Você está na página 1de 11

Universidade Federal do Maranhão

Centro de Ciências Exatas e Tecnologia


Departamento de Fı́sica
Resolução da 2a avaliação de Fı́sica Matemática 1
Aluna: Ana Beatriz Aranha Rodrigues
2019.1

Questão 13.1.6:
O comportamento assintótico do polinômio de Hermite garante que uma função f (x),
bem definida no intervalo (−∞, +∞), possa ser expandida em uma série desses polinômios:

X
f (x) = Cn Hn (x) (1)
n=0
2
multiplicando ambos lados da expansão por e−x Hm e integrando-os podemos encontrar, a
partir do fator de normalização, os coeficientes Cn .
Z ∞ ∞ Z ∞
−x2 2
X
e f (x)Hm (x)dx = Cn e−x Hn (x)Hm (x)dx (2)
−∞ n=0 −∞

Usando a relação de ortogonalidade (35) :


Z ∞
1 2
Cn = n √ e−x f (x)Hn (x)dx (3)
2 n! π −∞

a) Seja o polinômio de Hermite de ordem par (2n), é possı́vel expandir a função f (x) = x2r

por:
r
X
x2r = C2n H2n (x) (4)
n=0

com os coeficientes sendo definidos, como expresso em (3), por:

Z ∞
1 2
C2n = 2n √ e−x x2r H2n (x)dx (5)
2 (2n)! π −∞

2 d2n −x2
reformulando a fórmula de Rodriguez para polinômios de ordem par H2n (x) = (−1)2n ex dx2n
e
e integrando por partes n vezes depois, temos por indução matemática:

Z ∞ 2n
1 2 2 d 2
C2n = 2n √ e−x x2r (−1)2n ex 2n
e−x (x)dx
2 (2n)! π −∞ dx
Z ∞ 2n
1 d 2
= 2n √ x2r 2n e−x dx
2 (2n)! π −∞ dx
Z ∞
1 (2r)! 2
= 2n √ · x2r−2n e−x dx (6)
2 (2n)! π (2r − 2n)! −∞

Usando a definição de função Gamma, Re(x) > 0

1
Z ∞
Γ(x) = e−t tx−t dt (7)
0

Fazemos a substituição x2 = t (dx = 21 t−1/2 dt)e podemos reescrever a integral (6) no


formato da função (7):

Z ∞ Z ∞
2r−2n −x2 1
x e dx = 2 tr−n e−t t−1/2 dt
−∞ 2
Z ∞0  
(r−n)−1/2 −t 1 1
= t e dt Assim : z − 1 = (r − n) − → z = (r − n) +
0 2 2
 
1
= Γ r−n+ (8)
2
Uma vez que r e n são números inteiros, podemos usar a seguinte relação da função
Gamma:


m 2(1−m) (m − 1)! π
Γ = (9)
2 ( m−1
2
)!

Assim, os coeficientes ficam:


1 (2r)! 1
Cn = √ · · Γ(r − n + )
π (2r − 2n)!
22n (2n)! 2
(2n−2r)

1 (2r)! 2 (2r − 2n)! π
= 2n √ · · )
2 (2n)! π (2r − 2n)! (r − n)!
(2r)!
= 2r (10)
2 (2n)!(r − n)!

Substituindo (10) em (4) obtemos a expansão da função em uma série de polinômios de


Hermite:
r
2r (2r)! X H2n (x)
x = 2r (11)
2 n=0 (2n)!(r − n)!

b) Seja o polinômio de Hermite de ordem ı́mpar (2n + 1), é possı́vel expandir a função
f (x) = x2r+1 por:
r
X
2r+1
x = C2n+1 H2n+1 (x) (12)
n=0

com os coeficientes sendo definidos, como expresso em (3), por:

Z ∞
1 2
C2n+1 = 2n+1 √ e−x x2r+1 H2n+1 (x)dx (13)
2 (2n + 1)! π −∞

2 2n+1 2
d −x
A fórmula de Rodriguez para polinômios de ordem par H2n+1 (x) = (−1)2n+1 ex dx 2n+1 e .
Substituindo-a e integrando por partes n vezes depois, temos por indução matemática:

2
Z ∞ 2n+1
1 2 2 d −x2
C2n+1 = 2n+1 √ e−x x2r+1 (−1)2n+1 ex e dx
2 (2n + 1)! π −∞ dx2n+1
Z ∞
−1 d2n+1 2
C2n+1 = 2n+1 √ x2r+1 2n+1 e−x dx (14)
2 (2n + 1)! π −∞ dx

Se integrarmos por partes a integral que aparece em (14) teremos:


Z ∞ 2n+1 Z ∞ 2n
2r+1 d −x2 2r d 2
x 2n+1
e dx = −(2r + 1) x 2n
e−x dx (15)
−∞ dx −∞ dx
Substituindo a mesma dedução usada em (6):

∞ Z ∞
d2n+1 −x2
Z
(2r)! 2
x 2r+1
2n+1
e dx = −(2r + 1) x2r−2n e−x dx
−∞ dx (2r − 2n)! −∞
(2r)! 1
= −(2r + 1) · Γ(r − n + )
(2r − 2n)! 2
2n−2r

(2r)! 2 (2r − 2n)! π
= −(2r + 1) ·
(2r − 2n)! (r − n)!
2n−2r

−(2r + 1)(2r)!2 π
= (16)
(r − n)!

Substituindo o resultado de (16) em (14) :


1 (2r + 1)(2r)!22n−2r π
C2n+1 = 2n+1 √ ·
2 (2n + 1)! π (r − n)!
(2r + 1)(2r)!
= 2r+1 (17)
2 (2n + 1)!(r − n)!

Assim, substituindo (17) em (12) encontramos:


r
2r+1 (2r + 1)! X H2n+1 (x)
x = 2r+1
(18)
2 n=0
(2n + 1)!(r − n)!

Questão 13.1.7: a) Para encontrar a solução da integral:


Z ∞
2
e−x /2 Hn (x)dx (19)
−∞
2 P∞ Hn (x) n
vamos usar a função geratriz GH = e2tx−t = n=0 n!
t para obtê-la:
∞ ∞ ∞
tn
Z Z
−x2 /2 2 /2 2
X
e Hn (x)dx = e−x e2tx−t dx (20)
n=0
n! −∞ −∞

Organizando e completando o lado direito da expressão acima, temos:

3
∞ ∞ ∞
tn
Z Z
(4tx−2t2 −x2 )
−x2 /2
X
e Hn (x)dx = e 2 dx
n=0
n! −∞ −∞
Z ∞
(4tx−2t2 −x2 )+2t2 −2t2
= e 2 dx
Z−∞

−(x−2t)2 +2t2
= e 2 dx (21)
−∞

Fazendo a substituição y = x − 2t → dx = dy teremos:

∞ ∞ ∞
tn
Z Z
−y 2 +2t2
−x2 /2
X
e Hn (x)dx = e 2 dy
n=0
n! −∞ −∞
Z ∞
−y 2
t2
= e e 2 dy
−∞
2 √
= et 2π (22)
2 P∞ t2n
Separando os termos pares e ı́mpares do polinômio Hn e expressando et = n=0 n!
teremos:

∞ ∞ ∞ 2n
X t2n
Z ∞
−x2 /2
X t2n+1
Z ∞
−x2 /2
√ X t
e H2n (x)dx + e H2n+1 (x)dx = 2π (23)
n=0
(2n)! −∞ n=0
(2n + 1)! −∞ n=0
n!

Comparando os termos que acompanham ∞ 2n


e ∞ 2n+1
P P
n=0 t n=0 t no lado direito e es-
querdo da equação,
P∞ 2n+1 encontramos que, para n = 2n + 1, ou seja, n ı́mpar, o termo que
acompanha n=0 t é zero.
Para n par, teremos:

1
Z ∞
2 √ 1
e−x /2 H2n (x)dx = 2π
(2n)! −∞ n!
Z ∞ √
2 2π(2n)!
e−x /2 H2n (x)dx = (24)
−∞ n!

b) De maneira semelhante ao item anterior, para encontrar a solução da integral:


Z ∞
2
xe−x /2 Hn (x)dx (25)
−∞
2 P∞ Hn (x) n
vamos usar a função geratriz GH = e2tx−t = n=0 n!
t e completar o quadrado do
mesmo jeito que anteriormente:

∞ ∞ ∞
tn
Z Z
−x2 /2 2 /2−t2 +2tx
X
xe Hn (x)dx = xe−x dx
n=0
n! −∞ −∞
Z ∞
−(x−2t)2
+t2
= xe 2 dx (26)
−∞

4
Agora, recorrendo à substituição y = x−2t → dx = dy, destacando, agora, que x = y +2t
também será substituı́do na expressão.

