Este texto visa abordar o pensamento sociológico de Anthony Giddens,
para tal, a princípio, buscamos sintetizar aspectos biográficos do autor, para então resumir os principais pontos de convergência e divergência em relação a outras teorias. É importante enfatizar que este texto não tem a pretensão de apresentar todo o pensamento do autor, e nem mesmo aprofundar nas nuances do pensamento do mesmo, mas apresentar uma visão panorâmica que colabore com a apreciação introdutória no pensamento do autor. Giddens decidiu iniciar suas reflexões aprofundando-se no conceito de sociedade, tentando perceber as relações e os interesses cruzados que compunha dentro de uma configuração tempo-espacial. Ele rejeitava a ideia estruturalista social de Durkheim que acredita que a concepção de sociedade está diretamente ligada a coerção. Para o autor, na verdade há um sistema que se autoalimenta simultaneamente com propriedades facilitadoras e coercitivas. E o homem como um agente reflexivo posiciona-se diante da configuração social. Ele mostra que geralmente o uso do termo “sociedade” refere-se a dois sentidos: primeiro, conotação generalizada de interação; segundo, fronteiras que diferem um grupo de outro. Muitas vezes determinados contextos justificam os sistemas intersociais em determinado tempo-espaço. A exemplo dessa discordância com Durkheim, que acreditava que a sociedade é fundada a partir de elementos de coerção, Giddens reflete sobre uma estrutura social complexa, que por um lado é coercitiva, mas por outro lado é facilitadora. Como no caso da aprendizagem da língua nativa. Se tem um aspecto de imposição, há também um aspecto positivo no desenvolvimento das capacidades cognitivas. Sobre isto, reflete o professor Leite (2015): “Quando Durkheim liga externalidade e coerção, reforça uma concepção naturalista da ciência social – ou seja, quis buscar apoio para a ideia de que existem aspectos discerníveis da vida social governados por forças análogas às que operam no mundo material. Giddens fecha o tópico apontando que as coerções são de importância essencial para a teoria da estruturação. Capacidade e restrições de acoplamento, dentro de cenários materiais definidos, criando possíveis formas de atividade para os seres humanos. Contudo, esse fenômeno também possui características facilitadoras de ação.”
Fica claro que as estruturas de coerção, ora também facilitam a prática
social. Para ele, a coerção possui três sentidos: coerção física, de poder e estrutural.
Nação tarja preta: O que há por trás da conduta dos médicos, da dependência dos pacientes e da atuação da indústria farmacêutica (leia também Nação dopamina)