Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Manual de Psico-Pedagogia 2º Ano PDF
Manual de Psico-Pedagogia 2º Ano PDF
1
* A escola tradicional e a escola nova
2
· Contribuição da escola nova
Em 1889, em Abbotsholme, na Inglaterra, foi fundada a primeira escola nova por Cécil
Reddie.
Esta surgiu como consequência às diversas transformações sofridas pelo então sistema de
educação.
No fim do século XIX e início do século XX, já existiam em quase toda a Europa e Estados
Unidos da América muitas escolas novas, tendo grande impacto ao novo sistema de
ensino e educação, e estabelecendo os seguintes princípios psico-pedagógicos:
3
se encontra sob o domínio dos próprios instintos e caprichos e ela só conquista a liberdade
quando conseguir dominar as suas tendências instintivas.
4
A psicologia pedagógica revela os factores influentes no processo de ensino.
5
Os esforços realizados por alguns pedagogos como por exemplo Comênio, Basedow,
Pestalozzi, Herbart e outros no sentidos de estabelecer um processo didáctico adaptável a
todos os tipos de ensino foram inúteis e vãos.
Os métodos psico-pedagógicos se distinguem dos métodos lógicos porque o seu objectivo
não é a descoberta e a sistematização das verdades, mas a educação do homem.
Como o ser humano sobre o qual actua o método psicopedagógico não é um ser ou um
corpo inerte e sem vida, mas um ser vivo activo e criador, a finalidade desse método não é
propriamente a transmissão de conhecimentos e de hábitos ao educando, mas fazer com
que este adquira esses conhecimentos e hábitos pelo exercício da sua própria actividade
espiritual.
“O principal agente da aprendizagem, dizia São Tomás de Aquino, é a actividade
daquele que aprende.”
A função do método deve consistir, portanto, em provocar, estimular e dirigir a manifestação
dessa actividade. Daí a necessidade do método se adaptar à natureza do educando e aos
fins da educação.
Diante da complexidade do processo de ensino, certos educadores revolucionários negam o
valor dos métodos, sustentando que o verdadeiro método consiste em não ter método
nenhum.
Na opinião desses educadores, o método constitui a morte de toda a educação, a ruína de
toda a formação espiritual, pois mecaniza o ensino, impedindo o livre exercício da actividade
criadora da criança, assim como a iniciativa pessoal do mestre.
Esta objecção desfaz-se ao considerar o método psico-pedagógico não como uma série de
fórmulas rígidas e mecânicas, mas como um conjunto de princípios plásticos e flexíveis que
se podem ajustar à actividade espontânea e livre da criança e ao trabalho criador do mestre.
Apesar da complexidade do processo de ensino e da educação, a Psicologia Pedagógica
utiliza os principais métodos da Psicologia e da Pedagogia, dos quais, mais se destaca a
observação.
6
* Orientação Metodológica do Professor
2- Nenhum método psico-pedagógico existente realiza o ideal de uma técnica perfeita. Mas,
cada um deles oferece uma contribuição de experiências que não podem ser desprezadas.
Deve-se portanto, colher e harmonizar os princípios educativos dispersos pelos diferentes
métodos, ajustando-os às condições do meio, às características do trabalho e às
necessidades da vida escolar.
Mas, por mais científico e perfeito que seja o método, ele de nada valerá sem a inteligência
criadora, o amor devotado e o exemplo vivo do professor.
7
1.6- Estrutura da Psicologia Pedagógica
A Psicologia Pedagógica divide-se em quatro partes: a Psicologia do ensino, a Psicologia da
educação, a Psicologia do professor e a Psicologia do aluno.
8
1.6.2- A Psicologia da educação
A Psicologia da educação estuda a natureza psicológica do processo de educação e explica
porque o mesmo efeito influi de forma diferente sobre cada aluno e esse mesmo efeito, pode
ainda influir de maneira diferente sobre o mesmo aluno em condições diferentes.
A Psicologia da educação revela-nos como as causas internas e externas actuam umas
sobre as outras e como elas influem sobre a formação da personalidade.
O termo educação tem implicações normativas: implica que é ou foi intencionalmente
transmitido de forma moralmente aceitável, algo que vale a pena.
9
· Ter o autodomínio
· Cultivar-se constantemente, quer dizer que ele deve assimilar os novos princípios
metodológicos.
Ter sempre em conta as implicações sócio-économicas, culturais e políticas que decorrem
do desempenho das suas funções.
10
UNIDADE 2: A OBSERVAÇÃO NA SALA DE AULA E A AVALIAÇÃO ESCOLAR
A Pedagogia actual tem chamado a atenção para o papel desempenhado pelos processos
de observação e avaliação como fundamental de toda acção educativa.
A observação e a avaliação são dois principais pilares da educação. Um completa o outro e
neles assenta a relação entre o professor e o aluno para facilitar o processo de orientação.
11
2.2- A AVALIAÇÃO ESCOLAR
O estudo científico dos problemas psico-pedagógicos da avaliação de conhecimentos
escolares foi iniciado de maneira sistemática nos princípios dos anos 20 por HENRI
PIERON, considerado assim o fundador de Docimologia.
Para este autor, a Docimologia é “o estudo sistemático dos exames, atribuição de notas,
variabilidade, interindividualidade e intraindividualidade dos examinadores, factores
subjectivos...”
A avaliação é uma tarefa encarada por muitos alunos como uma ameaça imposta, um
processo passivo de recompensas e punições, um meio de selecção social, de rejeição de
uns e escolha de outros.