∞ ∞ ∞
tn
Z Z
−y 2
−x2 /2 t2
X
xe Hn (x)dx = e (y + 2t)e 2 dy
n=0
n! −∞ −∞
Z ∞ Z ∞
−y 2 −y 2
t2 t2
= e ye 2 dy + e 2te 2 dy (27)
−∞ −∞

Observando que a primeira integral do termo da direita será igual a zero, restará a
igualdade:

∞ ∞ ∞
tn
Z Z
−y 2
−x2 /2 t2
X
xe Hn (x)dx = 2te e 2 dy
n=0
n! −∞ −∞
2√
= 2tet 2π
∞ 2n ∞
√ X t √ X 2t2n+1
= 2t π = 2π (28)
n=0
n! n=0
n!

Separando o Hn em polinômios pares e ı́mpares a equação (28) fica:

∞ ∞ ∞
X t2n ∞ −x2 /2
Z X t2n+1
Z ∞
−x2 /2
√ X 2t2n+1
xe H2n (x)dx + xe H2n+1 (x)dx = 2π (29)
n=0
2n! −∞ n=0
2n + 1! −∞ n=0
n!

Comparando os termos que acompanham ∞ 2n


e ∞ 2n+1
P P
n=0 t n=0 t no lado direito e es-
querdo
P∞ 2n da equação, encontramos que, para n = 2n, ou seja, n par, o termo que acompanha
n=0 t é zero.
Para n ı́mpar, teremos:
Z ∞

−x2 /2 2 2π(2n + 1)!
xe H2n+1 (x)dx = (30)
−∞ n!
Questão 13.1.8:
Para demonstrar que :
Z ∞
2
xm e−x Hn (x)dx = 0 para m inteiro e 0 ≤ m ≤ (n − 1) (31)
−∞

podemos expandir a função f (x) = xm em série de polinômios de Hermite :


( (2r)! Pr H2n (x)
m 22r n=0 (2n)!(r−n)! , se m for par
x = (2r+1)! Pr H2n+1 (x) (32)
22r+1 n=0 (2n+1)!(r−n)! , se m for impar
Substituindo ambos cados na integral (31) nota-se que cairá no caso de ortogonalidade
(35) com sendo Hn 6= H2n e Hn 6= H2n+1 , portanto, comprovado que será igual à zero.
Questão 13.1.9:
A probabilidade de transição entre dois estados de oscilador m e n é dada por:
Z ∞
2
e−x xHn (x)Hm (x)dx. (33)
−∞

5
Substituindo a fórmula de recorrência 2xHn (x) = 2nHn−1 (x) + Hn+1 (x):

Z ∞ Z ∞
−x2 2 1
e xHn (x)Hm (x)dx = e−x Hm (x)(nHn−1 (x) + Hn+1 (x))dx (34)
−∞ −∞ 2
Z ∞
1 ∞ −x2
Z
−x2
= n e Hm (x)Hn−1 (x) + e Hm (x)Hn+1 (x))dx
−∞ 2 −∞
Observando o resultado como a soma de duas integrais semelhantes à relação de ortogo-
nalidade
Z ∞
2 √
e−x Hn (x)Hm (x)dx = 2n n! πδn,m , (35)
−∞

podemos reescrever a equação (35) encontrando como probabilidade de transição:

Z ∞ √ √
2 1
e−x xHn (x)Hm (x)dx = n(2n−1 (n − 1)! πδm,n−1 ) + (2n+1 (n + 1)! πδm,n+1 )
−∞ 2
√ √
= (2n−1 n! πδm,n−1 ) + (2n (n + 1)! πδm,n+1 ) . (36)

