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Seja Bem Vindo!

Curso

Análise de Demonstrações
Financeiras
Carga horária: 20hs
Dicas importantes

• Nunca se esqueça de que o objetivo central é aprender o conteúdo, e não


apenas terminar o curso. Qualquer um termina, só os determinados aprendem!

• Leia cada trecho do conteúdo com atenção redobrada, não se deixando dominar
pela pressa.

• Explore profundamente as ilustrações explicativas disponíveis, pois saiba que


elas têm uma função bem mais importante que embelezar o texto, são fundamentais
para exemplificar e melhorar o entendimento sobre o conteúdo.

• Saiba que quanto mais aprofundaste seus conhecimentos mais se


diferenciará dos demais alunos dos cursos.

Todos têm acesso aos mesmos cursos, mas o aproveitamento que cada aluno
faz do seu momento de aprendizagem diferencia os “alunos certificados” dos
“alunos capacitados”.

• Busque complementar sua formação fora do ambiente virtual onde faz o


curso, buscando novas informações e leituras extras, e quando necessário
procurando executar atividades práticas que não são possíveis de serem feitas
durante o curso.

• Entenda que a aprendizagem não se faz apenas no momento em que está


realizando o curso, mas sim durante todo o dia-a-dia. Ficar atento às coisas que
estão à sua volta permite encontrar elementos para reforçar aquilo que foi
aprendido.

• Critique o que está aprendendo, verificando sempre a aplicação do conteúdo


no dia-a-dia. O aprendizado só tem sentido quando pode efetivamente ser
colocado em prática.
ÍNDICE

INTRODUÇÃO................................................................................................... 2

1 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS............................................................... 3
1.1 O Que Mostram as Demonstrações Financeiras.................................................. 3
1.2 Balanço Patrimonial............................................................................................. 3
1.3 Demonstração do Resultado do Exercício........................................................... 7
1.4 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido.......................................... 9
1.5 Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos – DOAR......................... 11

2 ANÁLISE ATRAVÉS DE ÍNDICES.................................................................. 13


2.1 O Papel dos Índices de Balanço........................................................................... 13
2.1.1 Quantos Índices são Necessários Para uma Boa Análise?................................... 13
2.1.2 Aspactos da Empresa Revelados Pelos Índices................................................... 13
2.1.3 Principais Índices................................................................................................. 14

2.2 Descrição Detalhada dos Índices.......................................................................... 15


2.2.1 Estrutura de Capitais............................................................................................ 15
2.2.1.1 Participação de Capitais de Terceiros.................................................................. 15
2.2.1.2 Composição do Endividamento........................................................................... 15
2.2.1.3 Imobilização do Patrimônio Líquido................................................................... 16
2.2.1.4 Imobilização dos Recursos não Correntes........................................................... 16

2.2.2 Liquidez............................................................................................................... 17
2.2.2.1 Liquidez Geral..................................................................................................... 17
2.2.2.2 Liquidez Corrente................................................................................................ 17
2.2.2.3 Liquidez Seca....................................................................................................... 18

2.2.3 Rentabilidadde..................................................................................................... 19
2.2.3.1 Giro do Ativo...................................................................................................... 19
2.2.3.2 Margem Líquida.................................................................................................. 19
2.2.3.3 Rentabilidade do Ativo........................................................................................ 20
2.2.3.4 Rentabilidade do Patrimônio Líquido.................................................................. 20

3 PREVISÃO DE FALÊNCIA............................................................................... 28
3.1 Análise Discriminante.......................................................................................... 28

CONCLUSÃO...................................................................................................... 38

BIBLIOGRAFIA................................................................................................... 39
INTRODUÇÃO

O objetivo deste Curso é mostrar que a Análise das


Demonstrações é um importante instrumento que os administradores devem utilizar,
visando otimizar os resultados e criar novas situações para a empresa.

No capítulo 1 são apresentados os conceitos básicos e os tipos de


Demonstrações Contábeis.

No capitulo 2 são apresentados os índices de Estrutura de Capitais, de


Liquidez e Rentabilidade, de maneira detalhada.

No capitulo 3 são abordados os Índices de Previsão de Falência, pelo


método de Análise Discriminante, onde foram detalhados seis métodos.

