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LICENCIATURA EM PROTEÇÃO CIVIL

ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO E
PROTEÇÃO CIVIL
Aula 5 – 02.11.2016

Carlos Hermenegildo

Programa
2. Ordenamento do Território. Conceito. Planos
2.1. Conceitos, objetivos e destinatários
2.2. Evolução Histórica
2.3. Elementos fundamentais em Ordenamento do
Território
2.4. Diretrizes Europeias em termos de
Ordenamento do Território

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DIRETRIZES EUROPEIAS PARA A GESTÃO TERRITORIAL
1. Carta Europeia de Ordenamento do Território

2. Carta de Aalborg; Carta Aalborg + 10 e Carta de Leipzig

3. Estratégia de Desenvolvimento Sustentável

4. Rede Natura 2000

5. Prevenção e Controlo Integrado da Poluição

6. Programa Europeu para as Alterações Climáticas

7. Avaliação e Gestão de Riscos de Inundação

8. Plano de Ação da União Europeia para as Florestas

9. Estratégia Europeia de Gestão Integrada das Zonas Costeiras

10. Quadro para o Ordenamento do Espaço Marítimo

11. Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia 3

1. CARTA EUROPEIA DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO

• Identifica o conceito de ordenamento do território


• “O ordenamento do território é a tradução espacial das políticas económica, social,
cultural e ecológica da sociedade”

• Contribui para uma melhor organização do território europeu e procura


soluções para os problemas que ultrapassem a escala nacional

• Reforça a cooperação europeia em termos de ordenamento do território,


nomeadamente aos níveis de:
• Setores técnicos do ordenamento do território, tais como previsões a longo prazo,
estatísticas regionais, cartografia e terminologia

• Instrumentos científicos, administrativos, técnicos e financeiros indispensáveis ao


correto ordenamento do território europeu
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1. CARTA EUROPEIA DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO

•Objetivos fundamentais
• Desenvolvimento socioeconómico equilibrado das regiões
• Melhoria da qualidade de vida
• Gestão responsável dos recursos naturais e a proteção do ambiente
• Utilização racional do território
• Implementação dos objetivos do ordenamento do território
• Coordenação entre os diferentes setores
• Coordenação e cooperação entre os diversos níveis de decisão e
obtenção de recursos financeiros
• Participação das populações

2. CARTA DE AALBORG 1994

Carta das Cidades Europeias para a Sustentabilidade

• Compromisso político dos signatários para com os objetivos


do desenvolvimento sustentável para as cidades

• Principais objetivos
– Participação da comunidade local e obtenção de consensos
– Economia urbana (conservação do capital natural)
– Equidade social
– Correto ordenamento do território
– Mobilidade urbana sustentável
– Conservação da natureza
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2. AALBORG+10 2004

• Confirmação do compromisso político dos signatários para com os objetivos


do desenvolvimento sustentável

• Inclusão das vilas e não apenas das cidades


– Governança – participação
– Gestão Local para a Sustentabilidade – agenda 21 local, …
– Bens comuns naturais – conservação e exploração controlada dos recursos naturais
– Consumo responsável e opções de estilo de vida – resíduos, energia, …
– Planeamento e desenho urbano – controlar expansão urbana, …
– Melhor mobilidade, menos tráfego – reforço transportes públicos, …
– Acção local para a saúde – informação, equidade no acesso à saúde, …
– Economia local dinâmica e sustentável – formação de empresas, emprego, …
– Equidade e justiça social – reduzir pobreza, igualdade entre géneros, …
– Do local para o global – respostas locais para problemas globais como as Alterações
Climáticas
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2. CARTA DE LEIPZIG 2007

