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Compêndio de Formação

CMTVDE – MOTORISTA DE TVDE

Normas Legais de Condução

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Normas Legais de Condução

Índice
Introdução ..................................................................................................................................... 5
1 Qualificações exigidas aos condutores ................................................................................. 5
1.1 Títulos de Condução ...................................................................................................... 5
1.1.1 Requisito para obtenção de carta de condução ................................................... 6
1.1.2 Classificação dos Condutores ................................................................................ 7
1.2 Avaliação Médica / Psicológica ..................................................................................... 8
1.3 Registo Criminal .......................................................................................................... 11
1.4 Reconhecimento de carta de condução...................................................................... 11
1.5 Inspeções ..................................................................................................................... 14
2 Sensibilização para cumprimento das regras de circulação................................................ 15
2.1 Limites de velocidade em Portugal ............................................................................. 15
2.1.1 Sistemas de retenção .......................................................................................... 16
2.1.2 Relevo dos desenhos dos pisos dos pneus .......................................................... 20
2.2 Prioridades .................................................................................................................. 21
2.2.1 Autoestradas ....................................................................................................... 22
2.2.2 Rotundas ............................................................................................................. 22
2.2.3 Cedência de passagem nos cruzamentos e entroncamento............................... 23
2.2.4 Cedência de passagem nos estreitamentos da via ............................................. 23
2.2.5 Vias Reservadas /Corredores de Circulação ........................................................ 24
2.3 Paragem e Estacionamento ........................................................................................ 25
2.3.1 Definições ............................................................................................................ 25
2.3.2 Estacionar ou parar corretamente ...................................................................... 26
2.3.3 Proibições particulares de estacionamento. ....................................................... 26
2.3.4 Lugar onde é proibido parar ou estacionar ......................................................... 26
2.3.5 Proibição de Estacionar ....................................................................................... 27
2.3.6 Estacionamento indevido ou abusivo ................................................................. 28
2.3.7 Bloqueamento ou remoção ................................................................................ 28
2.3.8 Paragem de Veículos de Transportes Coletivos .................................................. 31
2.4 Manobras de veículos ................................................................................................. 31
2.4.1 Inversão do sentido de marcha ........................................................................... 31
2.4.2 Ultrapassagem regra geral .................................................................................. 31
2.4.3 Mudança de direção ............................................................................................ 32
2.4.4 Condução em condições de condução adversa .................................................. 32
2.4.5 Proibição de ultrapassar...................................................................................... 32

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2.5 Utilização das luzes ..................................................................................................... 33
2.5.1 Frente .................................................................................................................. 33
2.5.2 Traseira ................................................................................................................ 33
2.5.3 Utilização dos dispositivos de iluminação ........................................................... 34
2.5.4 Sinalização de perigo ........................................................................................... 36
2.5.5 Sinalização de Marcha Lenta ............................................................................... 36
2.5.6 Veículos Prioritários ............................................................................................ 36
2.6 Sinalização Rodoviária ................................................................................................. 36
2.6.1 Hierarquia entre prescrições ............................................................................... 37
2.6.2 Sinais dos Agentes da autoridade ....................................................................... 37
2.6.3 Sinalização temporária ........................................................................................ 37
2.6.4 Sinalização Luminosa........................................................................................... 37
2.6.5 Sinalização vertical .............................................................................................. 38
2.6.6 Marcas no Pavimento.......................................................................................... 38
2.7 Fiscalização da condução sob efeito de álcool ............................................................ 39
2.8 Apreensão dos títulos de condução ............................................................................ 39
2.8.1 Apreensão Preventiva ......................................................................................... 39
2.8.2 Outras apreensões .............................................................................................. 40
2.8.3 Efeitos da cassação.............................................................................................. 40
2.9 Condução sobe efeito de álcool .................................................................................. 42
2.9.1 Penalização por condução sob efeito de álcool em Portugal ............................. 42
2.9.2 Fatores que Interferem na TAS ........................................................................... 43
2.10 Fadiga .......................................................................................................................... 43
2.10.1 Sinais de Fadiga ................................................................................................... 43
3 Sensibilização para cumprimento das normas de segurança ............................................. 44
3.1 Tempos de reação, distância de travagem e de paragem .......................................... 45
3.1.1 Tempo de reação................................................................................................. 45
3.1.2 Distância de travagem ......................................................................................... 45
3.1.3 Distância de paragem .......................................................................................... 46
3.1.4 Condução com tempo de chuva.......................................................................... 47
3.1.5 Visibilidade noturna ............................................................................................ 47
4 DAAA ................................................................................................................................... 48
5 Classificação comunitária de veículos ................................................................................. 52
6 Transporte de passageiros .................................................................................................. 53
6.1 Transporte de crianças em automóvel........................................................................ 53
7 Classificação de contraordenações (art.º 136º do código da estrada) ............................... 53

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7.1 Contraordenações muito graves (Artigo 146.º) .......................................................... 53
7.2 Contraordenações graves (Artigo 145.º)..................................................................... 55
7.3 Contraordenações leves .............................................................................................. 57
7.4 Coima........................................................................................................................... 57
7.4.1 A sanção acessória de inibição de conduzir ........................................................ 57
7.4.2 Punibilidade da negligência (Artigo 133.º) .......................................................... 58
7.4.3 IMT ...................................................................................................................... 58
7.5 Qualificação das infrações por excesso de velocidade ............................................... 58

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Introdução
A segurança rodoviária é uma questão de grande importância para a sociedade.

A estratégia para um crescimento inteligente, sustentável e com base no valor de uma vida de
duração calculada estatisticamente pelo estudo HEATCO (6.º Programa-Quadro de Investigação
e Desenvolvimento Tecnológico). Foi analisada a importância que tem para a Europa a coesão
social, a passagem a uma economia mais ecológica, a educação e a inovação. Estes objetivos
deverão refletir-se nas várias facetas da política europeia de transportes, que deve ter por
finalidade assegurar uma mobilidade sustentável para todos os cidadãos, «descarbonizar» os
transportes e tirar o melhor partido possível do progresso tecnológico. A segurança rodoviária
terá um papel de destaque no futuro sobre a política de transportes 2010-2020, na medida em
que a redução do número de vítimas de acidentes de viação é fundamental para melhorar o
desempenho global do sistema de transportes e satisfazer as necessidades e expectativas dos
cidadãos e das empresas.

É, pois, necessária uma abordagem coerente, holística e integrada, que tenha em conta as
sinergias com outros objetivos políticos. A política de segurança rodoviária a nível local,
nacional, europeu ou internacional deve integrar os objetivos relevantes de outras políticas
públicas e vice-versa.

1 Qualificações exigidas aos condutores


1.1 Títulos de Condução
A habilitação legal para conduzir é atribuída aos detentores de carta de condução, licença de
condução e, quando acompanhados de instrutores, de licença de instruendo. É muito
recentemente, possível conduzir acompanhado de tutor, nos termos do art. 7º da Lei 14/2014
de 18 de Março.

A carta de condução é o documento que habilita à condução de:


• Ciclomotores;
• Motociclos;
• Triciclos;
• Quadriciclos pesados e automóveis.

A licença de condução habilita à condução de:


• Motociclos de cilindrada não superior a 50cm3.
• Ciclomotores.
• Veículos agrícolas.

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1.1.1 Requisito para obtenção de carta de condução


Pode obter título de condução quem satisfaça cumulativamente os seguintes requisitos:
a) Possua a idade mínima de acordo com a categoria a que pretenda habilitar-se;
b) Tenha a necessária aptidão física, mental e psicológica;
c) Tenha residência em território nacional;
d) Não esteja a cumprir proibição ou inibição de conduzir ou medida de segurança de
interdição de concessão de carta de condução;
e) Tenha sido aprovado no respetivo exame de condução;
f) Saiba ler e escrever.

Cartas de Condução
No quadro seguinte indicam-se as diferentes categorias de cartas de condução bem como os
veículos para que as mesmas habilitam à condução e respetiva idade mínima exigida.

Idade
Categoria Descrição
Mínima

AM Ciclomotores, Motociclos de cilindrada não superior a 50cm³ 16

A1 Motociclos com cilindrada não superior a 125cm³ 16

A2 Motociclos de potência máxima não superior a 35kw 18

A Motociclos com ou sem carro laterial e triciclos a motor 24

B1 Quadriciclos Pesados 16

B Automóveis Ligeiros 18

Conjunto de veículos acoplados, compostos por um automóvel


BE 18
ligeiro e um reboque ou semirreboque

C Automóveis Pesados de Mercadorias


21

Conjunto de veículos acoplados, compostos por um veículo


CE 21
trator da Categoria C e um reboque ou semirreboque

Automóveis Pesados de Mercadorias com massa máxima


C1 18
autorizada inferior a 7500kg

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Normas Legais de Condução

Conjunto de veículos acoplados, compostos por um veículo


C1E 18
trator da categoria C1 e um reboque ou semirreboque

D Automóveis Pesados de Passageiros 24

Conjunto de veículos acoplados, compostos por um veículo


DE 24
trator da Categoria D e um reboque

D1 Automóveis Pesados de Passageiros com lotação até 17 lugares 21

Conjunto de veículos acoplados, compostos por um veículo


D1E 21
trator da Categoria D1 e um reboque ou semirreboque

A carta de condução é atribuída a título probatório por um período de três anos, a partir da data
da sua emissão.
Esta caduca pela aplicação de sanção acessória de inibição de condução.

1.1.2 Classificação dos Condutores


Para avaliação da aptidão física, mental e psicológica, os candidatos a condutor e os condutores
são classificados num dos seguintes grupos:
a) Grupo 1: candidatos ou condutores de veículos das categorias AM, A1, A2, A, B1, B e BE,
de ciclomotores e de tratores agrícolas;
b) Grupo 2: candidatos ou condutores de veículos das categorias C1, C1E, C, CE, D1, D1E,
D e DE, bem como os condutores das categorias B e BE que exerçam a condução de
ambulâncias, de veículos de bombeiros, de transporte de doentes, de transporte
escolar, de transporte coletivo de crianças e de automóveis ligeiros de passageiros de
aluguer.

A classificação é aplicável aos candidatos e aos condutores aquando da emissão ou revalidação


dos respetivos títulos, consoante a categoria de veículos a que se pretendem habilitar ou
estejam habilitados, bem como aos condutores das categorias B e BE que integrem o grupo 2.

Quem possuir apenas o título de carta de condução das categorias B e ou BE e conduzir


ambulâncias, veículos de bombeiros, de transporte de doentes, de transporte escolar, de
transporte coletivo de crianças ou de automóveis ligeiros de passageiros de aluguer, sem ter
inscrito, na sua carta de condução, o código nacional 997, é sancionado com coima de €500 a
€2500.

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1.2 Avaliação Médica / Psicológica

Para obter uma carta de condução é necessário que o candidato a condutor preencha vários
requisitos, nomeadamente que comprove a aptidão física, mental e, eventualmente,
psicológica. O mesmo se aplica à revalidação de uma carta de condução.

O requisito da avaliação psicológica é obrigatório para os candidatos das categorias C1, C, D1, D,
C1E, D1E, DE, bem como para os candidatos da categoria B que exerçam a condução de veículos
de bombeiros, ambulâncias, transporte escolar, etc.

Na revalidação, o atestado médico só é exigível aos candidatos das categorias AM, A1, A2, A, B1,
B e BE a partir dos 50 anos. Até aí a revalidação é meramente administrativa (vide n.º 4 do art.º
17.º do RHLC - Regulamento da Habilitação Legal para Conduzir).

Para as restantes categorias, é sempre obrigatória a avaliação médica em qualquer revalidação.

A avaliação psicológica para os condutores que a ela estejam obrigados, também só é exigível
nas revalidações efetuadas a partir dos 50 anos (vide n.º 5 do art.º 17.º do RHLC).

Os exames médicos incidem sobre a visão, audição, aparelho de locomoção, doenças


cardiovasculares, diabetes mellitus, doenças neurológicas, perturbações mentais, dependências
(álcool, drogas e medicamentos) e insuficiências renais. Serão igualmente alvo de análise, outras
condições que possam interferir com a condução, nomeadamente:

• Doenças oncológicas;
• Doenças hematológicas;
• Doença pulmonar obstrutiva crónica e perturbações do sono.