Sob o ponto de vista educacional e no âmbito escolar, a avaliação pode ser definida como
um juízo subjectivo sobre uma actividade realizada, processo sistemático que envolve dois
aspectos importantes:
1- exige uma observação sistemática ou casual dos alunos;
2- implica a definição dos objectivos educacionais previamente estabelecidos ou
elaborados durante o percurso educativo.
12
· Ajustar as políticas e as práticas curriculares.
No entanto, também podemos considerar outras funções mais específicas da avaliação, tais
como:
· Facilitar o diagnóstico;
· Melhorar a qualidade de aprendizagem e do ensino;
· Estabelecer situações individuais de aprendizagem;
· Promover os grupos e agrupar os alunos classificando-os.
13
A avaliação é contínua, na medida em que constitui uma etapa do processo educativo, pelo
que o aluno deve ser avaliado de momento a momento ao longo do seu desenvolvimento e
não somente no seu final.
A avaliação é integral, uma vez que devem ser avaliados todos os elementos que intervêm
em todo o processo de ensino: os elementos materiais (edifício, salas, mobiliários, livros e
todo o material); os elementos formais (planos, programas, regulamentos...); os elementos
categoriais (espaços disponíveis, horários); os elementos metodológicos (orientação,
métodos de ensino) e, para finalizar, os elementos pessoais (alunos e professores).
14
· Deve ser personalizada, para poder orientar cada aluno com as suas
características particulares, favorecendo o desenvolvimento das suas atitudes,
aptidões e interesses.
A avaliação inicial (1º trimestre)- é a que serve de base para planificar correctamente a
acção educativa em cada estudante. No início de cada ano lectivo o aluno deve ser avaliado.
Cada professor tem de saber em que situação, na área do saber, se situa cada aluno, o seu
ambiente familiar e social, as suas aptidões e personalidade que o caracterizam.
A avaliação progressiva ou processual (2º trimestre)- é realizada após o prognóstico
elaborado, resultante da avaliação inicial. A partir dos objectivos correctamente definidos e
uma programação ordenada das actividades, o aluno tenta atingir os objectivos impostos. A
forma como esta se desenrola durante a práctica educativa, possui um forte carácter de
estímulo.
A avaliação final (3º trimestre)- pode parecer uma estratégia que não tenha razão de ser,
uma vez que a avaliação se realiza para cada estudante, ao longo de toda a acção
educativa. Poderá, no entanto, considerar-se como resultante de todas as avaliações
parcelares, onde se expressa o resultado de todo o processo.
15
2.2.3- O QUE SE AVALIA NA ACTIVIDADE ESCOLAR DOS ALUNOS
Com a avaliação dos resultados dos rendimentos ou da comparação deste com os
objectivos perseguidos, é necessário também identificar e controlar todas as actividades
escolares que possam ser consideradas factores causais para a superação dos objectivos.
Se o principal valor da avaliação consiste na detenção das deficiências do ensino e da
aprendizagem, para de imediato se poderem corrigir, a não avaliação dos alunos, não
dectetará as deficências como se pretende.
16
A avaliação mista tem lugar quando o professor e o aluno verificam e avaliam em comum
as actividades ou rendimento escolar. Trata-se de uma avaliação conjunta em que ambos
analisam determinadas tarefas e atitudes. O aluno vai emitindo os seus juízos de valor sobre
as actividades realizadas e o professor tem como papel concordar ou reorientar, conforme
necessário e adequado.
A auto-avaliação consiste no juízo de valor que o aluno faz do rendimento educativo que
obteve e da forma como este foi conseguido. É um processo de ajuda ao aluno, em ordem à
sua realização pessoal.
Cada pessoa é o principal agente da sua formação e só chegará à autonomia cultural na
medida em que analise e actualize continuamente as suas possibilidades.
O que se pretende é que seja o próprio aluno a procurar soluções, a saber julgar e criticar, a
valorizar-se e valorizar a sua aprendizagem com originalidade e criatividade, para assim
chegar à sua plena autonomia.
O aluno deve ser conduzido a avaliar, por si mesmo cada resultado, de um modo preciso e
positivo, ficando assim mais motivado para a realização das suas tarefas e, deste modo,
através de repetidas auto-avaliações, ele acaba por adquirir um hábito que lhe servirá para
sempre.
Em suma, podemos salientar que a finalidade do sistema de ensino é conduzir todos os
alunos, o mais possível, no sentido de atingirem os objectivos fundamentais da
aprendizagem.
Ora, esta meta será possível se passar de uma Pedagogia de ensino centrada no professor,
para uma Pedagogia da aprendizagem centrada no aluno e, em que este é o actor principal
na procura dos saberes.
Neste contexto, temos de compreender as funções do processo de avaliação das quais se
destacam as que parecem mais importante e de maior impacto sobre o aluno:
· Estimular o sucesso escolar;
· Favorecer a auto-confiança e a auto-realização;
· Respeitar os vários ritmos de desenvolvimento;
17
· Garantir o controlo da qualidade do ensino.
Qualquer tipo de avaliação coloca um desafio aos professores, aos alunos, às escolas e às
comunidades e, ligando um pouco este assunto com a supervisão e a orientação
pedagógica, não se pode esquecer que estas têm também como objectivo comparar os
resultados das intervenções educativas, não só para responder às exigências do mundo do
trabalho, mas também às necessidades que afectam as estruturas sociais.
Neste contexto, dever-se-á prestar uma atenção muito especial a diversos componentes que
informam um modelo de activação que seguidamente se apresenta:
1- MOTIVAÇÃO E AUTONOMIA
A activação do desenvolvimento psicológico da criança passa pelo apelo à motivação, pelo
desencadear do aparecimento e desenvolvimento da autonomia que assume a motivação,
no âmbito da situação educativo.
