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rer à autoridade competente que adopte as providências 6 — O registo e a comunicação, a efectuar antes da
referidas no artigo 2.o ou outras que se revelem mais emissão do respectivo título, têm carácter obrigatório.
eficazes para garantia dos seus direitos. 7 — Quando a utilização respeitar a actividade sujeita
2 — O Estado e as demais autoridades competentes, a licença ambiental, a emissão dessa licença fica igual-
ou os respectivos órgãos e agentes, respondem civil- mente sujeita a registo no SNITURH.
mente perante o interessado, nos termos gerais, por
todos os danos que para este advierem da falta, insu-
ficiência ou inoportunidade das providências adequadas SECÇÃO II
à garantia dos seus direitos.
Atribuição dos títulos de utilização
1 — O registo e a caracterização das utilizações dos 1 — Qualquer interessado pode apresentar junto da
recursos hídricos, qualquer que seja a entidade licen- autoridade competente um pedido de informação prévia
ciadora, são realizados através do Sistema Nacional de sobre a possibilidade de utilização dos recursos hídricos
Informação dos Títulos de Utilização dos Recursos para o fim pretendido.
Hídricos (SNITURH) em conformidade com o disposto 2 — Do pedido previsto no número anterior deve
no artigo 73.o da Lei n.o 58/2005, de 29 de Dezembro. constar:
2 — Compete ao INAG, no quadro da implementação
do SNITURH, garantir a sua operacionalidade infor- a) A identificação rigorosa da utilização pretendida;
mática, com base na comunicação efectuada pelas enti- b) A indicação exacta do local pretendido, nomea-
dades licenciadoras na atribuição dos títulos de utili- damente com recurso às coordenadas geográficas.
zação dos recursos hídricos.
3 — O registo e a caracterização mencionados no n.o 1 3 — A entidade competente decide o pedido de infor-
são efectuados pelas entidades licenciadoras, no âmbito mação prévia no prazo de 45 dias contado a partir da
das suas competências de licenciamento e fiscalização. data da sua recepção.
4 — O SNITURH deve criar os mecanismos que per- 4 — A informação prévia vincula a entidade compe-
mitam dar cumprimento ao disposto no artigo 90.o da tente desde que o pedido de emissão do título seja apre-
Lei n.o 58/2005, de 29 de Dezembro, sendo da respon- sentado no prazo de um ano a contar da data da sua
sabilidade das entidades fiscalizadores a sua actua- notificação, excepcionalmente prorrogável por decisão
lização. fundamentada, sem prejuízo dos condicionalismos resul-
5 — Caso se verifique uma anomalia no SNITURH tantes quer do respeito pelas regras do concurso quer
que dificulte ou impeça o registo mencionado no número das decisões ou pareceres, dotados de carácter vincu-
anterior, compete ao INAG garantir a sua actualização lativo, emitidos posteriormente no âmbito do licen-
através da comunicação pela entidade licenciadora. ciamento.
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da alínea a) do n.o 3 do artigo 14.o do presente ser directamente atribuída por decreto-lei às entidades
decreto-lei. públicas empresariais e às demais empresas públicas a
2 — A emissão da licença de utilização está sujeita quem deva caber a exploração de empreendimentos de
à prestação de caução adequada destinada a assegurar fins múltiplos.
o cumprimento das obrigações em causa, cujo regime 2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior,
e montante constam do anexo I ao presente decreto-lei, a escolha do concessionário é realizada através de pro-
do qual faz parte integrante. cedimento pré-contratual de concurso público sempre
3 — O titular da licença pode ser dispensado da pres-
que a atribuição da concessão resultar de iniciativa
tação da caução para recuperação ambiental, consoante
o tipo de utilização pretendida e desde que esta não pública.
seja susceptível de causar impacte significativo nos recur- 3 — O Governo pode promover a implementação de
sos hídricos. infra-estruturas hidráulicas públicas destinadas à pro-
4 — O título de utilização para implantação de infra- dução de energia hidroeléctrica superior a 100 MW,
-estruturas hidráulicas é emitido simultaneamente com sendo nesses casos a concessão atribuída mediante pro-
o título de captação de água. cedimento concursal a decorrer nos termos fixados, para
5 — O título de utilização de captação de águas sub- cada concessão, por resolução do conselho de Ministros.
terrâneas é emitido no prazo de 15 dias a contar da 4 — O concurso público referido no n.o 2 é realizado,
aprovação do relatório referido no n.o 3 do artigo 41.o com as necessárias adaptações, de acordo com as normas
do presente decreto-lei. relativas à celebração de contratos de empreitadas de
obras públicas ou de fornecimentos e aquisição de bens
e serviços, consoante a concessão implique ou não a
SUBSECÇÃO IV
realização de obras, podendo o anterior titular exercer
Concessão o direito de preferência nos termos previstos no n.o 7
do artigo 21.o do presente decreto-lei.
Artigo 23.o 5 — Quando a atribuição da concessão resultar de
pedido apresentado pelo particular junto da autoridade
Utilizações do domínio público sujeitas a concessão competente, a escolha do concessionário é realizada de
1 — Estão sujeitas a prévia concessão as utilizações acordo com o disposto nos n.os 4 a 7 do artigo 21.o,
privativas dos recursos hídricos referidas na Lei com as necessárias adaptações.
n.o 58/2005, de 29 de Dezembro, bem como: 6 — Sem prejuízo do disposto no número anterior
e quando o número de pretensões apresentadas o jus-
a) A implantação de serviços de apoio à navegação tifique, a autoridade competente pode decidir que a
marítima ou fluvial, desde que impliquem investimentos escolha do concessionário seja realizada mediante con-
avultados e integrem a prestação de serviços tais como, curso público, nos termos do n.o 4 do presente artigo,
postos de venda para combustíveis, zona destinada à mantendo-se os direitos de preferência mencionados nos
manutenção de embarcações, postos de socorros e vigi-
n.os 5, 6 e 7 do artigo 21.o
lância e ou comunicações;
b) As infra-estruturas e equipamentos de apoio à 7 — Se o antigo titular manifestar à autoridade com-
navegação de uso público, ainda que localizadas em mar- petente o interesse na continuação da utilização, o prazo
gens e leitos privados conexos com águas públicas, desde do título de utilização pode ser excepcionalmente pror-
que se revistam as características previstas na alínea rogado até à decisão final do procedimento concursal,
anterior; não podendo, em qualquer caso, a referida prorrogação
c) A implantação de equipamentos industriais ou de exceder o prazo máximo de cinco anos.
