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Universidade Federal do Ceará

Departamento de fı́sica
Aluno: Lucas Saraiva Alves Olivier 391616
Prof.Dr.: Carlos Lenz
Disciplina: Int. Fı́sica do Estado Sólido
Dezembro 2019

Gás de elétrons em 2D e 1D. Propriedades termodinâmicas.

1 Gás de elétrons n-dimensional


Vamos fazer uma pequena revisão sobre a função de grande partição no ensemble
grande canônico.

X X X
Ω= e−β Ej +βµNj = eβµN Z(β, N ) , Z(β, N ) = e−βEj (N ) (1)
j N j

1
φ(T, µ) = − lim lnΩ(T, V, µ) (2)
β V →∞

também podemos escrever Ω = Ω(z, β)


X
Ω(z, β) = z n Z(β, N ), z = eβµ
N

(3)

P P P
e−β e−β (i −µ)ni
e−β (i −µ)ni
X X i ni
XX X YX
Ω(T, V, µ) = eβµN i = i = i = [ e−β(j −µ)n ]
N (nj ) N (nj ) n1 ,n2 ,... j n

(4)

1
temos que a energia interna é dada por:

< Ej >= − lnΩ(z, β) = U (5)
∂β
e o número de partı́culas é dada por:

< Nj >= z lnΩ(z, β) = N (6)
∂z
Para os férmions temos que

0,
nj = (7)
1,
dessa forma
Y
Ω= (1 + e−β(j −µ) ) (8)
j
X
lnΩ = ln(1 + e−β(j −µ) ). (9)
j

Podemos tirar as relações para a energia interna e o número de partı́culas por:


X X j
U= j < nj >= β(j −µ)
(10)
j j
e
X X 1
N= < nj >= (11)
j j
eβ(j −µ)

Para os férmions livres, na ausência de campos, os nı́veis de energia para os


orbitais é:

h̄2 k 2
j = (12)
2m
No limite termodinâmico, num espaço n-dimensional, podemos escrever:
Ln
Z
h̄2 k2
lnΩ = γ n
dn~k ln[1 + e−β( 2m −µ ] (13)
(2π)
onde
γ = 2s + 1
é a multiciplidade do spin e
s
é o spin do elétron.
devido à simetria esférica, temos a seguinte analogia:

2
Z Z ∞
dn~k → Cn k n−1 dk (14)
0
onde
2π n/2
Cn = (15)
Γ(n/2)
portanto,

Ln 2π n/2
Z
h̄2 k2
lnΩ = γ k n−1 ln[1 + e−β( 2m −µ)
]dk (16)
(2π)n Γ(n/2) 0

fazendo a seguinte mudança de variável


  21   12
2m m
k= , dk = d (17)
h̄2 2h̄2 
encontramos que:
 n2 − 21  1/2 Z ∞
Ln 2π n/2

2m m n
lnΩ = γ  2 −1 ln[1 + e−β(−µ) ]d (18)
(2π)n Γ(n/2) h̄2 2h̄2 0

2 Gás de elétrons em 1D
Vamos agora calcular as principais equações termodinâmicas para o gás de
elétrons em uma dimensão. Tomando a equação (18) fazendo n=1:
  12 Z ∞
L m 1
lnΩ = γ − 2 ln[1 + ze−β ]d (19)
π 2h̄2 0

onde
z = eβµ (20)
é a fugacidade do sistema.
Escrevendo a função ln como uma série de potencias da fugacidade:

X (−1)n+1 xn
ln(1 + x) = (21)
n=1
n

assim, obteremos:
 21 X∞
(−1)n+1 n ∞ − 1 −βn
 Z
L m
lnΩ = γ z  2e d (22)
π 2h̄2 n=1
n 0

Usando a função fatorial:


Z ∞
Γ(x) = e−t tx−1 dt (23)
0

3
e usando uma mudança de variável

u = βn (24)