O problema de suscitar o desenvolvimento da motivação na realização da tarefa pela
criança, com vista ao seu sucesso, passa necessariamente pelo desenvolvimento da
autonomia da criança, a autonomia que está intimamente ligada com o seu nível de
desenvolvimento. Para a consecução gradativa desta autonomia é de uma importância
capital a imagem que a criança vai interiorizando em si mesma, no decurso das suas
realizações.
Por construção progressiva de autonomia entende-se a forma como a criança assume um
desenvolvimento na acção, criando uma certa distância com o adulto.
18
O professor pode ser um facilitador ou um bloqueador do aparecimento e desenvolvimento
da autonomia na criança mediante o número e a natureza das suas intervenções.
19
O sucesso escolar implica que o professor conheça o meio onde a escola está inserida,
nomeadamente os elementos que integram a comunidade e que podem colaborar com as
suas experiências e saberes ao nível da situação escolar.
Importante ai é o contexto e o envolvimento familiar, social, económico e cultural da criança,
onde esta vive e cresce.
O sucesso escolar é pessoal do aluno e depende em grande parte das condições de
informação, estimulação, motivação e segurança que o espaço lhe oferece.
Num modelo de activação de desenvolvimento psicológico que considere como prioridade
educacional, o sucesso escolar e pessoal dos alunos não pode ser considerado apenas em
termos de aprendizagem ou ensino mas abrange também a perspectiva de desenvolvimento
psicológico dos alunos, dos professores e de todos os agentes educativos que se constituem
como elementos intervenientes na comunidade educativa.
20
UNIDADE III: A APRENDIZAGEM
21
A aprendizagem realiza-se no educando através de tarefas que lhe são propostas ou que
ele próprio se propõe e estas podem ser repartidas em três grupos:
1. As tarefas que levam à aquisição de informações e à aplicação de capacidades
psicomotoras (domínio psico-motor).
2. As tarefas que levam a aquisição de informações, ao desenvolvimento de
capacidades e estratégias cognitivas e a sua aplicação a situações novas(domínio
cognitivo).
3. As tarefas que levam ao ajustamento pessoal, à descoberta do sentido profundo das
acções e dos acontecimentos e o desenvolvimento de atitudes, interesses e
aquisição de valores (domínio afectivo).
Portanto, isso não quer dizer que os três domínios se excluem que quando se desenvolve
um domínio, não se desenvolvem outros. A divisão em domínio justifica-se apenas por uma
certa necessidade de sistematização que também ocorre no ensino.
22
e) Experiência passada (anterior), para aprendermos algo novo é necessário recorrer
a um aspecto já conhecido.
f) Percepção, permite interpretar ou entrar em contacto com o meio. È o ponto de
partida para qualquer conhecimento. Esta sempre ligado a motivação e a
aprendizagem.
23
3.4.1- Aprendizagem por condicionamento clássico
Esta forma de aprendizagem foi estudada pela primeira vez por IVAN P. PAVLOV, (físiólogo
Russo – 1849-1939), que usou cães nas suas experiências.
provoca
EI RI, EI= estímulo incondicionado
(alimento) (salivação)
RI = resposta incondicionada
24
(som campainha) + (alimento) (salivação) EI= estimulo
incondicionado
RI= resposta incondicionada
25
PAVLOV utilizou alguns termos como:
EXTINÇÃO DO REFLEXO: quando se dá o desaparecimento parcial da resposta
condicionada que ocorre quando várias vezes apresenta-se o estímulo condicionado sem
se associar ao estímulo incondicionado.
Ex.: Pavlov de tanto apresentar o som da campainha sem a comida o cão deixou de
salivar.
· CONTRA CONDICIONAMENTO – este termo nao foi utilizado por PAVLOV mas é o
desaparecimento total da resposta condicionada onde se associa um estimulo
incondicionado a um estimulo aversivo para neutralizar a resposta condicionada.
26
Utilizou o condicionamento classico com o intuito de testar o reflexo do medo ou choro,
numa experiência com o bebe Albert de 9 meses.
27
A experiência era repetida durante alguns dias e o gato ia, aos poucos, eliminando os
ensaios infrutíferos para sair da gaiola, coisa que conseguia cada vez em menos tempos,
até que nenhum erro mais era cometido. A dada altura da experiência o gato saia da gaiola
com apenas um movimento preciso: o de tocar a tranca.
O ensaio e o erro é portanto, uma forma de aprendizagem que se caracteriza pela
eliminação gradual dos ensaios ou tentativas que levam ao erro e a manutenção daqueles
comportamentos que tenham o efeito desejado.
A partir de seus estudos, THORNDIKE, formulou as três leis de aprendizagem que se
seguem:
1- lei da prontidão: quando o organismo se encontra num estado em que as unidades
de transmissão (as conexões E-R) estão prontas a transmitir, então a transmissão é
satisfatória. Se as unidades de transmissão não estão prontas a transmitir, então a
transmissão é perturbada.
2- Lei do exercício: afirma que a conexão entre estímulos e respostas é fortalecida pela
repetição. Em outras palavras, a prática ou exercício permite que mais acertos e
menos erros sejam cometidos como resultado de um comportamento qualquer.
3- lei do efeito: esta é de longe a mais importante lei de THORNDIKE. Esta lei afirma
que uma conexão E-R é fortalecida se for seguida de satisfação. Do mesmo modo,
uma conexão é enfraquecida se for seguida de um aborrecimento.
Em outras palavras, esta lei diz simplesmente que um acto é alterado pelas suas
consequências. Assim, se um comportamento tem efeitos favoráveis, é mantido; caso
contrário é eliminado.