outras infra-estruturas que impliquem investimentos
avultados, cujo prazo de amortização seja superior a
10 anos; Artigo 25.o
d) A utilização dos recursos hídricos do domínio Contrato de concessão
público marítimo para produção de energia eléctrica
a partir da energia das ondas do mar com uma potência 1 — O contrato de concessão de utilização privativa
instalada superior a 25 MW; dos recursos hídricos do domínio público dispõe, desig-
e) A instalação e exploração simultânea de equipa- nadamente, acerca dos respectivos termos, condições
mentos e de apoios de praia referidos nos n.os 1 e 3 e requisitos técnicos, nos termos estabelecidos pela por-
do artigo 63.o do presente decreto-lei. taria a que se refere a subalínea ii) da alínea a) do
n.o 3 do artigo 14.o do presente decreto-lei.
2 — A aplicação do regime de concessão ao exercício 2 — O prazo da concessão, que não pode exceder
de uma actividade em que existam várias utilizações, 75 anos, é fixado atendendo à natureza e à dimensão
nos termos do n.o 2 do artigo 60.o da Lei n.o 58/2006,
dos investimentos associados, bem como à sua relevância
de 29 de Dezembro, não prejudica a observância dos
requisitos específicos de todas as utilizações. económica e ambiental.
3 — Quando haja lugar à construção de infra-estru-
turas ou à realização de trabalhos de pesquisa para cap-
Artigo 24.o tação de águas subterrâneas, o contrato de concessão
Atribuição de concessão
deve prever o prazo para a sua conclusão, consideran-
do-se, para os efeitos do disposto no número anterior,
1 — A concessão é atribuída através de procedimento a data de início de exploração como data de início do
concursal, nos termos do presente artigo, podendo ainda prazo de concessão.
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2 — A revogação dos títulos é determinada pela auto- 5 — A licença de pesquisa é válida pelo prazo máximo
ridade competente se o titular, apesar de advertido do de um ano.
incumprimento, não suprir a falta no prazo que lhe for
fixado. Artigo 35.o
3 — Nas situações referidas na alínea a) do n.o 1, Termo da concessão
o detentor do título, sempre que haja realizado, ao
abrigo do título, investimentos em instalações fixas, no 1 — Com o termo da concessão e sem prejuízo do
pressuposto expresso de uma duração mínima de uti- disposto no respectivo contrato, revertem gratuitamente
lização, deve ser ressarcido do valor do investimento para o Estado os bens e meios àquela directamente afec-
realizado em acções que permitiriam a fruição do direito tos, as obras executadas e as instalações construídas no
do titular, na parte ainda não amortizada, com base âmbito da concessão, nos termos do disposto no artigo
no método das quotas constantes, em função da duração seguinte.
prevista e não concretizada. 2 — No termo do prazo fixado, quando o titular da
4 — Comunicada a revogação, o titular da utilização concessão tenha realizado investimentos adicionais aos
deve, no prazo de 10 dias, proceder à entrega do res- inicialmente previstos no contrato de concessão devi-
pectivo título junto da autoridade competente. damente autorizados pela autoridade competente e se
5 — A continuação da utilização dos recursos hídricos demonstre que os mesmos não foram ainda nem teriam
após a comunicação a que se refere o número anterior podido ser recuperados, esta entidade pode optar por
é ilícita, presumindo-se haver grave dano para o inte- reembolsar o titular do valor não recuperado ou, excep-
resse público na continuação ou no recomeço da uti- cionalmente e por uma única vez, prorrogar a concessão
lização pelo detentor do título revogado. pelo prazo necessário a permitir a recuperação dos inves-
timentos, não podendo em caso algum o prazo total
exceder 75 anos.
Artigo 33.o 3 — Sem prejuízo do disposto no número anterior,
Caducidade a prorrogação dos prazos das concessões dos centros
hidroelectroprodutores é calculada de acordo com o cri-
Os títulos de utilização caducam: tério fixado no anexo II ao presente decreto-lei, do qual
a) Com o decurso do prazo fixado; faz parte integrante, não podendo em caso algum o
b) Com a extinção da pessoa colectiva que for seu prazo total exceder 75 anos.
titular; 4 — No caso de prorrogação do contrato de conces-
c) Com a morte da pessoa singular que for seu titular, são, não é autorizada a realização de qualquer outro
se a autoridade competente verificar que não estão reu- investimento no prazo de prorrogação, excepto quando
nidas as condições para a transmissão do título; necessário para garantir a segurança e operacionalidade
d) Com a declaração de insolvência do titular. do aproveitamento.
Artigo 36.o
Artigo 34.o Reversão
Termo da licença
1 — Declarada a caducidade ou verificada qualquer
1 — Sem prejuízo do disposto em legislação especial, outra causa extintiva do contrato de concessão ou da
com o termo da licença, o titular procede à entrega licença, segue-se a posse administrativa dos bens que
do respectivo título junto da autoridade competente no reverteram para o Estado, de acordo com o estabelecido
prazo de 15 dias e remove, no prazo que lhe for fixado, nos números seguintes.
as instalações desmontáveis, devendo as obras execu- 2 — Quando haja lugar a reversão dos bens para o
tadas e as instalações fixas serem demolidas, salvo se Estado, e sem prejuízo no estabelecido no respectivo
a autoridade competente optar pela reversão a título título, a autoridade competente toma posse adminis-
gratuito. trativa dos bens objecto de reversão, notificando os inte-
2 — Quando tenha de realizar a demolição ou remo- ressados da realização de vistoria ad perpetuam rei
ção de instalações, o titular da licença repõe a situação memoriam.