• No seguimento da Carta de Aalrborg – cidades europeias sustentáveis

• Recomendação dos ministros dos Estados-membros responsáveis pelo


desenvolvimento urbano
– Maior recurso a abordagens de política de desenvolvimento urbano
integrado
• Criação e preservação de espaços públicos de qualidade
• Modernização das redes de infraestruturas e melhoria da eficiência
energética
• Políticas ativas em matéria de inovação e educação
– Atenção particular aos bairros carenciados no contexto da cidade
• Prosseguir estratégias para melhorar o ambiente físico
• Reforçar a economia local e a política local de mercado de trabalho
• Adotar políticas ativas em matéria de educação e de formação de
crianças e jovens
• Promover transportes urbanos eficientes e a preços razoáveis

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3. ESTRATÉGIA EUROPEIA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

• Define um conjunto de objetivos

– Proteção ambiental
• Salvaguardar a capacidade da Terra de sustentar a vida em toda a sua diversidade,
respeitar os limites dos recursos naturais do planeta e garantir um elevado nível de
proteção e melhoria da qualidade do ambiente. Prevenir e reduzir a poluição ambiental e
promover o consumo e a produção sustentáveis para quebrar a relação entre o
crescimento económico e a degradação do ambiente.
– Justiça e coesão social
• Promover uma sociedade democrática, de inclusão e coesão social, saudável, segura e
justa que respeite os direitos fundamentais e a diversidade cultural que crie a igualdade
de oportunidades e combata todas as formas de discriminação.
– Prosperidade económica
• Promover uma economia próspera, inovadora, rica de conhecimentos, competitiva e eco
eficiente que proporcione elevados níveis de vida e pleno emprego de qualidade em toda
a União Europeia.
– Assumir responsabilidades internacionais
• Encorajar o estabelecimento e defender a estabilidade das instituições democráticas no
mundo, com base na paz, na segurança e na liberdade. Promover ativamente o
desenvolvimento sustentável em todo o mundo e garantir que as políticas internas e
externas da União Europeia sejam coerentes com o desenvolvimento sustentável global e
com os seus compromissos internacionais.

3. ESTRATÉGIA EUROPEIA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL


• Define um conjunto de desafios
– Alterações climáticas e energia limpa
• Limitar as alterações climáticas, bem como os seus custos e efeitos
negativos para a sociedade e o ambiente
– Transportes sustentáveis
• Assegurar que os sistemas de transporte satisfaçam as necessidades
socioeconómicas e ambientais da sociedade
• Minimizar as repercussões indesejáveis na economia, na sociedade e no
ambiente
– Conservação de recursos naturais
• Melhorar a gestão e evitar a sobre-exploração dos recursos naturais,
reconhecendo o valor dos serviços ligados aos ecossistemas
– Saúde pública
• Promover a saúde pública em condições equitativas e melhorar a proteção
relativamente às ameaças para a saúde
– Inclusão social, demografia e migração
• Criar uma sociedade inclusiva mediante a tomada em consideração da
solidariedade intra e intergeracional
• Garantir e melhorar a qualidade de vida dos cidadãos como condição
prévia para um bem-estar individual duradouro 10

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3. ESTRATÉGIA EUROPEIA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

• Em 2009 foi apresentado o “Reexame da Estratégia da EU para


o Desenvolvimento Sustentável”, reforçando os seguintes
objetivos:

– Projetar o desenvolvimento sustentável no futuro


– Reforçar os esforços no sentido de combater as Alterações
Climáticas
– Delinear uma futura política europeia no domínio dos transportes
– Envidar esforços para promover a sustentabilidade do consumo e
da produção
– Promover a conservação e gestão dos recursos naturais
– Promover a saúde pública
– Apostar na dimensão social

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4. REDE NATURA 2000


• Garantir a perenidade da biodiversidade

• Incentivo a uma melhor gestão • Baseada em dois textos : as


do património natural diretivas “Aves” e “Habitats”

• Em 1973, o primeiro programa


de ação em matéria de • Estabelecem a salvaguarda dos
ambiente fixa as prioridades habitats naturais das espécies
da fauna e da flora,
• Dez anos mais tarde, são criados nomeadamente por meio da
instrumentos financeiros criação de uma rede europeia
específicos para a conservação
da natureza de sítios protegidos