Finalizando, destacamos que nos capítulos 2 e 3, os índices também foram


abordados com um caso prático, para melhor compreensão dos índices aqui
analisados.

2
1 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

1.1 O QUE MOSTRAM AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

A Lei das Sociedades por Ações (Lei n° 6.404) determina a estrutura básica das
quatro demonstrações financeiras.

A legislação fiscal tornou essas determinações obrigatórias também para os demais


tipos de sociedades. Por essa razão, todas as empresas, no Brasil, divulgam suas
demonstrações financeiras sob a forma prevista na Lei das S.A.

Essa lei trouxe consideráveis aperfeiçoamentos contábeis em relação às práticas


anteriormente vigentes e tornou-se um marco na história da Contabilidade no Brasil, apesar de
ainda não incorporar todos os aperfeiçoamentos que seriam possíveis.

Para efeito de Análise de Balanços, a Lei das S.A. representou notável avanço. O
conteúdo e a forma de apresentação das demonstrações financeiras atendem perfeitamente às
necessidades da Análise de Balanços.

1.2 BALANÇO PATRIMONIAL

É a demonstração que apresenta todos os bens e direitos da empresa – Ativo -, assim


como as obrigações – Passivo Exigível – em determinada data. A diferença é chamada
Patrimônio Líquido e representa o capital investido pelos proprietários da empresa, quer
através de recursos trazidos de for a da empresa, quer gerados por esta em suas operações e
retidos internamente.

Robert N. Anthony* conceituado autor americano, afirma que o balanço mostra :


1. As fontes de onde provieram os recursos utilizados para a empresa operar –
Passivo e Patrimônio Líquido – e;

*
ANTHONY, Rober Newton. Contabilidade gerencial; introdução à Contabilidade. São Paulo, Atlas, 1981
3
2. Os bens e direitos em que esses recursos se acham investidos.
Essa definição põe em evidência os termos fontes e investimentos de recursos, o que é
altamente desejável do ângulo da Análise de Balanços, visto que analisar balanços é, em
grande parte, avaliar a adequação entre as diversas fontes e os investimentos efetuados.

É interessante notar que o Ativo mostra o que existe concretamente na empresa. Todos
os bens e direitos podem ser comprovados por documentos, tocados ou vistos. As únicas
exceções são as despesas antecipadas e as diferidas, as quais representam investimentos que
beneficiarão exercícios seguintes e, por isso, se acham no balanço (é algo que aumenta o valor
da empresa sem ter um valor objetivo ou de mercado). O Passivo Exigível e o Patrimônio
Líquido mostram a origem dos recursos que se acham investidos no Ativo. Especificamente, o
Patrimônio Líquido não representa nada de concreto. Quando a empresa é constituída, os
sócios entregam-lhe determinado Capital representado por dinheiro ou bens. Nesse momento,
a empresa possui apenas esses bens e o numerário que recebeu dos sócios. O Capital mostra
apenas a origem desses bens e dinheiro. É apenas um elemento informativo e não algo de
concreto.

Em conformidade com a Lei n° 6.404/76, o Balanço Patrimonial deve conter os


seguintes grupos de contas :

4
ATIVO

ATIVO CIRCULANTE

Disponibilidades
Direitos realizáveis no curso do exercício social seguinte
Aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte

ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO

Direitos realizáveis após o término do exercício seguinte


Direitos derivados de adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou
controladas, diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não
constituírem negócios usuais na exploração do objeto da companhia

ATIVO PERMANENTE

Investimentos

Participações permanentes em outras sociedades e direitos de qualquer natureza,


não classificáveis no Ativo Circulante, ou Realizável a Longo Prazo que não se
destinem à manutenção da atividade da companhia ou empresa

Imobilizado

Direitos que tenham por objeto bens destinados à manutenção das atividades da
companhia ou empresa, ou exercidos com esta finalidade, inclusive os de
propriedade comercial ou industrial

Diferido

Aplicações de recursos em despesas que contribuirão para a formação do resultado


de mais um exercício social, inclusive juros pagos ou creditados aos acionistas
durante o período que anteceder o início das operações sociais

5
PASSIVO

PASSIVO CIRCULANTE
Obrigações da companhia, inclusive financiamentos para a aquisição de direitos do
Ativo Permanente quando vencerem no exercício seguinte

PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO


Obrigações vencíveis em prazo maior do que o exercício seguinte

RESULTADO DE EXERCÍCIOS FUTUROS


Receitas de exercícios futuros diminuídas dos custos e despesas correspondentes

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Capital Social
Montante do capital subscrito e, por dedução, parcela não realizada

Reservas de Capital
Ágio na emissão de ações ou conversão de debêntures e partes beneficiárias
Produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição
Prêmios recebidos na emissão de debêntures, doações e subvenções para
investimentos
Correção monetária do capital realizado, enquanto não capitalizada

Reservas de Reavaliações
Contrapartida do aumento de elementos do Ativo em virtude de novas avaliações,
documentadas por laudo técnico.

Reservas de Lucros
Contas constituídas a partir de lucros gerados pela companhia

Lucros ou Prejuízos Acumulados


Lucros gerados pela companhia, que ainda não receberam destinação específica

6
1.3 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

Trata-se de uma demonstração dos aumentos e reduções causados no Patrimônio


Líquido pelas operações da empresa. As receitas representam normalmente aumento do
Ativo, através do ingresso de novos elementos, como duplicatas a receber ou dinheiro
proveniente das transações. Aumentando o Ativo, aumenta o Patrimônio Líquido. As
despesas representam redução do Patrimônio Líquido, através da redução do Ativo ou
aumento do Passivo Exigível.

Enfim, todas as receitas e despesas se acham compreendidas na Demonstração do


Resultado, segundo uma forma de apresentação que as ordena de acordo com a sua natureza;
fornecendo informações significativas sobre a empresa.

A Demonstração do Resultado é, pois, o resumo do movimento de certas entradas e


saídas no balanço, entre duas datas.

A Demonstração do Resultado retrata apenas o fluxo econômico e não o fluxo de


dinheiro. Para a Demonstração do Resultado não importa se uma receita ou despesa tem
reflexos em dinheiro, basta apenas que afete o Patrimônio Líquido.

Segundo a Lei n.° 6.404/76, a Demonstração do Resultado do Exercício discriminará


os seguintes elementos :

7
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

Receita Bruta de Vendas e Serviços


(-) Devoluções
(-) Abatimentos
(-) Impostos

(=) Receita Líquida das Vendas e Serviços

(-) Custo das Mercadorias e Serviços Vendidos

(=) Lucro Bruto


(-) Despesas com Vendas
(-) Despesas Financeiras (deduzidas das Receitas Financeiras)
(-) Despesas Gerais e Administrativas
(-) Outras Despesas Operacionais
(+) Outras Receitas Operacionais

(=) Lucro ou Prejuízo Operacional


(+) Receitas não Operacionais
(-) Despesas não Operacionais
(+) Saldo da Correção Monetária

(=) Resultado do Exercício antes do Imposto de Renda


(-) Provisão para o Imposto de Renda
(-) Participações de Debêntures
(-) Participação dos Empregados
(-) Participação dos Administradores e Partes Beneficiárias
(-) Contribuições p/ Instituições, Fundo de Assist. ou Previdência de Empregados

(=) Lucro ou Prejuízo Líquido do Exercício


(=) Lucro ou Prejuízo por Ação

8
1.4 DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido apresenta as variações de todas


as contas do Patrimônio Líquido ocorridas entre dois balanços, independentemente da origem
da variação, seja ela proveniente da correção monetária, de aumento de capital, de reavaliação
de elementos do ativo, de lucro ou de simples transferência entre contas, dentro do próprio
Patrimônio Líquido.

Enquanto a Demonstração do Resultado evidencia como se chegou ao total do


aumento ou diminuição do Patrimônio Líquido em decorrência de transações efetuadas pela
empresa, expurgando o inchaço causado pela inflação, a Demonstração das Mutações do
Patrimônio Líquido mostra toda e qualquer variação em qualquer conta.

A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido não costuma ser analisada no


sentido tradicional em que o são o Balanço e a Demonstração do Resultado do Exercício.

O conteúdo básico da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido é


representado na página seguinte.

9
10
AnálisedasDemonstraçõesFinanceiras

1111
1.5 DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS - DOAR

A Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos mostra as novas origens e


aplicações verificadas durante o exercício, ocorridas nos itens não Circulantes do Balanço, ou
seja, no Exigível a Longo Prazo, Patrimônio Líquido, Ativo Permanente e Realizável a Longo
Prazo.