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Normas Legais de Condução
A avaliação médica dos condutores dos grupos 1 e 2 é realizada por qualquer médico no
exercício da sua profissão. É ainda exigida uma avaliação psicológica aos condutores do grupo
2 (que exerçam a condução de ambulâncias, veículos de bombeiros, de transporte de doentes,
transporte escolar e de automóveis ligeiros de passageiros de aluguer), que pode ser realizada
por qualquer psicólogo no exercício da sua profissão.

A avaliação psicológica também pode ser realizada pelo IMT - Instituto da Mobilidade e dos
Transportes, IP, ou por entidade designada para o efeito e reconhecida pela Ordem dos
Psicólogos.

NOTA:

Grupo 1 – candidatos ou condutores de veículos das categorias A, B, BE, subcategorias A1 e B1,


ciclomotores, motociclos de cilindrada não superior a 50 cm3 e veículos agrícolas.

Grupo 2 - candidatos ou condutores de veículos das categorias C, CE, D e DE, das subcategorias
C1, C1E, D1 e D1E, bem como condutores da categoria B que exerçam a condução de
ambulâncias, veículos bombeiros, de transporte de doentes, transporte escolar e de automóveis
ligeiros de passageiros de aluguer.

Os candidatos a condutor são sujeitos a um exame médico efetuado nas condições acima
descritas de acordo com a(s) categoria(s) ou subcategoria(s) a que se candidatam.

A carta de condução deve ser revalidada de acordo com as idades abaixo indicadas, para as
diferentes categorias de veículos e independentemente da validade averbada no documento.

Carta de condução obtida antes de 2 de Janeiro de 2013:

Condutores de veículos das categorias A, B, BE, A1 e B1: Aos 50, 60, 65, 70 anos e,
posteriormente, de dois em dois anos, sem limite de idade;

Condutores de veículos das categorias C, CE, C1 e C1E: Aos 40, 45, 50, 55, 60, 65, 68 anos e,
posteriormente, de dois em dois anos, sem limite de idade;

Aos 40, 45, 50, 55, 60 e 65 anos, cartas de condução das categorias D1, D1E, D, DE e CE cuja
massa máxima autorizada exceda 20.000 kg até ao dia anterior à data em que os seus titulares
completem 67 anos de idade, (a idade limite para a condução dos veículos destas categorias é
67 anos).

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Normas Legais de Condução
Decreto-Lei n.º 40/2016
Alarga o prazo de validade das cartas de condução das categorias D1, D1E, D, DE e CE cuja massa
máxima autorizada exceda 20.000 kg até ao dia anterior à data em que os seus titulares
completem 67 anos de idade;

Carta de condução obtida a partir de 2 de janeiro de 2013 (com aprovação em exame prático de
condução após 2 de janeiro de 2013):

Condutores de veículos das categorias AM, A1, A2, A, B1, B e BE: Aos 30, 40, 50, 60, 65 e 70 anos
e, posteriormente, de dois em dois anos, sem limite de idade (exceção: quando a carta de
condução é obtida entre os 25 e os 30 anos; a primeira revalidação, será só efetuada aos 40 anos
de idade do condutor);

Condutores de veículos das categorias C1, C1E, C, CE e das categorias B e BE com averbamento
do Grupo 2: Aos 25, 30, 35, 40, 45, 50, 55, 60, 65 e 70 anos e, posteriormente, de dois em dois
anos, sem limite de idade;

Condutores de veículos das categorias D1, D1E, D e DE: Aos 25, 30, 35, 40, 45, 50, 55, 60 e 65
anos (a idade limite para estas categorias é 67anos).

O que é necessário fazer para revalidar a carta de condução?

• A revalidação dos títulos de condução efetua-se mediante requerimento junto do


serviço competente do IMT, nos seis meses que antecedem o seu termo da sua validade.
• O atestado médico e o relatório de avaliação física e mental, emitido por qualquer
médico no exercício da sua profissão, é exigido a:
• Condutores de veículos das categorias A, B, BE, A1 e B1, com idade igual ou superior a
50 anos;
• Condutores de veículos das categorias C, CE, D, DE, C1, C1E, D1 e D1E, bem como das
categorias B e BE que exerçam a condução de ambulâncias, veículos de bombeiros, de
transporte de doentes, transporte escolar e de automóveis ligeiros de passageiros de
aluguer.

O certificado de avaliação psicológica favorável, emitido por qualquer psicólogo no exercício da


sua profissão, é exigido a:

Condutores do Grupo 2, com idade igual ou superior a 50 anos: condutores de veículos das
categorias C, CE, D, DE, C1, C1E, D1 e D1E, bem como os condutores das categorias B e BE que
exerçam a condução de ambulâncias, veículos de bombeiros, de transporte de doentes,
transporte escolar e de automóveis ligeiros de passageiros de aluguer.

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Normas Legais de Condução
Caso os condutores deixem passar o prazo de renovação da sua carta de condução, têm até dois
anos para o fazer, sem efetuar provas de exame. No entanto, não devem conduzir com a carta
caducada sob pena de praticar uma infração prevista no Código da Estrada.

Passado esse prazo, têm a possibilidade de se Auto propor e efetuar a prova de aptidão e de
comportamento (vulgarmente designada por prova prática), que passa a ser condição
necessária para a revalidação da carta de condução.

Os condutores não têm de fazer novo exame de código, mesmo que excedam o limite de dois
anos.

1.3 Registo Criminal

O registo criminal contém os antecedentes criminais dos cidadãos de forma a permitir o


respetivo conhecimento, nos termos legais, ou a atestar a ausência de antecedentes criminais.

O registo criminal contém menção:

• De todas as decisões criminais condenatórias ou que apliquem medidas de segurança


proferidas por tribunais portugueses;

• Das decisões criminais condenatórias de portugueses, ou de estrangeiros residentes em


proferidas por tribunais estrangeiros que sejam comunicados nos termos da legislação
comunitária e de acordo internacionais.

• O registo criminal é exigido para atestar a idoneidade de determinado tipo de


condutores, com responsabilidades acrescidas, nomeadamente de contacto com o
público.

1.4 Reconhecimento de carta de condução

As cartas de condução emitidas por países pertencentes ao Espaço Económico Europeu (EEE)
são válidas em Portugal, sendo a sua troca facultativa.

No entanto, os condutores que estabeleçam residência em Portugal têm o dever de informar o


Serviço Regional ou Distrital do IMT da sua área de residência, num prazo de 60 dias, sob pena
de incorrer em infração.

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Normas Legais de Condução
Assim, neste caso o condutor deve dirigir-se aos balcões do IMT com os seguintes documentos:

• Comprovativo de residência, a solicitar na respetiva Câmara Municipal ou Junta de


Freguesia;
• Formulário Modelo 13 IMT;
• Fotocópia do título de condução e exibição do original deste documento;
• Apresentação do documento de identificação.
(Países do EEE: Estados-Membros da União Europeia, Islândia, Liechtenstein e Noruega)

Países não aderentes às Convenções Internacionais de Trânsito Rodoviário

A troca de carta de condução emitida por países estrangeiros não aderentes às Convenções
Internacionais sobre Trânsito Rodoviário depende da realização e aprovação na prova prática de
exame de condução, por cada categoria de que o condutor seja titular. Contudo, a inscrição em
escola de condução não é necessária, pelo que o condutor se pode Auto propor a exame.

A circulação em território nacional não é permitida aos condutores com títulos emitidos por
países não aderentes às referidas Convenções Internacionais.

Requisitos:

Para obter carta de condução Portuguesa por troca é necessário preencher os seguintes
requisitos:
• Idade mínima legal exigida pela lei Portuguesa para a categoria a que está habilitado;
• Aptidão física e mental;
• Residir em Portugal;
• Não estar a cumprir proibição ou inibição de conduzir ou medida de segurança de
interdição e concessão de carta de condução.

A troca de carta estrangeira por Portuguesa, sem necessidade de realização de qualquer prova
de exame de condução, mas obrigando os condutores a requerer a troca 185 dias após obtenção
de residência em Território Nacional, pode ser pedida nas seguintes situações:
• Países com os quais Portugal celebrou Acordo Bilateral ou mantenha regime de
reciprocidade (Brasil, Suíça, Marrocos, Andorra, Moçambique, São Tomé e Príncipe,
Emirados Árabes Unidos e Angola);

• Países aderentes às Convenções Internacionais de Trânsito Rodoviário;

• Cartas de condução emitidas pela Administração Portuguesa em Macau ou pela Região


Administrativa Especial de Macau (RAEM).

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Normas Legais de Condução
Para obter carta de condução Portuguesa por troca, é necessário preencher os seguintes
requisitos:
• Idade mínima legal exigida pela lei Portuguesa para a categoria a que está habilitado;
• Aptidão física e mental;
• Residir em Portugal;
• Não estar a cumprir proibição ou inibição de conduzir ou medida de segurança de
interdição de concessão de carta de condução;

Licença Internacional de Condução

A licença internacional de condução (LIC), prevista no artigo 8º do Regulamento da Habilitação


Legal para Conduzir, anexo ao Decreto-Lei n.º 37/2014, de 10 de março, pode ser solicitada nos
serviços regionais e distritais do IMT por titulares com carta de condução nacional ou emitida
por outros estados-membros do Espaço Económico Europeu (EEE).

A licença apenas é válida fora do território nacional, para um período máximo de um ano se
período inferior não constar da carta de condução que serviu de base à respetiva emissão.

Em Portugal, a LIC apenas habilita a conduzir, desde que apresentada com o título nacional que
a suporta (alínea e) do n.º1 do artigo 125º do Código da Estrada (Lei n.º 72/2013 de 13 de
setembro).Caso se desloque para o estrangeiro com a LIC e sem se acompanhar do título de
condução, sugerimos que confirme junto das autoridades do(s) país(es) onde pretende conduzir
em que condições o poderá fazer.

Documentos de que o condutor deve ser portador

1 – Sempre que um veículo a motor transite na via pública o seu condutor deve ser portador dos
seguintes documentos:
a) Documento legal de identificação pessoal;
b) Título de condução;
c) Certificado de seguro.

2 – Tratando-se de automóvel, motociclo, triciclo, quadriciclo, ciclomotor, trator agrícola ou


florestal, ou reboque, o condutor deve ainda ser portador dos seguintes documentos:
a) Título de registo de propriedade do veículo ou documento equivalente;
b) Documento de identificação do veículo;
c) Ficha de inspeção periódica do veículo, quando obrigatória nos termos legais.
d) Documento comprovativo da existência do seguro (carta verde, certificado provisório
de seguro automóvel ou aviso/recibo com comprovativo do pagamento)
e) Exemplar da Declaração Amigável de Acidente Automóvel (DAAA) para utilizar em caso
de acidente.

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Normas Legais de Condução

3 – Tratando-se de velocípede ou de veículo de tração animal, o respetivo condutor deve ser


portador de documento legal de identificação pessoal.

4 – O condutor que se não fizer acompanhar de um ou mais documentos referidos nos n.ºs 1 e
2 é sancionado com coima de € 60 a € 300, salvo se os apresentar no prazo de oito dias à
autoridade indicada pelo agente de fiscalização, caso em que é sancionado com coima de € 30
a € 150.

5 – Quem infringir o disposto no n.º 3 é sancionado com coima de € 30 a € 150.