É de salientar que muitas aprendizagens da vida quotidiana se dão por ensaio e erro.
28
um recipiente de comida. Neste caso, o condicionamento operante será o comportamento de
premir a alavanca.
Como não há muita coisa a fazer numa caixa de SKINNER (denominação da caixa utilizada
por SKINNER), o rato acaba por premir a alavanca. Um pouco de comida (um estímulo
reforçador) sai imediatamente do tubo e cai no recipiente. O rato lança-se sobre a comida e
o condicionamento começou.
É de salientar que, quando o rato, depois de vaguear algum tempo pela caixa
SKINNERIANA, acaba por premir por acaso a alavanca que dá comida, a reposta não é uma
acção reflexa desencadeada por um determinado estímulo incondicionado. A sequência dos
acontecimentos para o condicionamento operante é então o seguinte:
1. emissão de um operante livre (o rato por acaso premir a alavanca)
2. apresentação de um estímulo reforçado (o rato recebe um pouco de comida)
seguida de:
3. aumento da probabilidade da ocorrência da resposta.
A resposta começa agora a ser controlável ou previsível e para o condicionamento operante,
os acontecimentos devem seguir a ordem acima indicada.
1ª operantes:
são respostas que ocorrem espontaneamente sem terem sido desencadeadas por estímulos
incondicionados. Um operante é pois uma resposta cujo o estímulo inicial ou não esta
identificado ou não existe; pode ser vagamente comparado a um comportamento voluntário.
Por exemplo: ao estendermos as pernas, ao levantarmos a mão ou ao mexermo-nos
quando sentados numa cadeira, não existem estímulos incondicionados que
automaticamente desencadeiam estas respostas.
29
2ª respondentes:
são as repostas que podem ser automaticamente desencadeadas por um estímulo
especifico não aprendido ou incondicionado. A estas respostas PAVLOV chamava de
reflexos incondicionados.
Neste caso forma-se uma conexão resposta - estímulo e não uma conexão estímulo –
resposta.
30
1 – COMPORTAMENTALISTAS – ASSOCIACIONISTAS (ambientalistas)
Os comportamentalista-associacionistas consideram a aprendizagem como forma de
condicionamento. Resultado de uma associação entre estímulos específicos e reacções
específicas susceptíveis de serem reforçadas até a optimização ou enfraquecidas até á
extinção.
Esta teoria realça o “saber fazer”, o comportamento exterior observável e susceptível de ser
medido e assenta numa sequência lenta e programada das actividades a realizar para
percorrer o final, sem considerar os processos mentais que esse percurso envolve.
Como forma de condicionamento, esta teoria considera o educando como recipiente passivel
e moldavel.
Os comportamentalistas-associacionistas utilizam as seguintes técnicas de ensino:
- exercício de repetição
- ensino individualizado de tipo programado
- as demonstrações para imitação
- a memorização, etc.
Alguns princípios psico-pedagógicos inerentes a esta teoria da aprendizagem poderiam
enunciar-se da seguinte maneira:
1- definir com mais exactidão possível os objectivos finais da aprendizagem.
2- Analisar a estrutura das tarefas de modo a determinar os objectivos do percurso.
3- Estruturar o ensino em unidades muito pequenas de forma a permitir um melhor
condicionamento do aluno e conduzi-lo.
4- Apresentar estímulos capazes de suscitar reacções adequadas.
5- Evitar as ocasiões de erros e no caso de ele vir a ocorrer, ignora-lo o mais possível
ou puni-lo de modo a evitar a instalação de hábitos errados.
6- Recompensar, retirar recompensas ou punir os alunos de acordo com a natureza de
seus comportamentos em relação a aprendizagem desejada.
31
Nesta perspectiva o educando não é um ser passivo, puro receptor de estímulos exteriores,
mas um agente activo capaz de criar o seu próprio mundo e de se encontrar em evolução
contínua, como resultado da experiência que vai adquirindo.
A aprendizagem, situa-se pois entre dois pólos. Temos por um lado as experiências
anteriores e por outro lado os fins que o sujeito pretende atingir.
Os cognitivistas-gestaltistas não negam completamente o “saber fazer”, mas relacionam-no
directamente com o “saber”, a compreensão da estrutura, a organização dos elementos no
seu todo e a funcionalidade de um em relação aos outros e ao conjunto.
Apontam para a compreensão do mundo, do meio, de si e das interacções.
Os cognitivistas-gestaltistas utilizam as seguintes técnicas de ensino:
- ensino pela descoberta
- introduções
- questionários
- orientadores
- questionários de revisão
- debates
- discussões
- estudo de caso, etc.
Alguns princípios psico-pedagógicos inerentes a esta posição teoria que podem ser
aplicados na sala de aula resumem-se nos seguintes:
1- motivar o aluno na aprendizagem, relacionando-a com as suas necessidades
pessoais e os objectivos da própria aprendizagem;
2- adequar o ensino ao nível de desenvolvimento dos alunos e ajuda-los a relacionar
conhecimentos e habilidades que tenham previamente adquirido;
3- reconhecer que a estrutura cognitiva do aluno depende da visão do mundo e das
experiências que ele teve anteriormente;
4- Não pedir ao aluno que decore sem compreender aquilo que facilitem a
compreensão, a organização e atenção dos conhecimentos;
32
5- Não equacionar prática com repetições, mas concebe-lo como uma série de
tentativas sucessivas e variadas que facilitem a transferência de habilidades e
conhecimentos na sua aplicação a situações novas.
Para JEAN PIAGET (um dos mais proeminentes cognitivistas) a aprendizagem é um
processo normal, harmónico e progressivo de exploração, descoberta e reorganização
mental em busca do equilíbrio da personalidade.