que existia anteriormente à execução das obras, no prazo 3 — A vistoria referida no número anterior é efec-
que lhe for fixado pela autoridade competente. tuada por três técnicos nomeados pela autoridade com-
3 — A autoridade competente pode impor ao utili- petente, pelo INAG e, conforme o caso:
zador, no prazo de 30 dias a contar da entrega do título, a) Pela DGEG, quando estejam em causa instalações
a adopção de medidas destinadas a eliminar ou mini- para produção de energia eléctrica;
mizar a alteração da composição qualitativa e quan- b) Pela Entidade Reguladora dos Serviços das Águas
titativa dos efluentes brutos ou após tratamento e o e dos Resíduos, I. P., quando estejam em causa sistemas
incumprimento dos objectivos ambientais resultantes da de abastecimento público;
utilização. c) Pela Direcção-Geral de Agricultura e Desenvol-
4 — Pode ser solicitada, no prazo de seis meses antes vimento Rural, quando estejam em causa sistemas
do respectivo termo e desde que se mantenham as con- hidroagrícolas; ou
dições que determinaram a sua atribuição, a renovação d) Pelo IPTM ou pelas administrações portuárias,
de licença: para as utilizações em que tenham participado no pro-
a) De rejeição de águas residuais; cesso de emissão do respectivo título.
b) De captação de águas, sempre que esta estiver
associada a uma actividade que tenha igualmente uma 4 — Da vistoria referida é elaborado um auto do qual
licença de rejeição de águas residuais. consta, nomeadamente, o inventário dos bens que rever-
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a) Ordenados os concorrentes, o candidato seleccio- Sempre que um pedido de utilização cause ou seja
nado em primeiro lugar inicia o procedimento de ava- susceptível de causar impacte transfronteiriço, o pro-
liação de impacte ambiental, no prazo máximo de um cedimento de atribuição de título fica suspenso durante
ano, prorrogável por igual período e por uma única o decurso do prazo da consulta às autoridades respon-
vez; sáveis do Reino de Espanha, a realizar de acordo com
b) Se o concorrente não der cumprimento ao esta- o n.o 1 do artigo 71.o da Lei n.o 58/2005, de 29 de
belecido na alínea anterior ou se o procedimento de Dezembro.
avaliação de impacte ambiental se encontrar suspenso
por período superior a seis meses por motivo que lhe
seja imputável, é notificado para efeitos de atribuição CAPÍTULO II
do título de utilização o candidato graduado imedia- Utilizações
tamente a seguir e assim sucessivamente, enquanto não
se esgotar o prazo de validade do concurso.
SECÇÃO I
3 — Se o parecer da autoridade competente e a decla- Captação de águas
ração de impacte ambiental forem favoráveis ou con-
dicionalmente favoráveis, é reconhecido o interesse
público por despacho do presidente do INAG, mediante Artigo 40.o
publicação no Diário da República, o qual substitui o Noção
procedimento de reconhecimento de interesse público
previsto na alínea c) do n.o 3 do artigo 4.o do Decreto-Lei 1 — Entende-se por captação de águas a utilização
n.o 93/90, de 19 de Março. de volumes de água, superficiais ou subterrâneas, com
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campos de golfe, será, sempre que possível, utilizada 2 — Um sistema público de disposição de águas resi-
como complemento a outras origens de água, designa- duais nas águas ou no solo é gerido por uma entidade
damente o aproveitamento de águas residuais urbanas gestora, seja autarquia ou entidade concessionária, tal
devidamente tratadas para o efeito ou a reutilização como definida no Decreto-Lei n.o 207/94, de 6 de
das águas resultantes das escorrências da rega do próprio Agosto.
campo. 3 — Os sistemas públicos de disposição de águas re-
Artigo 45.o siduais nas águas ou no solo, nas áreas urbanas ou
urbanizáveis, são instituídos nos termos previstos nos
Captação de água para produção de energia hidroeléctrica
respectivos planos municipais de ordenamento do ter-
A captação de águas públicas para produção de ener- ritório.
gia hidroeléctrica é realizada com observância do dis- 4 — Um sistema particular de disposição de águas
posto no Plano Nacional da Água, nos planos de gestão residuais nas águas ou no solo é gerido por uma entidade
de bacia hidrográfica e nos planos específicos de gestão particular, só podendo funcionar na condição de impos-
de água na vertente energética. sibilidade de acesso a um sistema público, ficando sujeito
aos requisitos legais para este tipo de utilização.
Artigo 46.o 5 — A rejeição de águas residuais é realizada de
acordo com o disposto na presente secção, atendendo
Desactivação das captações de águas subterrâneas
às necessidades de preservação do ambiente e defesa
As captações que deixem de ter a função para que da saúde pública, por forma a que:
foram inicialmente constituídas são desactivadas no
prazo de 15 dias após a cessação da exploração, devendo, a) As normas de qualidade adequadas aos vários tipos
sem prejuízo do disposto nos artigos 31.o, 34.o e 35.o e usos da água e as relativas a substâncias perigosas
do presente decreto-lei, ser seladas de acordo com os sejam cumpridos;
procedimentos impostos pela autoridade competente. b) Não sejam causados riscos significativos ou perigos
para o ambiente e para os seres humanos;
c) Os interesses na conservação da natureza e na pro-
SECÇÃO II tecção da paisagem não sejam prejudicados.
Produção de energia eléctrica
6 — A rejeição de águas residuais é realizada em res-
Artigo 47.o peito dos princípios da precaução, da prevenção e da
Ocupação do domínio público marítimo para produção de energia correcção referidos no n.o 1 do artigo 3.o da Lei
eléctrica a partir da energia das ondas do mar n.o 58/2005, de 29 de Dezembro.
1 — A ocupação dos recursos hídricos do domínio
público marítimo para produção de energia eléctrica Artigo 49.o
tem por finalidade a investigação e desenvolvimento tec-
nológico, a avaliação pré-comercial e a produção comer- Requisitos específicos
cial.