1.5 Inspeções
Tipo Automóvel Periodicidade Inspeção
Um ano após a data da primeira matrícula e, em seguida
Automóveis pesados de passageiros anualmente, até perfazerem sete anos; no 8.º ano e
seguintes, semestralmente
Um ano após a data da primeira matrícula e, em seguida,
Automóveis pesados de mercadorias anualmente, até perfazerem sete anos; no 8.º ano e seguintes,
semestralmente
Reboque e semirreboques com peso bruto Um ano após a data da primeira matrícula e, em seguida,
superior a 3500 Kg, com exceção dos anualmente, até perfazerem sete anos; no 8.º ano e seguintes,
reboques agrícolas semestralmente
Automóveis ligeiros licenciados para Um ano após a data da primeira matrícula e, em seguida,
transporte público de passageiros e anualmente, até perfazerem sete anos; no 8.º ano e seguintes,
ambulâncias semestralmente
Dois anos após a data da primeira matrícula e, em seguida,
anualmente
Automóveis ligeiros de mercadorias

Quatro anos após a data da primeira matrícula e, em seguida,


Automóveis ligeiros de passageiros
de 2 em 2 anos, até perfazerem oito anos, e, depois, anualmente
Automóveis utilizados no transporte Um ano após a data da primeira matrícula e, em seguida,
escolar e automóveis ligeiros licenciados anualmente, até perfazerem sete anos; no 8.º ano e seguintes,
para instrução semestralmente

Dois anos após a data da primeira matrícula e, em seguida


Restantes automóveis ligeiros
anualmente
Automóveis pesados e reboques com
peso bruto superior a 3500 kg utilizados
por corporações de bombeiros e suas
Um ano após a data da primeira matrícula e, em seguida,
associações e outros que raramente
anualmente
utilizam a via pública, designadamente os
destinados a transporte de material de
circo ou de feira, reconhecidos pelo IMT

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Normas Legais de Condução

2 Sensibilização para cumprimento das regras de


circulação.
2.1 Limites de velocidade em Portugal
A velocidade é, em Portugal, o principal fator causador de acidentes. Noutros países europeus
o respeito pelos limites de velocidade é absoluto, sendo as penalizações aplicadas ao menor
desrespeito.

Quadro com limites de velocidade

O não respeitar os limites de velocidade, tem as suas consequências. Já referimos a elevada


sinistralidade resultante do excesso de velocidade, importa acrescentar o aumento de consumo
de combustível e de poluição resultante deste abuso.

Como exemplo refira-se que o motor no seu melhor aproveitamento, no caso dos diesel, pelas
1800 rotações, gastará menos 20% que a 2500 rotações.
Os custos associados aos combustíveis têm um grande peso no total dos custos das empresas.
Considerando que o valor dos combustíveis ficará, com o tempo, cada vez mais elevado, torna-
se urgente implementar medidas que permitam uma redução efetiva nos custos.

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Normas Legais de Condução
1) Poupança no preço de aquisição do combustível;

2) Poupança de combustível através de uma gestão eficaz de frota;

Por exemplo, através (sistema de gestão de frotas) é possível saber:


• A Localização em tempo real das viaturas;
• Os quilómetros efetuados pelas viaturas dentro e fora do horário de serviço;
• As velocidades médias praticadas pelos diferentes condutores;
• O combustível gasto por cada viatura;
• O tempo despendido em cada tarefa;
• Qual a melhor rota para as visitas diárias.

Todos estes métodos de controlo irão assegurar uma redução dos custos no combustível que
pode chegar, segundo estudos efetuados por entidades independentes, aos 22%.

Como consequência, irá verificar um aumento na produtividade, e uma melhoria no serviço


prestado pela sua empresa.

Seguindo estas duas técnicas conseguirá sem problema algum, começar desde logo, a poupar
bastante nos custos com combustível da sua frota.

2.1.1 Sistemas de retenção


Cintos de segurança
Todos os veículos automóveis que estejam equipados com cinto de segurança, incluindo os das
categorias:

N1 - Veículos destinados ao transporte de mercadorias, com massa máxima em carga


tecnicamente admissível não superior a 3,5ton, matriculados a partir de 27 de maio de 1990.

N2 - Veículos destinados ao transporte de mercadorias, com massa máxima em carga


tecnicamente admissível superior a 3,5 ton mas não superior a 12ton, matriculados a partir de
1 de janeiro de 1998.

N3 - Veículos destinados ao transporte de mercadorias, com massa máxima em carga


tecnicamente admissível superior a 12ton, matriculados a partir de 1 de janeiro de 1998.

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Normas Legais de Condução
Os automóveis ligeiros e os automóveis ligeiros ou pesados que efetuem transporte de crianças,
devem estar equipados com cintos de segurança e sistemas de retenção devidamente
homologados.
Nos termos do Regulamento 44 ECC/UN, existem 5 tipos de sistemas de retenção de acordo com
a idade e peso da criança.

Crianças:
No transporte de crianças só podem ser utilizados automóveis equipados com cintos de
segurança e sistemas de retenção devidamente homologados.
Todos os lugares devem estar equipados com cintos de segurança, (devidamente
homologados) cuja utilização é obrigatória.

As crianças com menos de 12 anos e menos de 1.35m de altura transportadas em


automóveis munidos com cintos de segurança, devem fazer uso de um sistema de retenção
homologado e adaptado ao seu tamanho e peso, para permitir suficiente elevação para utilizar
corretamente o cinto de segurança

O transporte deve ser efetuado no banco da retaguarda, exceto:


• Se a criança tiver idade igual ou superior a 3 anos e no banco da retaguarda não
existirem cintos de segurança
• Se o veículo não dispõe de banco à retaguarda.

As crianças podem ser transportadas em automóveis de transporte público de passageiros sem


respeitar as normas atrás mencionadas, desde que não utilizem os bancos da frente.

Classificação dos sistemas de retenção consta do Regulamento 44 ECE/UN


(transposto para Decreto-Lei n.º 225/2001, de 11 de agosto) tendo cinco grupos:

1. Grupo 0, para crianças com peso até 10 Kg;


2. Grupo 0+, para crianças com peso até 13 Kg;
3. Grupo I, para crianças de peso compreendido entre 9 Kg e 18 Kg;
4. Grupo II, para crianças de peso compreendido entre 15 Kg e 25 Kg;
5. Grupo III, para crianças de peso compreendido entre 22 Kg e 36 Kg.

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Normas Legais de Condução

Cadeirinhas "Grupo 0+" (0-13 kg):


Estas cadeirinhas utilizam-se sempre voltadas para trás. Habitualmente portáteis, podem ser
instaladas quer no banco da frente quer no de trás. Para isso utiliza-se um cinto de três
pontos. O airbag respetivo deve ser desativado. Estas cadeiras são as mais indicadas para os
recém-nascidos. São de preferir em relação às alcofas onde a criança viaja deitada, não sendo
assim amparada uniformemente.

Cadeirinhas 0-18 kg voltadas para trás (Grupo 0+/I)


Estas cadeiras são utilizadas naquelas crianças que ficam
demasiadamente compridas para as do Grupo 0+ antes de atingirem
os 13 kg. Devem ser utilizadas da mesma forma que a anterior embora
possam ser voltadas para a frente a partir dos 18 meses.
Mesmo que a criança bata com os pés no banco do automóvel ou
dobre as pernas, continue a utilizar a cadeira voltada para trás, pois é
a posição mais segura. No entanto, o seu uso é desaconselhável a
partir dos dois anos e meio. Estas cadeiras não são adequadas para bebés com menos de 6
meses.

Cadeirinhas "Grupo I" (9-18 kg):


Grande parte destas cadeiras é desaconselhável pois podendo ser
utilizadas somente voltadas para a frente, serão preferíveis as
cadeiras 0-18 kg, uma vez que é obrigatório a criança viajar voltada
para trás até aos 18 meses.

Cadeiras 9-36 kg ou 15-36 kg (Grupos I/II/III e II/III)


Estas cadeiras (de apoio), devido ao seu posicionamento, protegem
muito melhor a criança em caso de acidente do que o cinto de
segurança isoladamente, uma vez que, desta forma, o cinto segura
simultaneamente a criança e a cadeira proporcionando assim a
segurança pelo ombro e pela bacia em vez de o fazer pela barriga e
pelo pescoço.

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Normas Legais de Condução
As cadeiras de apoio são leves e práticas. Adaptam o cinto de segurança do automóvel ao
corpo pequeno da criança, aumentam o conforto e dão-lhe apoio quando adormece. Para
além disso, como elevam a criança, permitem que ela veja melhor e viaje mais satisfeita.

Posição correta

Posição incorreta: cinto muito alto

Posição incorreta: cinto muito baixo

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Bancos elevatórios (grupo III)


Aos 7 ou 8 anos a criança poderá utilizar apenas o banco
elevatório se o cinto de segurança já não incomodar a no
pescoço, mas pode também continuar a usar a cadeira 9-36
kg ou 15-36 kg se esta for suficientemente alta.

Se a viatura não tiver encostos de cabeça nos bancos de trás,


poderá ser melhor continuar a utilizar a cadeira de apoio
completa para que a criança tenha o pescoço protegido em
caso de choque por trás. Não deixe de utilizar a cadeira de
apoio ou banco elevatório antes de a criança ter 1,5 m de
altura, 12 anos ou 36 kg, só assim o cinto ficará corretamente colocado na bacia e não sobre a
barriga.

Todas as cadeiras deverão ser homologadas segundo a norma europeia (R44/03). O


número de aprovação presente na etiqueta deverá começar pelo algarismo "3".

Nesta perspetiva, o transporte de crianças com sistema de retenção devidamente homologado


e adequado à criança (seu tamanho e peso), é obrigatório independentemente do tipo de
automóvel (ligeiro, pesado, público ou privado), pode o mesmo equipamento, em princípio, ser
amovível de um para outro veículo.

2.1.2 Relevo dos desenhos dos pisos dos pneus


1 — Os automóveis ligeiros e os reboques de peso bruto não superior a 3500 kg não podem
transitar na via pública sem que o piso de todos os seus pneus, incluindo o de reserva, quando
obrigatório, apresente em toda a circunferência da zona de rolagem desenhos com uma altura
de, pelo menos, 1,6 mm nos relevos principais.

2 — Os motociclos, bem como os automóveis e os reboques não abrangidos pelo disposto no


número anterior, não podem transitar na via pública sem que o piso de todos os seus pneus,
incluindo o de reserva, quando obrigatório, apresente em toda a circunferência da zona de
rolagem desenhos com uma altura de, pelo menos, 1 mm nos relevos principais.

3 — Entende-se por relevos principais os relevos largos situados na zona central da superfície
de rolagem, a qual cobre cerca de três quartos da largura desta superfície.

4 — Considera-se zona de rolagem a zona de pneu que, a pressão normal e em alinhamento


recto e em patamar, toque o solo.

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Os motoristas e passageiros de todos os veículos automóveis que estejam equipados com cinto
de segurança, incluindo os pesados de mercadorias

Os pneus de veículos ligeiros devem ter um relevo de 1,6 mm e dos pesados um relevo de 1
mm.

2.2 Prioridades

O não respeito das regras de prioridade é, à semelhança da velocidade, um fator de elevada


sinistralidade.

A prioridade não deve ser entendida como um direito absoluto de passar em primeiro lugar mas
antes um direito a que o outro me deixe passar em primeiro lugar. A diferença nestas
abordagens reside no facto de que o condutor com prioridade deve legitimamente esperar que
o outro lhe ceda a passagem e então avançar.

No caso de o outro condutor, por um motivo qualquer, não ceder a passagem deve o condutor
permitir que o mesmo passe, se, da manobra contrária resultar um acidente.

É sempre preferível evitar um acidente a não o evitar ainda que tenhamos prioridade.

Deve ainda ter-se em atenção que o facto de se apresentar pela direita ou pela esquerda não é
o único a ter em atenção quando o acidente não se evita.

De notar aqui que o condutor com prioridade de passagem tem, ainda assim, de moderar a
velocidade à aproximação de locais de perigo. Se não o fizer, pode ser co-responsável pelo
acidente, ou eventualmente, ter toda a responsabilidade.

A investigação aos acidentes de trânsito já consegue determinar, com grande probabilidade de


acerto, as causas e os causadores de acidente pelo que o facto de se apresentar pela direita ou
pela esquerda perde cada vez mais importância.

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2.2.1 Autoestradas
• Prioridade
Sobre todos os veículos que se apresentem nos respetivos ramais de acesso
• Corredor de circulação
Zona longitudinal da faixa de rodagem, destinada à circulação de uma única fila de veículos e
reservada a veículos de certa espécie ou afetos a determinados transportes.
• Via de abrandamento
Via utlizada pelo condutor do veículo, quando tenha intenção de sair da via pública, com
segurança, diminuição de velocidade e fora da corrente de trânsito principal.

