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What are we talking about when we talk about care?

A Conceptual
review of the literature. José de São José. 2016. Sociologia, Problemas e
Práticas, nº81 (pp. 57-74)
1980. De acordo com essas propostas iniciais, a relação assistencial foi
predominantemente conceituada como uma relação unidirecional na qual
um cuidador ativo e independente presta atendimento a um recetor de
cuidados passivo, dependente e oneroso. Nesse sentido, a relação
assistencial foi concebida como uma relação de dependência arraigada em
um desequilíbrio de poder em detrimento do recetor de cuidados. Além
disso, o cuidado era essencialmente visto como fazendo algo para alguém
que não é capaz de atender suas necessidades por si mesmo (sem a ajuda
de pessoas mais velhas). Diante desse entendimento da relação
assistencial, não surpreende que os primeiros estudos sobre o cuidado
com os idosos tenham sido focados principalmente nos cuidadores e em
suas experiências de prestação de cuidados, especialmente nas
experiências negativas. As experiências e perspetivas dos recetores de
cuidados foram negligenciadas. (p.60)
1990. Na década de 90, a tendência para o desenvolvimento de um
conceito mais abrangente de cuidado foi acompanhada por uma
diversificação dos temas da pesquisa, estruturas teóricas e métodos de
pesquisa. Além disso, para a compreensão das experiências dos
cuidadores em diferentes contextos sociais, levando em consideração
distintos domínios sociais e setores de cuidado, e estruturas como classe
social e etnia, muitas outras vertentes da pesquisa surgiram ou ganharam
um novo impulso. (...) É também durante a década de 90 que o debate
sobre o cuidado foi definitivamente posicionado também no nível macro
da realidade. Isso teve que fazer as mudanças na maioria dos estados de
bem-estar do mundo ocidental em direção a uma mistura de bem-estar no
domínio do cuidado com as pessoas mais velhas.
O século XXI. No século XXI, muitos dos desenvolvimentos na literatura
sobre cuidados com idosos ocorridos durante a década de 1990, foram
consolidados ao longo do século XXI, especialmente o reconhecimento de
que a relação assistencial se baseia na interdependência/reciprocidade, de
que essa relação pode ter impactos negativos e positivos para cuidadores
e recetores assistenciais, de que a compreensão plena dessa relação
requer prestar atenção aos contextos mais amplos em que está
incorporado, que o cuidado precisa estar ligado à cidadania e que a
relação assistencial está na intersecção de dicotomias como público-
privado, informal-formal, não remunerado. Muitos dos desenvolvimentos
na literatura sobre cuidados com idosos ocorridos durante a década de
1990 foram consolidados ao longo do século XXI, especialmente o
reconhecimento de que a relação assistencial se baseia na
interdependência/reciprocidade, de que essa relação pode ter impactos
negativos e positivos para cuidadores e recetores assistenciais, de que a
compreensão plena dessa relação requer prestar atenção aos contextos
mais amplos em que está incorporado, que o cuidado precisa estar ligado
à cidadania e que a relação assistencial está na intersecção de dicotomias
como público-privado, informal-formal, não remunerado. No entanto,
outros desenvolvimentos iniciados na década de 1990 foram estendidos
para novos domínios. No entanto, outros desenvolvimentos iniciados na
década de 1990 foram estendidos para novos domínios. Por exemplo, no
nível macro da realidade, a literatura na divisão social do cuidado se
interessou pela globalização do cuidado. Por exemplo, no nível macro da
realidade, a literatura na divisão social do cuidado se interessou pela
globalização do cuidado. Por um lado, o interesse se concentrou na
divisão da prestação de cuidados entre os países e, por outro lado, focado
na migração de pessoas, principalmente mulheres, dos países
desenvolvidos, deixando para trás, em muitos casos, seus próprios filhos e
adultos dependentes. (p.65)
Uma nova definição unificada de cuidado. Na década de 80, a relação
assistencial foi concebida como uma relação dependente, na qual o
receptor de cuidados depende do cuidador. A principal preocupação da
pesquisa foi explicar as experiências negativas dos cuidadores,
especialmente das cuidadoras, negligenciando as experiências dos
receptores assistenciais. Desde então, houve sucessivas redefinições do
conceito de cuidado, a fim de torná-lo mais abrangente e equilibrado,
contabilizando a dinâmica interdependente entre os cuidadores e os
receptores assistenciais, os diferentes tipos de cuidadores que atuam em
diferentes domínios e setores assistenciais, e as práticas, processos e
representações sociais da atenção tanto nos níveis micro quanto macro da
realidade. (p.67)
Em outras palavras, as consequências do cuidado com os receptores de
cuidados dependem muito da abordagem assistencial. Por sua vez,
propõe-se incluir os fundamentos do cuidado como dimensão do cuidado,
uma vez que a literatura sobre o cuidado com os idosos tem ressaltado
que a prestação de cuidados é justificada/motivada por diferentes fatores,
incluindo amor, dever, reciprocidade. (p.67)

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