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Conforto Ambiental: Iluminação Profª Érica Pagel

SISTEMAS DE ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL: LÂMPADAS

1. INTRODUÇÃO

O objetivo de qualquer sistema de iluminação é promover o conforto lumínico ao usuário


do espaço na realização de uma determinada tarefa. Esse conforto será alcançado
quando se promove quantidades mínimas suficiente de iluminâncias para a tarefa a
ser realizada, uma boa combinação de luz direta e difusa para revelação da forma e
textura dos objetos e uma boa definição de cores, evitando sempre o
ofuscamento. Os níveis de iluminâncias necessários para realização das tarefas
são recomendados por normas, que no Brasil estão descritos na NB 57 - Iluminâncias
de Interiores (ABNT, 1991).

Uma iluminação eficiente energeticamente é aquela que consegue promover o


máximo conforto lumínico em determinado ambiente e para a realização de uma
determinada tarefa, com a menor gasto de energia possível. “A adoção de tecnologias
energeticamente eficientes não deve, sob nenhuma hipótese, prejudicar o conforto e a
satisfação do usuário bem como o perfeito funcionamento da tarefa” (GHISI, 1997).

A eficiência em um sistema de iluminação representa a quantidade de luz visível


gerada por unidade de potência (lúmen /W), e pode ser alcançada através da
minimização da potência instalada, sem prejudicar a quantidades de lumens emitidos, e
da minimização do tempo de utilização.

A minimização da potência instalada pode ser reduzida com a utilização de


equipamento mais eficientes (maior relação lúmen/W), como a utilização de lâmpadas
de alta eficiência luminosa, luminárias mais reflexivas e reatores com alto fator de
potência, e manutenção constante dos equipamentos.

A minimização do tempo de utilização pode ser alcançada com o aproveitamento da


luz natural através do uso de fotocélulas que ajustam a utilização da iluminação
artificial com a natural, e com a utilização de sistemas de controle de iluminação, como
sensores de presença e temporizadores.

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Segundo COOK (1998), a melhoria da eficiência energética de um sistema de


iluminação
natural, pode ser conseguido atentando-se para distintos elementos que o compõe, são
eles:

a) Lâmpadas: as lâmpadas ineficientes devem ser substituídas por lâmpadas mais


eficientes, levando em consideração a forma, a temperatura de cor e o índice de
reprodução de cor.

b) Reatores: substituir os reatores convencionais por reatores eletrônicos de alta freqüência.

c) Luminárias: substituição das luminárias de baixa eficiência, por luminárias de


alta eficiência.

d) Sistemas de controle de iluminação automáticos: instalação de temporizadores


que controlam a iluminação de acordo com o período de permanência do local,
utilização de sensores fotoelétricos que ajustam a iluminação artificial de acordo com
a quantidade de iluminação natural no ambiente, instalação de sensores de presença
que apagam as lâmpadas quando o ambiente está desocupado.

5) Interruptores localizados: instalação de interruptores localizados próximos às


áreas de trabalho que permitam o acender e o apagar das luzes pelo próprio usuário,
enquanto este estiver utilizando o ambiente.

6) Projeto luminotécnico e arquitetura: utilizar a iluminação artificial como um


sistema IASPI - Iluminação artificial suplementar permanente para Interiores (PSALI
-permanet supplementary artificial lighting in interiores), maximizando assim a utilização
da luz natural.

7) Manutenção: manter um esquema de manutenção constante do sistema, fazendo a


limpeza das lâmpadas e luminárias regularmente e substituindo as lâmpadas danificadas.

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2. USOS FINAIS

Segundo MME (2004) o consumo de eletricidade no ano de 2003 ficou distribuído


conforme tabela 01.

