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Onitismo ranco Volpi 0 oficiodo liso eo Rachel Gzzolla ‘Ander do discus, 8 ed Miche! Foucault ‘Que éa lose antiga? Pierre Hadot As raies de Arise, 2, Enrico Bert Saber dos amigos — teapia para os tempos atuais, 2 ed, Giovanni Reale Sete lds sobre ser, 2d, Jacques Martin Transformacdo da flesofi, vl, 1 Karl-Ouo Apel ‘Trunsformaa da ise, vo. 2 KarlOu Apel Avontade de crer ‘Wilim James Para toler ingenuament wma tage greg Rachel Gazolla, Mario Ariel Gonzélez Porta A FILOSOFIA A PARTIR DE SEUS PROBLEMAS Diddtica e metodologia do estudo filosdfico Diregio Pe, Fidel Gaveéa Rodrfgues, SJ aligho “Marcos Marcionilo Preparagio Gisele Molinari Dingvamagio Teima das Santos Custédio Revisto Carlos Alberto Barbaro Joseli Nunes Brito Mauricio Balthazar Leal Edigdes Loyola Roa 1822 n 347 ~ Ipiranga (04216-000 Sio Paulo, SP Caixa Postal 42.335 ~ 0218-970 ~ Sao Paulo, SP Ge (OPM) 6914-1922 (OWL) 6163-4275 Home page ¢ vendas: wws:loyols.com.br Fulitoril: loyola@loyola.com.br Vendas: vondast@loyola.com.br adoro dicts reserdot, Nenhuma parte desta obra pode ser repradacida ou ransmita po quale form vom quataer mes (eleronico ov mecdnico ncluindo Joop e gravagdo) ou agevada em quar sistema sin pence de dados xem permsstoescrta da Editor ISBN: 85-15.02579.5 © EDICOES LOYOLA, Sto Paulo, Brasil, 2002 As diversas relacdes possiveis com a filosofia i, assim, por exemplo, ele jamais tenderia por filosofia“histéra da flosofi" (algo que hoje ia para nds uma primeira identificagio). A oposicao que lhe teressa & entre uma ciéncia constituida como um conjunto verdades e uma atividade da razio. Como a filosofia nio 4 primeira, mas propriamente a segunda, nfo hé aqui o que ‘no sentido de uma transmissio de conteddos. E um mérito kantiano o haver chamado a atengio sobre diferenca entre “ensinar conteidos filoséficos” e “ensinar a losofar”!. Sem embargo, sua dstingSo intraduz mais proble- 1. E pelo menes de odo ndreto, mas genericaments, entre o one 1 flsstic" eo "pena Hsafcamente™ [a Imas que solugdes. Kant supde que & possivel ensinar a filoso- fi, ainda que, a partir de seus pressupostos, nio seja cbvio {que isso possa ser "ensinado” © em que sentido o seja. Por outro lado, a pergunta principal fica de pé: se o ensina filo- sofia nos remete ao ensinar a filosofas, © como se filosofa e 0 ‘como se ensina a filosofar ainda estio por ser esclarecidos 1.2. As diversas relagies possiveis com a filosofia Filosofar nfo é a tinica relacio que se pole manter com aquilo que chamamos de "filosofia". Por tal razio, devemos distinguir as seguintes perguntas: 1. Como se *filosofa", ou seja, como se produz filosofia “original”? 2, Como se pensa “filosoficemente', ou em que consi te the philosophical way of thinking ("o modo fi- los6fico de pensar”)? 3. Como se investiga em filosofia com os crtérios aca- démicos de rigor? 4. Como se investiga em historia da filosofia? 5. Como se ensina filosofia? 6. Como se estuda filosofia? 7. 8. que & propriamente, “ensinar filosofia"? 8. O que é, propriamente, “estudar filosofia"? E ébvio que a forma de responder as perguntas acima depende, em tiltima instincia, da forma de responder & pergunta bisica: 9, Afinal de contas, 0 que é “filosofia"? No que se segue, nossa anélise se concentraré em 5, 6, 8; algumas reflexées a respeito de 1, 2, 3, 4 e 9 serdo, , imprescindiveis. ilasofar” & um verbo que indica tanto uma atividade ‘como seu produto, Conseatientemente, hé dois sentidos para, 22 | Arotory 1 a menus pergunta “como se filosofi?”