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Livro Didático Digital de Física (EM)

Por que?
- Escassez de material eletrônico didático bem estruturado, com alguma proposta de
ensino (Artuso, 2006);
- Acesso cada vez maior da população à informática;
- Ampliação do tempo de aula (uso em casa, grupos de discussão, JOGOS, aplicativos,
etc.);
- Possibilidade de construção de material próprio (de acordo com as especificidades,
dentro de um modelo);
- Lucro (?)

Áreas Envolvidas

Didática:
- PNLEM, PCN (Basear metodologia escolhida: “O que ensinar” vira “Porque ensinar
Física?” ; Construção do conhecimento (Ver Ausubel)
- Ausubel: Experimentos qualitativos e HFC como Organizadores Prévios;
Diferenciação Progressiva e a Reconciliação Integradora). Ex. GREF – Vol. 1 (início).

Informática:
- Orientações didático-informáticas (Tim Kilby),
- Layout, Linguagem de programação (HTML5),
- Jogos e Aplicativos,
- Gravação e edição de vídeos (experimentos).

Física:
- Possibilidades de apresentação do conteúdo,
- Pesquisa sobre HFC e experimentos qualitativos (Falar com prof. Mauro),
- Aprofundamento do conteúdo (tecnologias, por exemplo)
- Revisões matemáticas específicas (dentro de cada conteúdo);

Obs.
i) Utilizar, ao máximo, vídeos reais e fotografias (não desenhos ou figuras);
ii) Livro voltado para o EM (linguagem adequada).
iii) O assunto deverá ser iniciado de forma a chamar a atenção dos alunos (Ex.: Projeto
Folhas, evitar usar “...desde a antiguidade o homem se preocupa com o movimento...”)

Exemplo:

Assunto: Conservação da Quantidade de Movimento Linear


A) Início
i) vídeo do funcionamento de um Jetpack
http://www.youtube.com/watch?v=kLccl_NWDQE&feature=relmfu
Questão Inicial: Qual é o princípio de funcionamento deste equipamento?
Link extra: http://martinjetpack.com/technical-information.aspx

Comentários A: Este equipamento não está relacionado com o dia a dia dos
estudantes, mas deve despertar o interesse pelo fato de ser considerado futurista e de
ser pouco conhecido. Foi utilizado um no Carnaval do Rio em 2002.

B) Casos do cotidiano (qualitativos; “algo se compensa, o que será?”)


i) vídeo de colisões frontais e elásticas entre objetos de mesma massa (um corpo em
movimento e o outro parado);
ii) vídeos de duas pessoas inicialmente paradas em cima de skates e uma empurra a
outra, pessoas nadando, remando e pássaros voando;
iii) vídeos de colisão frontal entre dois objetos de mesma massa e com a mesma
velocidade.
- “Passaremos a chamar este “algo” de Quantidade de Movimento”

Comentários B: a sequência das subdivisões i), ii) e iii) tem o propósito de apresentar
o conteúdo da forma mais concreta para a forma mais abstrata: por primeiro,
observar-se-ia que um corpo em movimento transmite algo quando colide com um
corpo parado (como os corpos em questão têm a mesma massa, a transmissão é
integral, ou seja, o corpo inicialmente em movimento fica em repouso após a colisão, o
que certamente facilitaria esta compreensão). Ficando claro isso, mostrar-se-ia então
que o movimento também pode surgir acoplado, ou seja, para que um corpo vá para
um lado, o outro certamente deve ir para o lado oposto, como se a natureza buscasse
compensar algo nos movimentos (isso fica reforçado mostrando-se que, para nadar e
remar a pessoa precisa empurrar a água para trás e que, para voar, o pássaro precisa
empurrar o ar para trás). Por último, mostrar-se-ia também que, quando dois objetos
colidem, estando inicialmente em movimento um contra o outro, pode acontecer de os
dois ficarem parados após o choque (com dois objetos de massas iguais e velocidades
iguais, os corpos param exatamente no ponto de colisão após o choque, isso deixa mais
clara a ideia de que um corpo tinha inicialmente uma quantidade deste “algo” para um
lado e o outro tinha a mesma quantidade deste “algo” para o outro, iniciando assim a
ideia de vetores com os alunos, sem sua apresentação formal). Um vídeo da subdivisão
iii, certamente poderia ser o seguinte: http://www.youtube.com/watch?v=XHKL55Bixrs
.
C) Casos mais específicos (“Como a Quantidade de Movimento se compensa?”)