Setor %
Energético 3,5
Residêncial 22,3
Comercial 14,2
Público 8,7
Agropecuário 4,2
Transportes 0,3
Industrias 46,3
Tab. 01 Composição setorial do consumo de energia
elétrica. Fonte: Balanço energético nacional, MME 2004

Percebe-se nesta tabela a grande contribuição das edificações (em torno de 45 %) do


consumo de energia elétrica nacional.

GELLER (1990) apresenta um levantamento de usos finais de energia elétrica para


edifícios comerciais e públicos de São Paulo, conforme tabela 02.

Uso final %
Iluminação artificial 44
Ar condicionado 20
Refrigeração 17
Cocção 8
Outros 11
Tab. 02. Usos finais para edifícios comerciais e públicos de
São Paulo, segundo GELLER (1990)
GELLER et alii (1997), apresenta ainda um levantamento de usos finais de energia
elétrica no Brasil no setor residencial.

Uso final %
Refrigeradores 33

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ar condicionado 26
Iluminação artificial 24
Cocção 8
Outros 11
Tab. 02. Usos finais para edifícios residênciais no Brasil,
segundo GELLER (1997)

Para GELLER (1990) o consumo com iluminação no Brasil poderia ser reduzido em
60% até o ano 2010 através do uso de tecnologias eficientes como a
substituição de lâmpadas incandescentes por fluorescentes, o uso de luminárias
reflexivas, reatores eletrônicos e implantação de sistemas de controle de iluminação.

Verifica-se, portanto a enorme contribuição da iluminação artificial no consumo energético


de uma edificação, justificando a necessidade de uma maior atenção com relação às
medidas e mecanismo de redução do consumo deste setor.

3. TIPOS DE LÂMPADAS

3.1 Lâmpadas incandescentes


Dentre os tipos de lâmpadas existentes no mercado, as incandescentes são as que
possuem menor eficiência (menor relação lúmen/W), ou seja, para se atingir uma mesma
quantidade de luz visível elas consomem mais energia que as demais lâmpadas.
Podem ser:
• Padrão (Standard)
• Halógenas
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3.1.1 Tipos de Lâmpadas incandescentes

A) Incandescente Padrão (Standard)


Emitem luz quando a corrente elétrica aquece seu filamento metálico até a
incandescência e produz uma radiação na região visível do espectro.
Sua eficiência luminosa varia entre 10 a 17 lm/W e a vida média entre 750 e 2000
horas. Temperatura de cor 2700 K e índice de reprodução de cor de 100 (OSRAM,
2005). Dentro desse grupo temos as incandescentes comuns, refletoras e defletoras.

Fig 01. Modelos de lâmpadas incandescentes. (OSRAM, 2005)

Incandescentes Vantagens Desvantagens


Baixo custo Baixa eficiência

Fácil instalação Gera calor


Bom IRC Vida útil
reduzida
25w,40w,60w,75w,100w,150w,
200w
dimerizáveis
B) Halógenas
Possuem o filamento de tungstênio, envolvido por um gás halógeno. O tungstênio
evaporado do filamento se mistura com o gás em suspensão e retorna a sua origem,
não se depositando no bulbo.
Sua eficiência luminosa varia entre 10 a 26 lm/W e a vida média entre 2000 e 4000
horas. Temperatura de cor varia de 2700 K a 3100K e índice de reprodução de
cor de 100 (OSRAM, 2005).

Fig 02. Modelos de lâmpadas halógenas. (OSRAM, 2005)

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3.1.2. Vantagens da lâmpada halógena com relação à incandescente comum

Dentro do grupo das incandescentes as halógenas são as que possuem uma maior
eficiência, especificamente as classificadas como “energy saver”, e, portanto é uma
melhor alternativa quando for necessária a utilização de uma lâmpada incandescente.

As lâmpadas halógenas possuem uma maior durabilidade, variam de 2000 a 4000


horas, enquanto as incandescentes variam de 750 a 1000 horas.