A diferença entre as novas origens não circulantes e as novas aplicações não


circulantes será igual ao Capital Circulante Líquido. Dessa maneira, a DOAR é uma
demonstração que evidencia a variação do Capital Circulante Líquido.

Através da DOAR é possível conhecer como fluíram os recursos ao longo de um


exercício: quais foram os recursos obtidos, qual a participação das transações comerciais no
total de recursos gerados, como foram aplicados os novos recursos etc. Enfim, a DOAR visa
permitir a análise do aspecto financeiro da empresa, tanto no que diz respeito ao movimento
de investimentos e financiamentos quanto relativamente à administração da empresa sob
ângulo de obter e aplicar compativelmente os recursos.

Apresenta-se a seguir o modelo básico da DOAR.

12
13
2. ANÁLISE ATRAVÉS DE ÍNDICES

2.1 O PAPEL DOS ÍNDICES DE BALANÇO

Os índices constituem a técnica de análise mais empregada, sua característica


fundamental é fornecer uma visão ampla da situação econômica ou financeira da empresa.

“ Um índice é como uma vela acesa num quadro escuro” 1

2.1.1 QUANTOS ÍNDICES SÃO NECESSÁRIOS PARA UMA BOA ANÁLISE?

O importante não é o cálculo de grande número de índices, mas de um conjunto de


índices que permita conhecer a situação da empresa, segundo o grau de profundidade desejada
da análise.

“ ... , a quantidade de índices que deve ser utilizada na análise depende exclusivamente da
profundidade que se deseja da análise.” 2

2.1.2 ASPECTOS DA EMPRESA REVELADOS PELO ÍNDICE

PRINCIPAIS ASPECTOS REVELADOS PELOS ÍNDICES


FINANCEIROS

ESTRUTURA

Situação Financeira

LIQUIDEZ

Situação Econômica RENTABILIDADE

1
Dante C. Matarazzo – Análise Financeira de Balanços Vol. 1, Pg. 96
2
Dante C. Matarazzo – Análise Financeira de Balanços Vol. 1, Pg. 97

14
AnálisedasDemonstraçõesFinanceiras

1515
2.2 DESCRIÇÃO DETALHADA DOS ÍNDICES

2.2.1 ESTRUTURA DE CAPITAIS

Os índices desse grupo mostram as grandes linhas de decisões financeiras, em termos


de obtenção e aplicação de recursos.

2.2.1.1 Participação de Capitais de Terceiros: CT


PL

Fórmula: Capitais de Terceiros


X 100
Patrimônio Líquido

Indica: quanto a empresa tomou de capitais de terceiros para cada R$ 100 de capital
próprio investido.
Interpretação: quanto menor, melhor.
Obs.: o índice de Participação de Capitais de Terceiros relaciona, portanto, as duas
grandes fontes de recursos da empresa, ou seja, Capitais Próprios e Capitais de Terceiros.
Também pode ser chamado de índice de Grau de Endividamento.

2.2.1.2 Composição do Endividamento: PC


CT

Passivo Circulante
Fórmula: X 100
Capitais de Terceiros

Indica: qual o percentual de obrigações de curto prazo em relação às obrigações totais.

16
Interpretação: quanto menor, melhor.
Obs.: este índice indica qual e a composição da dívida, já que, uma coisa é ter dívidas de
curto prazo que precisam ser pagas com recursos gerados a curto prazo, e outra, é ter
dívidas de longo prazo, onde se dispõe de tempo para se gerar recursos.

2.2.1.3 Imobilização do Patrimônio Líquido: AP


PL

Ativo Permanente
Fórmula: X 100
Patrimônio Liquido

Indica: quantos reais a empresa aplicou no Ativo Permanente para cada R$ 100 de
Patrimônio Liquido.
Interpretação: quanto menor, melhor.
Obs.: as aplicações dos recursos do Patrimônio Liquido são mutuamente exclusivas do
Ativo Permanente e do Ativo Circulante. Quanto mais a empresa investir no Ativo
Permanente, menos recursos próprios sobrarão para o Ativo Circulante e, em
conseqüência , maior será a dependência a capitais de terceiros para o financiamento do
Ativo Circulante.