Z ∞   12
1 π
− 2 e−βn d = (25)
0 βn
Assim, temos que:
 21  1/2 X∞
(−1)n+1 n

L m π
lnΩ = γ z (26)
π 2h̄2 β n=1
n3/2
Vamos definir a função:

X (−1)n+1 n
fα (z) = α
z , z = eβµ (27)
n=1
n
Dessa forma, chegamos a uma expressão para:
 1/2
2πm
lnΩ = γL f3/2 (z) (28)
βh2

2.1 Número de partı́culas para o gás de elétrons


Vamos agora obter uma expressão para o número de partı́culas usando a equação
(6) e a equação (28), temos que:

"  1/2 #  1/2


∂ ∂ 2πm 2πm ∂
N = z lnΩ(β, L, z) = z γL 2
f3/2 (z) = γL 2
z f3/2 (z)
∂z ∂z βh βh ∂z
(29)
calculando a derivada na expressão anterior, obtemos o seguinte resultado:

∂ X (−1)n+1 z n
z f3/2 (z) = = f1/2 (z) (30)
∂z n=1
n1/2
Assim, concluı́mos que o número de partı́culas do gás de elétrons é dado por:
 1/2
2πm
N (β, L, z) = γL f1/2 (z) (31)
βh2

2.2 Energia interna para o gás de elétrons


Da mesma forma,vamos obter uma expressão para a energia interna do gás de
elétrons. Usaremos a equação (5), como segue:

4
"  1/2 #  1/2
∂ ∂ 2πm 2πm ∂ h −1 i
U (β, L, z) = − lnΩ(z, β) = − γL 2
f3/2 (z) = −γL 2
β 2 f3/2 (z) .
∂β ∂β βh βh ∂β
(32)
A derivada na expressão anterior é:
∂ h −1 i 1 3
β 2 f3/2 (z) = − β − 2 f3/2 (z) (33)
∂β 2
Concluı́mos, portanto, que:
  12
γL 2πm
U (β, L, z) = f3/2 (z) (34)
2 β 3 h2

2.3 Calor especı́fico para o gás de elétrons


Vamos obter uma expressão para o calor especı́fico.

kb β 2 ∂U
   
1 ∂U
cv = cv (T, µ) = =− . (35)
N ∂T N N ∂β N
Usando a seguinte relação do jacobiano, podemos calcular a derivada da
expressão anterior:
 
      ∂N
∂U ∂(U, N ) ∂U ∂U ∂β
= = − ∂N
z (36)
∂β N ∂(β, N ) ∂β z ∂z β ∂z β

onde:

  "   21 #  1/2
∂U ∂ γL 2πm 3 2πm
= f3/2 (z) = − γL f3/2 (z) (37)
∂β z ∂β 2 β 3 h2 4 β 5 h2

  "   12 #  1/2
∂U ∂ γL 2πm γL 2πm 1
= f3/2 (z) = f1/2 (z) (38)
∂z β ∂z 2 β 3 h2 2 β 3 h2 z

   1/2  1/2
∂N 2πm ∂ L 2πm
= γL f1/2 (z) β −1/2 = −γ f1/2 (z) (39)
∂β z h2 ∂β 2 β 3 h2

   1/2  1/2
∂N 2πm ∂ 2πm 1
= γL f1/2 (z) = γL f−1/2 (z) (40)
∂z β βh2 ∂z βh2 z

5
Substituindo todos esses resultados na equação (36), obteremos:
 1/2
L 2πm

∂U

3

2πm
1/2
γL

2πm
1/2
1 −γ 2 3
β h 2 f1/2 (z)
= − γL f3/2 (z)+ f1/2 (z)
∂β 4 β 5 h2 2 β 3 h2 z   1/2
N γL 2πm
βh2
1
z f−1/2 (z)
(41)
Com um pouco de manipulação algébrica, conseguimos chegar a conclusão
que:
1/2 2
!
f1/2 (z)
  
∂U γL 2πm
= −3f3/2 (z) + (42)
∂β N 4 β 5 h2 f−1/2 (z)
Agora podemos obter o resultado para o calor especı́fico para o gás de
elétrons em 1D:

1/2 2
!
kb β 2 kb β 2 γL f1/2 (z)
  
∂U 2πm
cv = − =− −3f3/2 (z) + (43)
N ∂β N N 4 β 5 h2 f−1/2 (z)

Substituindo a expressão para o número de partı́culas do sistema (equação (31)),


concluı́mos que o calor especı́fico é:
 
kB 3 f3/2 (z) 1 f1/2 (z)
cv = − (44)
2 2 f1/2 (z) 2 f−1/2 (z)

2.4 Expressões para a função do grande potencial ter-


modinâmico, para a pressão e para a entropia
Sabemos que a função do grande potencial é:
Φ
φ= = −p(T, µ). (45)
V
A expressão para a entropia é:
   
∂Φ ∂p
S(T, V, µ) = − =V (46)
T V,µ ∂T µ

Da equação (2), obtemos a função do grande potencial:


 1/2
1 2πm
φ(T, µ) = − lim lnΩ(T, L, µ) = −γ f3/2 (z) (47)
β V →∞ β 3 h2
Daı́, também sai a pressão:
 1/2
2πm
p(β, z) = γ f3/2 (z) (48)
β 3 h2

6
para calcularmos a entropia, devemos calcular a derivada:
 
∂p
∂T µ

∂p ∂p ∂β ∂p ∂z ∂β ∂p ∂p
= + = −kB β 2 − kB βz lnz (49)
∂T ∂β ∂T ∂z ∂β ∂T ∂β ∂z
 1/2
∂p 3 2πm
=− γ f3/2 (z) (50)
∂β 2 β 5 h2
 1/2
∂p 2πm 1
=γ f1/2 (z) (51)
∂z β 3 h2 z
De posse desses resultados,substituindos na equação (49), temos que:
   1/2  
∂p 2πm 3
= kB γ f3/2 (z) − lnzf1/2 (z) (52)
∂T µ βh2 2
Logo, podemos concluir que a entropia será:
 1/2  
2πm 3
S(β, L, z) = kB γL f3/2 (z) − lnzf1/2 (z) (53)
βh2 2
Ou em termos do número de partı́culas:
 
3 f3/2 (z)
S = kB N − lnz (54)
2 f1/2 (z)

2.5 Análise das equações para T → 0 e para T → ∞.


Vamos analisar todas as equações fundamentais e de estado para o gás de
elétrons unidimensional em dois limites de temperatura. O comportamento
das equações nesses dois limites vão depender do comportamento da função
fα (z), definida anteriormente, nesses limites. Do apêndice sobre essas funções,
chamadas funções de Bose, do documento disponibilizado pelo prof. Carlos Lenz
do Departamento de fı́sica da UFC aos alunos da disciplina Introdução à fı́sica
do estado sólido, temos o seguinte resumo.

Da expansão em torno de z = 0 até ordem 2 de fα (z),temos:



X (−1)n+1 z n ∼ z2
f3/2 (z) = = z − √ (55)
n=1
n3/2 2 2

7

X (−1)n+1 z n ∼ z2
f1/2 (z) = = z − √ (56)
n=1
n1/2 2

X (−1)n+1 z n ∼ √
f−1/2 (z) = −1/2
= z − 2z 2 (57)
n=1
n
Do comportamento assintótico:
4 1 √
f3/2 (z) ∼
= √ (lnz)3/2 + π π(lnz)−1/2 + ... (58)
3 π 6
2 1 √
f1/2 (z) ∼
= √ (lnz)1/2 − π π(lnz)−3/2 + ... (59)
π 12
1 3 √
f−1/2 (z) ∼
= √ (lnz)−1/2 + π π(lnz)−5/2 + ... (60)
π 24

Limite de T → ∞, aproximação de ordem zero:


Na aproximação de ordem zero, temos que

f3/2 (z) = f1/2 (z) = f−1/2 (z) = z0 (61)


