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Faculdade de Engenharias

Departamento de Engenharia Civil


Hidraulica II

Hidráulica de bueiros

Prof. Vanusa Soares


Introdução
• O Manual de Drenagem de Rodovias do DNIT (2006, p. 27) diz que
“a drenagem de uma rodovia tem como função primordial eliminar a
água que sob qualquer forma atinge o corpo estradal, captando-a e
conduzindo-a para locais em que menos afete a durabilidade e
segurança da via. ”
• No caso da drenagem de transposição de talvegues, os obstáculos a
serem vencidos na construção da estrada são cursos d’água, que
devem ser transpostos. Para que a água possa cruzar a estrada, sem
causar danos a esta, são construídas as obras de arte especiais (OAE),
como pontes e pontilhões, e as obras de arte corrente (OAC), como os
bueiros.
Definição de bueiros:
• Obras destinada a transposição de águas pluviais sob obras de
terraplanagem;

• Construídos em fundo de vales, são obras descritas como estruturas


intermediárias entre a configuração de ponte-canal;

• Podem funcionar como condutos livres ou forçados.


Classificação
• Bueiro de greide que são bueiros nos quais a entrada d’água é
normalmente feita através de caixas coletoras e são empregados para
permitir a transposição de fluxos d’água coletados por dispositivos de
drenagem superficial, notadamente, sarjetas;

• Bueiro de grota são bueiros que se instalam no fundo dos talvegues.


No caso de obras mais significativas correspondem a cursos d’água
permanentes e consequentemente, obras de maior porte. E também
conduz as águas de córregos e canais já existentes.
Caixa
coletora
Caixa coletora
Dissipador de energia
Classificação:
1) Quanto o numero de linhas:
• Simples (S)
• Duplo (D)
• Triplo (T)

2) Quanto a forma:
• Tubular (T)
• Celular (C)

3) Quanto ao material:
• Concreto armado/pré-moldado (C)
• Metálicos (M)
BTCC
BSTM
BDTC
Dissipadores em bueiros
Tipos de dissipadores depende do regime de escoamento
1 - Dimensionamento hidráulico de bueiros em
escoamento livre
Os bueiros podem funcionar como canal (escoamento livre) se a
entrada e saída do bueiro não estiverem submersas.

Hm: Altura de água a montante (m)


Hj: Altura de água a jusante (m)
O regime de escoamento do bueiro é determinado a partir da
declividade crítica:

Sendo assim:

Se Ic> I: regime fluvial

Se Ic< I: regime
torrencial
Obs
A equações
considerando y/D ou
y/H = 0,8
Obs:
A equações já
consideram uma
folga de 20% do
diâmetro ou
altura da célula
2 - Dimensionamento hidráulico de bueiros funcionando
afogado (condutos forçados)
Ocorre quando o nível de água a montante supera a altura do bueiro, neste caso diz-se que o bueiro
trabalha “em carga” É necessário verificar a altura máxima da carga hidráulica em relação ao
aterro (NBR 8890/2003).

D/2
H/2

Altura de água a montante: Hm = h +D/2


Carga hidráulica: h (calculada em função da equação de orifícios)
2 - Dimensionamento hidráulico de bueiros funcionando como
orifício
• Para uma dada vazão de projeto, a carga hidráulica a montante do bueiro
poderá ser isolada de:

Q = Cd.A.(2gh)0,5

Onde
Q = vazão de projeto/vazão afluente ao bueiro (m3)
.Cd = coeficiente de descarga (0,63)
A = área da seção transversal (m2)
g = aceleração da gravidade (9,81 m/s2)
h = carga hidráulica, medida a partir do eixo da obra (m)
Seqüência de cálculo
1) Verificar o regime de escoamento (declividade crítica);
2) Verificar a vazão admissível (capacidade do bueiro em 0,8.D) de acordo com o
regime de escoamento.
• Se a vazão admissível for maior ou igual a vazão afluente, o bueiro funcionará
como canal.
SE QadmQprojeto = escoamento livre (bueiro funcionando como canal)
Se Qadm<Qprojeto = escoamento afogado

3) Se Qadm<Qprojeto , verificar as condições de funcionamento sob carga


(afogado), verificando se a profundidade de escoamento a montante não irá
ultrapassar a altura do aterro.
Exemplo 01: Verificar a condição de funcionamento de um BDTC ( n =
0,015) de diâmetro igual a 1,20 m, implantado com uma declividade
de 0,3% sob uma altura de aterro de 4,25 m, para uma vazão afluente
de 8.000 L/s

D = 1,20

1) regime de escoamento:
𝑛2
Ic = 32,82x 3
𝐷
0,0152
Ic = 32,82x 3 Ic = 0,00695 m/m
1,20
2) vazão admissível (ver fórmula para bueiros tubulares regime fluvial)

0,305 /3 0,5
Qadm= 8
𝑥𝐷 𝑥𝐼
𝑛

3) Verificação da Altura de água a montante (bueiros afogados)

Hm = h +D/2

Q = 0,63xAx(2x9,81xh)0,5
Exemplo 02: Verificar a condição de funcionamento de um BDCC (n=
0,015) de dimensões igual a 1,50 x1,50 m , implantado com uma
declividade de 0,72% sob uma faixa de 0,50 de aterro, para uma vazão
afluente de 8.200 L/s
1) regime de escoamento:
2,6.𝑛2 4𝐻 4/3
0,50 m aterro
Ic = 3 3 +
𝐻 𝐵

1,50 m 2,6𝑥0,0152 4𝑥1,5 4/3


Ic = 3 3+
1,5 1,5
1,50 m

Ic = 0,00684 m/m
2) vazão admissível (ver fórmula para bueiros celulares regime supercrítico)

Qadm = 1,705x BxH 3/2

3) Verificação da Altura de água a montante (bueiros afogados)

Hm = h +D/2

Q = 0,63xAx(2x9,81xh)0,5
Exercício: Um BDTM (n= 0,023) de diâmetro igual a 0,80 m deverá ser substituído por um BSTC (n = 0,015) para
transpor uma vazão admissível sem carga a montante, sabe-se que o bueiro antigo funcionava sob carga, com altura de
água a montante (Hm) de 1,43 m. Qual deverá ser o novo diâmetro do BSTC, sabendo que a declividade de implantação
é de 0,94%? Admitir regime subcrítico.

D Hm

Hm = h + D/2 m

Hm = 1,43 m

Q = 0,63xAx(2x9,81xh)0,5

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