. Em um deles, trata-se de Aleterminar como se tornar um filésofo original, apontando- Je um certo resultado; no outro, como podemos nos apro- priar do philosophical way of thinking, € alude a uma forma ‘specifica de proceder intelectual Agora, se por "filosofar” entendemos producio de “co- inhecimento filosofico ‘originale, inclusive, “de qualidade’ (Gein lf 0 que isso signifique), tal dadiva ests certamente Teservada a poucos mortais. "Como se forma um fil6sofo?", esse sentido, ¢ uma pergunta tio pouco suscetivel de res- sta quanto a de como se forma um pintor ou um poeta, vez. a tnica coisa que se possa é estabelecer de modo tempirico algumas condigbes provaves Se a primeira pergunta permanecer sempre sem ser esolvida, € possfvel dar uma resposte concreta & segunda, eixando de lado a valoracio acerca da qualidade, nio ape- has os filsofos flosofam, mas também outros que jamais, [produziram um pensamento “original”. Comum a ambos € fexercicio de um tipo de atividade intelectual que chamamos filosdfica". Todas as formas de relacionar-se com a filosofia, supdem em iiltima instncia (para serem frutiferas) @ pre- senca deste tipo de atividade. Isso nada tem a ver com ditos {isuais como 0 de que todo homem é por natureza um filb= sofo ou que as criangas filosofam, Refiro-me a um sentido snais exigente. Trata-e da capacidade de uma reflexao siste- ‘mética, met6dica ¢ (em maior ou menor medida) autdnoma sobre certos problemas, Sem ele, jamais hé filosofia em nenhum sentido, nem sequer no mais despretensioso de entender um texto, Existem diferentes tipos de trabalho filoséfico, modos heterogéneos de relacionar-se com a filosofia. No entanto, ni estio desvinculados, pois hi entre eles uma identidade biisiea no “modo de pensar’, de forma tal que constituem i : As owas acta reso coma nana | 23 lum continuo que se direciona a um grau crescente de “cr tividade”, Entre investigacao e docéncia, trabalho académico « proclugio filosétce, filosofia e histéria da filosofia, no hi cessatiamente — um hiato absoluto nem, muito me- hos, una contradigdo. Mas em que consiste o philasophical ‘way of thinking presente em todos eles? 2A | Armosonn ses rcmaas Capttulo 2 Os momentos essenciais do “modo filosdfico de pensar” 2.1. A primeira imagem da filosofia Para quem nio se dedicou a um estuco sistemético da Filosofia e tem um contato primério com essa disciplina, a Impressio de um certo caos é inevitavel. A filosofia € vista ‘como tum espaco onde reina o capricho, podendo cada um dizer 0 que quiser. Seu caréter nio-empirico € entendido como pura arbitrariedade, quando no como confusio cré- nica. Porém, essa impressio é falsa: a filosofia no € um caos de pontos cle vista incomensursveis, nem consiste sim- plesmente em possuir certeas. Tata-se de ter opinides sobre certos temas hem definidos e sustenté-las em algo diferente de uma conviegio pessoal; mais ainds, o néicleo essencial da filosofia néo € constitufdo de crengas temati- camente definidas e racionalmente fundadas, sendo de pro- blemas ¢ solacdes. 2.2, “O problema” como momento essencial do pensar filossfico (tema, problema, questio, pergunta) Se © piblico em geral nao entende © que os fil6sofos fazem e eré que cada um simplesmente diz 0 que quer, is80 se deve, em grande medida, a0 fato de que no entende o problema ou, mais ainda, nfo toma conscigncia da existén- cia de um problema. Esse € 0 dado da equacio que tende a faltar e 0 motivo essencial da impressio de acbitrarieda- de. O que o filisofo diz é tomado como "mero dizes”, co- ‘mo “irresponsivel afirmar”, passando-se por alto seu origi nério cariter de “solucio”. No entanto, a flosofia possui problemas, sendo @ unidade dinmica interna desses pro- blemas 0 que esta na base da multiplicidade e da mudanga de temas ¢ opinies. Quando no hé problema tampouco hi filosofia, A lista dos problemas filosficos esté sempre incompleta « submetida a constante revisio. Nio existe, por assim dizer, tum catilogo deles fixado por uma instincia externa 4 pré- pri filosofi,e do qual ela poderia se servir. Os problemas da disciplina — e isso por sua propria natureza — ni estio ali prontos, esperando simplesmente que 0 pensador os tome. ‘A sua construgio (¢ no to-s6 e em primeira linha a sua resposta) & parte essencial do trabalho filosofico. © primeiro passo para entender filosofia € sempre esta- belecer o problema, Diante de um filésofo particular, deve ‘mos comecar pela pengunta “qual é o problema por ele pro- posto?” e, eventualmente, “por que ele o formula dessa mi nelra?”