 1/2  1/2
2πm N h2
N = γL βh2 z0 → z0 = γL 2πmkB T

 1/2
2πm
Como, p = γ β 3 h2 z0 , substituindo a expressão para z0 , obtemos:

p0 L = N kB T (62)

 1/2
2πm
Da mesma forma para U0 = γL/2 β 3 h2 z0 substituindo a expressão
para z0 , obteremos:
1
Uo =
N kB T (63)
2
Da equação (44) para o calor especı́fico, no limite pata T → ∞ obtemos que:
kB
cv = (64)
2
Na expressão da entropia, equação (54), obtemos:
" 1/2 !#
h2

3 N
S = kB N − ln (65)
2 γL 2πmkB T

8
E a expressão para o grande potencial é:

Φ0 = −N kB T (66)

Limite de T → 0, z → ∞, aproximação de ordem zero:


µ0
Temos que lnz0 = kB T e µ0 = F , portanto das equações (58) (59) e (60),
temos que:
 1/2
F
f1/2 = 2 (67)
πkB T
 3/2
4π F
f3/2 = (68)
3 πkB T
 1/2
kB T
f−1/2 = (69)
πF
f3/2 2 µ
= (70)
f1/2 3 kB T
f1/2 µ
=2 (71)
f−1/2 kB T
Da equação (31) para o número de partı́culas, podemos reescrever:
 1/2  1/2  1/2
2πm 2πm F
N = γL f1/2 (z) = 2L 2 (72)
βh2 βh2 πkB T
Daı́ tiramos que a energia de Fermi, para T → 0 é:
2
h2

N
F = (73)
L 32m
h̄2 kF
2
e como 2m = F , temos que:

kF = (74)
L 4
Para a pressão, podemos prosseguir de forma análoga:
 1/2
2πm
p=2 f3/2 (z) (75)
β 3 h2

9
Usando a equação (73), podemos exprimir a pressão em termos da energia
de Fermi no comportamento assintótico:
2
p0 L = N F (76)
3

Agora para a energia interna:


 1/2
2πm
U0 = L f3/2 (z) (77)
β 3 h2
1
U0 = N F (78)
3
A entropia:
   
3 f3/2 F F
S0 = N kB − lnzo = N kB − = 0, (79)
2 f1/2 kB T kB T
que condiz com a 3o Lei da Termodinâmica, na qual a entropia vai a zero para
zero Kelvin.
O grande potencial sai direto pela equação (76):
2
Φ0 = − N F (80)
3
Finalmete, o calor especı́fico:
 
kB 3 f3/2 1 f1/2
c0v = − =0 (81)
2 2 f1/2 2 f−1/2

3 Gás de elétrons em 2D
Vamos agora reproduzir os mesmos cálculos da secção 2 para o gás de elétrons
em duas dimensões. Os cálculos são análogos. Vamos tomar a equação (18) para
n = 2 e assim encontrarmos a expressão para o logaritmo natural da função de
grande partição, como se segue:
1/2  1/2 Z ∞
L2 2π

2m m h i
lnΩ = γ ln 1 + e−β(−µ) d (82)
4π 2 Γ(1) h̄2 2h̄2 0

Como dito na seção anterior, γ = 2S+1 é a multiplicidade do spin do elétron,


onde s = 1/2 é o spin do elétron. Com algumas simplificações, obtemos:

4L2 mπ ∞
Z
ln 1 + ze−β d,

lnΩ = 2
(83)
h 0

onde z = eβµ , é fugacidade do sistema.

