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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI

CENTRO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA – CCN


DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
DISCIPLINA: CINÉTICA QUÍMICA
PROF. DR. JOSÉ RIBEIRO DOS SANTOS JÚNIOR

SACARIMETRO DE BRIX E A HIDRÓLISE DA SACAROSE

Naythalla Ângela Mendes Saraiva


Pedro Vitor Oliveira Silva Furtado
 Yara Yêda Santos Lima Satana Cruz

TERESINA
2018
RESUMO
Obtendo-se o conhecimento sobre fatores que influenciam a velocidade da reação,
ácidos e bases atuam como catalisadores numa reação acelerando a velocidade da reação de
hidrólise que pôde se observada com o auxílio do sacarímetro que mede a quantidade de
sacarose contida em uma solução. Em aquecimento, as soluções ácidas e básicas tiveram seu
ºBrix medido com o auxílio do sacarímetro.
1 INTRODUÇÃO

A Cinética é um ramo da química que estuda quantitativamente a velocidade a qual


uma reação química se desenvolve, analisando os métodos de controle do tempo de
desenvolvimento das reações. Também se estuda a variação dos estados energéticos conforme
a passagem de tempo. (ATKINS, 2003).

As reações químicas são controladas pela sua velocidade pela qual se desenvolvem e
não por serem ou não espontâneas. Como forma de predizer o quão rápido as mesmas
ocorrerão, necessita-se dos princípios da cinética química (ATKINS, 1998). Dentre os fatores
que alteram que a velocidade de desenvolvimento de uma reação química ressalta-se: a
temperatura, a superfície de contato, a concentração, e a utilização de catalisadores. (PILLA,
1979)

Para muitas reações, pode-se encontrar experimentalmente que a velocidade de uma


reação em um determinado tempo t está relacionada com as concentrações das espécies
presentes nesse tempo mediante uma expressão do tipo da Equação 1.

v=k[A]m[b]n (1)

Onde os expoentes m, n, são em geral inteiros e semi-inteiros (½, ¾, ¼) ou valores negativos.


(BALL, 2005)

Um modelo de reação que segue os padrões estabelecidos pela cinética química,


refere-se à hidrólise, essa denominação é dada para qualquer reação química que envolva a
quebra de uma molécula por ação da água, liberando para solução uma concentração de
cátions (H+) ou ânions de hidroxila (OH-). Dessa maneira, a molécula fragmenta-se e tem suas
ligações complementadas com os íons resultantes da molécula de água. Para que a hidrólise
seja efetuada com sucesso é necessária a utilização de altas pressões e altas temperaturas; Para
que a hidrólise ocorra em maior velocidade costuma se utilizar de catalisadores no processo,
tais como ácidos ou enzimas. (ATKINS, 2003)

A sacarose (C12H22O11), também conhecida popularmente como açúcar, é um sólido


cristalino a temperatura, que se dissolve em água, possuindo sabor adocicado, encontrada em
diversas plantas, sobretudo beterraba e cana de açúcar. A sacarose ao sofrer reação de
hidrólise dado a sua composição forma 2 compostos distintos a frutose e a glicose, compostos
de altas aplicabilidade no setor industrial. Neste tipo de reação envolvendo tal açúcar,
emprega-se o uso do sacarímetro, capaz de medir o teor de açúcar na solução, determinando o
percentual de sacarose, em que 1°Brix corresponde a 1g de açúcar na solução. (PERUZZO,
1998)

A escala Brix (°Bx), criada por Adolf Ferdinand Wenceslaus Brix é uma escala
numérica de índice de refração (o quanto a luz desvia em relação ao desvio provocado por
água destilada) de uma solução, normalmente utilizada para determinar, de forma indireta, a
quantidade de compostos solúveis numa solução de sacarose. A quantidade de compostos
solúveis corresponde ao total de todos os compostos dissolvidos em água. Pode-se dizer que
um grau Brix (1°Bx) equivale a 1 g de açúcar por 100 g de solução, ou 1% de açúcar. Ou seja,
por exemplo, uma solução de 10 °Bx contém 10 g do açúcar da sacarose em 100 g de líquido.
O instrumento usado para medir a concentração de soluções aquosas é o refratômetro,
também chamado de sacarímetro (ALENCAR, 2010).
2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Observar a velocidade de hidrólise da sacarose em meio ácido e meio básico com o auxílio
do sacarímetro.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Conhecer como se mede a quantidade de açúcar na solução com o auxílio do sacarímetro;

- Entender a mudança do número de º Brix no decorrer do tempo;

- Assimilar a cinética química com os resultados obtidos.


3 PARTE EXPERIMENTAL

3.1 Materiais

- Sacarimetro 0-32 BRIX;

- Chapa de aquecimento;

- Béquer;

- Tubo de ensaio;

- Conta-gotas;

- Ácido Clorídrico (HCl);

- Hidróxido de Sódio (NaOH);

- Açúcar;

- Água.