Questão 13.1.10:
O cálculo do deslocamento médio quadrático do oscilador quântico é dado por:
Z ∞
2
e−x x2 Hn (x)Hn (x)dx. (37)
−∞

Substituindo xHn (x) pela relação de recorrência 2xHn (x) = 2nHn−1 (x)+Hn+1 (x) têm-se:

Z ∞ Z ∞  2
−x2 2 −x2 1
e (xHn (x)) dx = e nHn−1 (x) + Hn+1 (x) dx
−∞ −∞ 2
Z ∞ Z ∞
−x2 2
= n 2 2
e (Hn−1 (x)) dx + 2n e−x (Hn−1 (x)Hn+1 (x))dx
Z −∞

−∞
1 2
+ e−x (Hn+1 (x))2 dx. (38)
4 −∞
O segundo
R ∞ termo
2 √ é zerado, uma vez que n + 1 6= n − 1, e substituindo
da expressão acima
a relação −∞ e−x (Hn (x))2 dx = 2n n! π obtemos:

Z ∞ √ √
2 1
e−x (xHn (x))2 dx = n2 2n−1 (n − 1)! π + 2n+1 (n + 1)! π
−∞ 4
n −1
√ √
= n2 2 πn! + (n + 1)2n 2−1 n! π
√ 1
= n!2n π(n + ) (39)
2
Questão 13.1.11:
Para avaliar
Z ∞
2
e−x x2 Hn (x)Hm (x)2 d (40)
−∞

6
em termos de n e m e das funções delta de Kronecker adequadas vamos reescrevê-la usando
a relação de recorrência 2xHn (x) = 2nHn−1 (x) + Hn+1 (x):

Z ∞ Z ∞  
−x2 2 1 −x2
e x Hn (x)Hm (x)dx = e xHm (x) nHn−1 (x) + Hn+1 (x) dx (41)
−∞ −∞ 2
Z ∞
1 ∞ −x2
Z
−x2
= n e xHm (x)Hn−1 (x)dx + e xHm (x)Hn+1 (x)dx.
−∞ 2 −∞
Utilizando a mesma relação de recorrência agora para Hn−1 e Hn+1 :

∞ ∞
1 ∞ −x2
Z  Z Z 
−x2 2 −x2
e x Hn (x)Hm (x)dx = n (n − 1) e Hn−2 (x)Hm (x)dx + e Hn (x)Hm (x)dx
−∞ −∞ 2 −∞
Z ∞
1 ∞ −x2
 Z 
1 −x2
+ (n + 1) e Hn (x)Hm (x)dx + e Hn+2 (x)Hm (x)dx
2 −∞ 2 −∞
Z ∞
2
= n(n − 1) e−x Hn−2 (x)Hm (x)dx +
Z−∞
(2n + 1) ∞ −x2
+ e Hn (x)Hm (x)dx +
2 −∞
1 ∞ −x2
Z
+ e Hn+2 (x)Hm (x)dx (42)
4 −∞
Usando a solução de ortogonalidade para o polinômio de Hermite:

∞ √ (2n + 1) n √
Z
2
e−x x2 Hn (x)Hm (x)dx = n(n − 1)2n−2 (n − 2)! πδm,n−2 + n n! πδn,m
−∞ 2
1 √
+ 2 2n+2 (n + 2)! πδm,n+2 (43)
2
√ √ √
= 2n−2 n! πδm,n−2 + 2n−1 n! πδn,m + 2n (n + 2)! πδm,n+2

Questão 13.1.12:
Para chegar na relação:
(
Z ∞
−x2 0 , se p > r
xr e Hn (x)Hn+p (x)dx = n
√ (44)
−∞ 2 π(n + r)! , se p = r
podemos observar que o termo xr Hn gera um conjunto de polinômios de Hermite, anali-
sando o caso r = 3 e substituindo xHn (x) = nHn−1 (x) + 21 Hn+1 :

Z ∞ Z ∞
3 −x2 2 1
xe Hn (x)Hn+p (x)dx = x2 e−x [nHn−1 (x) + Hn+1 (x)]Hn+p (x)dx (45)
−∞ −∞ 2
Z ∞
1 ∞ 2 −x2
Z
2 −x2
= n x e Hn−1 (x)Hn+p (x) + x e Hn+1 (x)Hn+p (x)dx
−∞ 2 −∞

