
fibras artificiais e sintéticas deram novos ares à in- nada adianta fornecer um produto que terá baixa
dústria têxtil. “Essas fibras trouxeram novos hori- rentabilidade. Alta tecnologia é a chave para o for-
zontes aos têxteis, principalmente ao uso de novas necimento desse setor. São fios especiais, de alta
tecnologias através das fibras químicas”, afirmou. tenacidade, exclusivos para a indústria automoti-
A ABRAFAS foi criada em 1968 como entidade va”, completou Bonduki.
representativa dos produtores de fibras manufa- Para Sylvio Napoli, gerente de infraestrutura e
turadas, é quem congrega as empresas envolvidas capacitação tecnológica do Sinditêxtil-SP, o setor
na produção, transformação e comercialização de automotivo é um dos grandes fatores que incen-
fibras artificiais e sintéticas, responsáveis pela qua- tivam o desenvolvimento tecnológico da indústria
se totalidade do valor global da produção dessas têxtil. “Hoje, a tecnologia têxtil avança muito no
fibras no país. sentido de tecidos automotivos, que é o nicho de
Outra importante participação da indústria produção mais importante em agregação de valor
têxtil nesse representativo setor fica no interior dos em aspectos de nanotecnologia. A preocupação
automotivos. São revestimentos de bancos, carpe- com repelência de odores, água, mofo ou qual-
tes, estofamentos, cintos de segurança, costuras, quer aspecto que degrade o interior dos automó-
linhas, cortes e os “air bags”. “São fios específicos veis é desenvolvido minuciosamente para aquele
para cada parte do carro. A costura dos bancos determinado fim”, afirmou o gerente. “E não só
e os tecidos são desenvolvidos para suportar mo- isso, o mercado pede maior tecnologia e durabili-
vimentos bruscos, altas temperaturas, sempre dade e a indústria têxtil atende com exatidão essa
preocupados com dois fatores principais, demanda”, acrescentou.
que são a durabilidade da cos- Essas empresas fabricantes de artigos para a
tura e do tingimento indústria automotiva estão concentradas no Esta-
aplicados a essas pe- do de São Paulo, o que mostra a importância da
ças”, explicou Alfredo participação paulista para o mercado interno têxtil.
Bonduki, presidente A força da indústria paulista é a grande alavanca
da empresa Bonfio, do nosso setor”, afirma Rafael Cervone Netto, pre-
que tem suas unida- sidente do Sinditêxtil-SP. “Representamos 30,5%
des de produção no do PIB têxtil nacional, a maior fatia do mercado”,
Estado de São Paulo. complementa.

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Inovação
A BMW, reconhecida montadora alemã de veículos de luxo, lançou o BMW GINA
Light Visionary Model. O nome diz respeito à capacidade do carro de modificar sua car- Carro conceito da BMW
roceria, que significa “Geometry and Functions In “N” Adaptions”, ou Geometria e Fun-
ções em “N” Adaptações, transformando sua carroceria através da utilização de tecido.
Sob a superfície do automóvel há armações de metal que se movem por meio de
dispositivos e sistemas elétricose eletro-hidráulicos. Em situações de baixa luminosi-
dade, os faróis em dupla parábola abrem-se como pálpebras, mudando o contorno
da dianteira. Na parte traseira, as luzes da lanterna podem ser avistadas através do
tecido translúcido. O GINA é apenas um carro conceito e sua produção em série, ou
até mesmo segmentada, não é viável.
Veja apresentação completa sobre o GINA em “Notícias”, no site do Sinditêxtil-SP.