2.2.1.4 Imobilização dos Recursos não Correntes: AP


PL + ELP

Ativo Permanente
Fórmula: X 100
Patrimônio Liquido + Exigível a Longo Prazo

Indica: que percentual de recursos não correntes a empresa aplicou no Ativo Permanente.

17
Interpretação: quanto menor, melhor.
Obs.: este índice não deve em regra ser superior a 100%.
2.2.2 LIQUIDEZ

Os índices desse grupo mostram a base da situação financeira da empresa. São índices
que, a partir do confronto dos Ativos Circulantes com as Dívidas, procuram medir quão sólida
é a base financeira da empresa.

2.2.2.1 Liquidez Geral: AC + RLP


PC + ELP

Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo


Fórmula:
Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo

Indica: quanto a empresa possui no Ativo Circulante e Realizável a Longo Prazo para
cada R$ 1,00 de dívida total.
Interpretação: quanto maior, melhor.
Obs.: o índice de Liquidez Geral indica se a empresa tem condições de pagar suas dívidas
totais, mesmo aquelas de longo prazo, com os recursos que possui no seu Ativo
Circulante.

2.2.2.2 Liquidez Corrente: AC


PC

Ativo Circulante
Fórmula:
Passivo Circulante

18
Indica: quanto a empresa possui no Ativo Circulante para cada R$ 1,00 de Passivo
Circulante.
Interpretação: quanto maio, melhor.
Obs.: o índice de Liquidez Corrente indica se o Ativo Circulante é suficiente para cobrir
as dívidas de curto prazo.

2.2.2.3 Liquidez Seca: D + DR + ODRCD


PC

Disponível + Duplicatas a Receber + Outros Direitos


de Rápida Conversibilidade em Dinheiro
Fórmula:
Passivo Circulante

Indica: quanto a empresa possui de Ativo Líquido para cada R$ 1,00 de passivo
Circulante (dívidas a curto prazo).
Interpretação: quanto maior, melhor.
Obs.: este índice é um teste de força aplicado à empresa; visa medir o grau de excelência
da sua situação financeira.

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2.2.3 RENTABILIDADE

Os índices deste grupo mostram qual a rentabilidade dos capitais investidos, isto é,
quanto rendem os investimentos e, portanto, qual o grau de êxito econômico da empresa.

2.2.3.1 Giro do Ativo: V


AT

1
Lucro Líquido
Fórmula: X 100
Ativo Médio ¹

Indica: quanto a empresa vendeu para cada R$ 1,00 de investimento total.


Interpretação: quanto maior, melhor.
Obs.: esse índice mede o volume de vendas da empresa em relação ao capital total
investido. Não se pode dizer que uma empresa está vendendo pouco ou muito olhando
apenas para o valor absoluto de suas vendas.

2.2.3.2 Margem Líquida: LL


V

Lucro Líquido
Fórmula: X 100
Vendas Líquidas

1
Ativo Médio = Ativo Inicial + Ativo Final
----------------------------------
2
20
Indica: quanto a empresa obtém de lucro para cada R$ 100 vendidos.
Interpretação: quanto maior, melhor.
Obs.: esse índice mostra qual a margem de lucro que a empresa alcança em relação ao
valor de suas vendas líquidas.

2.2.3.3 Rentabilidade do Ativo: LL


AT

1
Lucro Líquido
Fórmula: X 100
Ativo Médio ¹

Indica: quanto a empresa obtém de lucro para cada R$ 100 de investimento total médio.
Interpretação: quanto maior, melhor.
Obs.: esse índice mostra quanto a empresa obteve de lucro líquido em relação ao Ativo, é a
medida da capacidade de gerar lucro líquido e pode ser usado como medida de desempenho
comparativo ano a ano.

2.2.3.4 Rentabilidade do Patrimônio Líquido: LL


PL

2
Lucro Líquido
Fórmula: X 100
Patrimônio Líquido Médio ²

1
ídem ao da página anterior.
2
Patrimônio Líquido Médio = Patrimônio Líquido Inicial Corrigido + Patrimônio Líquido Final
-------------------------------------------------------------------------------
2
onde: Patrimônio Líquido Inicial Corrigido = Patrimônio Líquido Inicial x (1 + £ ) , sendo £ a taxa de inflação
do período.