Obrigatoriedade de Integrar as Diretivas na Legislação de cada Estado-Membro


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4. REDE NATURA 2000
• Constituída por Zonas de Proteção Especial (ZPE) (Diretiva Aves) e Sítios de Interesse
Comunitário (SIC) (Diretiva Habitats)
• Diretiva Comunitária Aves (79/409/CEE)
• Diretiva Comunitária Habitats
– Adotada em 1979 (92/43/CEE)
– Proteção e gestão a longo prazo de todas as – Adotada em 1992
espécies de aves vivendo no estado – Principal disposição comunitária
selvagem no território comunitário, bem a favor da biodiversidade
como dos respetivos habitats – Estabelece a obrigação de
preservar os habitats e as
– Estados-membros devem garantir a
espécies classificadas como de
salvaguarda de todas as espécies no estado interesse comunitários
selvagem e, em particular das espécies
– Estados-membros devem
migradoras, bem como dos habitats identificar no seu território os
naturais ondem vivem. sítios de importância para a
– Medidas específicas de conservação preservação dos habitats e das
– Estados-Membros deverão classificar como espécies
zonas de proteção especial os territórios – Obrigatoriedade de transpor
mais adequados estas medidas para a legislação
de cada Estado-membro
– Obrigatoriedade de transpor estas medidas
para a legislação de cada Estado-membro Decreto-Lei n.º 140/99 – transposição
das diretivas para a legislação
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nacional

5. PREVENÇÃO E CONTROLO INTEGRADO DA POLUIÇÃO

• Diretiva 96/61/CE

– Prevenção e controlo integrados da poluição proveniente de diversas


atividades
– Prevê medidas destinadas a evitar e, quando tal não seja possível, a
reduzir as emissões das referidas atividades para o ar, a água e o solo,
incluindo medidas relativas aos resíduos, de modo a alcançar-se um
nível elevado de proteção do ambiente considerado no seu todo
– Transposição para a Legislação nacional através do Decreto-Lei n.º
194/2000, de 21 de agosto, alterado pelo Decreto-Lei n.º 173/2008, de
26 de agosto

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6. ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

• Livro Verde para as Alterações Climáticas: “Adaptação às alterações


climáticas na Europa – possibilidades de ação da União Europeia”
– Analisa o impacto das alterações climáticas na Europa

– Identifica possíveis cenários de atuação da União Europeia

– Opções prioritárias
• Ação rápida da União Europeia

• Cooperação (parcerias e diálogo) com países em desenvolvimento, países


vizinhos e países industrializados

• Redução da incerteza, alargando a base de conhecimentos através da


investigação integrada sobre o clima

• Participação da sociedade, empresas e setor público na elaboração de


estratégias de adaptação
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6. ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

• Comunicação da Comissão: As alterações climáticas, uma


oportunidade para a Europa
– Apresentação de um conjunto de instrumentos que permitam atingir
os objetivos definidos
• Redução de emissão de gases com efeito de estufa

• Aumento da utilização de energias renováveis no consumo energético

– Fomento da modernização da economia europeia através da


adaptação das tecnologias e da sociedade às novas necessidades,
criando novas oportunidades de crescimento e de emprego

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6. ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

• Livro Branco para as Alterações Climáticas: “Adaptação às


alterações climáticas: para um quadro de ação europeu”
– Objetivo
• Reforçar a resiliência para lidar com o impacto das alterações climáticas

– Estabelece um quadro para a redução da vulnerabilidade da UE ao


impacto das alterações climáticas
• Reforço da resiliência das Políticas de saúde e sociais

• Reforço da resiliência das Políticas da agricultura e florestas

• Reforço da resiliência das Políticas da biodiversidade, ecossistemas e água

• Reforço da resiliência das Zonas costeiras e marinhas

• Reforço da resiliência dos Sistemas de produção e infraestruturas físicas


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7. AVALIAÇÃO E GESTÃO DE RISCOS DE INUNDAÇÃO


• Medidas de redução dos riscos de inundação devem ser coordenadas à escala das
bacias hidrográficas

• O desenvolvimento das políticas relativas à utilização da água e do solo, os Estados-


Membros e a Comunidade deverão ter em conta os impactos potenciais dessas políticas
nos riscos de inundações e a gestão de tais riscos.