“Air Bag” impulsiona têxteis Esse é mais um nicho


de mercado, uma

A indústria têxtil brasileira está


prestes a ganhar uma nova
frente de trabalho, tanto na pro-
obedecer a um cronograma gradativo.
Em 2010, por exemplo, 8% dos carros
novos terão de sair das fábricas com os
oportunidade de
crescimento e
dução quanto no desenvolvimento dois itens e até 2014 os itens devem ser fortalecimento da indústria
tecnológico. Aprovado pela Câma- de linha.
nacional
ra dos Deputados, em Brasília, em Segundo um estudo do instituto
fevereiro de 2009, o Projeto de Lei de segurança dos EUA, o “Air Bag”
número 1825/07, torna obrigatória diminui em 59% o risco de ferimento deia têxtil nacional. A Rhodia já investiu
a instalação de “air bags” em car- nos acidentes de colisão frontal. Mes- no desenvolvimento da bolsa de ar”,
ros novos e veículos importados no mo assim, atualmente os “air bags” acrescentou Boaventura.
Brasil. Já sancionada pelo presiden- instalados nos carros brasileiros são A produção dessas bolsas ainda
te Luiz Inácio Lula da Silva, a lei está importados. Realidade que está com os não foi viabilizada no País devido à bai-
sendo regulamentada pelo Conselho dias contados. xa demanda, mas em 2014 é esperada
Nacional de Trânsito (Contran) e co-
Para Renato Boaventura, diretor a produção de quatro milhões de au-
meça a vigorar a partir de março de
de negócios de fibras da Rhodia, já há tomóveis, o equivalente a oito milhões
2014. A lei torna obrigatório que os
tecnologia nacional que atende aos pa- de “air bags”. São 400 mil metros de
veículos saiam de fábrica com os “air
drões mundiais de produção do equi- tecidos e cerca de 80 toneladas de pro-
bags” dianteiros e com freios ABS. A
pamento de segurança. “Já desenvol- dutos têxteis.
obrigatoriedade dos equipamentos
vemos os fios que fazem a costura da Sylvio Napoli, gerente de infraes-
não será feita de uma só vez, e vai
bolsa de ar e esses fios são tão bons e trutura e capacitação tecnológica do
resistentes quanto os importados”, co- Sinditêxtil-SP, acredita no potencial tec-
mentou o diretor. O fio para costura do nológico da indústria têxtil paulista e
”air bag” é de poliamida 66. em sua grande força para o fomento de
No Brasil, apenas são feitos os cor- novas áreas de participação econômica.
tes e a costura do equipamento, sendo “Sei que na indústria têxtil paulista te-
a bolsa de ar importada. “Esse é mais mos material e tecnologia para entrar
um nicho de mercado, uma oportuni- de cabeça nesse novo mercado, emba-
dade de crescimento e fortalecimento sados com anos de constante desenvol-
da indústria nacional. Viabilizar a pro- vimento e inovação, a fim de posicionar
dução de todo o equipamento aqui no toda a cadeia têxtil nacional”, afirmou
Brasil é essencial para fortalecer a ca- o gerente.

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Meio Ambiente

Sinditêxtil-SP desenvolve indica


A pós o recente lançamento do “Guia Técnico
Ambiental da Indústria Têxtil – Série P + L”,
agora o Sinditêxtil-SP inicia o desenvolvimento de
reforça Cervone. O manual explicativo já está dis-
ponível na área de Meio Ambiente no site do Sin-
dicato (www.sinditextilsp.org.br).
Indicadores Ambientais. A apresentação do proje- “A iniciativa de desenvolver os Indicadores,
to, que faz parte do “Guia de Produção Mais Lim- que é inédita em um setor produtivo brasileiro,
pa” realizado pelo Sinditêxtil-SP e pela CETESB, vai possibilitar uma avaliação mais ampla das
aconteceu em junho, na sede do Sindicato. Du- ações da produção têxtil no meio ambiente. Será
rante o evento, que contou com a participação do uma ferramenta importante para o fortalecimen-
presidente do Sinditêxtil-SP, Rafael Cervone Netto, to do setor têxtil brasileiro no mercado interna-
e do diretor Presidente da CETESB, Fernando Rei, cional, que se encontra cada dia mais competi-
foram homenageados os envolvidos na elaboração tivo e exigindo das empresas mais eficiência do
do Guia. Entre eles, destaque para a pesquisadora ponto de vista econômico e ambiental”, ressalta
da Universidade de São Paulo (USP), Maria Luiza Cervone.
Padilha, que foi responsável pela idealização dos
O coordenador de Meio Ambiente do Sindica-
indicadores de meio ambiente.
to, Eduardo San Martin, acredita que o projeto vai
O Sinditêxtil-SP desenvolveu e agora disponi- trazer muitas vantagens para as empresas associa-
biliza para as indústrias interessadas um manual das do Sindicato. “Os indicadores vão ser uma fer-
explicativo para realizar o ramenta importante, uma vez que irão possibilitar
monitoramento freqüente uma redução de gastos, gerar ganhos ambientais
Será uma ferramenta de seus impactos ambien- e poderão, ainda, facilitar a renovação da licença
tais mais importantes e ambiental de operação”, observa San Martin.
importante para o
associá-los aos números da O professor e coordenador do curso de Tec-
fortalecimento do setor produção. Em dezembro, nologia e Gestão Ambiental da PUC-SP, Geraldo
têxtil brasileiro no mercado o Sindicato pretende reu- Borin, também reforçou o papel dos indicadores
internacional, que se nir os números e divulgar para a gestão de melhorias ambientais. ”Sem indi-
os Indicadores Ambientais cadores ambientais não tem mensuração real dos
encontra cada dia
da Indústria Têxtil. “Para processos de fabricação e sem esses mecanismos
mais competitivo isso, é fundamental que de medição é impossível fazer um estudo correto
os associados participem e avaliar o impacto que a produção têxtil tem no
e relatem seus números”, meio ambiente”, observa.