. Entender um autor & ver sua filosofia como resposta *20" problema que ele se coloca, Isso vale para qualquer fil6- sofo, sem excegées, Do mesmo modo que pergunto qual é 0 problema de Husserl nas Investigagées ldgicas, devo perguntar qual € 0 problema de Heidegaer em Ser e tempo, ou qual & 0 26 | A ruosons € sus caus problema de Nietzsche em Assim falou Zaratustra?. As vezes 0s fildsofos colocam diferentes problemas em diferentes obras Geralmente, quanto mais os entendemos mais percebemos que problemas i primeira vista desconexos so apenas aspec- tos de um 56% Por isso ndo devemos s6 nos perguntar qual € ‘© problema de Heidegger em Ser e tempo, mas também qual € "0" problema de Heidegger. ‘A compreensio do problema opGe-se & mera reunio de informagoes. Por “informagoes" nio entendo unicamente da dos biogréficos e/ou histéricos, mas também “saberes” acerca do que 0 filsolo “diz”. Estudar flosofia nio é possuir tim conjunto de "saberes’ a respeito do autor. Posso ter muitos “saberes" sobre Kant, Hegel ou Wittgenstein (saber, por exem. plo, que Kant afirma que espago ¢ tempo sio intuigSes, que 2, Vitis litres das primeins verses deste texto expessatam estes: sinezadisnte de miahaafenago, consientee inteniona, de gue tamben fr Nitaiche existe uo problems". Por momientor pent escever ut ce polo da segunda parte mostrando como minha ese tm vale noc de lim autor como Nice. Entretanto, logo compreendi que, desta Fra, 0 texto corre prio de mio encontar uf, pol tom bse na mesmo ero tos exemple poderam sor conrideradse ncesiios. Por tl atv, 6 Tito a eben 1a weno thas ene canted, cota que no scntece na malo des ietechisns adolescents, os quis lo passa do mods esti. 2. Options de Neuse dene que a sblats nei de to ta ‘une ewe 0 pssnsmo oto ism como ceeqlaca "nee sr, pra 0 ql ane prs de ego conse en exit 0 qc 6 ‘enscendids sialic. A imporsibdade de de taneendcie ote ue ser propre proved eno expla Ns media em qc ep tans, decors o fete ds aes com el, © cai pars + resent: jusamente «nea de tment psa 20 homer ss i eu erte cadre, dete modo, dar asi es valores esti, Fieve esac em Nee une dist, pal 3 ant, entre ‘prbcric”e“eric', » gal deve ser fa em tro a0 arent tet remo do pesimisna ipo crs Schopentnser 3. Para canbecedor€ bisa inspect, Bergrniang desta Ws us | tamente por is alicto que no ae lentiqu (0: Homes tamcass 60 "hoe rAovonco oe ren” | 27 gel nega a existéncia das coisas em si, ou que Wittgenstein dlefende a teoria pictérica da proposicio) ¢, nfo obstante, nao ser capa de fixar 0 problema desses autores; nesse caso, apesar de tedos os meus esforcos, simplesmente no os en- tena, O estudo da filosofia nio deve se digi a “saber” o que os fas “em mas entender o que dr como s- lucio (argumentada) a problemas bem definidos. ance ee ‘eto 0 conceito de uma filosofia pparamente descritiva é uma contradicio de termos. E certo que (como, segundo dizem, alguma ver alguém disse) toda filosofia deve estar referida & “experiéncia", Outra questio, no entanto, € se 0 mero descrever a experiéncin algums vez constitu uma filosofia. Existem de fato filosofias que pre- tenderam ser puramente “descritivas", como, por excmplo, a fenomenologia. A andlise husseliana da intencionalidade apt- senta-se como nio sendo mais que uma espécie de “inven rio" de um certo estado de coisas. £, todavia, uma “feliz, cxsuldade" quel ele sluione tants problemas, sem se propor problemas que se evidenciam como tais, quando ‘nervtmot a dit ides do concelo brentanisno de iter cionaidade e sua discussio subseqiiente? Que a “teoria” da intencionaldade, assim como qualquer outra "teoria” floss «a, também € solugio a problemas, pée-se de manifesto observamos que ha critéios para se estabelecer 0 que boas e mis teorias sobre o fendmeno intencional. 