2.2.2 Rotundas
Rotunda é um espaço de circulação rodoviária, com forma geralmente circular, de encontro de
várias vias de tráfego onde o trânsito se processa em sentido giratório, num único sentido, em
torno de uma placa central geralmente circular e intransponível.

As rotundas são intersecções que têm como objetivo:


• Aumentar a fluidez de trânsito;
• Resolução de conflitos de intersecção de vias;
• Reduzir o risco de acidentes e colisões;
• Reduzir o tempo de acesso e de passagem;
• Evitar sinalização semafórica ou dos agentes reguladores de trânsito;
• Reduzir a velocidade de circulação;
• Acalmar o tráfego em zonas urbanas;
• Enfatizar a transição de ambientes rodoviários ou alteração das características físicas
das infraestruturas (mudança do seu perfil transversal).

2.2.2.1 Circulação em Rotundas

De acordo com o artigo nº 31º do Código da Estrada, os condutores que se aproximam de uma
rotunda perdem prioridade, devendo ceder a passagem a quem nela circula.

À entrada da rotunda, o condutor deve ainda assinalar a sua intenção de se inserir na via da
direita para sair na primeira saída da rotunda, utilizando o sinal de mudança de direção da
direita (o “pisca”).
Se, por outro lado, pretender inserir-se na via central ou na esquerda dentro da rotunda, deve
sinalizar a manobra para a esquerda, abrindo o “pisca”.

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Quando pretender sair da rotunda só deve ocupar a via de trânsito mais à direita após passar
a via de saída imediatamente anterior àquela por onde pretende sair, aproximando-se
progressivamente desta e mudando de via depois de tomadas as devidas precauções.

2.2.3 Cedência de passagem nos cruzamentos e entroncamento.


Num cruzamento não sinalizado a ordem de prioridade é a seguinte:

a) Para veículos de diferentes categorias tem direito de passar em primeiro lugar um


veículo prioritário, em segundo uma marcha militar ou militarizada, em terceiro lugar
veículo sobre carris, em quarto lugar um veículo motorizado e, em quinto lugar um
veículo sem motor.

b) Para veículos da mesma categoria tem direito de passar em primeiro lugar aquele que
se apresentar pela direita.

c) Nas rotundas tem direito de passar em primeiro lugar, todo o veículo que já circule na
rotunda, independentemente de ter ou não motor. Chama-se aqui a atenção, para o
facto de uma praça circular ou não, só ser rotunda se devidamente sinalizada.

d)

2.2.4 Cedência de passagem nos estreitamentos da via


Quando se verifica um estreitamento da via não sinalizado torna-se, muitas vezes, difícil
determinar quem tem o direito de avançar em primeiro lugar e quem deve ceder passagem ou
até mesmo recuar.

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Normas Legais de Condução
Se for o caso em que um veículo ceda passagem ao outro sem necessidade de recuar, devem
seguir-se os seguintes critérios, pela ordem em que são apresentados:
1. Um veículo impedido de prosseguir;
exemplo: está um veículo indevidamente
estacionado impedindo, ou dificultando, a
circulação numa via de trânsito. Neste caso, deve
ceder passagem o veículo que está impedido de
prosseguir, conforme figura.

2. Quando há um estreitamento dos dois


lados da via, deve ceder passagem o último
veículo a chegar a esse estreitamento.

3. Nas rampas, deve ceder passagem o veículo que desce.

Se for necessário um dos veículos recuar, há outros critérios que se apresentam seguidamente
e que devem ser respeitados:

1. Recua o veículo que se encontrar a menor distância de um local onde se possa efetuar
o cruzamento;

2. Para distâncias iguais, e ao defrontar-se um ligeiro e um pesado, recua o ligeiro;

3. Para distâncias iguais e ao defrontar-se um pesado de mercadorias com um pesado de


passageiros, recua o pesado de mercadorias.
Os veículos pesados devem, no entanto, facilitar o cruzamento reduzindo a velocidade e
encostando-se o mais possível à direita.

Se for necessário recuar e se a manobra for difícil ou arriscada, deve recuar o veículo que tiver
mais facilidade; que normalmente, será o veículo ligeiro.

2.2.5 Vias Reservadas /Corredores de Circulação


Vias reservadas – As faixas de rodagem das vias públicas podem, quando devidamente
sinalizadas, serem reservadas ao trânsito de veículos de certas espécies ou a veículos a
determinados transportes, sendo proibida a utilização por outros condutores

Corredores de circulação – Via de trânsito reservada a determinados veículos ou afetos a


determinados transportes, sendo proibida a utilização por outros condutores, salvo para o
acesso a propriedades (garagens, estacionamento, etc.), ou quando a sinalização permita mudar
de direção.

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Visibilidade Reduzida ou Insuficiente
A visibilidade é reduzida ou insuficiente sempre que o condutor não possa avistar a faixa de
rodagem em toda a sua largura numa extensão de, pelo menos, 50 metros.

As condições de visibilidade reduzida podem resultar de:

• Condições ambientais adversas (nevoeiro, neve).


• Traçado da via. (curvas, cruzamentos, entroncamentos)
• Nuvens de fumo ou pó
• Etc.

2.3 Paragem e Estacionamento


2.3.1 Definições
A paragem e o estacionamento obedecem a regras precisas e estão claramente definidos.
Os veículos encontram-se imobilizados em quatro situações distintas:
a) Parados;
b) Estacionados;
c) Imobilizados no trânsito;
d) Avariados.

Definição de paragem: Imobilização pelo tempo estritamente necessário para entrada e saída
de pessoas ou para cargas e descargas, com o condutor presente, pronto para retirar o veículo
e que o retire se necessário.

Definição de estacionamento: Toda a imobilização que não seja considerada paragem nem
avaria, e que não resulte das circunstâncias do trânsito.

São considerados estacionamentos as seguintes imobilizações:


a) Imobilizado em segunda fila ainda que, com os quatro piscas ligados;

b) Veículo imobilizado numa paragem de autocarro, com o


condutor ao volante enquanto espera por alguém que foi,
muito rapidamente, comprar qualquer bem;

c) Veículo imobilizado por breves instantes, em frente a um


portão de garagem enquanto o condutor abandonou o veículo.

Estes são apenas alguns exemplos do dia-a-dia.

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2.3.2 Estacionar ou parar corretamente


Fora das localidades, a paragem e o estacionamento devem fazer-se fora da faixa de rodagem,
ou não havendo local, apenas se pode parar na faixa de rodagem, do lado direito e o mais
próximo possível da berma ou passeio. O estacionamento na faixa de rodagem fora das
localidades é proibido.

Dentro das localidades a paragem e o estacionamento devem fazer-se nos locais espacialmente
destinados a esse efeito e pela forma indicada. Na faixa de rodagem o mais próximo do limite
direito, paralelamente a este e no sentido da marcha.

Ao estacionar o veículo o condutor deve assegurar-se de que deixa espaço para os outros
condutores manobrarem os seus veículos, assim como, terem acesso aos prédios, garagens e
outros.

2.3.3 Proibições particulares de estacionamento.


Nos parques e Zonas de estacionamento é proibido estacionar:

a) Veículos destinados à venda de quaisquer artigos ou a publicidade de qualquer


natureza;

b) Automóveis pesados utilizados em transporte público, quando não estejam em serviço,


salvo exceções previstas em regulamentos locais;

c) Veículos de categorias diferentes daquelas a que o parque, zona ou lugar de


estacionamento, tenham sido exclusivamente afetos;

d) Por tempo superior ao estabelecido.

2.3.4 Lugar onde é proibido parar ou estacionar


a) Nas rotundas, pontes, túneis, passagens de nível, passagens inferiores ou superiores, e
em todos os lugares de visibilidade insuficiente;

b) A menos de 5 m para um e outro lado dos cruzamentos, entroncamentos e rotundas;

c) A menos de 5 m para a frente e 25 m para trás dos


sinais indicativos de paragens de transportes
coletivos de passageiros e a menos de 6 m para trás
das dos sinais indicativos de paragens de veículos que
circulem sobre carris;

d) A menos de 5 m antes das passagens assinaladas para a travessia de peões ou de


velocípedes;

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Normas Legais de Condução

e) Nas faixas de rodagens em que esteja assinalada uma linha contínua se a distância entre
o veículo e a linha for inferior a 3 m.

f) Nas passagens para peões, nas pistas de velocípedes, nos ilhéus direcionais, nas placas
centrais das rotundas, nos passeios e demais locais destinados ao trânsito de peões;

g) A menos de 20 m antes dos sinais luminosos ou verticais, se a altura dos veículos e


respetiva carga os encobrir.

h) A paragem ou o estacionamento na berma das autoestradas ou vias equiparadas


constitui contraordenação grave, se a mesma se fizer na faixa de rodagem constitui
contraordenação muito grave.

Fora das localidades é ainda proibido:

a) A menos de 50 m para um e outro lado dos cruzamentos, entroncamentos,


rotundas, curvas ou lombas de visibilidade reduzida;

b) Estacionar na faixa de rodagem;

c) Parar na faixa de rodagem; se for possível, fazê-lo na berma.

2.3.5 Proibição de Estacionar


É proibido o estacionamento:

a) Impedindo o trânsito numa via, nas vias de sentido único, numa via em cada sentido
e nas vias de dois sentidos;

b) Nas faixas de rodagem em segunda fila ou impedindo o acesso a veículo


devidamente estacionado;

c) Nos locais de acesso de veículos a propriedades, parques ou locais de


estacionamento;

d) A menos de 10 m para cada lado das passagens de nível;

e) A menos de 5 metros para cada lado dos postos de abastecimento de combustível;

f) Nas zonas de estacionamento de duração limitada quando não for cumprido o


respetivo regulamento;

g) De veículos agrícolas, máquinas industriais, reboques ou semirreboques quando


não atrelados ao veículo trator, salvo nos parques de estacionamento
especialmente destinados a esse efeito.

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Normas Legais de Condução

2.3.6 Estacionamento indevido ou abusivo


Considera-se estacionamento indevido ou abusivo, quando:

a) O veículo esteja durante 30 dias ininterruptos, em local da via pública ou em parque ou


zona de estacionamento isentos do pagamento de qualquer taxa;

b) O veículo se encontre em parque de estacionamento, quando a taxa correspondente a


cinco dias de utilização não tiver sido paga;

c) O veículo se encontre em zona de estacionamento condicionado ao pagamento de taxa,


quando esta não tiver sido paga ou tiverem decorrido duas horas para além do período
de tempo pago;

d) O veículo que permanecer em local de estacionamento limitado mais de duas horas para
além do período de tempo permitido;

e) Os veículos agrícolas, máquinas industriais, reboques e semirreboques não atrelados ao


veículo trator e o de veículos publicitários que permaneçam no mesmo local por tempo
superior a setenta e duas horas, ou a 30 dias, se estacionarem em parques a esse fim
destinados;
f) Que se verifique por tempo superior a quarenta e oito horas, quando se trate de veículos
que apresentem sinais exteriores evidentes de abandono, de inutilização ou de
impossibilidade de se deslocarem com segurança pelos seus próprios meios;

g) Os veículos ostentando qualquer informação com vista à sua transação, em parque de


estacionamento;

h) Os veículos sem chapa de matrícula ou com chapa que não permita a correta leitura da
matrícula.

2.3.7 Bloqueamento ou remoção


Podem ser removidos os veículos que se encontrem:

a) Em estacionamentos indevidos ou abusivamente, nos termos do artigo anterior;

b) Estacionados ou imobilizados na berma de autoestrada ou via equiparada;

c) Estacionados ou imobilizados de modo a constituírem evidente perigo ou grave


perturbação para o trânsito;

d) Estacionados ou imobilizados em locais que, por razões de segurança de ordem pública,


de emergência, de socorro ou outros motivos análogos, justifiquem a remoção.