2 — A investigação e desenvolvimento tecnológico é 1 — O titular da licença assume a responsabilidade
a modalidade de acesso à produção de energia a partir pela eficiência dos processos de tratamento e dos pro-
da energia das ondas do mar destinada a entidades inte- cedimentos que adoptar com vista a minimizar os efeitos
ressadas em desenvolver actividades de investigação e decorrentes da rejeição de águas residuais e cumprir
desenvolvimento tecnológico industrial de unidades e os objectivos de qualidade definidos para as massas de
sistemas de conversão de energia, em instalações elec- água receptoras.
troprodutoras ou parques de ondas, com uma potência 2 — É obrigatória a realização de uma apólice de
instalada até 5 MW. seguro ou a prestação de uma caução, no prazo de
3 — A avaliação pré-comercial é a modalidade de 30 dias a contar da emissão da licença, nos termos cons-
acesso à actividade destinada a entidades interessadas tantes do anexo I ao presente decreto-lei, que garanta
em desenvolver actividades de produção de energia eléc- o pagamento de indemnizações por eventuais danos cau-
trica em pequenos projectos de avaliação pré-comercial, sados por erros ou omissões de projecto relativamente
em instalações electroprodutoras ou parque de ondas, à drenagem e tratamento de efluentes ou pelo incum-
com uma potência instalada até 25 MW. primento das disposições legais e regulamentares a ele
4 — A produção de energia eléctrica em regime aplicável.
comercial é a modalidade de acesso à actividade para
instalações electroprodutoras ou parques de ondas, com Artigo 50.o
uma potência instalada superior a 25 MW. Normas de rejeição
2 — As normas de rejeição de águas residuais estão tecção, melhoria e recuperação da qualidade da água
previstas: sejam exigíveis condições mais exigentes do que as que
podem ser obtidas com a utilização das melhores téc-
a) Nos planos de gestão de bacias hidrográficas e nicas disponíveis.
restantes instrumentos de planeamento dos recursos
hídricos; Artigo 54.o
b) Nas licenças de rejeição de águas residuais;
Rejeição de águas residuais industriais em sistemas de disposição
c) Na demais legislação aplicável. de águas residuais urbanas
2 — A aplicação no solo de efluentes pecuários como de pesca, áreas de desova e de maternidade de recursos
fertilizantes ou correctivos orgânicos não carece de título vivos, rotas de migração de peixes e mamíferos, o
de utilização, desde que não haja rejeição nos recursos recreio, a extracção de minerais, a dessalinização, as
hídricos e desde que esteja assegurado o cumprimento áreas de especial importância científica e outros usos
das normas técnicas aplicáveis à valorização agrícola de legítimos do mar.
efluentes, no âmbito do processo de licenciamento das 7 — A caracterização dos materiais a imergir é rea-
explorações pecuárias. lizada em função dos critérios de qualidade de sedi-
mentos estabelecidos na portaria a que se refere a suba-
línea ii) da alínea a) do n.o 3 do artigo 14.o do presente
SECÇÃO IV decreto-lei.
8 — Sempre que se justifique, a autoridade compe-
Recarga e injecção artificial em águas subterrâneas tente pode solicitar elementos adicionais aos previstos
na portaria a que se refere a subalínea ii) da alínea a)
Artigo 58.o do n.o 3 do artigo 14.o do presente decreto-lei para
avaliação da contaminação dos resíduos a imergir.
Recarga artificial em águas subterrâneas 9 — As operações de imersão de resíduos estão sujei-
tas à implementação de um programa de monitorização
A recarga artificial das massas de água subterrâneas que deve incluir a caracterização das comunidades bio-
só é permitida desde que não comprometa o cumpri- lógicas no local de imersão.
mento dos objectivos ambientais estabelecidos para as
massas de água subterrâneas que são objecto da recarga.
Artigo 61.o
Artigo 59.o Operações de imersão
Injecção artificial em águas subterrâneas 1 — A operação de imersão não pode interferir com
a navegação, a pesca, o recreio, a extracção de minerais,
A injecção artificial em massas de águas subterrâneas a dessalinização, as áreas de especial importância cien-
só é permitida nas situações específicas referidas no n.o 4 tífica e outros usos legítimos do mar.
do artigo 30.o da Lei n.o 58/2005, de 29 de Dezembro, 2 — A operação de imersão não pode interferir com
e desde que não comprometa o cumprimento dos objec- os períodos de maior vulnerabilidade para as espécies
tivos ambientais definidos para as massas de água migradoras, épocas de defeso, época balnear e outras
afectadas. épocas do ano com importância para a sustentabilidade
dos recursos vivos.
SECÇÃO V 3 — Antes de se proceder à imersão, são eliminados
óleos ou substâncias presentes no material com tendên-
Imersão de resíduos cia para flutuar.
4 — Podem ser consideradas as seguintes técnicas de
Artigo 60.o gestão das eliminações, mediante a utilização de pro-
cessos físicos, químicos e biológicos naturais, nomea-
Requisitos específicos damente:
1 — A atribuição de licença de imersão de resíduos a) A utilização das interacções e das transformações
está dependente da verificação da impossibilidade de geoquímicas das substâncias presentes nos materiais a
serem encontradas outras alternativas para o destino imergir, uma vez combinados com água do mar ou sedi-
final dos materiais a imergir, nomeadamente através de mentos do fundo;
operações de valorização. b) A selecção de zonas especiais, tais como zonas
2 — A imersão de resíduos em águas territoriais só abióticas, utilizando métodos que permitam confinar o
é permitida desde que não comprometa o cumprimento material a imergir, mantendo-o estável, podendo per-
dos objectivos ambientais estabelecidos para as massas mitir a criação de recifes artificiais.
de água afectadas.
3 — Só é permitida a imersão de resíduos enunciados 5 — A imersão de resíduos e inertes resultantes da
no artigo 3.o do anexo II da Convenção para a Protecção manutenção das condições de acessibilidade e operação
do Meio Marinho do Atlântico Nordeste, aprovada pelo nos portos está sujeita à apreciação do IPTM e posterior
Decreto n.o 59/97, de 31 de Outubro. comunicação à ARH competente de todo o planea-
4 — É proibida a imersão de resíduos que possuam mento e monitorização.
alguma das substâncias que constem da lista de subs-
tâncias prioritárias perigosas, definidas em diploma
próprio. SECÇÃO VI
5 — Sem prejuízo do disposto no n.o 2, a imersão
Construções, apoios de praia e equipamentos e infra-estruturas
de resíduos que contenham alguma das substâncias que
constem da lista de substâncias prioritárias definidas em
normativo próprio só pode ocorrer desde que não con- Artigo 62.o
trarie os objectivos de qualidade definidos para as mas- Construções
sas de água afectadas.