10
Usando a equação (21) para escrever a função ln como uma série de potencias
da fugacidade e escrevendo L2 = A que significa a área, obtemos:


∞X ∞
(−1)n+1 z n e−βn 4πmA X (−1)n+1 z n ∞ −βn
Z Z
4πmA
lnΩ = d = e d
h2 o n=1
n h2 n=1 n 0

R∞ (84)
Como já feito anteriormente, a integral 0 e−βn d = βn
1
, assim a expressão
anterior se torna:
4πmA
lnΩ(β, A, z) = f2 (z), (85)
βh2
onde f2 (z) tem a mesma definição da função de Bose utilizada na seção
anterior:

X (−1)n+1 z n
f2 (z) = (86)
n=1
n2

3.1 Número de partı́culas em 2D para o gás de elétrons



Sabemos que N = z ∂z lnΩ(β, A, z), portanto precisamos do seguinte resultado:

∂ X (−1)n+1 z n
z f2 (z) = = f1 (z) (87)
∂z n=1
n
Portanto, a expressão para o número de partı́culas é:
4πmA
N= f1 (z) (88)
βh2
ou
2
N= AT f1 (z) (89)
λ0
 2
1 2πmkB
onde λ0 = h2 .

3.2 Energia interna e o grande potencial para o gás de


elétrons em 2D

Da expressão para U = − ∂β lnΩ(β, A, z), temos que:
 
∂ 4πmA 4πmA
U =− 2
f2 (z) = 2 2 f2 (z) (90)
∂β βh β h
ou
2
U= kB AT 2 f2 (z) (91)
λ20

11
Para o grande potencial, usamos a definição da fı́sica estatı́stica para o grande
potencial:
1 1
φ=− lim lnΩ (92)
β A→∞ A

Logo, usando a definição acima, concluı́mos que:


2
Φ=− kB AT 2 f2 (z) (93)
λ20

3.3 Expressões para a pressão e para entropia para o gás


de elétrons em 2D
Sabemos pela equação (45), como a pressão se relaciona com a função do grande
potencial termodinâmico, portanto:
2
p(T, z) = kB T 2 f2 (z) (94)
λ20
Da equação (46) e da equação anterior para a pressão, podemos tirar agora
a expressão para a entropia do gás de elétrons em 2D:
 
∂p
S(T, V, µ) = A (95)
∂T µ
Vamos reescrever a pressão da seguinte forma:
4πm
p(β, z) = f2 (z), (96)
β 2 h2
e usando a equação (49):
∂p ∂p ∂β ∂p ∂z ∂β ∂p ∂p
= + = −kB β 2 − kB βz lnz (97)
∂T ∂β ∂T ∂z ∂β ∂T ∂β ∂z
Devemos calcular as seguintes derivadas:
∂p 8πm
= − 3 2 f2 (z) (98)
∂β β h
∂p 4πm 1
= 2 2 f1 (z) (99)
∂z β h z
Substituindo na equação (97), obtemos que:
 
∂p 2πmkB 1
= (4f2 (z) − 2lnzf1 (z)) (100)
∂T µ h2 β
Logo, a expressão para entropia é dada por:

12
1
S(A, T, z) = AkB T (4f2 (z) − 2lnzf1 (z)) (101)
λ20
ou ainda, substituindo a expressão para o número de elétrons:
 
f2 (z)
S(N, z) = N kB 2 − lnz (102)
f1 (z)

3.4 Expressão para o calor especı́fico


Sabemos que,

kb β 2
   
1 ∂U ∂U
cv = cv (T, µ) = =− . (103)
N ∂T N N ∂β N
Usando a seguinte relação do jacobiano, podemos calcular a derivada da
expressão anterior:
 
      ∂N
∂U ∂(U, N ) ∂U ∂U ∂β
= = − z (104)
∂β N ∂(β, N ) ∂β z ∂z β ∂N ∂z β

onde,
4πmA
N= f1 (z) (105)
βh2
4πmA
U= f2 (z) (106)
β 2 h2
As derivadas que precisamos, foram calculadas e os resultados mostrados a
seguir:
 
∂U 8πmA
= − 3 2 f2 (z) (107)
∂β z β h
 
∂U 4πmA 1
= 2 2 f1 (z) (108)
∂z β β h z
 
∂N 4πmA
= − 2 2 f1 (z) (109)
∂β z β h
 
∂N 4πmA 1
= f0 (z) (110)
∂z β βh2 z

Substituindo essas derivadas na equação (104), concluı́mos que:

f1 (z)2
   
∂U 4πmA
= − 3 2 2f2 (z) − (111)
∂β N β h f0 (z)

