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Actas del
IX Congreso Internacional
de la Asociación Hispánica
de Literatura Medieval
(A Coruna, 18-22 de septiembre de 2001)
II
2005
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© Mercedes Pampín
© Toxosoutos, S.L.
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' Diego Quaglione, "Il modelo del principe cristiano: gli specula principum fra M è d i o
Evo e prima Età Moderna", em Modelli nelU storia del pensiero politico, I, Coordena^ao de V.
I. Comparato, Leo S. Olschki, Fiorenza, 1987, p. 103.
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- Nair de Nazaré Castro Soares, O príncipe ideal no sécula XVI e a obra de D. Jerónimo
Osório, Instituto Nacional de Investigagáo Científica, Coimbra, 1994. pp. 13-14.
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^ Tomem-se como exemplos o que se diz ñas páginas 53, 68, 80, 94, 96, 100 e 126: tenta-
tivas nao declaradas de delinear para o leitor elementos que constituem o género de que trata.
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Cfr. por exemplo, pp. 53, 126, 178, 179. Algo similar afirma Lester Kruger Born, em
seu clássico texto sobre o assunto: " N u m e r o u s treatises have been written on the subject firom
time of classical antiquity itself. Sometimes the discussions f o r m e d incidental parts of larger
works; sometimes they were units in themselves [...]. S o m e of t h e m were prepared for the
use of a particular prince and follow what seemed expedient for him; others have a distinctly
pedagogical f o r m and, although dedicated to some one prince, are really intended for the use
of children of all nobility; and still others theorize on the subject of government in general".
Lester Kruger Born, " T h e Perfect Prince: a Study in Thirteenth and Fourteenth C e n t u r y Ide-
als", Speculum, 3 (1928), pp. 470-471.
' A n a Isabel Buescu, Jmagens do príncipe: discurso normativo e representaçâo (1525-49),
Cosmos, Lisboa, 1996.
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Baixa Idade Média. A partir dos escritos de Séneca, observa que "le
symbolisme catoptrique"® possui na Antigiiidade duas funçôes
básicas: "la c o n n a i s s a n c e de soi en v u e d ' u n e a m é l i o r a t i o n
physique ou morale, et celle de la vision indirecte" {Id., p. 60).
Estas d u a s f u n ç ô e s estao na base das d u a s f o r m a s q u e o
"simbolismo catóptrico" assume na Antigiiidade tardia: a primeira,
ligada ao simbolismo da visáo indireta, subdivide-se em dois
d o m i n i o s d i s t i n t o s : o e s p e l h o r e f l e t e a p a r t i r d o s a t o s e da
aparéncia exterior a alma h u m a n a , e, em o u t r a perspectiva, a
criatura espelha o criador; já a segunda, relacionada à funçâo "de la
connaissance de soi", assume a forma de dois topoi, "le miroir de
l'âme" e "le miroir-modèle", por meio dos quais podemos melhor
nos conhecer. Ao longo deste percurso, sao p r o d u z i d a s duas
sinteses: " l ' é l a b o r a t i o n de ce s y m b o l i s m e par la pensée n é o -
p l a t o n i c i e n n e - P l u t a r c o , Sao Paulo e Plotino— ('la p r e m i è r e
s y n t h è s e ' ) et f i n a l e m e n t son u t i l i s a t i o n par les t h é o l o g i e n s
chrétiens de la fin de l'Antiquité —Sao Gregorio de Nisse e Santo
Agostinho— ('la deuxième synthèse')" {Jd., p. 63).
Desse m o v i m e n t o de c o n s t r u ç a o e utilizaçâo do s i m b o l o
c a t ó p t r i c o e das duas sinteses p r o d u z i d a s resultaram as duas
primeiras obras do género miroir, a primeira. Le Miroir d'Augustin-,
a segunda, por volta do ano mil. Le Miroir d'Albert. N o entanto,
segundo Jónsson, como ambos sao florilegios de textos moráis,
retirados do Velho e do Novo Testamento {Id., p. 121), portanto,
e s p e l h o do v e r d a d e i r o "espelho" q u e é a Biblia, e c o m o n a o
continuaram ao longo do tempo uma tradiçao, nao se pode ainda
falar do género p l e n a m e n t e c o n s t i t u i d o ' . N a realidade, para o
" "Pour la commodité, nous appelons les diverses métaphores tirées de l'usage d u miroir
em tant qu'objet concret le 'symbolisme catoptrique'". Id., p. 16.
' "En fait le Miroir d'Augustin et le Miroir d'Albert sont s i m p l e m e n t des exemples de
l'idée répandue d u miroir de la Révélation. C'est à ce m o d e de vision que se réfère leur titre,
à l'origine c o m m u n , c'est-à-dire Miroir t o u t court, auquel les n o m s propres o n t été ajoutés
plus tard, et de façon n o n systématique, par souci de précision: le vrai miroir est la parole
divine révelée par l'intermédiaire d'écrivains inspirés et saints, et si dans ces cas le livre est une
sorte de 'livre-miroir', c'est parce qu'il reflète cette révélation — miroir d ' u n miroir, il réunit
en u n seul e n d r o i t ce qui est trop dispersé p o u r être facilement visible et le porte ainsi à la
connaissance du lecteur." Id., p. 158.