6 — Para além do disposto nos números anteriores, 1 — Entende-se por construção todo o tipo de obras,
a zona de imersão seleccionada não pode afectar zonas qualquer que seja a sua natureza, nomeadamente edi-
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ficações, muros e vedações, bem como as respectivas tituída pela faixa de terreno e plano de água adjacente
alterações e demolições. ao apoio de praia, apoio balnear ou equipamento.
2 — Exceptuam-se do disposto no número anterior 5 — Os apoios de praia e equipamentos referidos nos
as infra-estruturas hidráulicas, aterros ou escavações. números anteriores só são permitidos em locais defi-
3 — A realização de construções só é permitida desde nidos nos planos especiais de ordenamento de acordo
que não afectem: com a classificação das praias ou, na sua ausência, em
locais especificamente demarcados e desde que:
a) As condições de funcionalidade da corrente, o nor-
mal escoamento das águas e o espraiamento das cheias; a) Salvaguardem a integridade dos ecossistemas em
b) Os ecossistemas em presença, nomeadamente presença, nomeadamente zonas húmidas e sistemas
zonas húmidas e sistemas dunares; dunares;
c) A integridade biofísica e paisagística do meio, dos b) Não afectem a integridade biofísica e paisagística
leitos e das margens; do meio;
d) As águas subterrâneas; c) Não se incluam em áreas de riscos naturais, nomea-
e) Os terrenos agrícolas envolventes; damente de erosão, inundação ou sujeitas a instabilidade
f) A captação, represamento, derivação e bombagem geomorfológica, como abatimentos e escorregamentos;
de água; d) Não sejam incompatíveis com outros usos licen-
g) O respeito pelo estabelecido no plano específico ciados;
de gestão de águas ou em plano especial de ordenamento e) Cumpram o disposto no Decreto-Lei n.o 163/2006,
do território; de 8 de Agosto.
h) A segurança de obras marginais ou de transposição
dos leitos; Artigo 64.o
i) A flora e a fauna das zonas costeiras; Estacionamentos e acessos ao domínio público hídrico
j) A estabilidade e o equilíbrio dos sistemas costeiros;
l) A vegetação ripária; 1 — As áreas de estacionamento e acessos só são per-
m) O livre acesso ao domínio público. mitidas nos locais demarcados em plano específico e
que respeitem as características construtivas definidas
em função da classificação tipológica da praia ou, na
4 — A emissão da autorização, licença ou concessão ausência de plano, desde que:
de construção pressupõe a apresentação de um termo
de responsabilidade assinado pelos autores do projecto, a) Salvaguardem os ecossistemas em presença,
de acordo com a especificidade da área dos recursos nomeadamente zonas húmidas e sistemas dunares;
hídricos onde se localiza. b) Não afectem a integridade biofísica e paisagística
5 — O titular apresenta à autoridade competente, no do meio;
prazo de 30 dias após emissão do respectivo título, uma c) Não se incluam em áreas de riscos naturais, nomea-
apólice de seguro ou documento comprovativo da pres- damente de erosão, inundação ou sujeitas a instabilidade
tação de caução, cujo regime e montante consta do geomorfológica, como abatimentos e escorregamentos;
anexo I ao presente decreto-lei, por conta de danos pro- d) Não sejam incompatíveis com outros usos licen-
vocados por cheias, nos termos a definir na licença ou ciados;
e) Salvaguardem o livre acesso ao domínio público;
no contrato de concessão.
f) Cumpram o disposto no Decreto-Lei n.o 163/2006,
de 8 de Agosto.
Artigo 63.o
2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior,
Apoios de praia e equipamentos a abertura de novos acessos deve ser efectuada, pre-
ferencialmente, na perpendicular à linha de água, sendo
1 — Entende-se por apoio de praia o núcleo básico interdita a abertura de acessos que incidam:
de funções e serviços infra-estruturados que, completo,
integra vestiários, balneários, instalações sanitárias, pos- a) Em zonas húmidas e sistemas dunares;
tos de socorros, comunicações de emergência, informa- b) Em zonas associadas a riscos naturais, nomeada-
ção e assistência a banhistas, limpeza da praia e recolha mente erosão ou instabilidade geomorfológica.
de lixo, podendo ainda e complementarmente, assegurar
outras funções e serviços, nomeadamente comerciais. 3 — Os acessos que atravessem as zonas ameaçadas
2 — São ainda considerados apoios de praia as ins- pelas cheias devem acautelar a circulação das águas em
talações com carácter temporário e amovível, designa- cheia, sempre sem recurso à construção de aterros.
4 — Nos pavimentos dos estacionamentos são sempre
damente, pranchas flutuadoras, barracas, toldos e cha- utilizados materiais permeáveis ou semipermeáveis.
péus de sol para abrigo de banhistas, estruturas para 5 — Nos locais que impliquem ou que representem
abrigo de embarcações, seus utensílios e aparelhos de potencial risco é colocada sinalização adequada.
pesca e outras instalações destinadas à prática de des-
portos náuticos e de diversões aquáticas, também desig-
nadas como apoios balneares. SECÇÃO VII
3 — Entende-se por equipamentos os núcleos de fun-
ções e serviços que não correspondam a apoio de praia, Infra-estruturas hidráulicas
nomeadamente restaurantes e snack-bares, também
designados por similares de empreendimentos turísticos. Artigo 65.o
4 — Quando ao apoio de praia, apoio balnear ou equi- Gestão de infra-estruturas hidráulicas
pamentos estiverem associados serviços de apoio, vigi-
lância e segurança aos utentes é estabelecida a zona A gestão dos bens que integram a concessão de infra-
de apoio balnear, correspondente à frente de praia cons- -estruturas hidráulicas é efectuada com base na mera
3644-(40) Diário da República, 1.a série — N.o 105 — 31 de Maio de 2007
posse dos bens, não relevando para este efeito a clas- tendo em vista a verificação das condições de funcio-
sificação constante do artigo 75.o da Lei n.o 58/2005, namento e operacionalidade.
de 29 de Dezembro. 2 — Todos os encargos decorrentes da manutenção,
conservação e exploração das infra-estruturas hidráu-
Artigo 66.o licas são da responsabilidade do titular da licença ou
Responsabilidade técnica da concessão.