As lâmpadas incandescentes comum perdem o material de seu filamento por


evaporação, e a maior parte deste material é depositada no bulbo, que acaba
escurecendo e diminuindo a eficiência da lâmpada. Já as lâmpadas halógenas
possuem em seu bulbo gases que se combinam com as moléculas de tungstêncio do
filamento, se depositando atrás do filamento e não no bulbo (COOK, 1998).

Halógenas- (Clickline)

Lâmpadas halógenas extremamente compactas com base bipino.

• Dimerizáveis;

• Operam em baixa tensão de rede (12V).

Halógena Palito

• Bulbo tubular de quartzo.

• Dimerizáveis;

• Operam em baixa tensão de rede (12V) ou em tensão de rede 127 e 220V.

Lâmpadas Halógenas com Refletores Dicróicos (Dicróicas)


• Lâmpada halógena convencional no centro de um refletor elipsoidal
multifacetado onde são aplicadas várias camadas finas de pintura metálica.

• O refletor multifacetado emite aproximadamente 60% do calor produzido pelo


filamento para a parte posterior da lâmpada.

• O restante acompanha o facho luminoso, reduzindo a carga térmica


(radiação infravermelha) sobre o objeto iluminado.

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• Operam em baixa tensão de rede (12V).

Lâmpadas Halógenas AR (Aluminium reflector)

• Lâmpadas halógenas com superfície refletora de alumínio e haste anti-


ofuscante. Como no caso da dicróicas, elas também ganharam no mercado o
apelido de lâmpadas, quando na realidade são lâmpadas bipinos acopladas a
um refletor de alumínio com excelente definição de foco.

• Opção operar em baixa tensão (12V) (necessitando de transformador), e


também estão disponíveis em 127/220V na potência de 60W.

• Fachos de luz bem definidos que permitem destaque do ambiente.

• Adequadas para iluminação de efeito, a médias e longas distâncias, em


ambientes residenciais e comerciais. Ideais para acentuar ambientes e
detacar objetos.

Lâmpadas Halógenas com refletores parabólicos - PAR


• Não necessitam de equipamento auxiliar, sendo ligadas diretamente na
corrente elétrica em 127 ou 220V.

• Como no caso das dicróicas, trata-se de uma lâmpada halógena acoplada a


um refletor parabólico de alumínio (parabolic aluminium reflector) , o conjunto
é normalmente conhecido como lâmpada PAR.

• Vida média até 2000 horas

• Encaixa-se em qualquer soquete E-27

• Construída com vidro duro, resistem bem a respingos de chuva e alguns


modelos podem ser colocados ao tempo cuidando-se para isolar o soquete.

3.2. Lâmpadas de descarga


A luz provém de uma contínua descarga elétrica num gás ou vapor ionizado, em
combinação com a luminescência de fósforos.

As lâmpadas de descarga podem ser do tipo:

• de Baixa Pressão: lâmpadas fluorescentes

lâmpadas de sódio

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• de Alta Pressão: lâmpadas de mercúrio

lâmpadas de luz mista

lâmpadas de sódio de

lâmpadas a vapor metálico

3.2.1 Fluorescentes

A) Fluorescentes tubulares

As lâmpadas fluorescentes estão em constante evolução tecnológica desde seu


surgimento e estão disponíveis em grande variedade de potências e temperaturas de
cor. Podem ser tubulares, circulares, compactas ou globinho.
Características:
• Possuem eficiência variando em torno de 56 a 103 lm/W
• Vida útil entre 7500 e 16000 hs
• Temperatura de cor: varia de 3000K a 6500K.

Princípio de funcionamento:
As lâmpadas fluorescentes são lâmpadas de descarga de vapor de mercúrio em baixa
pressão. A passagem de corrente elétrica gera uma radiação ultravioleta. O pó
fluorescente que reveste a superfície interna do tubo converte, então, essa radiação
ultravioleta em luz visível. É da composição desse pó fluorescente que resultam as mais
diferentes alternativas de cor de luz. É ele quem determina a qualidade e quantidade de
luz, além da qualidade na reprodução de cor. (OSRAM, 2005)

As lâmpadas fluorescentes tubulares são indicadas para ambientes com pé-direito


inferior a 6m (COOK, 1998).