Reunião de apresentação
dos Indicadores Ambientais

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dores ambientais
O Sinditêxtil-SP foi pioneiro a promover práticas de Produção Mais
Limpa e, portanto, mais sustentável entre as empresas paulistas. “O
lançamento do Guia e agora tornar os Indicadores Ambientais um pro- 24 6
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cesso oficial e reconhecido pela CETESB nos enche de orgulho, pois 76
reflete o resultado de anos de atuação do Sindicato”, declara Rafael
3 41
Cervone. O presidente do Sindicato também salienta a importância
do conhecimento pleno sobre o que se quer avaliar. “Uma vez que
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o que o desempenho que interessa, do ponto de vista ambiental, é
aquele que maximiza os resultados financeiros obtidos, ao mesmo
tempo em que minimiza as perdas ambientais”.
“O conhecimento absoluto sobre o que se quer avaliar é fun-
damental para o processo de medição e sem ele não será possí-
vel desenvolver um índice real. Em
virtude disso, o ‘Guia de Produção
Mais Limpa’ apresenta de maneira Indicadores Ambientais para o Setor Têxtil
didática todos os passos para o mo-
Indicador Ambiental Unidade/ Modo de medição
nitoramento dos impactos ambien-
tais mais importantes e as ações Consumo de água m³/ produto produzido
necessárias para o desenvolvimento Reutilização da água porcentagem
desses indicadores que serão essen- Consumo total de energia kWh/ produto produzido
ciais para a competitividade interna- Carga orgânica específica/ vazão
cional da indústria brasileira”, refor- especificada (despejo bruto) Kg DBO5.20 / t ou m³
desengomagem, tingimento, de produto produzido
ça San Martin.
estamparia, alvejamento e mercerização
Para conferir a versão digital Geração total de resíduos kg/ produto produzido
do Guia, acesse a área de Meio Geração total de resíduos kg/ produto produzido
Ambiente do site do Sinditêxtil-SP. Classe I – perigosos
Para mais informações, assim como Geração total de resíduos kg/ produto produzido
solicitar o envio da versão impressa Classe II – não perigosos
ou virtual da publicação, entre em Resíduos recicláveis kg/ produto produzido
contato com a Coordenadoria de
Meio Ambiente do Sindicato atra- Reutilização de água/Vicunha Têxtil
vés do e-mail meioambiente@sin-
ditextilsp.org.br ou do telefone 11
3823-6179.

O conhecimento absoluto
sobre o que se quer avaliar é
fundamental para o processo
de medição e sem ele não
será possível desenvolver um
índice real

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Indicadores • Economia

Inflação acumulada IPC - FIPE USP - jul/94 a jun/09 (em %) respectivamente, -11,08% (Têxtil), -14,63% (Transformação) e
337,03 329
352,01 -13,55% (Vestuário), em linha com o que ocorre no Brasil. Todos
294,09
esses elementos demonstram quão difícil foi o primeiro semestre
207,59
161,16 163,68 de 2009, em todos segmentos analisados. Agora, a expectativa
é de melhora, embora lenta.
20,35

Habitação Alimentação Transporte Despesas


pessoais
Saúde Vestuário Educação Geral Evolução do emprego no setor Têxtil e de Confecção
Fonte: FIPE - USP / Elaboração: Depto de Economia - Sinditêxtil / SP Período Brasil São Paulo
A Indústria Têxtil e de Confecção do Estado de São Paulo man- jun.08 8.058 2.275
tém seu histórico de colaboração em relação ao controle da in- jun.09 2.124 771
No ano (2008) Acumulado até jun. 08 31.846 9.226
flação do País. Desde o início do Plano Real, o Vestuário – final
No ano (2009) Acumulado até jun. 09 -5.684 -4.124
da Cadeia – acumula alta de 20,35%, ainda que o Índice Geral
Em 12 meses (2008) 43.581 11.365
e outros componentes importantes como Educação, Saúde e
Em 12 meses (2009) -15.521 -10.723
Transporte, registrem altas consideráveis.
Fonte: MTE / CAGED / Elaboração: Depto de Economia - Sinditêxtil / SP