3 — As intervenções de desassoreamento, realizadas
1 — A responsabilidade técnica pela execução das por motivos de segurança e devidamente autorizadas
infra-estruturas hidráulicas é assegurada por pessoa que pela autoridade competente, são da responsabilidade
possua licenciatura em especialidade adequada e com de quem tem a posse ou a propriedade da infra-es-
idoneidade técnica reconhecida pelas respectivas ordens trutura, aplicando-se o disposto no n.o 7 do artigo 78.o
profissionais. do presente decreto-lei ao destino final dos inertes
2 — O responsável técnico responde pela conformi- retirados.
dade da execução da obra com o projecto aprovado
e o correspondente caderno de encargos, o qual deve SECÇÃO VIII
incluir critérios ambientais específicos para a construção
de cada obra. Recarga de praias e assoreamentos artificiais
3 — O responsável técnico responde solidariamente
com o projectista e o empreiteiro em todas as questões Artigo 69.o
relacionadas com a direcção técnica e execução do pro-
jecto, devendo para esse efeito assinar um termo de Requisitos específicos
responsabilidade.
1 — A recarga de praias e assoreamentos artificiais
4 — A mudança de responsável técnico deve ser com o objectivo de criar condições para a prática balnear
comunicada à autoridade competente pelo promotor no só podem ocorrer nas áreas identificadas em plano e
prazo de 30 dias, acompanhada de proposta de nomea- são complementadas por um programa de monitoriza-
ção de novo responsável e respectivo termo de res- ção que permita avaliar a evolução da intervenção.
ponsabilidade.
2 — Na recarga de praias e assoreamentos artificiais
Artigo 67.o com vista à utilização balnear só podem ser utilizados
materiais que se insiram na classe de qualidade 1, defi-
Construção de infra-estruturas hidráulicas nida na portaria a que se refere a subalínea ii) da alínea
a) do n.o 3 do artigo 14.o do presente decreto-lei e desde
1 — Durante a construção de infra-estruturas hidráu- que apresentem granulometria compatível com a praia
licas são realizadas vistorias pela autoridade competente receptora.
para conferir a boa execução da obra e verificar a imple-
3 — Na ausência de planos, a recarga de praias e
mentação das medidas de minimização ambiental que
assoreamentos artificiais só podem ocorrer por razões
tenham sido definidas durante o processo de licen-
de defesa costeira ou de pessoas e bens.
ciamento.
2 — A autoridade competente realiza uma vistoria
final no prazo máximo de 30 dias contados a partir da SECÇÃO IX
data em que o requerente a notifique da conclusão das
obras. Competições desportivas e navegação marítimo-turística,
3 — Após a realização da vistoria referida no número infra-estruturas e equipamentos de apoio à navegação
anterior é elaborado um parecer, emitido no prazo de
20 dias, acerca da conformidade das condições de segu-
rança na construção, assim como do cumprimento de Artigo 70.o
outras condições ambientais que a autoridade compe- Competições desportivas e navegação marítimo-turística
tente considere necessárias, constantes do processo de
atribuição do respectivo título. 1 — A exploração de embarcações atracadas ou fun-
4 — No caso de açudes e barragens, a segurança é deadas, sem meios de locomoção próprios ou seladas
verificada de acordo com o estipulado na legislação só é permitida desde que não afecte:
específica.
5 — No caso de infra-estruturas hidráulicas para pro- a) Os usos principais dos recursos hídricos;
dução de energia e quando a autoridade competente b) A compatibilidade com outros usos secundários;
emita um parecer favorável, será o mesmo imediata- c) O estado da massa de água;
mente comunicado à direcção regional de economia ter- d) A integridade dos leitos e das margens e dos eco-
ritorialmente competente ou à DGEG, para os efeitos ssistemas em presença;
de realização da vistoria necessária para a atribuição e) A integridade de infra-estruturas e equipamentos
da licença de exploração. licenciados.
8 — A extracção de inertes em águas particulares não d) A falta de entrega do título prevista no n.o 1 do
se encontra sujeita às regras dispostas no presente artigo, artigo 34.o;
com excepção das constantes dos nos n.os 1 e 2, com e) A violação das normas contidas nos regulamentos
as devidas adaptações. dos planos de ordenamento das albufeiras de águas
públicas, de estuários e dos planos de recursos hídricos,
e a inobservância das determinações das ARH que visem
CAPÍTULO III o cumprimento do disposto nesses planos.
Fiscalização e contra-ordenações 2 — Constitui contra-ordenação ambiental grave:
h) O depósito de produtos ou substâncias nocivos e sanções acessórias, compete à ARH com jurisdição
junto de captações, ou da sua zona de protecção ime- na área da utilização dos recursos hídricos e às demais
diata, de águas subterrâneas ou superficiais; entidades competentes para o licenciamento.
i) O armazenamento de quaisquer produtos ou subs-
tâncias nocivos junto de captações, ou da sua zona de
protecção imediata, de águas subterrâneas ou super- Artigo 84.o
ficiais; Reposição da situação anterior à infracção
j) A extracção de materiais inertes em áreas distintas
das consagradas no respectivo título; 1 — Em caso de incumprimento de decisão que deter-
l) A utilização de equipamentos ou meios de acção mine a reposição da situação anterior à infracção, podem
não autorizados para a extracção de materiais inertes; a ARH ou outras entidades competentes realizar os tra-
m) A omissão total ou parcial dos volumes de mate- balhos e acções devidos por conta do infractor.