i) vídeos de colisões entre dois objetos de massas diferentes (primeiramente o mais leve
parado e o mais pesado em movimento e depois o contrário).
- Observa-se que a massa do corpo influencia o resultado final: sendo assim pode-se
concluir que o objeto com maior massa possui maior quantidade de movimento.
Quando falamos em “massa” de um corpo estamos nos referindo a... ;

ii) vídeos de colisões de objetos de massas diferentes com velocidades diferentes.


- Conclui-se também que, quanto mais rápido um corpo está, maior é a sua quantidade
de movimento. Assim, temos que a quantidade de movimento é diretamente
proporcional a duas grandezas físicas: a massa do corpo em questão e a velocidade em
que ele se encontra.

Comentários C: Aqui ainda não seria necessário definir o conceito formal de


“velocidade”. Certamente o aluno possuiria um bom conhecimento prévio a respeito
do que significa a palavra “velocidade” o que já bastaria para a compreensão de todo
o assunto discutido até aqui. Na primeira subdivisão do item 3, já seria explicada a
ideia de que massa e peso, no linguajar da física, são grandezas distintas, apesar de
significarem a mesma coisa no linguajar cotidiano. Entretanto ainda não se definiria
formalmente o conceito de “peso”, mas somente se apresenta o conceito de “massa”.
Um exemplo de vídeo a ser apresentado na subdivisão i seria:
http://www.youtube.com/watch?v=AF_fH5bIiwU .

D) “Será que podemos medir a quantidade de movimento de um corpo?”


i) Definição da Quantidade de Movimento Linear (segundo Newton);
ii) Explicação da ferramenta matemática necessária (vetores) através da ideia de
velocidade vetorial;
iii) Evolução das ideias a respeito da quantidade de movimento (Aristóteles, Jean
Buridan, Galileu, Descartes e Newton);
iv) Aplicativos. Ex. http://omnis.if.ufrj.br/~marta/aplicativos/limc_mec_colisoes.swf ;
v) Resposta à questão inicial e outras aplicações tecnológicas do fenômeno (foguetes,
helicópteros, estudo de recuo de armas, etc.).
Comentários D: Nesta parte, demonstrar-se-ia que, a partir de tudo que foi visto, (e
conforme deduzido por Isaac Newton no século XVII) a quantidade de movimento de
um corpo é igual ao produto de sua massa pelo vetor velocidade. Na segunda
subdivisão, construir-se-ia o conceito de quantidade de movimento, mostrando-se a
evolução do mesmo: desde os gregos até Newton, deixando a física moderna para o
próximo tópico. No subtópico iv, o aluno ficaria livre para brincar com os aplicativos,
de modo a testar todas as variáveis possíveis: de velocidades e massas mínimas
possíveis até as máximas possíveis, de acordo com o programa utilizado. Poderiam ser
utilizados tanto aplicativos unidimensionais (para reforçar partes específicas do
assunto) como aplicativos bidimensionais e tridimensionais. Por fim, a questão inicial
seria respondida e diversas aplicações tecnológicas sobre o assunto seriam
apresentadas.

E. “Mas é só isso? Já sabemos tudo sobre este assunto então?”


i) Momento linear relativístico (ideias gerais e comparação da precisão nas
observações com o caso newtoniano)
ii) Física quântica: Partículas, ondas e quantidade de movimento do fóton.

Comentários E: Aqui seria mostrado até que ponto a humanidade avançou em relação
a este conhecimento específico. A física relativística e a física quântica seriam
apresentadas (com links de aprofundamento) deixando-se bem claro que, para
acontecimentos do dia a dia, como a colisão de um carro com uma moto, elas são
totalmente supérfluas, podendo ser desconsideradas, entretanto para velocidades
extremamente altas e para tamanhos extremamente pequenos, a física newtoniana é
falha, devendo dar lugar a essas duas outras explicações. Seria importante deixar claro
neste ponto (para os alunos) que o que sabemos hoje não é a verdade final, mas
somente o que nós, seres humanos, conseguimos concluir em alguns milênios de
pesquisa.

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