Produção Física Industrial (em %) Apesar do cenário ainda ser diferente da análise feita com
acumulado acumulado Var. últ. o ano passado, quando ambos eram empregadores líquidos, o
Brasil ritmo de contratações com carteira assinada no setor têxtil e de
jan-jun/08 jan-jun/09 12 meses
Indústria de transformação 6,24 -13,9 -5,06 confecção demonstra ligeira recuperação no mês de junho, tanto
Têxtil 0,47 -10,84 -6,49 no Brasil quanto em São Paulo. No mês de referência do levanta-
Vestuário e acessórios 7 -13,61 -4,55 mento, no Brasil, o setor criou 2.124 novos postos de trabalho,
acumulado acumulado Var. últ. 73% menos do que no mesmo mês de 2008. Em São Paulo, por
São Paulo
jan-jun/08 jan-jun/09 12 meses sua vez, usando o mesmo mês de comparação, a queda é de
Indústria de transformação 9,57 -14,63 -4,46
66%, o que resultou em apenas 771 admissões. No semestre,
Têxtil -1,4 -11,08 -7,05
observa-se que em 2008 foram gerados 31.846 novos empregos
Vestuário e acessórios 5,93 -13,55 -3,47
Fonte: IBGE / Elaboração: Departamento de Economia - Sinditextil SP
no País, enquanto que neste ano o saldo é negativo com 5.684
demissões. O mesmo acontece com o Estado de São Paulo, que
No âmbito nacional, a Indústria Têxtil acumula, até ju-
nho/09, 10,84% de queda na produção, comparado a igual registra até junho de 2009, 4.214 demissões, frente a 9.226 con-
período do ano passado. Na mesma base de comparação, a In- tratações no mesmo período do ano passado. É possível notar
dústria de Transformação recuou 13,9%. O setor de Vestuário que atualmente o Estado influencia negativamente o número na-
também apresenta forte queda de 13,61%, no primeiro semes- cional, pois é responsável por quase 73% das demissões do setor
tre deste ano. No que se refere a São Paulo, os números são, no Brasil.

Indicadores • Comércio Exterior


No primeiro semestre de 2009, as exportações de pro- dos de Algodão (+7,88%) Vestuários de malha (+42,24%). Entre-
dutos têxteis e confeccionados do estado de São Paulo apre- tanto, houve queda nas importações de Fios Artificiais e Sintéticos
sentaram queda de 34,47% em termos de valor e queda de (-40,08%), Filamentos de Poliéster (38,59%) Tecidos Impregnados, de
31,20% em termos de volume em relação ao mesmo uso técnico (28,22%) e Roupas de Cama, Mesa e Banho (6,61%).
período de 2008. Destacaram-se em termos de valor:
Fibras de acrílico (-51,91%) e viscose (-65,19%), Fios Balança Comercial de Produtos Têxteis e Confeccionados
de seda (-37,33%) Tecidos de Algodão (-47,28%), Estado de São Paulo
120
Roupas de Cama, Mesa e Banho (-48,84%) e Vestu-
100,3
ário (-35,81%). 100
89,7
O estado de São Paulo foi o principal exporta- 82,7
86,4
80,1 79,2
dor brasileiro representando 20,77% do total das 80 75,5 75,1
78,4
78,5
76,1 67,0 68,2
exportações brasileiras do setor têxtil e de confecção 73,4 68,2
60 52,3 64,9 60,8
no primeiro semestre de 2009, em valor. As impor- 48,0 48,5
44,0 46,1 58,0
43,3
tações de produtos têxteis e confeccionados do es- 40 42,6
46,3
42,3
US$ MILHÕES

38,8 33,7
31,2
tado de São Paulo, no primeiro semestre de 2009, 34,0 27,3 31,1
apresentaram queda de 8,42% em valor e queda de 20 32,4 31,0
19,8
19,43% em volume, comparadas ao mesmo período jan/08 jun/09
0
de 2008. Como resultado, o estado
de São Paulo apresentou déficit de -20 (26,9)
(28,1) (29,9) (27,8)
(30,1)
US$ 247,19 milhões em sua balan- (36,2)
(33,6)
(35,8)
(32,5) (29,8)
ça comercial de produtos têxteis e -40 (36,7) (36,4) (43,6) (40,9)
(42,4)
confeccionados no primeiro semes- (45,2)
(47,2)
-60
tre de 2009.
(66,6)
As importações apresentaram -80
Fonte: MDIC / ALICEWEB

aumento, em termos de valor, em EXPORTAÇÃO IMPORTAÇÃO SALDO


Fibras de Viscose (+231,42%), Teci-

Para mais detalhes, acesse “Dados Econômicos” no site www.sinditextilsp.org.br.

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