3.2 Procedimento Experimental

Primeiramente, realizou-se a medida de água no Sacarímetro 0-32 BRIX para testar a


reprodutibilidade do equipamento. Seguidamente, pesou-se aproximadamente 5g de açúcar e
solubilizou em 100 mL de água destilada.

Após a solubilização total do açúcar, utilizando um conta-gotas colocou-se uma gota


da solução no sacarímetro e verificou-se o ºBrix da solução. Posteriormente colocou-se 3 mL
da solução em três tubos de ensaio, identificando-os com 1, 2 e 3. No tubo 2 foi adicionado
uma gota de HCl e no tubo 3 uma gota de NaOH. Realizou-se uma análise da concentração
de sacarose, com o sacarímetro, nas três soluções, que se encontravam nos três tubos.
Posteriormente, os tubos de ensaio foram colocados em banho maria a 70 °C, por 25 minutos.

A concentração foi analisada em intervalos de 5 minutos em todas as soluções até o


término do tempo, que como mencionando antes, um tempo de 25min.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

As medidas em ºBrix de cada solução pode ser visto na Tabela 1.

Tabela 1 – medidas de ºBrix


Tempo Solução de sacarose Solução de sacarose + Solução de sacarose +
(°Bx) ácido (°Bx) base (°Bx)
0 5 5,6 4
5 4,7 6 4,5
10 4,7 6 4,5
15 4,7 6 4,5
20 4,7 6 4,5
25 4,7 6,1 4,5
Fonte – Os Autores, 2018.

Através da Tabela 1 pôde-se observar que as medidas são quase constantes, ou seja,
não se alteram predominantemente. Isso pode ocorrer, possivelmente, devido a temperatura
alcançada ou a concentração do ácido ou base, que serviram como catalisadores da reação de
hidrólise, não foram suficientes para influenciar no valor de ºBrix em cada intervalo de
tempo. Com isso, os valores de ºBrix não mudam significativamente; é provável que o tempo
esperado e observado não seja suficiente para perceber as variações na escala Brix.
Contudo, comparando-se os valores de ºBrix para a solução que contém somente
sacarose com a solução de sacarose que contém NaOH (base), percebe-se uma pequena
diminuição dos valores, o que evidencia a hidrólise da sacarose, não sendo uma diminuição
tão representativa devido a fatores que já foram mencionados.
Para os valores observados para a solução que contém sacarose misturada com HCl
(ácido), as medidas foram maiores do que para a solução que continha apenas sacarose. Não
se previa esse resultado, uma vez que com a hidrólise da sacarose em meio ácido esperava-se
que o valor de ºBrix diminuísse com a quebra da molécula de sacarose (formando glicose e
frutose), mas o aumento pode ser justificado pelo fato de que durante a hidrólise ácida, a
glicose é invertida, alterando a leitura de ºBrix nos resultados obtidos.

5 CONCLUSÃO
Pode-se concluir que, com o auxílio do sacarímetro conseguiu-se observar a
concentração de sacarose na solução. A hidrólise ocasionada pelo ácido e base favoreceu a
alteração do valor de ºBrix no aparelho. No que se refere à cinética, o aquecimento das
soluções ( no decorrer do tempo) e a adição de ácido e base à solução de sacarose e água
aumentou relativamente a velocidade da reação, isso pôde ser observado pela quantidade de
sacarose medida em cada intervalo de tempo, mesmo com uma alteração não muito grande,
entre uma solução e outra se obteve um resultado.
Com isso, o conhecimento cinético sobre fatores que influenciam a velocidade da
reação pôde ser constatado com o uso do aparelho, sacarímetro.
REFERÊNCIAS

ALENCAR, T.; GAJO, G.C.; BRUNO,L. C. S.; KUHNEN, S. Determinação de açúcar


total em caldo de cana-de-açúcar pela atividade da levedura saccharomyces cerevisiae
em função do efeito do pH e temperatura. Cuiabá: 2010. Disponível em <
http://www.abq.org.br/cbq/2010/trabalhos/11/11-432-6879.htm> . Acesso em: 29 jun. 2018.

ATKINS, P.W. Physical Chemistry. 6 ed. Oxford: Oxford University Press, 1998.

ATKINS, P.W. Físico-Química e Fundamentos. 3 ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e


Científicos Editora S.A., 2003.

BALL, D.W. Físico Química. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005.

PERUZZO, Francisco Miragaia (Tito); CANTO, Eduardo Leite. Química na Abordagem do


Cotidiano. São Paulo: Editora Moderna, 1998.

PILLA, L. Físico-Química I. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora S.A.,


1979.

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