• Objetivo estabelecer um quadro para a avaliação e gestão dos riscos de inundações, a


fim de reduzir as consequências associadas às inundações na Comunidade prejudiciais
para a saúde humana, o ambiente, o património cultural e as atividades económicas.

• necessário prever a elaboração de cartas de zonas inundáveis e de cartas de riscos de


inundações indicativas das potenciais consequências prejudiciais associadas a
diferentes cenários de inundações, incluindo informações sobre fontes potenciais de
poluição ambiental resultante das inundações.

• Necessário elaborar Planos de Gestão dos Riscos de Inundação. 18

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8. PLANO DE AÇÃO DA EU PARA AS FLORESTAS

• O objetivo geral do plano de ação da UE para as florestas consiste em


apoiar e melhorar a gestão sustentável e o papel multifuncional das
florestas, apoiando-se nos princípios seguintes:

– programas florestais nacionais enquanto quadro adequado para


cumprir os compromissos internacionais em matéria de florestas,
– importância crescente das questões globais e trans-setoriais na
política florestal, o que exige uma maior coerência e coordenação,
– necessidade de aumentar a competitividade do sector florestal da UE
e de melhorar a gestão das florestas da União,
– respeito do princípio de subsidiariedade.

• Definição de ações-chave para atingir os objetivos propostos

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9. ESTRATÉGIA EUROPEIA DE GESTÃO INTEGRADA DA ZONA COSTEIRA

• Define princípios chave a serem observados pelos Estados-membros


na elaboração das estratégias nacionais

– Ter uma perspetiva abrangente


– Basear-se num conhecimento das condições específicas da área abrangida
– Trabalhar com processos naturais
– Garantir que as decisões do presente não limitem as opções do futuro
– Recorrer ao planeamento participativo por forma a obter um consenso
– Garantir o apoio e envolvimento de todas as entidades administrativas
interessadas
– Utilizar uma combinação de instrumentos

• Realça a importância de cada Estado-membro desenvolver uma


estratégia nacional de gestão integrada da zona costeira
• Alerta para o facto da estratégia ser direcionada para um
desenvolvimento ambiental, social e cultural equilibrado

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10. QUADRO PARA O ORDENAMENTO DO ESPAÇO MARÍTIMO

• O ordenamento do espaço marítimo é um instrumento estratégico


intersetorial destinado a permitir que as autoridades públicas e as partes
interessadas apliquem uma abordagem coordenada, integrada e
transnacional.
• A aplicação de uma abordagem baseada no ecossistema contribuirá para
promover o desenvolvimento e o crescimento sustentável das economias
marítima e costeira e a utilização sustentável dos recursos marinhos e
costeiros.
• O estabelecimento dos planos de ordenamento do espaço marítimo e das
estratégias de gestão costeira integrada, deverá dar atenção a diversas
pressões:
– Pressão humana
– Alterações climáticas
– Riscos naturais
– Dinâmica do litoral (erosão)
– Deterioração do estado ambiental
– Perda de biodiversidade
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11. MECANISMO DE PROTEÇÃO CIVIL DA UNIÃO EUROPEIA

• Define objetivos, ações de prevenção, preparação e resposta, de


forma a apoiar, complementar e facilitar a coordenação das ações
dos Estados-Membros no domínio da proteção civil

• Destina-se “a reforçar a cooperação entre a União e os Estados-


membros e a facilitar a coordenação no domínio da proteção civil, a
fim de aumentar a eficácia dos sistemas que visam prevenir,
preparar e responder a catástrofes naturais ou de origem humana.

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