O papel da escola, segundo ele, é de integrar e enriquecer o desenvolvimento normal da
criança e, nessa medida, o currículo deve acompanhar o ritmo normal do seu
desenvolvimento.
As experiências de ensino não devem dissociar-se das experiências naturais sendo
indesejáveis que sempre que possível, um determinado tópico ou assunto seja ensinado a
diferentes níveis consoante o estádio de desenvolvimento (sensório-motor, pré operatório,
operações concretas e operações formais).
Este psicólogo chama ainda atenção dos educadores para que os assuntos a prender sejam
apresentados tendo em conta o ponto de vista da criança que se ensina e não a maneira
como nós, adultos, compreendemos o conhecimento.
PIAGET afirmou que existem realmente dois tipos de aprendizagem:
33
Para além das duas teorias analisadas, muitas teorias deram grande contributo ao estudo da
aprendizagem, entre as quais, destacamos a teoria de aprendizagem social.
Na sua teoria denominada “teoria da aprendizagem social ou modelagem”, ALBERT
BANDURA, um proeminente psicólogo contemporâneo sugeriu que grande parte do que a
pessoa aprende ocorre através da imitação ou modelagem. A teoria de modelagem é uma
psicologia verdadeiramente abrangente, retomando elementos tanto dos
comportamentalistas como dos cognitivistas.
Para ALBERT BANDURA, o comportamento, as estruturas cognitivas internas e o meio
interagem para que cada uma actue como determinante indissociável da outra. As pessoas
são, até certo ponto, produto do seu meio, mas também escolhem e moldam o seu meio.
Não estamos perante uma rua de sentido único.
34
comportamentais, ou seja, determinar o que o aluno deverá aprender e como deveria
mostrar que ocorreu a aprendizagem.
Entre as diferentes técnicas utilizadas para a mudança de comportamento do aluno,
distinguem-se as seguintes.
- o uso do reforço
Na sala de aula, o reforço negativo deve ser utilizado com muito cuidado porque é fácil que o
reforço negativo que o professor tenciona utilizar se transforme numa punição. Quando isto
acontece, é como SKINNER aponta o objectivo do reforço é derrubado. Para SKINNER,
ensinar bem consiste na capacidade de organizar as sequências de reforço apropriadas ao
aluno e em seguida verificar se a apresentação desses reforços é contigente à emissão da
resposta correcta do aluno.
- o uso de punição
Estudos mais recentes, especialmente os que foram realizados nos últimos dez anos,
mostram que a punição constitui de facto uma técnica eficaz para o controlo de
comportamento. Mas deve-se evitar a punição corporal. A punição deve adequar-se ao erro
cometido.
35
3.6.2- – Modelagem na sala de aula
O ser humano tem a capacidade de aprender por imitação ou modelagem. O professor na
sala de aula deve saber comportamentar-se (os gestos, o andar , o falar , o vestir, etc.),
porque a tendência dos alunos será de imitar os bons ou maus hábitos.
As pessoas também aprendem imitando o comportamento de outros, ou de modelos e este
tipo de aprendizagem ocorre mesmo quando as respostas imitadas não são reforçadas.
36
Ensinar bem exige que se encoraje o aluno a explorar alternativas e a descobrir novas
relações. BRUNER insiste, também no facto de qualquer assunto poder ser compreendido
por praticamente qualquer criança desde que seja apropriadamente apresentado.
37
UNIDADE VI - Motivação na sala de aula
38
c) seu dinamismo, seu entusiasmo pela disciplina, seu bom humor e cordialidade com a
sua firmeza e segurança naquilo que transmite.
Outros factores da motivação na sala de aula não negligeáveis são os métodos de
ensino as modalidades práticas do trabalho, o interesse que o professor revela pelas
dificuldades, problemas e progressos dos seus alunos, enfim o uso correcto do material
didáctico.
d) Factores sociais – As condições de aprendizagem que o meio oferece como por
exemplos: material didáctico adequado, tempo de aprendizagem bem racionalizados,
os horários adaptados às condições climatéricas, a sala de aulas em condições com
boa arejação, iluminação, bom espaço, as carteiras e o quadro em boas condições e
com número normal de alunos na sala de aulas.
Todos esses factores acima referidos, juntando o bom relacionamento professor-aluno e
aluno-aluno constituem fortes elementos impulsionadores na actividade tanto do
professor como do aluno, levando assim todos ao sucesso.
39
Ajuda o professor a estabelecer metas individuais que permitirão aos alunos desenvolver
seu próprio critério de sucesso.
1) Os Behavioristas e a motivação
O argumento fundamental dos behavioristas é que a força que conduz o comportamento
motivado está fora da pessoa, nasce de factores extrínsecos que são superiores a sua
vontade.
40
Desta forma, para os behavioristas, existe uma ligação necessária entre o estímulo e a
resposta comportamental e trata-se de uma espécie de adaptação do organismo vivo ás
modificações operados no ambiente externo.
2) Os Cognitivistas e a motivação
41
3) A Psicanálise e a motivação
A teoria psicanalítica aborda a motivação de uma forma dinâmica que se baseia em forças
internas (a libido) que direccionam o comportamento.
Segundo Freud, o comportamento humano é fundamental motivado por razões de carácter
inconsciente e orientado por pulsões. Um exemplo da motivação inconsciente é a repressão
que representa uma forma de esquecimento motivado.
42
Deste modo, a motivação pode ser positiva o negativa.
1) Motivação positiva
A motivação positiva é o tipo de motivação onde o educando é levado a aplicar-se, por meio
do incentivo, do encorajamento sem meios coercivos, sem repressão, livremente.
