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3.1.

Noção de Obrigação
Obrigação - é o vínculo jurídico que confere ao credor (sujeito ativo) o direito de exigir do devedor
(sujeito passivo) o cumprimento de determinada prestação. Corresponde a uma relação de natureza
pessoal, de crédito e débito, de caráter transitório (extingue-se pelo cumprimento), cujo objeto
consiste numa prestação economicamente aferível. (art. 397 do CC)
Obrigação civil: há um vínculo que sujeita o devedor à realização de uma prestação positiva ou
negativa no interesse do credor, estabelecendo um liame entre os 2 sujeitos, abrangendo o dever da
pessoa obrigada (debitum) e sua responsabilidade em caso inadimplemento (obligatio), o que
possibilita ao credor recorrer à intervenção estatal para obter a prestação, tendo como garantia o
patrimônio do devedor.
Obrigação moral: constitui mero dever de consciência, cumprido apenas por questão de princípios;
logo, sua execução é, sob o prisma jurídico, mera liberalidade.
Obrigação natural: é aquela em que o credor não pode exigir do devedor uma certa prestação,
embora, em caso de seu adimplemento espontâneo ou voluntário, possa retê-la a título de
pagamento e não de liberalidade

3.2 Elementos da obrigação


Subjetivos Vínculo Jurídico Objetivos
3.3 Sujeitos da Obrigação
Ativo Passivo

3.4. Classificação das Obrigações


-quanto aos sujeitos
Sujeito determinado
O sujeito ativo - o credor - nas obrigações pode ficar determinado no momento em que a obrigação é constituída, desde
logo, quem será o credor. É evidente, porém, que no momento do cumprimento o credor deve ser determinado. E por isso
esta modalidade de obrigações implica que o credor seja determinável, sob pena de ser nulo o negócio jurídico de que a
obrigação resultaria (Cód. Civil, art. 511º).
Sujeito indeterminado
Menos usual é a obrigação com sujeito passivo - devedor - indeterminado. Ligam-se em geral a obrigações que seguem
certos direitos reais; como a obrigação da enfiteuta pagar foro.
Obrigações singulares
Só há um credor e um devedor
Obrigações plurais
há vários credores ou vários devedores
Obrigações conjuntas
Se a cada devedor compete apenas uma fração do débito comum e a cada credor uma fração do crédito comum, as
obrigações dizem-se conjuntas. As obrigações conjuntas são uma forma das obrigações com pluralidade de sujeitos ativo
ou passivo.
Obrigações solidárias
A obrigação diz-se solidária, quando cada um dos devedores responde pela prestação integral e esta a todos libera
(solidariedade passiva, isto é, entre devedores) ou quando cada um dos credores tem a faculdade de exigir, por si só, a
prestação integral e esta libera o devedor para com todos eles (solidariedade ativa, isto é, entre os credores). Há
pluralidade de vínculos, mas unidade de prestação, quanto a todos os devedores ou credores.
-quanto ao objeto
Prestação de facto
Na execução para prestação de facto, a coisa não é o centro da execução ― instrumental, como na penhora, ou final, como
na apreensão para entrega ― mas uma organização de meios pelo devedor que só o concurso da própria vontade pode
gerar.
Prestação de coisa
a obrigação de prestação de coisa vem a ser aquela que tem por objeto mediato uma coisa que, por sua vez, pode ser certa
ou determinada ou incerta
Prestação fungível
A prestação obrigacional diz-se fungível quando pode ser realizada tanto pelo devedor como por outra pessoa, sem
prejuízo para o credor; e não fungível quando tenha de ser necessariamente cumprida pelo devedor.
Dispõe o artigo 828º do CC que, o credor de prestação de facto fungível tem a faculdade de requerer, em execução, que o
facto seja prestado por outrem à custa do devedor
Prestação infungível
Conforme decorre do disposto no artigo 767º, nº2 do CC, a infungibilidade da prestação resulta ou da sua própria
natureza, ou da vontade das partes
Prestação instantânea
Diz-se instantânea a prestação a executar num só momento, extinguindo-se a correspondente obrigação com esse único
ato isolado de satisfação do interesse do credor; em todos os restantes casos, quando se não circunscreva a uma atividade
ou inatividade momentânea do devedor, mas a satisfação do interesse do credor se distenda no tempo, a prestação
qualifica-se de duradoura.
Prestação duradoura
Nas prestações duradouras cabem, ainda, duas variantes fundamentais: as prestações divididas ou fracionadas e as
continuativas.
Prestação de resultado
uma obrigação de resultado, em que o devedor fica vinculado a obter um determinado resultado com a sua atividade, ou
convencionar-se ambas as obrigações, no âmbito da liberdade contratual.
Prestação de meio
A obrigação de meios deve considerar-se cumprida, mesmo que não se venha a verificar o resultado pretendido e só
haverá incumprimento se, nos termos do artigo 798o do CC, se concluir que a prestação não só não foi efetuada com a
diligência devida, mas que também foram cometidos erros causais da não verificação do resultado..
Prestação determinadas
Para que seja válida a prestação necessita de ser determinável, ou seja, concretizável no seu conteúdo.
Prestação indeterminada
“não será válida a obrigação sempre que o objeto da prestação se não encontre desde logo completamente individualizado
e nem possa vir a sê-lo, por falta, ou eventual inoperância de um critério para esse efeito estabelecido pelas partes, no
respetivo negócio jurídico, ou pela lei em normas supletivas”

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