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Normas Legais de Condução

Considera-se que constituem evidente perigo ou grave perturbação para o trânsito, entre
outros, os seguintes casos de estacionamento ou imobilização:

a) Em via ou corredor de circulação reservados a transportes


públicos;

b) Em local de paragem de veículos de transporte coletivo de


passageiros;

c) Em passagem de peões sinalizada;

d) Em cima dos passeios ou em zona reservada exclusivamente ao trânsito de peões;

e) Na faixa de rodagem, sem ser junto da berma ou passeio;

f) Em local destinado ao acesso de veículos ou peões a propriedades, garagens ou locais


de estacionamento;

g) Em local destinado ao estacionamento de veículos de certas categorias, ao serviço de


determinadas entidades ou utilizados no transporte de pessoas com deficiência;

h) Em local afeto à paragem de veículos para operações de carga e descarga ou tomada e


largada de passageiros;

i) Impedindo o trânsito de veículos ou obrigando à utilização da parte da faixa de rodagem


destinada ao sentido contrário, conforme o trânsito se faça num ou em dois sentidos;

j) Na faixa de rodagem, em segunda fila;

k) Em local em que impeça o acesso a outros veículos devidamente estacionados ou a saída


destes;

l) De noite, na faixa de rodagem fora das localidades, salvo em caso de imobilização por
avaria devidamente sinalizada;

m) Na faixa de rodagem de autoestrada ou via equiparada.

Verificada qualquer das situações previstas nas alíneas a), b) e c) do ponto anterior, as
autoridades competentes para a fiscalização podem bloquear o veículo através de dispositivo
adequado, impedindo a sua deslocação até que se possa proceder à remoção.

No caso de não ser possível a remoção imediata, as autoridades competentes para a fiscalização
devem, também, proceder à deslocação provisória do veículo para outro local, a fim de aí ser
bloqueado até à remoção.

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Normas Legais de Condução

O desbloqueamento do veículo só pode ser feito pelas autoridades competentes; depois de ser
feito o pagamento da sanção, qualquer pessoa poderá reaver o veículo munida do respetivo
documento de identificação (a coima vai de 300€ a 1500€).

Quem for titular do documento de identificação do veículo é responsável por todas as despesas
ocasionadas pela remoção, sem prejuízo das sanções legais aplicáveis, ressalvando-se o direito
de regresso contra o condutor.

As condições e as taxas devidas pelo bloqueamento, remoção e depósito de veículos são fixadas
em regulamento.

As taxas não são devidas quando se verificar que houve erro da aplicação das disposições legais.

Os prazos previstos nas alíneas a) e e) do número anterior não se interrompem, desde que os
veículos sejam apenas deslocados de um para outro lugar de estacionamento, ou se mantenham
no mesmo parque ou zona de estacionamento.

Presunção de abandono

1 - Removido o veículo nos termos do artigo anterior ou levantada a apreensão efetuada nos
termos do n.º 1 do artigo 162. o, deve ser notificado o titular do documento de identificação do
veículo, para a residência constante do respetivo registo, para o levantar no prazo de 45 dias.

2 - Tendo em vista o estado geral do veículo, se for previsível um risco de deterioração que possa
fazer recear que o preço obtido em venda em hasta pública não cubra as despesas decorrentes
da remoção e depósito, o prazo previsto no número anterior é reduzido a 30 dias.

3 - Os prazos referidos nos números anteriores contam-se a partir da receção da notificação ou


da sua afixação nos termos do artigo seguinte.

4 - Se o veículo não for reclamado dentro do prazo previsto nos números anteriores é
considerado abandonado e adquirido por ocupação pelo Estado ou pelas autarquias locais.

5 - O veículo é considerado imediatamente abandonado quando essa for a vontade manifestada


expressamente pelo seu proprietário.

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2.3.8 Paragem de Veículos de Transportes Coletivos

Na faixa de rodagem os Veículos de Transportes Coletivos só podem parar para entrada e saída
de passageiros nas respetivas paragens. Na sua falta devem cumprir os critérios gerais da
paragem.

Na Alemanha, os Veículos de Transporte Coletivos e Transporte Escolar, têm a prioridade ao


retomarem a circulação à saída dos locais de paragem, tanto dentro ou fora das localidades.

2.4 Manobras de veículos


2.4.1 Inversão do sentido de marcha
É proibido inverter o sentido de marcha:

a) Nas lombas;
b) Nas curvas, cruzamentos ou entroncamentos de visibilidade reduzida;
c) Nas pontes, passagens de nível e túneis;
d) Onde quer que a visibilidade seja insuficiente ou que a via, pela sua largura ou outras
características, seja inapropriada à realização da manobra
e) Sempre que se verifique grande intensidade de trânsito.

O não respeitar as regras e sinais respeitantes à inversão de sentido de marcha, constitui


contraordenação grave ou muito grave praticada em autoestradas ou nas vias reservadas a
automóveis e motociclos; é sancionada com uma coima de 120 € a 600 €.

2.4.2 Ultrapassagem regra geral

a) A ultrapassagem deve fazer-se pela esquerda;


b) Pode ultrapassar-se pela direita: Um veículo que vá virar à esquerda, para parar ou
estacionar do lado esquerdo e deixe espaço suficiente do lado direito, para a passagem
de outros veículos.

Pode fazer-se a ultrapassagem pela direita de veículos, que transitem sobre carris e desde que
estes não utilizem esse lado da faixa, isto é:

✓ Não estejam parados para a entrada ou saída de passageiros;


✓ Estando parados para a entrada ou saída de passageiros, exista placa de refúgio para
peões.

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Normas Legais de Condução
Os veículos pesados não devem efetuar ultrapassagens quando a visibilidade em relação ao
veículo a ultrapassar seja inferior a 50 metros. Esta regra aplica-se a nível internacional.

2.4.3 Mudança de direção


TÉCNICA “ESM”

ESM é o acrónimo Espelho, Sinal e Manobra, e funciona como uma mnemónica para ajudar a
implementar um automatismo de redução do risco nas mudanças de direção e mudanças de
fila. A técnica ESM é aplicada em todas as manobras de mudança de direção (incluindo
ultrapassagens). É um sistema que permite fazer estas manobras seguindo um método sucessivo
de tarefas tendentes a aumentar a visibilidade e a diminuir o risco de acidente.

ESM, é por esta ordem que o condutor deve executar as ações de “ver”, “comunicar” e
“posicionar” o veículo antes de efetuar qualquer manobra:
• Efetuar uma prospeção visual a 360º, usando os retrovisores;
• Sinalizar a manobra (por exemplo, ligar o indicador de mudança de direção);
• Efetuar a manobra de mudança de direção. Especialmente enquanto aguarda no eixo
da via para voltar à esquerda, deve manter a direção com as rodas alinhadas para a
frente, para que, no caso do veículo ser colidido pela traseira, não ser empurrado para
a via contrária.

2.4.4 Condução em condições de condução adversa


O vento afeta a estabilidade do veículo, particularmente quando é muito forte e sopra
lateralmente. O vento forte afeta os veículos, especialmente em zonas abertas de planície, zonas
marítimas costeiras ou de montanha, e os veículos de caixa fechada e altas ou os que
transportam cargas no tejadilho.

Os veículos a circular nas condições acima referidas, devem reduzir a velocidade e encostar-se
o mais possível à direita.

2.4.5 Proibição de ultrapassar


É proibida a ultrapassagem:

a) Nas lombas;

b) Imediatamente antes e nas passagens de nível;

c) Imediatamente antes e nos cruzamentos e entroncamentos;

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d) Imediatamente antes e nas passagens assinaladas para a travessia de peões;

e) Nas curvas de visibilidade reduzida;

f) Em todos os locais de visibilidade insuficiente;

g) Sempre que a largura da faixa de rodagem seja insuficiente

2.5 Utilização das luzes


As Luzes dos veículos têm duas funções: iluminar a estradas em condições de falta de
luminosidade, assinalar a presença do veículo e em más condições atmosféricas.

O mínimo de dispositivos de iluminação obrigatório é o seguinte:

2.5.1 Frente
Para os automóveis é o seguinte:

a) Dois mínimos ou luzes de presença;

b) Duas luzes de mudança de direção;

c) Dois médios ou luzes de cruzamento (médios), que devem iluminar a via à frente do
veículo numa distância de 30 metros;

d) Dois máximos ou luzes de estrada (máximos), que devem iluminar a via à frente do
veículo numa distância, não inferior a 100 metros;

e) As luzes de nevoeiro para a frente são opcionais. Se as tiver têm de estas a funcionar;

2.5.2 Traseira
a) Dois mínimos ou luzes de presença;

b) Duas luzes de mudança de direção;

c) Três luzes de travão;

d) Duas luzes de nevoeiro, ou uma do lado esquerdo;

e) Luz de marcha atrás

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2.5.3 Utilização dos dispositivos de iluminação


Os dispositivos de iluminação devem ser usados desde o anoitecer ao amanhecer ou em situação
de más condições de visibilidade e do seguinte modo:

a) Mínimos: Os mínimos destinam-se a sinalizar o veículo quer imobilizado quer em


andamento e devem ser usados com o veículo parado na faixa de rodagem ou enquanto
aguarda abertura de passagem de nível;

b) Médios: No cruzamento com veículos, pessoas ou


animais, quando se circula a menos de 100 m do veículo
precedente, fora das localidades, nas vias em iluminação

c) Máximos: Em situações diferentes das do ponto anterior;

d) Luzes de mudança de direção: quando se quer mudar de direção, numa situação de


súbita redução de velocidade, em condições de visibilidade particularmente adversas,
em caso de imobilização por avaria ou acidente.

e) Luzes de nevoeiro. Só é obrigatório usá-las na traseira e quando a visibilidades for, por


questões ambientes, inferior a 50 m.

f) Luzes Delimitadoras: Com exceção dos tratores e reboques agrícolas, todos os veículos
de largura superior a 2,10 m deverão possuir luzes delimitadoras dos mesmos,
destinadas a assinalar a sua largura.

LUZES DISTÂNCIAS COR

À FRENTE

2 de Presença (mínimos) Visível a 150 metros Branca

2 de Cruzamento (médios) Ilumina até 30 metros para o solo Branca ou Amarela

2 de Estrada (máximos) Ilumina pelo menos até 100 metros Branca ou Amarela

2 Indicadores de Direção - Branca ou Laranja

Luz de Nevoeiro Ilumina até 30 metros Branca ou Amarela

Luzes delimitadoras (2) Branca Vermelha

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À RETAGUARDA

2 de Presença Visível a 150 metros Vermelha

Luzes de Travagem - Vermelha ou Laranja

Luz de Nevoeiro - Vermelha

Luz de Nevoeiro
Visível a 100 metros Vermelha
(pesados de mercadorias)

1 Chapa de Matrícula Visível e legível a 20 metros Branca

2 Indicadores de Direção - Vermelha ou Laranja

Luz de Marcha Atrás Não superior a 10 metros Branca

Importante

Na Finlândia, Noruega, Dinamarca, Suécia, Suíça e Itália, é obrigatório circular com as luzes
cruzamento acesas durante o dia.

Na Áustria, é obrigatório circular com luzes de cruzamento, dentro das localidades.

Na Alemanha, é proibida a utilização de máximos nas autoestradas.

Na França, é recomendado o uso de luzes de cruzamento (médios), durante o dia, dentro e


fora das localidades.

É proibido o uso de luzes de nevoeiro, sempre que as condições meteorológicas ou ambientais,


não o justifiquem.

Os veículos afetos ao transporte de mercadorias perigosas, devem circular durante o dia, com
as luzes de cruzamento acesas.

Em tuneis sinalizados e nas vias de sentido reversível, devem circular durante o dia, com as luzes
de cruzamento acesas.

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Os veículos de transporte de crianças, devem também circular de dia com as luzes cruzamento
acesas.

Em trânsito, a não utilização de luzes quando obrigatório pelos veículos, constitui


contraordenação grave e muito grave, quando pratica (neste caso com a exceção das luzes de
presença) nas autoestradas e vias reservadas a automóveis e motociclos, punível com coima de
30 € a 150 €.