1330 nfo significa que o descrever adequadamente nfo seja-um fator decisivo na “solucio”,reformulago ¢, inclusive, dissolugio do problema original. Certamente, cle pode desempenhar um papel preponderante em virios sentios; 0 que nfo pode & climinar o problema enquanto tal (reduzindo, asim, uma tese filosfica a uma mera descrigio). A flosofia nfo é um discur s0 descrtivo, Toda descrigio & para ela apenas um eventual problema a ser desenvolvido. 2B | A recions moms © ni atentar ao problema degrada o ensino ou o estu- do filoséfico a um contar ou escutar histrias. Tal tendéncia 6 tao forte que se assemelha a um virus contra o qual parece io existir campanha preventiva eficaz, E comum, quando Se pergunta aos alunos em que consiste a contribuigao de- cisiva de Hume ao problema da causalidade, obter-se como Fesposta que € 0 derivar a causalidede do hibito, Aqui temos tum bom exemplo de reducéo de uma filosofia a uma tese, ‘a qual aio se considera o problema. A afirmagio de que o nnexo causal surge do hibito & uma resposta que esqueceu sua pergunta. O aporte de Hume se reduz, por conseguinte, 0 ver “visto” (¢ descrito adequadamente) algo que outros Pensadores nfo viram. Descrever um fenémeno, contudo, no € resolyer um problema. Hume parece ser “um rapaz em problemas”. Obviamente, isso esté muito longe de ser verdade. Hume descobre 0 caréter néo-racfonal do principio dle causalidade, ou seja, que ele nio é suscetivel de demons- tracio, Uma vez. que isso fica claro, entio, jé que de fato dispomos de tal principio, aparece a pergunta: de onde ele surgiu? Para responder a esta pergunta é que € elaborada a teoria do hébito, a qual ecupa, portanto, um lugar sistemé- tico subordinado: ela substitui o invidvel embasamento ra- | ional por uina explicagéo psicol6gico-causal | Osexemplas poderiam multiplicat-se. A dificuldade em se entender a diferenca entre a priori inato e a tendéncia 8 continuar reduzindo um ao outro, mesmo quando se é advertido de sua radical heterogeneidade, evidenciam outros modos de se apresentar a mesma questio bésica (decorren- te, em Gltima instancia, do esquecimento do problema): reduzir a um discurso descritivo um outro tipo de discurso absolutamente diverso. A filosofia nio pode [mais prec Iente, nfo deve) ser "contada";ensinar Filosofia nio 6 "con- tar histérias". Existe uma diferenca categorial entre a hist6- OF rowaos SECS 90 “Hoo motonce oe raske” | 29 sia dos trés porquinhos e o Discurso do método, Nem Des- cartes € uma espécie de “Pritico”, nem o génio maligno uma espécie de "lobo mau (0 problema de uma teora filosica é algo diferente tan- to de seu tema como de toda “questio". O tema ¢ aquilo do gue ou sobre © que o autor fala, Contucd, o autor fala sobre algo e diz alguma coisa a respeito, a saber, sua tese. Distinga- ‘mos, entio, aquilo do que fala daquilo que diz a respeito; por cexemplo, posso falar do conhecimento ou da verdade, e dizer que a verdade € o evidente ou que consiste no acordo entre ppensamento e realidade etc, Em ambos 0 casos trata-e apenas de “informagées” que no determinam problema algum, Em portugués ¢ fatidico 0 habito académico de falar da "ques- 180", Na linguagem comum, uma “questio” nao