Substituindo agora xHn−1 (x) = (n − 1)Hn−2 (x) + 21 Hn (x) e xHn+1 (x) = (n + 1)Hn (x) +
1
H (x) e no resultado substituir também xHn−2 (x) = (n − 2)Hn−3 (x) + 12 Hn−1 (x) e
2 n+2
xHn+2 (x) = (n + 2)Hn+1 (x) + 21 Hn+3 (x) é possı́vel encontrar a relação:

7
Z ∞ Z ∞
r −x2 2
xe Hn (x)Hn+p (x)dx = n(n − 1)(n − 2)...(n − r + 1) e−x Hn (x)Hn+p (x)dx (46)
−∞ −∞
Z ∞ ∞ Z ∞
−x2
X 1 2
+ e Hn+p (x) (KHn−q (x))dx + r e−x Hn+p (x)Hn+r (x)dx
−∞ n=0
2 −∞

Para p > r teremos que as integrais serão no formato de ortogonalidade, sendo igual a
zero. Quando n = r o último
√ termo, integral que é multiplicada por 21r , sobrará, de modo
que sua solução será: 2n π(n + r)!. confirmando a equação (44).

Questão 13.1.14:
Aplicando o operador não hermitiano de aniquilação
 
1 d
â ≡ √ x + (47)
2 dx
à função

2 /2 Hn (x)
ψn (x) = e−x (48)
(2 n!π 1/2 )1/2
n

obtêm-se a seguinte relação por distribuição e regra do produto da diferenciação:

    
1 d 1 1 
−x2 /2 −x2 /2 0
√ x+ ψn (x) = √ xψn (x) + −xe Hn (x) + e Hn (x) .
2 dx 2 (2n n!π 1/2 )1/2
(49)
0
Substituindo a relação de recorrência 2nHn−1(x) = Hn (x) (resultado da diferenciação em
relação à x da função geratriz dos polinômios de Hermite) a expressão (49) fica:

( " 2
#)
e−x /2
 
1 d 1
√ x+ ψn (x) = √ xψn (x) + (−xHn (x) + 2nHn−1 (x))
2 dx 2 (2n n!π 1/2 )1/2
2
!
1 ne−x /2 Hn−1 (x)
= √ xψn (x) − xψn (x) + n−2
2 (2 n(n − 1)!π 1/2 )1/2

= n1/2 ψn−1 (x) . (50)

Agora, aplicando à mesma função (48) o operador de elevação


 
† 1 d
â ≡ √ x − (51)
2 dx
obtêm-se de maneira semelhante:

( " 2
#)
e−x /2
 
1 d 1
√ x− ψn (x) = √ xψn (x) − (−xHn (x) + Hn0 (x)) . (52)
2 dx 2 (2n n!π 1/2 )1/2

Substituindo a mesma relação de recorrência usada anteriormente:

8
( " 2
#)
e−x /2
 
1 d 1 −x2 /2 Hn (x)
√ x− ψn (x) = √ xe − (−xHn (x) + 2nHn−1 (x))
2 dx 2 (2n n!π 1/2 )1/2 (2n n!π 1/2 )1/2
" 2
#
1 e−x /2
= √ (2xHn (x) − 2nHn−1 (x)) . (53)
2 (2n n!π 1/2 )1/2

Agora substituindo a outra relação de recorrência 2xHn (x) = 2nHn−1 (x) + Hn+1 (x)
(resultado da diferenciação em relação à t da função geratriz dos polinômios de Hermite) e
multiplicando e dividindo por (n + 1)1/2 :

" 2
#
e−x /2 (n + 1)1/2
 
1 d 1
√ x− ψn (x) = √ (Hn+1 )
2 dx 2 (2n (n + 1)!π 1/2 )1/2
= (n + 1)1/2 ψn+1 (x) . (54)

Questão 13.1.15:
a) Seja o operador:
d 2 d 2
] = −ex /2 [e−x /2 ]
[x − (55)
dx dx
para verificar a identidade deste operador, aplicamos ambos membros a uma função arbitrária
f (x) e identificamos se é encontrado o mesmo resultado.