2.5.4 Sinalização de perigo


Para sinalizar uma situação particularmente perigosa, tal como uma avaria em que o veículo
circule em marcha lenta, uma avaria com imobilização, uma avaria nas luzes, uma redução súbita
de velocidade, entre outras, deve usar-se os “quatro piscas”. Este simples gesto pode evitar o
acidente.

2.5.5 Sinalização de Marcha Lenta


Os veículos que, por construção, têm de circular em marcha lenta deve sinalizar a marcha lenta
com uma luz rotativa amarela.

2.5.6 Veículos Prioritários


Os veículos construídos e preparados para circularem em situação de emergência são equipados
com luzes rotativas ou intermitentes azuis que devem usar apenas nestas situações.

2.6 Sinalização Rodoviária

A sinalização rodoviária surge para complementar ou criar locais ou situações de exceção às


regras rodoviárias.

Como exemplo poderemos considerar os limites de velocidades que, fazendo parte integrante
das regras, não se limitam às mesmas, dada a multiplicidade e diversidade de situações pontuais
que precisam de ser devidamente assinaladas.

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2.6.1 Hierarquia entre prescrições

Existem situações em que os sinais prescrevem comportamentos distintos, senão mesmo


opostos. Importa, pois, saber hierarquizá-los para sabermos o comportamento a adotar

Hierarquia:

1. Sinalização dos agentes da autoridade;


2. Sinalização temporária (fundo amarelo)
3. Sinalização luminosa;
4. Sinalização vertical;
5. Marcas no pavimento.

As regras de trânsito, como já se disse, regulamentam o trânsito nos locais onde não há
sinalização.

2.6.2 Sinais dos Agentes da autoridade


Os sinais dos agentes da autoridade estão no topo da hierarquia da sinalização.
Perante as ordens legítimas dos agentes da autoridade todas as outras prescrições
perdem validade.

Assim, e por exemplo: a paragem numa autoestrada, desde que quando instruída por um
agente de autoridade, e se tal se justificar.

2.6.3 Sinalização temporária


A sinalização temporária tem fundo amarelo e surge em segundo lugar na hierarquia pois
destina-se a assinalar situação de carácter temporário que, pela sua curta duração, não
justificaria sinalização permanente.

2.6.4 Sinalização Luminosa


A sinalização luminosa tem por finalidade alertar, advertir ou orientar condutores de veículos e
pedestres.
Pode ser feita pela autoridade pública ou por sua determinação, pelo agente da autoridade
(agente de trânsito) e pelo usuário da via.

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Sinalização semafórica:
O semáforo é um dispositivo de controlo e segurança tanto de veículos como de peões. Devido
à sua característica de intervir no direito de passagem para os diferentes movimentos de
veículos ou de peões, em intersecções ou em outros locais ao longo das vias; o semáforo exerce
uma profunda influência sobre o fluxo de trânsito.

Os semáforos, quando usados devidamente, propiciam as seguintes vantagens:

a) Organizam o trânsito nas intersecções, diminuindo conflitos, podendo aumentar sua


capacidade de escoamento;

b) Reduzem a frequência dos acidentes;

c) Podem ser coordenados para propiciar um movimento contínuo, a uma velocidade


definida ao longo de uma determinada rota;

d) Podem ser usados para interromper o trânsito a fim de permitir a passagem de peões.

2.6.5 Sinalização vertical


A sinalização vertical é um conjunto de dispositivos e equipamentos
que têm como função:

• Informar

• Orientar

• Guiar

O aumento de trânsito, a velocidade a que se circula, o crescente número de dispositivos


colocados nos automóveis, a necessidade duma rápida descodificação das mensagens, faz com
que a sinalização vertical seja fulcral para a sua segurança.

2.6.6 Marcas no Pavimento


As marcas rodoviárias destinam-se a regular a circulação e a advertir e orientar os utentes das
vias públicas, podendo ser completadas com outros meios de sinalização

A materialização das marcas rodoviárias pode ser feita com recurso a pinturas, lancis, fiadas de
calçada, elementos metálicos ou de outro material, fixados no pavimento.

As marcas rodoviárias têm sempre cor branca, com exceção das que regulam o estacionamento
e as marcas temporárias

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Normas Legais de Condução

Fora das localidades, as marcas rodoviárias devem ser retrorrefletoras.


As marcas longitudinais são linhas apostas na faixa de rodagem, separando sentidos ou vias de
trânsito.

Na proximidade de locais que ofereçam particular perigo para a circulação, designadamente


lombas, cruzamentos, entroncamentos e locais de visibilidade reduzida, podem ser utilizadas,
excecionalmente, duas linhas contínuas adjacentes, que têm o mesmo significado que a linha
contínua simples

2.7 Fiscalização da condução sob efeito de álcool


Devem submeter-se às provas estabelecidas para a deteção dos estados de influenciado pelo
álcool ou por substâncias psicotrópicas:

a) Os condutores;

b) Os peões, sempre que sejam intervenientes em acidentes de trânsito;

c) Qualquer condutor que se propuser iniciar a condução.

As pessoas referidas nas alíneas a) e b) do n.º 1 que recusem submeter-se às provas


estabelecidas para a deteção do estado de influenciado pelo álcool ou por substâncias
psicotrópicas são punidas por crime de desobediência identificativos dos itinerários principais,
de cor azul.

2.8 Apreensão dos títulos de condução


2.8.1 Apreensão Preventiva
Os títulos de condução devem ser preventivamente apreendidos pelas autoridades de
investigação criminal, fiscalização ou seus agentes quando:
a) Suspeitem da sua contrafação ou viciação fraudulenta;

b) Tiver expirado o seu prazo de validade;

c) Se encontrem em estado de conservação que torne ininteligível qualquer indicação ou


averbamento.

Nestes casos deve, em substituição do título, ser fornecida uma guia de condução válida pelo
tempo julgado necessário e renovável quando ocorra motivo justificado.

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2.8.2 Outras apreensões


Os títulos de condução devem ser apreendidos para cumprimento
da cassação do título, proibição ou inibição de conduzir.
A entidade competente deve ainda determinar a apreensão dos
títulos de condução quando:

a) Qualquer dos exames realizados nos termos dos n.ºs 1 e 5 do artigo 129.º revelar
incapacidade técnica ou inaptidão física, mental ou psicológica do examinando para
conduzir com segurança;

b) O condutor não se apresentar a qualquer dos exames referidos na alínea anterior ou no


n.º 3 do artigo 129.º, salvo se justificar a falta no prazo de cinco dias;

c) Tenha caducado nos termos dos n.ºs 1 e 2 do artigo 130.º.

Quando haja lugar à apreensão do título de condução, o condutor é notificado para, no prazo
de 15 dias úteis, o entregar à entidade competente, sob pena de crime de desobediência,
devendo, nos casos previstos no n.º 1, esta notificação ser efetuada com a notificação da
decisão.

Sem prejuízo da punição por crime de desobediência, se o condutor não proceder à entrega do
título de condução nos termos do número anterior, pode a entidade competente determinar a
sua apreensão, através da autoridade de fiscalização e seus agentes.

2.8.3 Efeitos da cassação


A cassação tem como efeito não permitir ao portador do título de condução a obtenção de
qualquer título de condução, para conduzir veículos a motor, antes de decorridos 2 anos sobre
a efetivação daquela.

Pontos

O sistema “Carta por Pontos” entrou em vigor no dia 1 de junho de 2016 e aplica-se às infrações
cometidas a partir desse mesmo dia. Este atribui a cada titular de carta de condução 12 pontos
iniciais, pontos esses que são descontados por cada contraordenação ou crime rodoviário
cometido.

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Normas Legais de Condução
Contraordenações leves não descontam pontos à carta de condução

Contraordenações graves tiram 2 pontos à carta de condução. Algumas contraordenações


graves são acentuadas e descontam 3 pontos, são elas:

• Conduzir sob influência de álcool;


• Excesso de velocidade em zonas de coexistência;
• Ultrapassagem nas passagens para peões ou velocípedes.

Contraordenações muito graves custam 4 pontos à carta de condução, à exceção das situações
abaixo, que custam 5 pontos cada:

• Conduzir sob efeito de psicotrópicos;


• Conduzir em velocidade superior a 40 km/h (automóvel ligeiro ou motociclo) ou
excedente a 20 km/h (outro veículo a motor) em zonas de coexistência;
• Conduzir com uma taxa de alcoolemia igual ou superior a 0,8g/l e inferior a 1,2g/l ou
igual ou superior a 0,5 g/l e inferior a 1,2 g/l quando em regime probatório, condutor de
veículo de socorro ou de serviço urgente, de transporte coletivo de menores até aos 16
anos, de automóveis pesado de passageiros ou de mercadorias ou de transporte de
mercadorias perigosas ou de táxi, bem como quando o relatório médico considerar que
o condutor está influenciado por álcool.

Se o condutor chegar aos 4 ou 5 pontos, fica obrigado a uma ação de formação de segurança
rodoviária. Faltar injustificadamente à formação inibe imediatamente a condução.

Ao atingir 1, 2 ou 3 pontos na carta, o condutor deverá proceder a um exame de condução.

Caso os pontos sejam ZERO, o condutor perde a carta e deve esperar 2 anos até poder tirá-la
novamente.

Por outro lado, ao condutor que em 3 anos não cometa infrações graves, muito graves ou crimes
rodoviários, serão creditados 3 pontos extra, perfazendo assim 15 pontos (12+3). Os condutores
profissionais terão igualmente direito a 3 pontos extra, contudo, os mesmos serão creditados
ao final de dois anos.

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2.9 Condução sobe efeito de álcool

A taxa de álcool no sangue (TAS), é avaliada com base no número indicador de gramas de álcool
presentes em cada litro de sangue (g/l).

Desta forma, um condutor que apresente uma TAS igual a 1,0g/l é porque
em cada litro do seu sangue existe um grama de álcool.

A taxa de álcool no sangue pode ainda ser obtida por análise de sangue,
que terá que ser efetuada em estabelecimento oficial de saúde como
acontece nos casos de exigência de um pedido de contra prova.

2.9.1 Penalização por condução sob efeito de álcool em Portugal

Na seguinte tabela apresentam-se as penalizações por condução sob efeito de álcool

Taxa
Inibição de Proibição
de álcool Qualificação Coima Pena
conduzir de conduzir
no sangue

Igual ou superior a 0,5g/l


e inferior a 0,8g/l Contraorden €240,00 1 mês
- ação a - a -
Igual ou superior a GRAVE €1200,00 1 ano
0,2g/l (1)

Igual ou superior a 0,8g/l


e inferior a 1,19g/l Contraorden
€360,00 2 meses
Estupefacientes ou ação
a - a -
psicotrópicas MUITO
€18000,00 2 anos
Igual ou superior a GRAVE
0,5g/l (1)

Prisão
3 meses
até 1 ano
Igual ou superior a 1,2g/l CRIME - - a
ou multa
3 anos
até 120 dias

(1) Para condutores em regime de período probatório

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Normas Legais de Condução

2.9.2 Fatores que Interferem na TAS


O consumo de bebidas alcoólicas tem um duplo conjunto de consequência que o tornam
extremamente perigoso para a condução.
O rendimento físico e intelectual vai diminuindo e simultaneamente o convencimento das
nossas capacidades vai aumentando. Isto, naturalmente é um facto indutor do aumento de
sinistralidade.

2.10 Fadiga

Estado psicossomático que se caracteriza por uma diminuição das características físicas e
intelectuais.

A fadiga, a par do consumo (excessivo) de bebidas alcoólicas, da velocidade e da distração,


encontra-se entre os principais fatores de risco durante a condução. As estatísticas indicam
que cerca de 30% dos acidentes de viação se devem à ação direta/ indireta da fadiga (por
.ex. casos em que o condutor adormece ao volante).

A fadiga afeta as capacidades psicofísicas (psicológicas e físicas) do condutor, pelo facto de


produzir alterações nas suas aptidões para o controlo do veículo.