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As Lâmpadas fluorescentes possuem diferentes diâmetros do tubo. As dimensões


são as seguintes:
• T-12, com diâmetro de 12/8 de polegada ou 38mm
• T-8, com diâmetro igual a 8/8 de polegada (1”) ou 26mm
• T-5, com diâmetro igual a 5/8 de polegada ou 16mm
• T-2, com diâmetro iguak a 2/8 de polegada ou 7mm

As primeiras lâmpadas fluorescentes desenvolvidas foram as T12. Na década de


80 foi lançada as fluorescentes T8, e atualmente encontramos as T5 e T2, o que
proporcionou uma miniaturização das luminárias. Além da diminuição do tubo, foi
desenvolvido um pó trifósforo (serie LUMILUX da OSRAM e SP da GE).

Tipo Vida útil Temperatura W Lumens Diâmetro IRC


de cor
Fluorescente tubular comum 7.500h 6.100K 40 2.500 33mm 70 a 79
L40W LD
Fluorescente tubular Lumilux 16.000h 4.000K 28 2.900 16mm 80 a 89
T5 HE 28W840 (trifósforo)

As lâmpadas T5 trifósforo possuem uma maior eficiência que as lâmpadas


fluorescentes comuns, maior vida útil e melhor IRC. Comparando dois tipos de
lâmpadas fluorescentes tubulares no catálogo da OSRAM, percebemos essa diferença:
Tab. 03. Comparação entre uma lâmpada fluorecente tubular comum e uma lâmpada fluorescente
tubular trifósforo.

A lâmpada trifósforo analisada possui uma eficiência de 103 lm/W, enquanto a comum
62,5 lm/W.

B) Fluorescentes Compactas
As lâmpadas fluorescentes compactas surgiram para a substituição das incandescentes
e tem uma eficiência em torno de 5x maior que a lâmpada incandescente.

Características:
• Possuem opções de diferentes temperaturas de cor (2700, 3000, 3500 e 4000K)
• Indice de reprodução de cor entre 80 a 89
• Eficiência em torno de 60.

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As lâmpadas fluorescentes compactas podem ser eletrônicas ou não. As


lâmpadas fluorescentes compactas eletrônicas já vêm com reator incorporado. A
desvantagem dessa lâmpada é o fator de potência que é de 0.5. Portanto essa
lâmpada não é recomendada para grandes instalações comerciais e industriais,
sendo nesse caso mais vantajosa a utilização da fluorescente compacta não
eletrônica, juntamente com um reator eletrônico, que já possua um fator de potência
mais elevado.

As lâmpadas fluorescente compactas eletrônicas possuem uma vida útil de 6000 hs e


as não eletrônicas variam de 8000hs a 13000hs.

C) Lâmpada de indução magnética


O “anel” fechado permite que a descarga ocorra sem a utilização de eletrodos. Na a
energia é “injetada” em um campo eletromagnético gerado externamente. Esse é o
motivo de sua longa durabilidade. Apropriada para utilização em locais onde o local de
instalação da lâmpada é de difícil acesso (locais com pé-direito elevado, por exemplo,
em postos de gasolina e túneis).

Características:
• Vida útil 60.000 horas, o que equivale, na prática, a 14 anos para
instalações
comerciais.
• Eficiência energética de 80 a 110 lm/W
• IRC 80 a 89
• Seu tamanho reduzido permite a utilização em luminárias compactas.

Fig. 06 - Lâmpada Endura (OSRAM)


D) Luz negra
A luz negra é gerada através de lâmpadas de descarga que tem seu bulbo de vidro
pintado internamente de “preto” (pigmentos azuis escuro).