A motivação positiva, segundo Imídeo Nerice pode ser intrínseca ou extrínseca.
a) motivação intrínseca
É aquele em que o aluno é incentivado pelo interesse que o próprio assunto a estudar nele
produz, por gostar da matéria. Esta, é a motivação verdadeira sem artifícios.
b)motivação extrínseca
É aquela em que o incentivo não tem qualquer relacionamento com a matéria a aprender,
quer dizer que, é uma motivação que depende de reforços externos.
Jerome Bruner, iminente psicólogo cognitivista, esta convencido que a aprendizagem é
mais eficaz, mais duradoura quando é sustentada pela motivação intrínseca do que quando
é impulsionada pelos reforços externos. Contudo, Bruner admite que a motivação extrínseca
pode ser necessária para obrigar o aluno a iniciar certas actividades ou para começar e
activar o processo de aprendizagem.
Mas uma vez começado este processo de aprendizagem por vezes frágil, é melhorado e
sustentado por motivos intrínsecos.
A posição de Bruner é semelhante em vários aspectos à de Allport.
A motivação intrínseca pode precisar de um reforço externo para ser iniciada, mas uma vez
que passa a funcionar autonomamente, isto é independentemente da recompensa externa e,
a aprendizagem verdadeira pode tornar-se numa ocupação sólida para a vida inteira.
2) Motivação negativa
A motivação negativa é aquela que recorre a intimidações, a repreensões, a castigos, em
suma, a meios coercivos.
Neste caso, os educandos reagem unicamente por meio do estímulo de medo, caindo em
autentica apatia, durante períodos mais ou menos longos, logo que cessa a ameaça ou o
castigo.
43
4.7. Tipos de alunos, segundo a motivação
Segundo a motivação, são diversos os tipos de alunos, em relação à quantidade e
intensidade dos estímulos. Geralmente, distinguem-se os seguintes tipos de alunos, de
acordo com a forma como determinados estímulos podem leva-los à reagir na sala de
aula:
a) Alunos facilmente motiváveis e que não necessitam de estímulos fortes – estão
sempre prontos e com a melhor das disposições para participar, activamente e com
entusiasmo nas aulas e em outros trabalhos escolares. Esses alunos podem ser chamados
automotivados.
Infelizmente são poucos numa sala de aula, mas são verdadeiras maravilhas para o
professor.
b) Alunos que necessitam de estímulos fortes para aprendizagem - esses alunos
têm de ser constante e firmemente incentivados, dentro e fora da aula, de modo que
lentamente, vão sendo preparados para as tarefas à realizar. Ninguém duvida que o convívio
são e franco professor - aluno fora da sala de aula é um óptimo motivador da vida escolar.
c) Alunos estáveis – não são nem pouco esmorecidos, desatentos,
nem encorajados, entusiasmados. Devem ser estimulados e apreciados de vez em quando,
pela perseverança dos seus esforços.
d) Alunos não motiváveis pelos meios que estimulam a maioria da turma – são de
difícil motivação e, para eles, não têm sentido os excitantes que produzem efeito na maior
parte dos colegas.
e) Alunos fáceis de motivar, mas em que a motivação é passageira, diminuindo o
seu interesse à medida que a aula vai prosseguindo -Eles distraem-se facilmente, são
muito inconstantes e devem merecer, por parte do professor, incentivos discretos e
contínuos.
44
resultaram de numerosas pesquisas feitas por diversos cientistas nesta área do saber no
sentido de favorecer os alunos a motivação para aprender:
1- Procurar traduzir a motivação em termos de recompensas capazes de levar o
estudante a trabalhar para obte-las.
2- Usar os motivos existentes para desenvolver novos motivos nos estudantes. Usando,
por exemplo, o motivo preexistente no aluno de ser objecto de atenção, o professor
pode ensinar a ele um novo motivo positivo. O aluno que é recompensado pelo
trabalho escolar adquire gosto pela aprendizagem, enquanto que aquele que é punido
aprende a sentir aversão pela educação
3- Satisfazer a motivação do aluno quando o comportamento deste for apropriado. Quer
dizer que, recompense-o só quando age de modo adequado e não quando procurar
obter recompensa de maneira inadequada (por exemplo quando perturba aula só par
obter a atenção do professor)
4- Nem sempre o que significa recompensa para um aluno funciona como recompensa
para outro. É preciso determinar aquilo que o aluno considera recompensa.
5- Não usar o termo motivação para justificar comportamentos inadequados. Ajudar ao
invés de abandonar que parece desmotivado.
6- Utilizar o principio do reforçamento positivo. Se um comportamento é
consistentemente seguido de reforço, este comportamento é fortalecido. O reforço
pode igualmente ser manipulado para diminuir a frequência de comportamentos
indesejáveis. De modo geral, o comportamento tende a enfraquecer se a sua
ocorrência provoca consistentemente a perda ou eliminação do reforço.
7- Ter em conta que a punição é uma faca de dois gumes. Embora existam provas de
que em certos casos produz os resultado s desejados, os seus efeitos colaterais
podem ser negativos e causar problemas sérios do que aqueles que se pretende
resolver, especialmente quando se trata de punição física. O melhor é evitar este tipo
de punição. Se a punição verbal for aplicada, deve-se também recorrer ao reforço
positivo em relação aos comportamentos desejáveis que podem ocupar o lugar do
comportamento punido.
45
8- A maneira de ser do professor frente aos alunos é factor motivacional significativo na
aprendizagem escolar. O professor entusiasta, simpático, que gosta dos alunos e
acredita neles geralmente obtém bons melhores resultados do que o professor
hipercrítico, irritadiço e que subestima a capacidade dos alunos.