riais inertes extraídos; 2 — Os documentos que titulam as despesas reali-
n) A realização de competições desportivas e nave- zadas nos termos do número anterior, quando estas não
gação marítimo-turística fora das áreas permitidas para forem pagas voluntariamente pelo infractor no prazo
o efeito; de 20 dias a contar da sua notificação, servem de título
o) A obstrução ao exercício de inspecção, fiscalização executivo.
ou o exercício das suas competências, designadamente
a recusa de acesso da entidade ao local; Artigo 85.o
p) O incumprimento das normas de qualidade da água
Sanção pecuniária compulsória
de acordo com a legislação em vigor;
q) O não acatamento da proibição de lançar, depositar 1 — A ARH ou a IGAOT podem, sempre que tal
ou de qualquer outra forma de introduzir na água resí- se justifique, aplicar sanção pecuniária compulsória por
duos que contenham substâncias que possam alterar as cada dia de atraso no pagamento da coima, não podendo
suas características ou que contribuam para a degra- exceder um mês a contar da data fixada na decisão,
dação do ambiente; nos seguintes casos:
r) A imersão de resíduos ou a rejeição de efluentes
em local diferente do autorizado pelos organismos a) Não acatamento de decisão que ordene a adopção
competentes; de medidas determinadas;
s) A imersão de resíduos em violação das disposições b) Não prestação ou prestação de informações falsas,
legalmente aplicáveis; inexactas ou incompletas ou cuja apresentação seja legal-
t) A rejeição de águas residuais industriais, directa mente devida.
ou indirectamente, para o sistema de disposição de águas
residuais urbanas, sem a autorização prevista no n.o 1 2 — O valor diário da sanção prevista no número
do artigo 54.o; anterior pode oscilar entre E 50 e E 250, quando a
u) Rejeição de águas degradadas directamente para infracção for cometida por pessoa singular, e entre E 250
o sistema de disposição de águas residuais, para a água e E 1000, quando for cometida por pessoa colectiva.
ou para o solo, sem qualquer tipo de mecanismos que
assegurem a depuração destas.
concessão, caso em que a concessão não poderá ter Lei n.o 58/2005, de 29 de Dezembro, e do presente
prazo superior ao necessário para concluir a amortização diploma, no prazo de dois anos.
dos investimentos realizados ao abrigo do título inicial. 6 — A transmissão dos direitos de utilização do domí-
5 — No caso de títulos de utilização existentes em nio hídrico a favor das empresas titulares dos centros
que estejam reunidas as condições necessárias para a electroprodutores a que se refere o n.o 1 fica sujeita
classificação da infra-estrutura como empreendimento ao pagamento de um valor de equilíbrio económi-
de fins múltiplos, pode a mesma ser submetida ao regime co-financeiro.
previsto no artigo 7.o, sob proposta do INAG e decisão
do membro do Governo responsável pela área do Artigo 92.o
ambiente. Equilíbrio económico-financeiro
6 — Para captações já existentes os titulares têm o
prazo de um ano, contado da data de entrada em vigor 1 — O valor de equilíbrio económico-financeiro de
do presente decreto-lei, para apresentarem na ARH os cada centro electroprodutor corresponde à diferença
respectivos estudos de delimitação de perímetros de pro- entre o valor de mercado da sua exploração desde o
tecção das captações subterrâneas ou superficiais. termo previsto no respectivo contrato de aquisição de
energia, celebrado ao abrigo dos Decretos-Leis
n.os 182/95 e 183/95, de 27 de Julho, até ao termo da
Artigo 91.o concessão de utilização do domínio hídrico fixado nos
Regularização da atribuição de títulos de utilização às empresas termos do número 4.o do artigo 91.o e o valor residual
titulares de centros electroprodutores previsto no contrato de aquisição de energia relevante,
utilizando, para o efeito, as taxas de desconto apro-
1 — A entidade concessionária da RNT e as empresas priadas para os fluxos financeiros de cada um daqueles
titulares dos centros electroprodutores a quem os arti- valores.
gos 6.o e 7.o do Decreto-Lei n.o 183/95 de 27 de Julho, 2 — O valor de equilíbrio económico-financeiro para
reconhecem o direito à utilização do domínio público cada centro electroprodutor hídrico é definido mediante
hídrico afecto aos respectivos aproveitamentos despacho conjunto dos membros do Governo respon-
hidroeléctricos, através de título a emitir ao abrigo do sáveis pelas áreas do ambiente e da energia, precedido
Decreto-Lei n.o 46/94, de 22 de Fevereiro, poderão con- de audição do respectivo titular, tendo por base o valor
tinuar a utilizar os recursos hídricos atrás referidos atra- identificado em duas avaliações realizadas por entidades
vés de outorga de contrato de concessão a celebrar entre financeiras independentes de elevada reputação e cons-
o Estado e a entidade concessionária da RNT, a ocorrer tará do contrato a celebrar entre o Estado, a entidade
no prazo máximo de dois anos a contar da data de concessionária da RNT e as empresas titulares dos cen-
entrada em vigor do presente decreto-lei, podendo tros electroprodutores.
aquela transmitir os correspondentes direitos às refe- 3 — O valor de equilíbrio económico-financeiro, a
ridas empresas titulares dos centros electroprodutores. que se refere o número anterior, pago pelos titulares
2 — As entidades referidas no número anterior estão dos centros electroprodutores hídricos destina-se a
habilitadas até ao limite do prazo nele previsto a utilizar beneficiar os consumidores de energia eléctrica através
os recursos hídricos afectos a cada um dos centros elec- da redução do défice tarifário, da estabilização das tari-
troprodutores, devendo nesse mesmo prazo ser apre- fas e de outras medidas de politica energética.
sentados os elementos referidos no n.o 1 do artigo 89.o 4 — Os critérios de afectação dos montantes referidos
do presente decreto-lei e outorgados os respectivos con- nos números anteriores são definidos pelo membro do
tratos de concessão. Governo responsável pela área da energia, sem prejuízo
3 — Para efeitos dos números anteriores, serão con- das competências da ERSE.
sideradas como data inicial das utilizações dos recursos
hídricos a data de entrada em vigor do Decreto-Lei
n.o 183/95, de 27 de Julho, e como datas finais as que Artigo 93.o
correspondem ao termo da vida útil da construção civil Disposições transitórias sobre a constituição das ARH
de cada um dos centros electroprodutores, fixadas no
anexo III ao presente decreto-lei e que dele faz parte 1 — Até à entrada em funcionamento de cada ARH,
integrante. incumbe às comissões de coordenação e desenvolvi-
4 — Os contratos de concessão e de transmissão a mento regional (CCDR), através dos seus serviços com-
celebrar nos termos do n.o 1 deverão atender aos prazos petentes em matéria de recursos hídricos, o exercício
referidos no número anterior e no anexo III e as suas das competências de licenciamento e fiscalização atri-
condições observam o disposto na Lei n.o 58/2005, de buídas pelo presente decreto-lei às ARH.