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Quando a luz incide no bulbo da lâmpada, estes pigmentos absorvem grande parte da
luz e deixam passar certa quantidade da radiação UV. Assim a tonalidade fica muito
próxima ao violeta que faz com que o ambiente se torne escuro e ao mesmo tempo
provoca um efeito de brilho em alguns materiais de cor branca.

3.2.2 Lâmpadas de descarga de alta pressão

A) Lâmpadas de vapor de mercúrio


• eficiência energética de até 55 lm/W,
• Vida útil de 24.000hs
• Temperatura de cor de 3900 e 4100K
• IRC entre 40 a 59

HQL

Fig. 07 - Modelo de lâmpada de vapor de mercúrio (OSRAM)

B) Lâmpadas de vapor de sódio de Alta Pressão (VSAP)


Essas lâmpadas são conhecidas como as mais eficientes do mercado. O programa
RELUZ, que está sendo implementado pelo PROCEL (programa de conservação de
energia elétrica), para melhoria na eficiência energética da iluminação pública,
propõe a substituição das lâmpadas incandescentes, fluorescentes, halógenas e
vapor de mercúrio pela lâmpada de vapor de sódio de alta pressão, devido sua alta
eficiência e durabilidade. O programa pretende conseguir uma redução de 540 mil
quilowatts (kW), aproximadamente a potência da usina nuclear de Angra I, e uma
economia de 2,4 bilhões de kWh/ano. Isto eqüivale ao consumo anual em iluminação
pública das regiões Norte e Sul reunidas, ou ao consumo de uma cidade com 4,8
milhões de habitantes, aproximadamente três vezes a população da cidade de Recife
(PE). (PROCEL RELUZ, 2004).

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Fig. 08 - modelo de lâmpadas de Vapor de Sódio de Alta Pressão (OSRAM, 2005)

Características:
• Eficiência energética de até 130 lm/W,
• Vida útil de 24.000 a 32.000 hs
• Temperatura de cor de 2000K - aparência amarelo dourado
• IRC entre 20 a 39
• Indicada para iluminação de locais onde a reprodução de cor não é um
fator importante como iluminação externa, avenidas, estradas.

A desvantagem da lâmpada de vapor de sódio é o baixo IRC, entre 20 a 39.


Alguns fabricantes, como a GE possuem uma série DELUX, com o IRC melhorado, em
torno de 65 a 70. Porém essa série possui uma eficiência e vida mediana um pouco
menor, em torno de 90 lm/W.

Tipo Vida Temperatura Eficiência W Lumens IRC


mediana de Cor lm/W
Lâmpada Vapor de Sódio de Alta 24000 h 2100K 118,75 400 47500 22
pressão modelo LU400/D/40, GE
Lâmpada Vapor de Sódio de Alta 15000h 2200K 93,5 400 37400 70
pressão modelo LU400/DX, deluxe
GE

Tab. 04. Comparação entre lâmpadas vapor de sódio de alta pressão comum e série Delux, da GE.

C) Lâmpadas de Luz Mista


São lâmpadas compostas de um filamento e um tubo de descarga. Funcionam em
tensão de rede 220 V, sem uso de reator.
• eficiência energética entre 19 a 28 lm/W,
• Vida útil de 10.000hs
• Temperatura de cor de 3600 a 4100K
• IRC entre 60 a 69
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Fig. 9 - Modelo de lâmpada de Luz Mista (OSRAM, 2005)

D) Lâmpadas de multivapores metálicos


Lâmpadas com adição de iodetos metálicos que melhora, consideravelmente, as
propriedades de reprodução de cores e eficiência luminosa. Potência entre 250 e
2000W (alta potência) e entre 70 a 150W (baixa potência).
• Apresentam durabilidade variada
• Índice de reprodução de cor de até 90%
• Eficiência energética de até 100 lm/W
• Temperatura de cor de 3.000 K a
6.000 K.