d 2 d 2
[x − ]f (x) = −ex /2 [e−x /2 f (x)]
dx dx
x2 /2 2 2
xf (x) − f (x) = −e (−xe−x /2 f (x) + e−x /2 f 0 (x))
0
2 /2−x2 /2 2 /2−x2 /2
= ex xf (x) − ex f 0 (x)
= xf (x) − f 0 (x) (56)

b)
Como visto na questão 13.1.14 , a† ψn (x) = (n + 1)1/2 ψn+1 (x) , de modo que

a† ψ0 (x) = (1)1/2 ψ1 (x). (57)


Se continuarmos a aplicar o operador a† n vezes em ψ0 relacionando-o com a aplicação
n-1, observamos a relação:

(a† )2 ψ0 (x) = (1 · 2)1/2 ψ2 (x)


(a† )3 ψ0 (x) = (1 · 2 · 3)1/2 ψ3 (x)
(a† )4 ψ0 (x) = (1 · 2 · 3 · 4)1/2 ψ4 (x)
...
† n
(a ) ψ0 (x) = (n!)1/2 ψn (x) (58)

Sabendo que

9
2
e−x H0 (x)
ψ0 (x) = √ , uma vez que H0 (x) = 1
(2n n! π)1/2
2
e−x
= (59)
π 1/4
substituindo o operador a† e ψ0 (x) em (58) encontramos a função ψn como:

 n
1/2 −n/2 d 2
ψn (n!) 2 = x− e−x /2 π −1/4
dx
 n
−1/2 d 2
1/2 n
ψn = (π 2 n!) x− e−x /2 (60)
dx

Questão 13.1.16:
a) Seja a equação do oscilador simples:

d2
ψ(x) + (λ − x2 )ψ(x) = 0
dx2
d2
− 2 ψ(x) + x2 ψ(x) = −λψ(x) (61)
dx
2E
Uma vez que λ = podemos reescrever (61) no formato Ĥψ(x) = Eψ(x) :
h̄ω

d2
 
1 2 E
x − 2 ψ(x) = ψ(x) (62)
2 dx h̄ω
assim, o hamiltoniano pode ser expresso como:

d2
    
1 2 1 d d
Ĥ = x − 2 = x+ x− (63)
2 dx 2 dx dx
Podemos observar que o Hamiltoniano possui termos semelhantes aos operadores (47) e
(51), de modo que podemos expressá-lo em termos destes. No entanto, operadores em geral
não comutam, ou seja, â↠6= ↠â, de modo que o produto destes apresentará um termo extra
chamado comutador, que é definido como: comutador de A · B = [A, B] = AB − BA.
Deste modo podemos expressar:

   
† 1 d 1 d
ââ = √ x + √ x− + [â, ↠] (64)
2 dx 2 dx
   
† 1 d 1 d
â â = √ x − √ x+ + [↠, â] (65)
2 dx 2 dx
Somando as equações acima, teremos:

  
† † d d
(ââ + â â) = x+ x− + (â↠− ↠â) + (↠â − â↠)
dx dx
  
† † d d
(ââ + â â) = x+ x− (66)
dx dx

10
Portanto, substituindo (66) em (63) teremos:

1
Ĥ = (â↠+ ↠â) (67)
2
b)
O hamiltoniano do item anterior pode ser expresso também por:
 
† 1
Ĥ = h̄ω â â + (68)
2
Se aplicarmos os operadores de criação e aniquilação podemos observar que cada nivel
de energia aumentará ou irá diminuir n vezes h̄ω, visto que:

 
† † 1
Ĥ(â ) = h̄ω â â +
2
 
† † 1 †
= h̄ω â ââ + â
2
 
† † 1
= â h̄ω â â +
2
= ↠(Ĥ + h̄ω) = ↠(E + h̄ω)ψ = (Ĥ + h̄ω) = ↠(E + h̄ω)(↠ψ) (69)

De modo semelhante encontramos:

Ĥ(â) = (E − h̄ω)(âψ) (70)

observando a energia do estado fundamental E0 = 21 h̄ω podemos definir:


 
1
Ĥψ(x) = n + ψ(x) (71)
2

11

Você também pode gostar