9- Os professores que não mudam o formato da sua aula e fazem da monotonia uma
constante no seu modo de ensinar geram desatenção e prejudicam a aprendizagem.
É preciso também mudar os reforços usados porque a mesma coisa feita
constantemente provoca o desinteresse.
10-Devem-se relacionar os temas a tratar com os interesses, necessidades e problemas
próprios de cada idade em fase da vida, sempre que seja possível. O progresso é mais
rápido quando os alunos reconhecem que a tarefa á realizar coincide com os seus
interesses imediatos.
46
UNIDADE: ELEMENTOS PARA UM ENSINO EFICAZ
Esses elementos de ensino integram-se numa interacção concreta na sala de aula e podem
ser agrupados em modelos gerais de ensino.
É o modelo mais comum e certamente o que tem uma tradição mais vasta, é o que vê o
ensino como uma transmissão de conhecimentos (aprendizagem de factos: ensino
directivo).
No modelo um, o professor utiliza organizadores prévios, no ínicio da aula, ele apresenta
aos alunos a regra geral ou essência da actividade. Uma das desvantagens deste modelo é
o facto do trabalho da aprendizagem ser excessivamente controlado e dirigido pelo professor
o que torna muitas vezes o aluno passivo.
47
Este modelo envolve a colocação de perguntas e o ensino pela descoberta. Dá uma ênfase
especial a métodos indirectos como colocação de perguntas abertas e a construção de
ideias por parte dos alunos.
Uma das principais críticas dirigidas aos modelos de ensino tem sido a ausência de qualquer
ênfase no comportamento não verbal do professor.
HUNT tenta fazer a ponte entre as estratégias do ensino que o professor pode utilizar e as
estratégias de aprendizagem preferidas pelos alunos.
48
Por aptidão, HUNT quer dizer o estilo de aprendizagem característico do aluno.
Por intervenção, o método de ensino utilizado pelo professor. Para a eficácia do ensino,
realmente deve haver a interacção entre ambos.
HUNT especifica, ainda que essa interacção pode seguir-se de dois princípios fundamentais:
49
6.3.1 – MODELO DE DISCIPLINA
b) MODELO PSICODINÂMICO
Este modelo inspira-se na psicanálise e visa compreender as causas dos comportamentos
inadaptados que podem reflectir-se numa reacção de rebelião contra repressões paternas
ou do próprio professor de que foi alvo a criança.
A (in) disciplina depende do modo como a criança se ajusta ao grupo e ainda ao professor
que funciona como líder, e que devia dominar as diversas técnicas de dinâmica de grupo
para estar atento ao que acontece, sabendo gerir os diversos momentos de tensão ou de
calmia.
Este modelo tenta levar o aluno a controlar o seu próprio comportamento, a interiorizar a
disciplina ou a autodisciplinar-se.
50
Isto consiste em proporcionar-lhe oportunidades para escolher a conduta adequada para
alcançar os objectivos que pretende (ensino, personalidade perfeita).
WILLIAM DAMON na sua investigação propõe três formas ou estilos para manter a disciplina
que são:
- democrático;
- autoritário;
Assim, de acordo com DAMON, tanto o estilo autoritário como permissivo leva aos mesmos
resultados negativos que são a falta de auto-controlo, auto-afirmação, auto-confiança, falta
de iniciativa, falta de sentido de responsabilidade embora os caminhos sejam diferentes.
O ESTILO DEMOCRÁTICO é o mais ajustado, onde existe mais empatia do que simpatia ou
antipatia..
51
UNIDADE 6 – A PROBLEMÁTICA DA INTELIGÊNCIA
Pelo facto de não existir um conceito universalmente aceite e por referir-se as competências
individuais mais complexas, assim, podem citar-se algumas definições como:
- Para Jean Piaget, a inteligência é um meio de criatividade, é a capacidade de
adaptar-se a situações novas e de resolver os problemas da vida;
- Para Alfred Binet, a inteligência é um conjunto de capacidades de um indivíduo
como: ajuizar bem, compreender bem, raciocinar bem. Ele afirma que “a inteligência é
aquilo que o meu teste é capaz de medir”.
- Stenberg considera a inteligência como uma capacidade de mostrar uma conduta
adaptativa e orientada para uma meta (objectivo).
- Segundo David Wechsler, a inteligência é a capacidade global do indivíduo para
actuar intencionalmente, pensar racionalmente e lidar eficazmente com o meio.
Considerando a diversidade de conceitos pode-se dizer que cada um pode formular o
seu conceito tendo em conta a sua literal tradução, faculdade de compreender e, o
relativismo do próprio conceito em função de cada realidade e situação.
52
“ o citadino pode ser um estúpido na selva onde o pigmeu se comporta como o homem
mais inteligente do mundo”.
motoras e adoptou, com seu colaborador Theodore Simon, uma abordagem que envolvia a
Em 1905, Binet criou a escala métrica de inteligência com trinta (30) testes que incluíam
vários processos de avaliação, tais como o significado de palavras, a memorização de
números, a descoberta de erros, etc., a fim de medir o nível da memória, da atenção, da
imaginação, do pensamento, etc., nas crianças. Binet usou o conceito de idade mental com
o objectivo de atribuir valores numéricos ao desempenho no seu teste, constituído por
questões e exercícios sobre figuras, números, letras, palavras, etc..
53
QI=------- * 100
Onde Q.I.= quociente de inteligência que representa a relação entre a idade mental e a
idade cronológica do indivíduo.
I.M. = idade mental que representa a idade atribuída a uma criança em função do seu
desempenho num teste de inteligência.