21
Indica: quanto a empresa obteve de lucro para cada R$ 100 de Capital Próprio investido.
Interpretação: quanto maior, melhor.
Obs.: o papel do índice de rentabilidade do Patrimônio Líquido é mostrar qual a taxa de
rendimento do Capital Próprio. Essa taxa pode ser comparada com outros rendimentos
alternativos do mercado, como: CDB, ações, letras de cambio e com outras empresas; com
isso se pode avaliar se a empresa oferece uma boa rentabilidade.

22
CASO

PRÁTICO

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27
28
29
30
3 PREVISÃO DE FALÊNCIA

3.1 ANÁLISE DISCRIMINANTE

A análise discriminante constituí-se numa poderosa técnica estatística capaz de dizer


se determinado elemento pertence a uma população X ou a uma população Y. Aplicado à
Análise de Balanços, isto significa indicar se uma empresa pertence à população de solventes
ou à população de insolventes.

O mecanismo de análise discriminante pode ser assim resumido:

a) Escolhem-se dois grupos (população), como, por exemplo, empresas insol-


ventes e empresas solventes
b) Coletam-se os dados (índices) das empresas de cada grupo. A análise discri-
minante busca encontrar uma função matemática, baseada em vários índices,
que melhor discrime (separe) os dois grupos. Isto é, uma função capaz de
informar se uma empresa se enquadra no grupo das solventes ou das
insolventes. Nessa função, a variável dependente é comparada a um número
fixo – chamado ponto crítico – predeterminado pelo modelo. Se o valor da
variável dependente ficar acima do ponto crítico, a empresa estará entre as
solventes; se ficar abaixo, estará entre as insolventes.

onde: Y = a1x1 + a2x2 + a3x3 + a4x4


Y = variável dependente; reflete o total de pontos alcançado pela empresa.
a1 a2 a3 a4 . . . = pesos: indicam a importância relativa de cada índice.

x1 x2 x3 x4 . . . = variáveis independentes: são os índices de balanço.

Essa função pode ser testada quanto à sua capacidade de discriminar (separar)
eficazmente as empresas em insolventes e solventes. O próprio modelo matemático indica
qual a margem de acertos e de erros da fórmula. Através dela também se pode testar se a
31
inclusão de mais variáveis independentes (mais índices) melhora subtancialmente ou não o
seu poder de discriminar; assim , decide-se quantas variáveis independentes devem ser
compreendidas na fórmula.
Em resumo, a análise discriminante aplicada à Análise de Balanços, através de índices
financeiros, indica simultaneamente:
quais índices utilizar;
que peso devem ter esses índices;
qual o poder de discriminação da função, ou seja, qual a probabilidade de acertos
nas previsões de insolvência do modelo.

Diversos estudiosos efetuaram, no Brasil, testes estatísticos sobre a previsão de


insolvência com base na análise discriminante. Os diversos trabalhos e respectivas fórmulas
são:

KANITZ:

FI = 0,05x1 + 1,65x2 + 3,55x3 - 1,06x4 - 0,33x6

onde:
FI = Fator de Insolvência = total de pontos obtidos
x1 = Lucro Líquido/Patrimônio Líquido
x2 = Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo/Exigível Total
x3 = Ativo Circulante - Estoques/Passivos Circulante
x4 = Ativo Circulante/Passivo Circulante
x5 = Exigível Total/Patrimônio Líquido

Segundo esse modelo, a empresa estará insolvente se FI for inferior a –3; a sua
classificação estará indefinida entre –3 e 0 e acima de 0 estará na faixa de solvência. (Nesse
modelo há uma região crítica, em vez de um ponto crítico).

ALTMAN (dois modelos):

Z1 = - 1,44 + 4,03x2 + 2,25x3 + 0,14x4 + 0,42x5

Z2 = - 1,84 - 0,51x1 + 6,32x3 + 0,71x4 + 0,52x5

onde:
32
Z1 ou Z2 = Total de pontos obtidos
x1 = Ativo Circulante - Passivo Circulante/Ativo Total
x2 = Reservas e Lucros Suspensos/Ativo Total
Lucro Líquido + Despesas Financeiras + Imposto de Renda
x3 = Ativo Total
x4 = Patrimônio Líquido/Exigível Total
x5 = Vendas/Ativo Total

Nesses modelos, o ponto crítico é o 0 (zero).

