Você está na página 1de 33

FISIOLOGIA DE ANIMAIS

DOMÉSTICOS

FISIOLOGIA
RESPIRATÓRIA

Medicina Veterinária
Profa. Dra. Mirela Barros Dias

CALENDÁRIO:
- 09/05: Organização Morfofuncional do Sistema
Respiratório e Mecânica Ventilatória
- 10/05: Mecânica Ventilatória
- 16/05: Circulação Pulmonar e Trocas Gasosas
- 17/05: -
- 23 e 24/05: SINTA
- 30/05: Transporte de gases e controle da ventilação
- 31/05: Equilíbrio Ácido-Básico
- 06/06: Exercícios?
- 07/06: PROVA
AULA 1

Organização Morfofuncional do
Sistema Respiratório e
Mecânica Ventilatória
RESPIRAÇÃO

Troca de gases (O2 e CO2) entre o


ambiente externo e o sangue.

O sangue que sai dos pulmões deve estar adequadamente e


eficientemente oxigenado.

A taxa metabólica do animal determina o consumo de O2 e a produção


de CO2.

TAXA METABÓLICA X MASSA CORPÓREA

Variação inter-específica em mamíferos


Log Taxa metabólica específica (ml O2/g.h)

Log Massa corpórea (g)


REGRA DE SUPERFÍCIE DE RUBNER

Um cão menor tem uma superfície corpórea maior, em


relação à massa, que um cão grande!

Mas cães pequenos e grandes devem


manter a mesma temperatura corpórea!

Como os cães pequenos perdem calor a


uma taxa mais alta (graças à sua superfície
relativa maior), eles devem produzir uma
quantidade maior de calor por unidade de
massa!

RESPIRAÇÃO

• FUNÇÕES DO SISTEMA RESPIRATÓRIO:


- Obtenção de O2 do ambiente externo para suprir as células
- Remoção de CO2 produzido pelo metabolismo celular
- Equilíbrio Ácido-Base
- Termorregulação
- Mecanismos de defesa pulmonar
- Funções metabólicas (síntese de fosfolipídeos, proteínas, metabolismo de
substâncias vasoativas, etc)
RESPIRAÇÃO INCLUI 3 ASPECTOS:

O2

CO2

ESTRUTURA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO


ESTRUTURA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO

felino
canino

equino

ESTRUTURA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO


ESTRUTURA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO

tórax pulmões

Amigos (“quase”) inseparáveis

ESTRUTURA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO


ESTRUTURA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO

Espaço
intrapleural

ESTRUTURA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO

No homem: 24 ramificações
No cavalo: 40 ou mais
AS VIAS AÉREAS RESPIRATÓRIAS

1) Conduzir o ar;
2) Aquecer e umidificar o ar;
3) Filtrar e limpar o ar

ZONA DE CONDUÇÃO ou
ESPAÇO MORTO ANATÔMICO
(não há trocas gasosas)

ZONA RESPIRATÓRIA
(região de troca gasosa)

ESTRUTURA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO

Epitélio Ciliar = muco + solução salina

Vias aéreas superiores = 100%


remoção das partículas até 10µm
e 80% até 5µm.

Tilley et al, Annu Rev Physiol 2015; 77:379-406.


LIMPEZA DAS VIAS AÉREAS

- Células caliciformes e glândulas submucosas das VVAAs secretam o muco que


aprisiona partículas presentes no ar inspirado.
- O muco com as partículas aprisionadas são “varridos” das VVAAs pelos cílios até
a faringe onde são deglutidos ou expelidos através da tosse.

ESTRUTURA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO

DEPURAÇÃO DO TRATO
RESPIRATÓRIO SUPERIOR

Velocidade de transporte do
fluido mucinoso = 15mm/min.