13
Portanto, finalmente, temos a expressão para o calor especı́fico:

f1 (z)2
 
kB 4πmA
cv = 2f 2 (z) − , (112)
N βh2 f0 (z)
ou substituindo a expressão do número de partı́culas:
 
f2 (z) f1 (z)
cv = k B 2 − . (113)
f1 (z) f0 (z)

3.5 Análise das equações para T → 0 e para T → ∞.


Limite de T → ∞, aproximação de ordem zero

Vamos escrever as funções de Bose da seguinte forma:



X (−1)n+1 z n ∼ z2
f2 (z) = = z − + ... (114)
n=1
n2 4

X (−1)n+1 z n ∼ z2
f1 (z) = =z− + ... (115)
n=1
n 2

(−1)n+1 z n ∼
X
f0 (z) = = z − z 2 + ... (116)
n=1

Vamos, então considerar o primeiro termo de cada expansão acima:

f2 (z) = f1 (z) = f0 (z) = z0 (117)


Portanto, as equações obtidas ficarão como segue:
2
N= AT zo (118)
λ20
Da última equação, podemos tirar o valor de z0 em função do número de
partı́culas:

N λ20 h2
 
N
z0 = = (119)
2AT 2AT 2πmkB
A equação para a energia interna ficará:
2
U= AkB T 2 z0 = N kB T (120)
λ20
O grande potencial termodinâmico:
2
Φ=− AkB T 2 z0 = −N kB T (121)
λ20
A pressão:

14
2 1
p= kB T 2 z0 = N kB T (122)
λ20 A
O calor especı́fico:

cv = kB (123)

Finalmente, a entropia:

h2
  
N
S = N kB 2 − ln (124)
2AT 2πmkB

Limite de T → 0, aproximação de ordem zero


O comportamento assintótico das equações de Bose é:

π2
 
1
fs (z) = νs 1 + s(s + 1)ν −2 + ... (125)
Γ(s + 1) 6
Portanto, com ν = lnz0 e lnz0 = kµB0T , µ0 = F , temos que o comportamento
assintótico de ordem zero das funções de Bose usadas nessa seção é:

(lnz0 )2
f2 (z) = ; (126)
2

f1 (z) = lnz0 ; (127)

f0 (z) = 1, (128)
daı́,
f2 µ0
= (129)
f1 2kB T
f1 µ0
= (130)
f0 kB T
Podemos tirar a energia de Fermi pela equação para o número de partı́culas:
4πmkB 4πmkB F
N= 2
AT f1 (z) = 2
AT (131)
h h kB T

N h2
F = (132)
A 4πm
h̄2 kF
2
Como F = 2m , temos que:

15
N
kF2 = 2π (133)
A
Para termos o limite para a pressão, usaremos as equações (126) e (132), daı́
tiramos que:
N F
p= , (134)
2A
ou,
1
pA =
N F (135)
2
Da mesma maneira, temos que a energia interna, usando a equação (91):
1
U= N F (136)
2
Usando a equação (102), podemos observar que a entropia se anula, como
esperado da 3 lei da Termodinâmica para a temperaturas nulas demonstradas
em 3D e em 1D:

S=0 (137)
Usando a equação (93) para o grande potencial termodinâmico e o compor-
tamento assintótico da função de Bose:
1
Φ = − N F (138)
2
Finalmente, usando a equação (113), o calor especı́fico :

cv = 0 (139)

4 Conclusão
Foi demonstrado todas as equações de estado e equações fundamentais para
o gás de elétrons em duas e uma dimensão. Também foi possı́vel observar o
comportamento dessas equações para dois limites diferentes de temperatura:
T → 0 e T → ∞. Foi possı́vel realizar esse trabalho graças as notas de aulas do
prof.Dr. Carlos Lenz do departamento de Fı́sica da UFC e com ajuda do livro
Fı́sica Estatı́stica do Salinas.

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