HQI

HCI
Fig. 10 - Modelos de Lâmpadas de descarga de multivapores (OSRAM, 2005)

As Lâmpadas HCI são uma evolução das HQI, com 25% a mais de eficiência
(OSRAM, 2005)

EXEMPLO COMPARATIVO (OSRAM, 2005)

4 spots para lâmpadas HQI® TS de 150 W/WDL

• Nível de iluminância: 1.500 lux.


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• Carga térmica: 680 W.


• Tempo de reposição de lâmpada:aproximadamente 10.000 horas.
• Excelente para vitrinas onde a qualidade de luz é essencial, com baixa
manutenção.

30 spots para lâmpadas halógenas PAR 120 W

• Nível de iluminância: 1.500 lux.


• Carga térmica: 3.600 W.
• Tempo de reposição de lâmpada:aproximadamente 2.000 horas.
• Maior número de lâmpadas e maior carga térmica para se obter o mesmo
nível de iluminância.

TABELA DE EFICIENCIA

Tipos de Lâmpadas Rating Output Efficacy Average Life Colour


(watts) (lumens) (lumens/watts) (hours) Rendering
Ability (Ra)

Vapor de sódio de baixa 135 22,500 167 16,000 n.a.


pressão

90 13,500 150 16,000 n.a.

35 4,600 131 16,000 n.a.

Vapor de sódio de alta 400 48,000 120 26,000 23


pressão

150 15,000 100 26,000 23

70 5,600 80 26,000 23

Vapor de sódio de alta 400 39,000 98 26,000 60


pressão (Deluxe)

150 12,500 83 26,000 60

Induction Lamp 150 12,000 80 60,000 85


(Endura)

Vapor metálico 400 31,000 78 15,000 90

250 19,000 76 15,000 90

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150 10,500 70 9,000 85

Sodium-xenon (DSX-2) 77/501 5,700/2,9001 74/581 15,000 50

55/331 3,600/2,0001 65/611 5,000 45

Sodium-xenon (DSX) 80 4,500 56 7,500 85

Fluorescentes de alta 70 6,550 94 18,000/15,0003 85


Eficiência

58 5,200 90 18,000/15,0003 85

36 3,250 90 18,000/15,0003 85

Fluorescentes comuns 5,700 76 9,000 67

65 4,850 75 9,000 67

40 2,950 74 9,000 67

Fluorescentes 20 1,200 60 10,000 85


Compactas

11 600 55 10,000 85

7 400 57 10,000 85

Vapor de mercúrio de 400 22,000 55 24,000 44


alta pressão

250 13,000 52 24,000 46

125 6,200 50 24,000 49

Mista 250 5,600 22 9,000 68

halógena 500 9,500 19 2,000 100

300 5,000 17 2,000 100

100 1,650 17 2,000 100

incandescentes 100 1,290 13 1,000 100

60 680 11 1,000 100

40 400 10 1,000 100

Tab. 05 - Tabela comparativa entre tipos de lâmpadas do catálogo das OSRAM de 1997. Fonte COOK ( 2000)

3.3 LEDs (Light Emitting Dioce – Díodo Emissor de Luz)

O mercado da iluminação, está passando por mais uma revolução no que se refere à
forma de emissão da luz eléctrica, possibilitando novas aplicações e novas maneiras de
iluminar ambientes e objetos com a tecnologia LED. Começaram a ser produzidos em
1997, e até pouco tempo, só eram utilizados como sinalizadores de equipamentos
eletrônicos, como calculadoras, computadores e televisores.
Atualmente, face à evolução tecnológica, com o aumento de seu fluxo luminoso e a
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descoberta da tecnologia para emissão de luz branca, tornou-se possível sua utilização
para substituir as lâmpadas tradicionais em muitos usos.
São diodos emissores de luz (LEDs) ou seja, são componentes semicondutores que
convertem corrente elétrica em luz.