Reflexo da tosse = eficaz na


eliminação dos exsudatos e
secreções.
ESTRUTURA DAS VIAS AÉREAS

ESTRUTURA DAS VIAS AÉREAS


FATORES QUE INFLUENCIAM O TÔNUS DA MUSCULATURA LISA AÉREA

M1=contração
Ativação musculatura lisa
parassimpática
M3=secreção
glandular

Principalmente β2 = relaxa
adrenalina musculatura lisa
α1 = inibe secreção
glandular

Ativação
simpática
PROPRIEDADES DAS VIAS AÉREAS RESPIRATÓRIAS
Zona de condução
respiratória

Bronquíolos
respiratórios
Zona

Ductos
alveolares
4.3
“Efeito funil”

MICRO-ANATOMIA

airway
MICRO-ANATOMIA

airway

alveoli

MICRO-ANATOMIA

Alvéolos
300 milhões de
alvéolos (~50-
µm
100µ
de diâmetro)

Alvéolos

Capilares

INTERIOR DE UM ALVÉOLO

Ducto alveolar
macrófago

Superfície alveolar
10µm
ESTRUTURA ALVEOLAR

ESTRUTURA ALVEOLAR

Poro de
Kohn
BARREIRA ALVÉOLO-CAPILAR

Endotélio
Capilar
Hemácia

0,3 µm
Interstício
Epitélio
Alveolar

CIRCULAÇÃO PULMONAR

Pulmão

Capilares

Capilares

Artérias Pulmonares
Veias Pulmonares
VD
CAPILARIZAÇÃO DO ALVÉOLO PULMONAR

CIRCULAÇÃO BRÔNQUICA
Fornece sangue oxigenado da aorta ao tecido pulmonar suprindo os componentes
extra-alveolares do pulmão. Origem: A. intercostais e aorta torácica. Drenam:
Principalmente na circulação pulmonar.

Linfáticos (fluxo < 0.5mL/min)


Brônquio

Artéria Brônquica

Artéria Pulmonar

Linfáticos
Microscopia eletrônica de varredura do molde de uma rede
capilar alveolar (ACM). A/V = grande vaso sanguíneo
(arteríola ou vênula)

CAPILARIZAÇÃO DO ALVÉOLO PULMONAR


µm, apenas suficiente para a
O diâmetro de um capilar é de cerca de 10µ
passagem de um eritrócito por vez! Cada eritrócito leva cerca de 0.75 seg
para passar pela parede alveolar.

Hemácias

Alvéolos
MÚSCULOS INSPIRATÓRIOS

1) Diafragma - o principal músculo


da respiração
Invervação: n. frênico (C3-5)
Inserção: esterno,
últimas costelas e vértebras lombares

Diafragma canino Diafragma equino

MÚSCULOS INSPIRATÓRIOS

2) Músculos intercostais externos


Origem: costelas 1 - 12
Inserção: costelas 2 - 13
Invervação: n. intercostais
MOVIMENTOS DA CAIXA TORÁCICA DURANTE A RESPIRAÇÃO

Movimento das costelas:


“movimento de alça de balde”

Upwards
&
Outwards

2.3.

MÚSCULOS ACESSÓRIOS DA INSPIRAÇÃO

(i) Maiores
- Escaleno – eleva as 2 primeiras costelas (inspiração)
- Esternocleidomastoideo – eleva o esterno (inspiração)

escalenos C2 a C7
MÚSCULOS ACESSÓRIOS

(ii) Menores
- Nasais – dilatação das narinas (inspiração)

Camelo

- Diversos músculos da cabeça e pescoço

MÚSCULOS EXPIRATÓRIOS

A expiração normal em repouso é passiva! Exceção: equinos

Expiração forçada: exercício, fase expiratória da tosse ou espirro e em estados


patológicos
MÚSCULOS EXPIRATÓRIOS

1) Músculos Abdominais

2) Músculos
Intercostais internos

O CICLO RESPIRATÓRIO E OS MECANISMOS DA RESPIRAÇÃO

A respiração é cíclica

inspiração expiração
O CICLO RESPIRATÓRIO NO EQUINO

2 fases na inspiração e
2 fases na expiração

O CICLO RESPIRATÓRIO E OS MECANISMOS DA RESPIRAÇÃO

• Volume Corrente (VC ou VT)


é o volume de cada
respiração
• Frequência Respirató
Respiratória (f)
ciclos/min
• Ventilaç
Ventilação-
ão-minuto ou
volume-
volume-minuto = VC x f
mL/min
FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA

FATORES QUE INFLUENCIAM A FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA

1. Espécie
2. Tamanho
3. Idade
4. Exercício
5. Temperatura corporal & ambiental
6. Sono-vigília
7. Gravidez
8. Grau de enchimento do trato digestório
9. Posição
10. Estado de saúde - Febre

OBS: # 7 & 8 limitam o movimento diafragmático


VENTILAÇÃO-MINUTO OU VOLUME-MINUTO

VENTILAÇÃO MINUTO OU VOLUME MINUTO


RESPIRATÓRIO...
é o volume total de ar movimentado para as zonas de
transporte e de trocas gasosas por minuto.