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"> E m texto anterior ao de Jónsson, Ritamary Bradley preocupa-se com a fonte originària
da paJavra speculum, de o n d e derivariam os diversos sentidos que o t e r m o assumiu ao longo
dos séculos. Segundo Bradley, saber as origens "of the mirror allusion should in the first place
open u p in some degree o u r interpretation of m a n y specula written during the Middle Ages",
Ritamary Bradley, "Backgrounds of the Title speculum in Mediaeval Literature", Speculum, 29
(1954), pp. 100-115. Resumidamente, para Bradley, o termo speculum proviria dos escritos
de Sto. Agostinho, particularmente de seus comentarios ao Salmo 103, cuja significaíáo bàsi-
ca — p o r meio do espelho vemo-nos como somos e c o m o deveríamos ser— estaría no centro
de quase t o d a literatura especular. Bradley rastreia nesse m e s m o sentido e m t o d a literatura
pós-Sto. Agostinho, até aproximadamente o séc. XVIII, a metáfora especular.
' ' Francis Cairns, Generic Composition in Greek and Roman Poetry, Edinburgh University
Press, Edinburgh, 1972, p. 6.
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uma rela^áo, a mais extensa possível, desses topoi, seus usos mais
comuns, as diversas formas que assumem no discurso etc. servirá
c o m o n o r t e nao apenas na i d e n t i f i c a ^ a o dos espelhos c o m o
também em sua análise. Todavia, como vimos acima, deve-se levar
em c o n t a o que s u s t e n t a Cairns: a p r e s e n t a dos "secundary
elements" em outros géneros similares impede que eles sejam
determinantes na defini^ao de um género particular, podendo, no
entanto, junto com os "elementos primários", colaborar naquela
delimita^áo.
Nao cabe no àmbito deste traballio o levantamento de todos
elementos que nos permitiriam definir o espelho do principe.
Contudo, é possível dar um passo a mais na discussao, qual seja,
a f i r m a r a necessidade de pensá-la a partir de u m ou varios
modelos e de variantes destes. A elei^ao deste modelo, está claro,
nao p o d e r á se dar antes da definicáo do género. O m e l h o r
caminho possivelmente seja o da análise de algumas das mais
famosas obras consideradas pela crítica como espelhos de principe,
a partir dessa, o estabelecimento de características próprias e
distintivas do género e, por fim, a elei^áo de um modelo. Nesse
s e n t i d o , a t r a d i ^ á o crítica sobre esses escritos leva-nos de
imediato, pelo menos, a trés obras: o Policraticus, de Joao de
Salisbury (1159), De Regimine Principum, de Sto. Tomás de
Aquino (1265-1266) e a obra h o m ó n i m a de Egidio Romano
(1287).^^ Esta mesma crítica, no entanto, é uníssona em afirmar
como modelo mais perfeito a obra deste último, entendida como
aquela que dá a conforma^áo definitiva do género. ^^
Seguimos a data^áo da escrita dos textos estabelecida por Lester K. Born, op. cit. p.
471, n. 4; 480, n. 2; e 488, n. 1.
Cfr.: "Aegidius is much more definite than some of his predecessors in his ideas of the
state and of the 'perfect prince'", Born, op. cit, p. 488; "opera maggiore del genere [...] il De
regimine principum di Egidio Romano, modellato in buona parte sul suo precedente tomista,
si presenta però con caratteri di sistematicità che ne f a n n o u n unicum nel suo genere",
Quaglione, op. cit., p. 116, itálico do autor; "Seria c o n t u d o a obra de Egidio R o m a n o [...]
que assumiria, de f o r m a indiscutivel, o estatuto de m o d e l o desta literatura normativa",.
Buescu, op. cit., p. 37.
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Duarte (Dom), Leal conselheiro, ed. crít., intr. e notas de Maria Helena Lopes de Cas-
tro, Imprensa Nacionai-Casa da Moeda, Lisboa, 1998. As citafSes do Leal conselheiro, desig-
nado daqui a diante por LC, seráo feitas a partir desta edigáo e acompanhadas do número da
página entre parénteses.
Estabelecemos u m a discussao mais detalhada sobre essas questóes em nosso traballio
"Os leáis e prudentes conselhos de El-Rei D . Duarte", em A literatura doutrinária na corte de
Avis, coord. por Lénia Màrcia Mongelli, Martins Fontes, Sao Paulo, 2001, pp. 245-305.
Vid. José Gama, A filosofia da cultura portuguesa no "Leal Conselheiro" de D. Duarte,
Fundafáo Calouste Gulbenldan, Lisboa, 1995.
" Para Soares, o ¿ C e s t á "repassado de a f i n i d a d e s ideológicas c o m este g é n e r o de
literatura (os espelhos de príncipes)", op. cit., p. 234. Também Buescu, op. cit., p. 46 e ss.
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