29 de Dezembro, e no presente decreto-lei. 2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior,
5 — As empresas a quem já tenha sido atribuída, ao os contratos de concessão são autorizados pelo membro
abrigo do artigo 67.o do Decreto-Lei n.o 182/95, de 27 de do Governo responsável pela área do ambiente, com
Julho, a execução e exploração de centros electropro- faculdade de delegação no presidente do INAG.
dutores, e desde que o Estado já tenha definido as con- 3 — O exercício das competências atribuídas às ARH
dições de ligação desses centros à Rede Eléctrica não abrangidas pelos n.os 1 e 2 cabe transitoriamente
Pública, nos termos do Decreto-Lei n.o 312/2001, de ao INAG, podendo o membro do Governo responsável
10 de Dezembro, mantêm os direitos e obrigações assu- pela área do ambiente fazer cessar, por portaria, este
midos, devendo a construção e exploração do respectivo regime transitório, total ou parcialmente, em função da
aproveitamento hidroeléctrico ser titulada por contrato capacidade demonstrada por cada ARH para assumir
de concessão com o Estado, a celebrar, nos termos da o exercício de tais competências.
Diário da República, 1.a série — N.o 105 — 31 de Maio de 2007 3644-(47)
B) Caução para cumprimento das obrigações de implantação, alte- 9 — Das condições da garantia bancária ou da apólice
ração e demolição de instalações fixas ou desmontáveis, apoios de seguro-caução não pode, em caso algum, resultar
de praia ou similares, infra-estruturas e equipamentos de apoio
à circulação rodoviária e infra-estruturas hidráulicas. uma diminuição das garantias, nos moldes que são asse-
guradas pelas outras formas admitidas, de prestação da
1 — Sem prejuízo da caução prevista no na alínea caução, ainda que não tenha sido pago o respectivo
anterior e de acordo com o previsto no n.o 3 do prémio.
artigo 22.o e no n.o 5 do artigo 23.o, é obrigatória a 10 — Todas as despesas derivadas da prestação das
prestação de caução para cumprimento das obrigações cauções são da responsabilidade do titular da licença
de implantação, alteração e demolição de instalações ou concessão.
fixas ou desmontáveis, apoios de praia ou similares, 11 — São causas de perda de caução:
infra-estruturas e equipamentos de apoio à circulação
rodoviária e infra-estruturas hidráulicas. a) O abandono injustificado da obra por mais de um
2 — A caução prevista no número anterior destinar- ano, dentro do período máximo previsto para execução
-se-á a garantir a boa e regular execução da obra, a da mesma;
qual terá de cumprir tanto os regulamentos de ordem b) O não início da construção da obra no período
técnica e ambiental como os condicionalismos impostos dos seis meses posteriores à emissão do respectivo título.
pela autoridade competente na respectiva licença ou
contrato de concessão. 12 — A perda de caução reverte em 80 % para a auto-
3 — O requerente, no prazo de 30 dias a contar da ridade competente e 20 % para o INAG.
data de atribuição do respectivo título, presta uma cau- 13 — A caução é libertada:
ção a favor da autoridade competente correspondente
a) Em 50 % do seu montante, logo que se encontrem
a 5 % do montante global do investimento previsto no
realizadas, e após vistoria da respectiva autoridade com-
projecto.
petente, no local da instalação, obras que correspondam
4 — A caução pode ser prestada por depósito em
a mais de 50 % do investimento previsto;
dinheiro ou em títulos emitidos ou garantidos pelo
Estado, ou mediante garantia bancária ou seguro-cau- b) Na totalidade do seu montante, após emissão do
ção. parecer favorável da autoridade competente e respectiva
5 — O depósito de dinheiro ou títulos efectua-se vistoria.
numa instituição de crédito, à ordem da autoridade
competente. ANEXO II
6 — Quando o depósito for efectuado em títulos, estes (a que se refere o artigo 35.o)
devem ser avaliados pelo respectivo valor nominal, salvo
se, nos últimos três meses, a média da cotação na Bolsa A prorrogação do prazo da concessão de utilização
de Valores de Lisboa ficar abaixo do par, caso em que dos recursos hídricos dos centros hidroelectroproduto-
a avaliação deve ser feita em 90 % dessa média. res deve ser calculada tomando como referência a
7 — Se a caução for prestada mediante garantia ban- seguinte fórmula:
cária, é apresentado o documento pelo qual um esta-
belecimento bancário legalmente autorizado assegure, Pro=(N-t)×DPot/Pot
até ao limite do valor da caução, o imediato pagamento
de quaisquer importâncias em virtude do incumprimento em que:
das obrigações por parte do titular da licença ou
concessão. Pro=prorrogação;
8 — Tratando-se de seguro-caução, é apresentada N=número total de anos da concessão original de
apólice pela qual uma entidade legalmente autorizada utilização do domínio hídrico;
a realizar esse seguro assuma, até ao limite do valor t=número de anos remanescentes até ao final da con-
da caução, o encargo de satisfazer de imediato quaisquer cessão original de utilização do domínio hídrico;
importâncias exigidas pela autoridade competente, em Pot=potência eléctrica da central antes do reforço;
virtude do incumprimento das obrigações. DPot=reforço da potência.
ANEXO III