• A fadiga aumenta a dificuldade em manter a atenção;


• Aumenta a tensão muscular (pela rigidez e pouca flexibilidade exercida pelos membros);
• Diminui a velocidade e precisão na execução de manobras;
• Diminui a aptidão de avaliação do risco;
• Aumenta o risco de erros, pela ansiedade de chegarmos rapidamente ao destino;
• Aumenta a probabilidade de alterações comportamentais, como consequência de
estados de ansiedade, stress, etc. Estas alterações poderão ser constatadas através de
um aumento da agressividade, sobrevalorização de capacidades, entre outros.

2.10.1Sinais de Fadiga
Os primeiros sinais de fadiga são normalmente sentidos ao nível da visão (ardor) e da
musculatura (dores dorsais, no pescoço e nuca).

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Normas Legais de Condução
Visão:
• Ardor e contínuo movimento das pálpebras (piscar), o que nos obriga a esfregar os olhos
constantemente.
• Sensação de pálpebras pesadas.
• Dificuldades em fixar os olhos na estrada e na recolha de índices;
• Ilusões visuais;

Audição:
• Zumbido constante nos ouvidos;
• Sensibilidade auditiva;
• Falsas perceções (ilusões auditivas);

Físicos:
• Pressão na cabeça e têmporas;
• Sensação de dormência;
• Espasmos;

Ao verificar estes fatores a capacidade de reação do condutor encontra-se muito próxima do


esgotamento, nomeadamente quando o condutor começa a sentir dificuldades para fixar um
ponto específico, ou para calcular distâncias laterais.

Neste momento, o condutor deve ter o bom senso de parar imediatamente e descansar.

3 Sensibilização para cumprimento das normas de


segurança

As normas de segurança existem para reduzir a ocorrência de sinistros na estrada, que


vulgarmente se designam por acidentes.

Importa esclarecer o significado de acidente, que será a circunstância fortuita que resultará
duma falha inesperada do material circulante ou uma absolutamente imprevisível falha no piso.

Fora isto o que frequentemente ocorre é uma falha grave de atenção, um descuido grave,
impreparação do condutor, entre outras.

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Normas Legais de Condução
Acuidade visual
Alguns fatores que diminuem a Acuidade Visual:

✓ Fadiga;
✓ Sonolência;
✓ Determinados medicamentos;
✓ Álcool;
✓ Substâncias estupefacientes e psicotrópicas, etc.
✓ Visão cromática;
✓ Visão estereoscópica;
✓ Visão noturna;
✓ Audição;
✓ Idade;
✓ Sexo.

a) A ingestão de álcool, medicamentos ou drogas;

b) Fadiga,

c) As manobras perigosas;

d) O desrespeito pela sinalização e regras de trânsito.

3.1 Tempos de reação, distância de travagem e de paragem


3.1.1 Tempo de reação
O tempo de reação é o tempo que decorre entre a observação de um perigo e a reação ao
mesmo perigo.

Assim um condutor consciente sabe que a resposta ao perigo não é imediata. Variando de
condutor para condutor decorre entre 0,7 a dois segundos.

O condutor pode ver aumentada a sua distância de reação por todas as ações que ponham em
causa as suas capacidades físicas ou mentais, tais como as referidas acima

3.1.2 Distância de travagem


A distância de travagem é a distância percorrida entre o ponto em que o condutor carrega no
travão e o ponto em que o veículo se imobiliza. Esta distância varia em função das condições do
veículo, da via e do meio onde circulam.

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Normas Legais de Condução

3.1.3 Distância de paragem


A distância de paragem é a soma da distância percorrida no tempo de reação com a distância
de travagem.

Quadro com distâncias estimadas para ligeiros:

Velocidade Distância de Distância de


Distância de reação
Instantânea travagem paragem

40 11 16 27
50 13.8 25 38,8
60 16,6 36 52,6
70 19,4 49 68,4
80 22,2 64 86,2
90 25 81 106
100 27,7 100 127,7
110 30,5 121 151,5
120 33,5 144 177,3

Velocidade do Veículo
Coeficiente de Aderência Distância de Travagem (m)
(km/h)
Pavimentos Secos
50 0,62 16
65 0,60 27
80 0,58 44
100 0,56 65
Pavimentos Molhados
50 0,34 29
65 0,31 54
80 0,29 87
100 0,28 141

Para os veículos pesados as distâncias são consideravelmente maiores, mas muito


dependentes do tipo de veículo, do sistema de travagem e da tonelagem de carga
transportada.

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Normas Legais de Condução

3.1.4 Condução com tempo de chuva


A condução em dias de chuva comporta um aumento do risco de acidente, resultante de fatores
tais como:

• Menor visibilidade;

• Menor aderência;

• Maior stress físico;

• Aumento de distância de travagem.


A aderência é a quantidade de atrito que em cada momento existe entre os pneus e o
pavimento. A água pode funcionar como um “lubrificante” diminuindo o atrito ou, sendo em
quantidades grandes, pode aumentar a resistência ao rolamento. Normalmente a água no
pavimento também transforma a terra em lama, e transforma-se em gelo com baixas
temperaturas.

Outra condicionante da chuva é a diminuição da visibilidade, causada pela água que escorre e
pelo embaciamento do para-brisas e vidros do veículo, pelo funcionamento dos limpa para-
brisas e desembaciadores.

Quanto mais intensa é a chuva, menor é a visibilidade disponível. O aumento da carga ou stress
físico provocado pela condução prolongada debaixo de más condições de aderência e de
visibilidade, muitas vezes associadas à temperatura e humidade do habitáculo, aumentam a
fadiga e condicionam o comportamento do condutor.
Em situações de chuva forte, e particularmente quando associada a velocidades elevadas em
autoestrada, aumenta a probabilidade de hidroplanagem, ou seja, o efeito de “planagem” do
veículo sobre uma película de água.

3.1.5 Visibilidade noturna


Durante a noite, a visibilidade diminui de várias formas:
• Dificuldade de ver as coisas e os objetos;
• Dificuldade de distinguir cores;
• Dificuldade de avaliar distâncias;
• Efeitos do encandeamento sob luz forte;
• Diminui a visão estereoscópica do condutor;
• Efeitos do deslumbramento, derivado das rápidas alterações da quantidade de luz, ou
sejam, a passagem de um local escuro para um muito iluminado ou vice-versa.

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Normas Legais de Condução

4 DAAA

Este documento tem como finalidade estabelecer uma plataforma de entendimento das causas
que tenham dado origem ao acidente, de modo a facilitar o tratamento por parte das
seguradoras. A ocorrência de um sinistro deve dar lugar ao preenchimento da D.A.A.A
(declaração amigável de acidente automóvel) se os condutores estiverem de acordo quanto às
circunstâncias em que ocorreu, quer envolva dois ou mais veículos.

A D.A.A.A. não implica o reconhecimento de responsabilidade no acidente e facilita a


regularização do sinistro.

Após terem preenchido e assinado, em conjunto, o respetivo impresso, cada interveniente fica
com um exemplar.
Posteriormente, cada um deve preencher o verso da respetiva folha, a participação de Sinistro,
e entregá-la à sua seguradora.

A Declaração Amigável de Acidente Automóvel é um documento obrigatório para a aplicação da


Convenção IDS (Indemnização Direta ao Segurado), sendo imprescindível para o efeito o
preenchimento de requisitos como: data do acidente, veículo (n.º de matrícula), seguradora,
circunstâncias do acidente ou esquema do acidente e assinatura dos condutores.

Os intervenientes devem preencher a declaração no local do acidente e ainda:

• Utilizar só um impresso para o caso de 2 veículos, dois impressos para o caso de 3


veículos, e assim consecutivamente;
• Qualquer um dos intervenientes pode fornecer e preencher o impresso;
• Deve-se usar uma esferográfica e escrever de forma a que o duplicado fique bem legível;
• Preencher e indicar o que for solicitado nos campos;
• Caso existam testemunhas, indique os seus nomes, moradas e contactos;

Deve assinar e fazer assinar a declaração pelo outro condutor. Entregue-lhe um exemplar e
guarde o outro para si.

Em caso de dúvida no preenchimento da declaração, deve consultar as informações que


constam no verso da declaração.

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Normas Legais de Condução
Instruções para preenchimento da DAAA:

O correto preenchimento da Declaração Amigável é imprescindível para a celeridade da


resolução do processo de sinistro. Consulte as seguintes instruções de preenchimento e
certifique-se que se encontram declarados todos os elementos necessários.

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Normas Legais de Condução

1 - Data: Coloque a data correta do acidente.

2 - Local: Indique o local do acidente.

3 - Feridos: Indique se existem ou não feridos, mesmo que sejam ligeiros. No caso de existirem
feridos, mesmo que ligeiros, não se pode aplicar o sistema IDS-Indemnização Direta ao
Segurado.

4 - Danos Materiais. Apenas se encontram abrangidos pelo sistema IDS os prejuízos materiais
que não excedam os 15.000€.

5 - Circunstâncias do Acidente: Deve indicar através do sistema de cruzes, as circunstâncias em


que se deu o acidente, não se esquecendo de indicar, no final, a quantidade de quadrados
indicados. Esta informação é muito importante para a determinação de responsabilidades.

6 - Segurado: Indique o Apelido, Nome e Morada do segurado.

7 - Veículo: Indique o nº da matrícula do veículo.

8 - Companhia de Seguros: Indique a Companhia de Seguros de acordo com a Carta Verde do


veículo.

9 - Condutor: Indique os elementos constantes na carta de condução do condutor.

10 - Danos Visíveis: Registe os danos visíveis causados pelo acidente em causa.

11 - Observações: Indique, resumidamente as circunstâncias do acidente (ex. o veículo B tinha


perda de prioridade).

12 - Esquema do Acidente: É importante indicar a posição dos veículos no momento do embate,


bem como a existência de semáforos, sinais verticais, traços contínuos e outros elementos de
referência e ou sinalização.

13 - Assinatura dos Condutores: Certifique-se que a declaração está assinada por ambos os
condutores, garantindo assim a hipótese de acionar o sistema IDS, caso a situação o permita.

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Normas Legais de Condução
Em caso de dúvidas, no local, consulte sempre as instruções de utilização constantes na
contracapa da sua Declaração Amigável de Acidente Automóvel.

E lembre-se:

A Declaração amigável bem preenchida e assinada pelos dois intervenientes, permite uma mais
rápida e melhor regularização do acidente.

Remeta, com urgência, este impresso num prazo inferior a 8 dias a contar da data de ocorrência
para a sua seguradora.

Caso haja dúvidas em relação ao acidente, não seja possível preencher o impresso ou não haja
acordo em relação à DAAA, deve-se chamar as forças de autoridade, como a PSP ou a GNR,
devendo ainda fazer o seguinte:

• Obter elementos de identificação dos intervenientes no acidente, nomeadamente:


nome, morada, telefone, nº BI ou cartão de cidadão e ainda o nº da carta de condução.
• Recolher os dados essenciais das viaturas envolvidas no acidente, isto é: marca,
matrícula, seguradora e nº da apólice. Estes dados estão na carta verde ou no selo da
seguradora que consta no para-brisas.
• Recolher informação das testemunhas, nomeadamente: nome, telefone e morada.

Nota:
É importante tomar atenção ao nome do segurado e do condutor, uma vez que poderão não ser
a mesma pessoa; ex.:

• Segurado — nome de Firma ou titular do seguro;


• Condutor — pessoa que conduzia a viatura no momento do acidente.

Entregar a DAAA á companhia, não significa perda de qualquer ou agravamento do contrato. O


contrato só é afetado se se verificar que alguma responsabilidade lhe pertence.

Cada Companhia de Seguros tem regras definidas para aceitar a IDS (Indemnização Direta ao
Segurado) que se traduz num acordo entre companhias.

O valor da reparação do veículo lesado, não pode ultrapassar os 15.000,00€.


A DAAA não pode estar rasurada.

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Normas Legais de Condução

5 Classificação comunitária de veículos

Sendo obrigatória a classificação das categorias de veículos, temos assim estabelecido na


classificação europeia as seguintes categorias: M, N e O. A classificação referida baseia-se
na adoção da letra M para veículos de passageiros, N para veículos de mercadorias e a
letra O para os reboques ou semirreboques.