Exemplo: Se uma criança de 10 anos de idade conseguir realizar tarefas para as crianças de
12 anos, a sua I.M. será 12 e o seu Q.I. será: 120
QI=
Em 1939 David Wechsler apresentou o seu primeiro teste de inteligência para adultos
(W.A.I.S.) e o mesmo foi até aqui várias vezes revisto.
Wechsler considerava que os testes de Binet eram demasiado saturados com itens verbais.
54
a) Um Q.I. de subtestes verbais, calculado com base em seis subtestes onde as tarefas
são feitas de forma verbal.
c) O Q.I. global ou da escala completa que é calculado com base na soma do Q.I. verbal
e de realização.
Deste modo o mecânico de automóveis pode obter um Q.I. verbal de 100, mais um Q.I. de
realização de 130, obteria um Q.I. global ou de escala completa = a 100+130: 2 =230:2=115.
Para alguns cientistas temos várias inteligências e para outros temos uma mas com aptidões
específicas.
55
Louis L. Thurstone, considerando a ideia de Thurstone, sugeriu que a inteligência é sempre
composta de sete (7) factores primários que ele denominou “vectores da mente”,
responsáveis, cada um pela execução de uma determinada tarefa.
56
Ex.: a Inteligência de um mecânico, pedreiro, etc.
b) Inteligência social – este tipo manifesta-se na vida relacional e social na
resolução de problemas interpessoais, recorrendo predominantemente a
intuição.
Ex.: o soba que gere a aldeia.
c) Inteligência abstrata ou conceptual – também designada por racional,
manifesta-se na capacidade de compreensão, raciocínio, resolução de
problemas, tomada de decisão. Este tipo de inteligência faz recurso a
linguagem e outros sistemas simbólicos e é de domínio feminino.
Howard Gadner sugeriu que existem sete (7) tipos de inteligência:
a) Inteligência Linguística: é a aptidão verbal;
b) Inteligência logico-matématica: é a aptidão para raciocinar;
c) Inteligência espacial: é a aptidão para reconhecer e desenhar relações espaciais;
d) Inteligência musical : é a aptidão para cantar, tocar um instrumento, compor uma
música;
e) Inteligência corporal-cinestésica: aptidão para controlar os movimentos de forma
adequada e harmoniosa como dançar, fazer atletismo, manipular e usar objectos, etc;
f) Inteligência interpessoal: aptidão para compreender e responder adequadamente
aos outros (lidar com os outros);
g) Inteligência intrapessoal: aptidão para compreender-se a si mesmo.
57
O teste terá validade preditiva se o desempenho da pessoa testada corresponder com os
resultados obtidos no teste (o prognóstico deve corresponder com o desempenho futuro).
Ex.: Um candidato que teve uma pontuação num teste e, se o mesmo for repetido, o
candidato apresenta os mesmos resultados.
Ex.: Um teste de Psicologia aplicado no ISCED será considerado padronizado caso ofereça
garantias ou normas legais para que possa ser aplicado no curso de Psicologia da
Faculdade de Letras e Ciências Sociais e Humanas.
58
7.5. FACTORES INFLUENTES NA INTELIGÊNCIA
Muitas pesquisas desenvolvidas a partir da análise da aplicação de testes de inteligência
relacionam esta faculdade com diferentes factores: a hereditariedade, o meio e a idade.
A combinação destes factores é o ingrediente para o desenvolvimento da inteligência.
a) Hereditariedade é seguro afirmar que a inteligência tem um componente genético; a
nossa herança genética tem um contributo no nível das nossas capacidades
intelectuais. Este componente genético estabele limites dentro dos quais um traço
responderá à estimulação do meio; aliás, este factor está intimamente relacionado
com o meio. Tem efeito substâncial sobre o Q.I.
b) Factores sociais (meio): oferece uma variedade de estímulos que influem no
desenvolvimento da personalidade. Os estímulos provenientes do meio são
ingredientes importantes no desenvolkvimento intelectual.
David Hunt afirma que quanto mais vemos, ouvimos e tocamos no início da infância, mais
queremos ver, ouvir e tocar posteriormente. A chave do desenvolvimento cognitivo reside no
ajustamento entre a capacidade intelectual actual da criança e uma variedade de estímulos
rigorosamente doseada, que ponha em acção o deseja natural de continuar a aprender.
59
7.6. CLASSIFICAÇÃO DOS INDIVÍDUOS SEGUNDO O Q.I.
Segundo o Q.I. ou escores obtidos num teste de inteligência os indivíduos podem ser
classificados nos seguintes grupos:
Q.I CATEGORIA
Com o passar do tempo, verificou-se que nem todo o indivíduo que tivesse um Q.I. muito
apto, tornava-se génio.Houve então, necessidade de diferenciar os dois termos e, assim
sendo:
O superdotado é um indivíduo que tem uma inteligência muito superior, aptidões muito
elevadas que pode ser encontrado através de um teste de inteligência.
O génio refere-se a uma inspiração inata, original uma realização extraordinária e fora do
comum. O génio nada tem haver com o Q.I. ele pode ser cientista, artista, etc.
60
Exemplo: Pelé, Maradona são génios do futebol mundial; Michael Jackon é um génio da
musica mundial; Isaac Newton é um génio da física.
61
7.7.1. TRAÇOS CARACTERÍSTICOS DA PERSONALIDADE CRIATIVA
62
- idade dos progenitores (em particular da mãe);
- as doenças, caso da meningite e malária cerebral;
- a má formação congénita
- o uso de excessivo de álcool e outras drogas por parte dos progenitores;
- algumas lesões cerebrais;
- desnutrição;
- acidentes como explosão de bombas, deixar cair a criança, etc.
63