VM = FR X VC

FR= freqüência respiratória


VC = volume corrente

Exemplo:
VM = 10 x 170 ml = 1.700 mL/min

OFEGAÇÃO

Caracterizado por baixo VC e elevada FR.


Exemplo:

Em repouso:
VM = 10 x 170 mL = 1.700 mL/min

Ofegação:
VM = 17 x 100 mL = 1.700 mL/min
CÃES BRAQUICEFÁLICOS

- Cães desta raça podem ter a Síndrome


Respiratória Braquicefálica
- Uma das características: ofegação
ineficiente

VENTILAÇÃO ALVEOLAR

VENTILAÇÃO ALVEOLAR...
É o volume total de ar que alcança a zona de
troca gasosa por minuto.

VA = FR X (VC – VEM)
VM = 10 x (170 – 85) ml = 850 mL/min

FR = freqüência respiratória
VC = Volume corrente
VEM= volume do espaço morto anatômico
MENSURAÇÃO DE VOLUMES PULMONARES COM ESPIRÔMETRO

A espirometria é a medida do ar que entra e sai dos pulmões. É um teste que


auxilia na prevenção e permite o diagnóstico e a quantificação dos distúrbios
ventilatórios.

water

MENSURAÇÃO DE VOLUMES PULMONARES COM ESPIRÔMETRO


VOLUMES E CAPACIDADES PULMONARES

Insp.
Res.
Vol

Exp.
Res.
Vol

VOLUMES E CAPACIDADES PULMONARES

VOLUMES PULMONARES

Volume corrente
(VT ou VC):
volume de ar inspirado e
expirado em cada ciclo
ventilatório normal. A
respiração tranqüila (eupnéia)
Vt Durante o exercício físico este
volume aumenta
drasticamente...
VOLUMES E CAPACIDADES PULMONARES

VOLUMES PULMONARES

Alguns VT ou VC:

Vaca holandesa – 4.23L

Vaca Jersey – 3,42L

Equino –7.5L

Cão grande – 500ml

Frango corte 30ml

VOLUMES E CAPACIDADES PULMONARES

VOLUMES PULMONARES
Volume de reserva
inspiratória (VRI):
VRI
volume de ar que ainda pode
ser inspirado ao final da
inspiração do volume corrente
normal
VOLUMES E CAPACIDADES PULMONARES

VOLUMES PULMONARES

Volume de reserva
expiratória (VRE):
VRE volume de ar que, por meio de
uma expiração forçada, ainda
pode ser exalado ao final da
expiração do volume corrente
normal

VOLUMES E CAPACIDADES PULMONARES

VOLUMES PULMONARES

Volume residual (VR):


volume de ar que permanece nos
pulmões mesmo ao final da mais
VR vigorosa das expirações Não pode
ser medido por espirometria
VOLUMES E CAPACIDADES PULMONARES

CAPACIDADES PULMONARES

Capacidade inspiratória
(CI): VT + VRI
Essa quantidade de ar é aquela
que um animal pode inspirar,
partindo do nível expiratório basal
e enchendo ao máximo os
pulmões.

VOLUMES E CAPACIDADES PULMONARES

CAPACIDADES PULMONARES

Capacidade Residual
Funcional (CRF):
VRE + VR
Essa quantidade de ar é a que permanece
nos pulmões ao final da expiração normal.
Não pode ser calculada por
espirometria
VOLUMES E CAPACIDADES PULMONARES

CAPACIDADES PULMONARES

Capacidade Vital (CV):


VRI + VT + VRE
É a maior quantidade de ar que
um animal pode expelir dos
pulmões após tê-los enchido ao
máximo e, em seguida, expirado
completamente

VOLUMES E CAPACIDADES PULMONARES

CAPACIDADES PULMONARES

Capacidade Pulmonar
Total (CPT):
VRI + VT + VRE + VR
É o maior volume que os pulmões
podem alcançar ao final do maior
esforço inspiratório possível.
VOLUMES E CAPACIDADES PULMONARES

VOLUMES PULMONARES E ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS

enfisema

normal

fibrose

Você também pode gostar