é sendo urna pergunta; um “questionério", uma lista de perguntas. Em set ‘uso académico, porém, 0 termo perde seu cariter interroga~ tivo e se toma extremamente yago. Em algumas (poucas) cocasides, “questo” & usada como sinGnimo de conceito: a “questao” do belo em Kant pode sigificar 0 conceito do belo tem Kant, Na maioria dos casos, entretanto, “a questio” faz seferéncia propriamente 20 tema, um tema que, em tal caso, por sua ver, nio é fixado, mas apenas aludido, Assim, por cexemplo, se diz que Kant trata da "questio da metafsica” € Heidegger da “questo do ser”, Mas em que consiste “a ques- ‘to da metalsica’ e em que medida consideré-la pode nos sjudae a entender Kant? Se, & primeira vista, parece que Kant toma algo preexistente (e claramente definide) de um certo “reservatério", uma minim andlise deixa patente que o cliché coculta aqui a mais absoluta vaguidade, Com a “questio do set” o estado de coisas € ainda mais grave: os auténticos pro- blemas desaparecem em uma nebulose. Uma vaga vivencia de insatisfacio, por mais intensa que seja, nfo basta para que tenhamos um problema filossfico. 30 | A morons sus ncate Fla pode ser o primeiro passo (e geralmente 6), mas 0 que define o fildsofo € 0 fato de que ali onde o entendimento {comum se contenta com tal insatisfagéo (e eré, eventual- Inente, que ela, enquanto pura “resistencia”, 6 & o pensa- mento de um problema) o filésofo a conduz 3 forma de uma ppergunta explicita bem definida e, por tal motivo, suscetivel de resposta Por conseqiéncia, o critério minimo para decidir se es- tamos ou nao diante de um problema & a possibilidade de formulé-lo como uma pergunta gramaticalmente completa Isto nfo quer dizer que toda pergunta a. & uma pergunta filos6fica; b, fixa o problema enquanto tal (sem degradé-lo a um novo saber); ©. fixa o problema suficientemente’; a. © que nem sequer basta prestar atencio & pergunta que um autor explicitamente se faz em um texto para entender sew problema 2.3, Existem “problemas filossficos"? Propusemos uma metodologia de estuelo e uma diditica da flosofia centradas na ideia de problema. Ore, afirmar que a fixagio do problema constitui « momento essencial do trabalho filoséfico supde dar como concedido que ele é efe- tivamente tal. Porém, isto esté longe de ser ébvio. Com efeito, dizse que a tarefa da filosofia ndo & responder per ‘guntas, mas sim dissolvé-las, evidenciando que elas, em til- tima instincia, carecem de sentido. Esta tese possui uma 4. Comprendero problems cla Crtica da nis prs, pr exemple, no saber qu a pegunta dela & como so posse jue sittics a prior” dese “saber” so e no haver envio problens, (Or vomror rusions ba “hate wAcunco oe row” | 31 sélida fundamentacio e sua andlise nos obrigaria a ir muito além da questio limitada que agora discutimos. Nao pode ser esse nosso objetivo. Apenas um ponto deve ser ressal- tado, a saber, que, na dimensio restrita da qual agui nos ‘ocupamos, o que a primeira vista se apresenta como wma Riera eee ee eee ee déncia bisica: se 0 sem-sentido em questio néo é mera- mare das acy lining sen odor pros probls ‘mas, pelo menos no que concerne ao significado decisivo do problema, para definir o que a filosofia seja, ha coincidéncia ‘com 0 que temos afirmado. Mais ainda, uma vez que a filosofia, redimensionada mediante a critica que considera- ‘mos, nio é propriamente “teoria’, mas uma “atividade es- clarecedora’, tampouco aqui € necessério assumir uma al- ternativa excludente. 24. A tese Diferenciaremos a seguir “proposigio", “proposicio afir- mada", “tese”, “hipstese’, “tese a ser refutada” e “definicao". ‘A proposicio & um enunciado capaz de ser declarado verdadeiro ou falso, No conjunto das propesigées, podemos

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