Vantagens dos LEDs, relativamente às restantes fontes de luz:


Maior vida útil (100.000 horas) e consequente baixa manutenção; Baixo consumo
(relativamente às lâmpadas de incandescência) e uma eficiência energética (em torno de
50 lúmen/Watt); Não emitem luz ultra-violeta (sendo ideais para aplicações onde este
tipo de radiação é indesejada. Como por exemplo, quadros e obras de arte; Não emitem
radiação infravermelha, fazendo por isso que o feixe luminoso seja
frio. Pequena dissipação de calor. Resistência a impactos e
vibrações: Utiliza tecnologia de estado sólido, portanto, sem
filamentos e sem vidro, aumentando a sua robustez.

Desvantagens dos leds, relativamente às restantes fontes de luz:


Custo de aquisição ainda elevado;

Benefícios
- Proporciona novas possibilidades de design, graças a variedade de cores.
- Solução econômica de longa durabilidade.
- Redução drástica da necessidade de manutenção, permitindo instalação em locais de
difícil acesso.
- Na substituição de iluminação a néon, que são de caríssima manutenção e perigosos
por sua tensão e frequência.
- O limite de aplicação dos Leds são os da imaginação e criatividade do profissional de
luz. Onde se colocava uma luminária com lâmpada incandescente de 40w agora pode se
instalar um módulo de Led de 1w de potência apenas, podendo-se então sentir a grande
economia de energia, que aliada á incompatível redução do tamanho da fonte de luz,
torna o Led a pequena maravilha da iluminação (SILVA, 2004).

3.3 Fibra ótica


Não é uma lâmpada, é um pedaço de vidro ou de materiais polímeros com capacidade
de transmitir luz.
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A transmissão da luz pela fibra segue um princípio único, independentemente do


material usado ou da aplicação: é lançado um feixe de luz numa extremidade da fibra e,
pelas características ópticas do meio (fibra), esse feixe percorre a fibra por meio de
reflexões sucessivas. Utilizada para a Iluminação de Piscinas, Céu Estrelado, Cortinas
Luminosas, Lustres com Cristais e Chão de Estrelas. Para estas aplicações utilizam-se
cabos de fibra ótica (8mm, 12mm e 17mm), fios de fibra ótica (0,50mm; 0,75mm;
1,00mm e 1,50mm). Para acender a fibra ótica utilizam-se os projetores de luz (75w,
150w e 250w).A fibra ótica oferece segurança e produz o efeito mudança de cores
dentro da água.

4. REATORES
Os reatores são equipamentos necessários ao funcionamento das lâmpadas de
descarga, com exceção às de Luz Mista. Tem a finalidade de proporcionar as condições
de partida (ignição) e controle e estabilização da corrente de circuito. Classificam-se pelo
Fator de potência (FP) e distorção harmônica. (MORILLO, 2002).

O fluxo luminoso total emitido pelas lâmpadas de descarga depende do desempenho


do reator que é chamado de fator de fluxo luminoso (Ballast Factor), que é a
razão entre o fluxo luminoso obtido pelo fluxo luminoso nominal.

Existem dois tipos de reatores: eletromagnéticos e eletrônicos. Segundo COOK


(1998), os reatores eletrônicos possuem as seguintes vantagens em relação aos
eletromagnéticos:
• redução de 20 a 30% no consumo de energia se comparados aos eletromagnéticos
• aumentam em 50% a longevidade das lâmpadas
• menor nível de ruído
• fator de potência de 0.95 a 0.99
• ausência do efeito estroboscópico
• baixas distorções hamônicas

A desvantagem dos reatores eletrônicos em relação aos eletromagnéticos é o alto custo inicial.

BIBLIOGRAFIA DE REFERÊNCIA

ABNT (1991). NB 57. Iluminância de Interiores. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Rio
de Janeiro. 6p.

COOK, Brian (1998). High-Efficient Liighting in Industry and Commercial Buildings. Power Engineering
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