• Categoria M1 – veículos destinados ao transporte de passageiros até 8 lugares sentados,


além do condutor.

• Categoria M2 – veículos destinados ao transporte de passageiros com mais de lugares


sentados, além do condutor e peso bruto até 5t.

• Categoria M3 – veículos destinados ao transporte de passageiros com mais de 8 lugares


sentados, além do condutor e peso bruto superior 5t.

• Categoria N1 – veículos destinados ao transporte de mercadorias com peso bruto até


3500kg.

• Categoria N2 – veículos destinados ao transporte de mercadorias com peso bruto


superior 3500kg, mas até 12.000kg.

• Categoria N3 – veículos destinados ao transporte de mercadorias com peso bruto


superior 12.000kg.

• Categoria O1 – reboques com peso bruto até 750kg.

• Categoria O2 – reboques com peso bruto superior 750kg., até 3500kg.

• Categoria O3 – reboques com peso bruto superior 3500kg, até 10.000kg.

• Categoria O4 – reboques com peso bruto superior 10.000kg.

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Normas Legais de Condução

6 Transporte de passageiros

A entrada e saída de passageiros deve fazer-se:


• O mais rapidamente possível, salvo se o veículo estiver devidamente estacionado
e as pessoas não ocuparem a faixa de rodagem;
• Sempre de modo a não causar embaraço ou perigo para os outros utentes;
• Pelo lado direito ou esquerdo do veículo, consoante este esteja parado ou
estacionado à direita ou à esquerda da faixa de rodagem.

6.1 Transporte de crianças em automóvel


• As crianças com menos de 12 anos de idade e menos de 135cm de altura devem
ser transportadas sempre no banco de trás e são obrigadas a utilizar sistemas de
retenção adequados ao seu tamanho e peso (cadeirinhas). ( Art.º55.º );
• É permitido o transporte de crianças com menos de 3 anos no banco da frente
desde que se utilize sistema de retenção virado para a retaguarda e o airbag do
lado do passageiro se encontre desativado. ( Art.º55.º );
• Nos automóveis que não estejam equipados com cintos de segurança é proibido o
transporte de crianças com menos de 3 anos. ( Art.º55.º);
• A infração a qualquer das disposições referidas nos pontos anteriores é
sancionada com coima de 120 a 600 euros por cada criança transportada
indevidamente. ( Art.º55.º ).

7 Classificação de contraordenações (art.º 136º do


código da estrada)

7.1 Contraordenações muito graves (Artigo 146.º)


No exercício da condução, consideram-se muito graves as seguintes contraordenações:

a) A paragem ou o estacionamento nas faixas de rodagem, fora das localidades, a menos de 50


m dos cruzamentos e entroncamentos, curvas ou lombas de visibilidade insuficiente e, ainda, a
paragem ou o estacionamento nas faixas de rodagem das autoestradas ou vias equiparadas;

b) O estacionamento, de noite, nas faixas de rodagem, fora das localidades;

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c) A não utilização do sinal de pré-sinalização de perigo, bem como a falta de sinalização de


veículo imobilizado por avaria ou acidente, em autoestradas ou vias equiparadas;

d) A utilização dos máximos de modo a provocar encandeamento;

e) A entrada ou saída das autoestradas ou vias equiparadas por locais diferentes dos acessos a
esses fins destinados;

f) A utilização, em autoestradas ou vias equiparadas, dos separadores de trânsito ou de


aberturas eventualmente neles existentes, bem como o trânsito nas bermas;

g) As infrações previstas na alínea a) do n.º 1 do artigo anterior quando praticadas em


autoestradas, vias equiparadas e vias com mais de uma via de trânsito em cada sentido;

h) As infrações previstas nas alíneas f) e j) do n.º 1 do artigo anterior quando praticadas nas
autoestradas ou vias equiparadas;

i) A infração prevista na alínea b) do n.º 1 do artigo anterior, quando o excesso de velocidade


for superior a 60 km/h ou a 40 km/h, respetivamente, bem como a infração prevista na alínea

c) do n.º 1 do mesmo artigo, quando o excesso de velocidade for superior a 40 km/h ou a 20


km/h, respetivamente, e a infração prevista na alínea d) do mesmo número, quando o excesso
de velocidade for superior a 40 km/h;

j) A infração prevista na alínea l) do n.º 1 do artigo anterior, quando a taxa de álcool no sangue
for igual ou superior a 0,8 g/l e inferior a 1,2 g/l ou igual ou superior a 0,5 g/l e inferior a 1,2 g/l
quando respeite a condutor em regime probatório, condutor de veículo de socorro ou de serviço
urgente, de transporte coletivo de crianças e jovens até aos 16 anos, de táxi, de automóveis
pesado de passageiros ou de mercadorias ou de transporte de mercadorias perigosas, bem
como quando o condutor for considerado influenciado pelo álcool em relatório
médico;

l) O desrespeito da obrigação de parar imposta por sinal regulamentar dos agentes fiscalizadores
ou reguladores do trânsito ou pela luz vermelha de regulação do trânsito;

m) A condução sob influência de substâncias psicotrópicas;

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Normas Legais de Condução
n) O desrespeito pelo sinal de paragem obrigatória nos cruzamentos, entroncamentos e
rotundas;

o) A transposição ou a circulação em desrespeito de uma linha longitudinal contínua


delimitadora de sentidos de trânsito ou de uma linha mista com o mesmo significado;

p) A condução de veículo de categoria ou subcategoria para a qual a carta de condução de que


o infrator é titular não confere habilitação;

q) O abandono pelo condutor do local do acidente nas circunstâncias referidas no n.º 2 do artigo
89.º.

7.2 Contraordenações graves (Artigo 145.º)

1 - No exercício da condução, consideram-se graves as seguintes contraordenações:

a) O trânsito de veículos em sentido oposto ao estabelecido;

b) O excesso de velocidade praticado fora das localidades superior a 30 km/h sobre os limites
legalmente impostos, quando praticado pelo condutor de motociclo ou de automóvel ligeiro, ou
superior a 20 km/h, quando praticado por condutor de outro veículo a motor;

c) O excesso de velocidade praticado dentro das localidades superior a 20 km/h sobre os limites
legalmente impostos, quando praticado pelo condutor de motociclo ou de automóvel ligeiro, ou
superior a 10 km/h, quando praticado por condutor de outro veículo a motor;

d) O excesso de velocidade superior a 20 km/h sobre os limites de velocidade estabelecidos para


o condutor ou especialmente fixados para o veículo, sem prejuízo do estabelecido nas alíneas
b) ou c);

e) O trânsito com velocidade excessiva para as características do veículo ou da via, para as


condições atmosféricas ou de circulação, ou nos casos em que a velocidade deva ser
especialmente moderada;

f) O desrespeito das regras e sinais relativos a distância entre veículos, cedência de passagem,
ultrapassagem, mudança de direção ou de via de trânsito, inversão do sentido de marcha, início
de marcha, posição de marcha, marcha atrás e atravessamento de passagem de nível;

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g) A paragem ou o estacionamento nas bermas das autoestradas ou vias equiparadas;

h) O desrespeito das regras de trânsito de automóveis pesados e de conjuntos de veículos, em


autoestradas ou vias equiparadas;

i) A não cedência de passagem aos peões pelo condutor que mudou de direção dentro das
localidades, bem como o desrespeito pelo trânsito dos mesmos nas passagens para o efeito
assinaladas;

j) O trânsito de veículos sem utilização das luzes referidas no n.º 1 do artigo 61.º, nas condições
previstas no mesmo número, bem como o trânsito de motociclos e de ciclomotores sem
utilização das luzes de cruzamento;

l) A condução sob influência de álcool, quando a taxa de álcool no sangue for igual ou superior
a 0,5 g/l e inferior a 0,8 g/l ou igual ou superior a 0,2 g/l e inferior a 0,5 g/l quando respeite a
condutor em regime probatório, condutor de veículo de socorro ou de serviço urgente, de
transporte coletivo de crianças e jovens até aos 16 anos, de táxi, de automóvel pesado de
passageiros ou de mercadorias ou de transporte de mercadorias perigosas;

m) A não utilização do sinal de pré-sinalização de perigo e das luzes avisadoras de perigo;

n) A utilização, durante a marcha do veículo, de auscultadores sonoros e de aparelhos


radiotelefónicos, salvo nas condições previstas no n.º 2 do artigo 84.º;

o) A paragem e o estacionamento nas passagens assinaladas para a travessia de peões;

p) O transporte de passageiros menores ou inimputáveis sem que estes façam uso dos
acessórios de segurança obrigatórios;

2 - Considera-se igualmente grave a circulação de veículo sem seguro de responsabilidade civil,


caso em que é aplicável o disposto na alínea b) do n.º 3 do artigo 135.º, com os efeitos previstos
e equiparados nos n.ºs 2 e 3 do artigo 147.º.

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7.3 Contraordenações leves

As contraordenações leves são sancionadas apenas com coima e são todas as que não se
encontram tipificadas como graves ou muito graves, pela lei.
No que ao Código da Estrada reporta são leves todas as contraordenações que não figurem nos
artigos 145º e 146º do Código da Estrada

7.4 Coima

A coima é um determinado montante pecuniário, variável consoante o tipo de infração


cometida, que se aplica quando se verifica a prática de uma contraordenação.

O condutor a quem é aplicada uma coima pode proceder ao seu pagamento pelo mínimo.

Caso não o faça o montante da coima é agravado atendendo:


• À gravidade da infração e da culpa (responsabilidade);
• Aos antecedentes do infrator;
• À situação económica do infrator, quando esta for conhecida.

7.4.1 A sanção acessória de inibição de conduzir


• Um mês a um ano, no caso das contraordenações graves;

• Dois meses a dois anos, no caso das contraordenações muito graves.

A sanção de apreensão do veículo é aplicável quando a prática de contraordenações graves e


muito graves couber a pessoa coletiva ou a pessoa não habilitada com título de condução (art.º
147º, n.º 3 do Código da Estrada).

A duração da sanção é idêntica à duração da sanção de inibição de conduzir aplicável à


contraordenação. As sanções acessórias são cumpridas em dias seguidos, como estipula o art.º
138º, n.º 4 do Código da Estrada.

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7.4.2 Punibilidade da negligência (Artigo 133.º)

Nas contraordenações rodoviárias a negligência é sempre sancionada

REINCIDÊNCIA

Considera-se reincidente, nos termos do art.º 143º do Código da Estrada, o infrator que pratique
uma contraordenação grave ou muito grave, e consequentemente lhe tenha sido aplicada a
sanção acessória de inibição de conduzir, ainda que tenha sido suspensa na sua execução, no
período de 5 anos após ter sido condenado por outra contraordenação grave ou muito grave.

7.4.3 IMT
É a entidade responsável pela existência de um registo dos condutores, de âmbito nacional, o
qual contém os crimes e contraordenações graves e muito graves praticadas no exercício de
condução de veículos a motor.

7.5 Qualificação das infrações por excesso de velocidade

Os automóveis pesados de passageiros, a contraordenação é qualificada como grave consoante


quando o excesso de velocidade seja:

• Superior a 10 km/h e até 20 km/h ou superior a 20 km/h, se o infrator circular dentro


de uma localidade.

• Se a infração for praticada fora das localidades, a contraordenação será grave quando o
excesso de velocidade seja superior a 20 km/h até 40 km/h e será muito grave quando
seja superior a 40 km/h.

A estas contraordenações correspondem coimas cujo valor varia, em função da gravidade, entre
60 e 2.500 €, bem como, a sanção acessória de inibição de conduzir entre 1 mês a 1 ano, quando
a contra ordenação for grave ou 2 meses a 2 anos quando a contra ordenação for muito grave.

O condutor, tem 28 dias imediatos para fazer o pagamento, caso contrário, terá um acréscimo
de 50% e o assunto será levado a tribunal.

O condutor poderá correr o risco de não poder voltar a conduzir no Reino Unido, uma vez que,
não pode registar os pontos numa carta estrangeira.

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