ELIZABETSKY:

Z = 1,93x32 - 0.20x33 + 1,02x35 + 1,33x36 - 1,12x37

onde:
Z = Total dos pontos obtidos
x32 = Lucro Líquido/Vendas
x33 = Disponível/Ativo Permanente
x35 = Contas a Receber/Ativo Total
x36 = Estoques/Ativo Total
x37 = Passivo Circulante/Ativo Total

Segundo esse modelo, o ponto crítico é 0,5. Acima desse valor a empresa estará
solvente; abaixo, insolvente.

MATIAS:

Z = 23,792x1 - 8,26x2 - 8,868x3 - 0,764x4 - 0,535x5 + 9,912x6

onde:
Z = Total dos pontos obtidos
x1 = Patrimônio Líquido/Ativo Total
x2 = Financiamento e Empréstimos Bancários/Ativo Circulante
x3 = Fornecedores/Ativo Total
x4 = Ativo Circulante/Passivo Circulante
x5 = Lucro Operacional/Lucro Bruto
x6 = Disponível/Ativo Total

O ponto crítico nesse modelo é zero.

33
PEREIRA:

Z = 0,722 - 5,124E23 + 11,016L19 - 0,34L21 - 0,48L26 + 8,605R13 - 0,004R29


onde:
Z = Total de pontos obtidos
E23 =Duplicatas Descontadas/Duplicatas a Receber
L19 =Estoques (Final)/Custo das Mercadorias Vendidas
L21 =Fornecedores/vendas
L26 =Estoque Médio/Custo das Mercadorias Vendidas
R13 =(Lucro Operacional + Despesas Financeiras) / (Ativo Total - Investimento
Médio)
R29 = Exigível Total/(Lucro Líquido + 0,1 Imobilizado Médio + Saldo Devedor
da Correção Monetária).

Nesse modelo o ponto de separação é zero. Abaixo de zero a empresa estará


insolvente; acima de zero, solvente.

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CASO

PRÁTICO

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42
CONCLUSÃO

As Demonstrações Financeiras são os instrumentos mais importantes para


análise de balanço, então estas demonstrações devem ser consistentes e
seguirem uma uniformidade, para quando de sua análise os índices espelhem
uma situação próxima da realidade.

Duas demosntrações financeiras são mais utilizadas para análise, são elas
(Balanço Patrimonial e DRE), onde podemos analisar a situação da estrutura de
capitais, da liquidez, da rentabilidade e previsão de falência.

Em nosso caso prático analisando, a estrutura de capitais, podemos


perceber que as empresas tem um alto grau de endividamento, trabalhando
bastante com capital de terceiros.

Na liquidez, verificamos que a situação é suficiente para honrar suas


obrigações, mas requer atenção para aumentar esta folga.

Com relação a rentabilidade, podemos verificar que as empresas possuem


rentabilidades diferentes, umas maiores e outras menores, sabemos que quanto
maior melhor, mas não podemos afirmar se é uma boa rentabilidade ou não. Só
podemos fazer isso, se possuír-mos uma média do setor.

Os indicadores de previsão de falência utilizados em nosso caso prático,


não conseguiram satisfatoriamente prever a insonvência de uma das empresas
analizadas, pois em alguns desses índices, não apresentou o menor sinal de
insolvência.

43
BIBLIOGRAFIA

GOMES, Adriano. A Empresa Ágil, Ed. Nobel, 1999.

MATARAZZO, Dante C.. Análise Financeira de Balanços: abordagem básica. Volume 1,


2ª edição. Ed. Atlas.

FRANCO, Hilário. Estrutura, Análise e Interpretação de Balanços. 15ª edição. Ed. Atlas.

IUDÍCIBUS, Sérgio de. Análise de Balanços. 5ª edição. Ed. Atlas.

NETO, Alexandre Assaf. Estrutura de Análise de Balanço: um enfoque econômico


financeiro. 3ª edição. Ed. Atlas.

GAZETA MERCANTIL. Balanço Anual 1999. 30/06/99, nº 23.

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INTERNET
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