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por
Elaborada por
Pedro Lima Pires
COMISSÃO EXAMINADORA
______________________
João Kaminski Junior, Dr.
(Presidente/Orientador)
______________________
Gerson Moacyr Sisniegas Alva, Dr. (UFSM)
______________________
Talles Augusto Araujo, Me. (UFSM)
RESUMO
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 7
1.1 Histórico ............................................................................................................................. 7
1.2 Justificativa ........................................................................................................................ 9
1.3 Objetivos............................................................................................................................. 9
1.3.1 Objetivo geral ................................................................................................................. 9
1.3.1.1 Objetivos específicos .................................................................................................. 10
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................... 11
2.1 Definição da Alvenaria Estrutural ................................................................................. 11
2.1.1 Classificação ................................................................................................................. 11
2.1.2 Componentes Empregados ........................................................................................... 12
2.1.2.1 Blocos ......................................................................................................................... 12
2.1.2.2 Argamassa .................................................................................................................. 13
2.1.2.3 Graute ......................................................................................................................... 13
2.1.2.4 Armaduras .................................................................................................................. 13
2.1.2.5 Vergas e Contravergas................................................................................................ 14
2.1.2.6 Cintas .......................................................................................................................... 14
2.2 Modulação ........................................................................................................................ 14
2.2.1 Amarração de paredes ................................................................................................... 15
2.3 Concepção estrutural ...................................................................................................... 15
2.3.1 Ações Verticais ............................................................................................................. 16
2.3.1.1 Paredes isoladas .......................................................................................................... 16
2.3.1.2 Grupos isolados de paredes ........................................................................................ 16
2.3.1.3 Grupos de paredes com interação ............................................................................... 17
2.3.2 Ações Horizontais ......................................................................................................... 17
2.4 Capacidade resistente dos elementos estruturais ......................................................... 18
2.4.1 Tensões admissíveis na alvenaria de concreto .............................................................. 18
2.4.2 Compressão simples ..................................................................................................... 19
2.4.2.1 Tensão de compressão admissível.............................................................................. 20
2.4.3 Cisalhamento ................................................................................................................ 20
2.4.4 Flexão Composta .......................................................................................................... 21
2.4.4.1 Verificação da tração admissível ................................................................................ 21
2.4.4.2 Solicitações combinadas............................................................................................. 22
2.4.5 Tensões admissíveis na alvenaria não armada.............................................................. 22
2.4.6 Determinação da resistência do bloco .......................................................................... 23
3 METODOLOGIA .............................................................................................................. 24
3.1 Modulação ........................................................................................................................ 27
3.1.1 Blocos usualmente utilizados ....................................................................................... 27
3.1.2 Projeto Arquitetônico.................................................................................................... 28
3.1.3 Montagem da primeira fiada ......................................................................................... 31
3.1.4 Montagem da segunda fiada e elevações ...................................................................... 33
3.2 Dimensionamento da alvenaria ...................................................................................... 35
3.2.1 Grupo de paredes .......................................................................................................... 36
3.2.2 Paredes resistentes ao vento.......................................................................................... 39
3.2.3 Casos e combinações .................................................................................................... 42
3.2.4 Ações verticais .............................................................................................................. 43
3.2.4.1 Peso próprio das paredes ............................................................................................ 43
3.2.4.2 Lajes ........................................................................................................................... 44
6
1 INTRODUÇÃO
1.1 Histórico
Figura 1 – Coliseo
8
Apesar do uso intenso da alvenaria, apenas no início do século XX, por volta de
1920, começou-se a estudar o assunto com base em princípios científicos e experimentação
laboratorial. Com isso, podem-se desenvolver teorias que fundamentam a arte de se projetar
em alvenaria estrutural de forma racional. A partir daí, edifícios cujas paredes tinham
espessuras exageradas como o Monadnock Building (figura 2), feito em Chicago no final do
século XIX, com paredes de 1,80 m de espessura no térreo não se repetiram e foram
substituídos por edifícios com paredes mais esbeltas, sendo mais econômicos e eficientes.
utilização. Essa técnica tem mostrado várias vantagens tais como: redução de custos,
simplificação de técnicas de execução, menor diversidade de materiais empregados, redução
da mão de obra, rapidez na execução, menor desperdício de materiais, um melhor controle do
processo, entre outros. Isso permite uma melhor penetração no mercado, especialmente junto
às classes média e baixa.
1.2 Justificativa
Nos últimos anos, o interesse pela alvenaria estrutural cresceu de forma notável, em
função disso, optou-se pelo desenvolvimento de um trabalho no qual será feito a descrição do
projeto de um edifício de alvenaria estrutural, a fim de mostrar todos os passos e cuidados a
serem tomados para que o projeto tenha segurança e seja econômico, uma das grandes
vantagens do sistema.
Outro fator determinante foi que, durante o curso de graduação, um projeto de
alvenaria estrutural não foi abordado de forma completa, apenas superficialmente, devido ao
pouco tempo reservado ao assunto na grade curricular do curso. Sendo assim, esse trabalho
servirá para o fortalecimento e ampliação do conhecimento adquirido pelo aluno na área de
alvenaria estrutural.
1.3 Objetivos
Este trabalho tem como objetivo a descrição das etapas de um projeto de um edifício
em alvenaria estrutural a fim de demonstrar quais os procedimentos deverão ser feitos para a
execução de um projeto.
10
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1.1 Classificação
ocorra, não se recomenda o uso de armaduras ativas na estrutura. Em geral, essas são
utilizadas nos prédios de maior altura, onde as ações horizontais oriundas do vento e do
desaprumo possuem um efeito maior sobre a estrutura.
2.1.2.1 Blocos
2.1.2.2 Argamassa
2.1.2.3 Graute
2.1.2.4 Armaduras
2.1.2.6 Cintas
2.2 Modulação
A amarração das paredes consiste num mecanismo que garante a distribuição dos
esforços de uma parede para a outra, reduzindo as tensões em paredes muito carregadas e as
aumentando em outras paredes pouco carregadas, criando-se um estado de uniformização de
tensões, que possibilita a escolha racional da capacidade resistiva do bloco, e contribuindo
para um melhor desempenho estrutural da capacidade resistiva das paredes assim como de
toda a edificação.
Segundo a ABNT NBR-10837 (1989), item 5.4.9, a união e solidarização de paredes
que se cruzam podem ocorrer por um dos seguintes métodos: amarração direta ou amarração
indireta.
A amarração direta é feita através da própria disposição dos blocos nas fiadas, com
50% deles penetrando alternadamente na parede interceptada. Já a amarração indireta consiste
na utilização de barras metálicas convenientemente dispostas ou em forma de treliças
soldadas, que servem para promover a ligação entre paredes que possuírem junta-prumo sem
uma amarração entre as paredes.
De acordo com Camacho (2006) “As ações verticais podem atuar diretamente sobre as
paredes resistentes, ou então sobre as lajes, que trabalhando como placas, as transmitem às
paredes resistentes, que por sua vez irão transmiti-las diretamente às fundações”.
Existem varias formas de determinar a distribuição das cargas verticais. Correa &
Ramalho (2003) citam 3 procedimentos:
Neste sistema, são feitos grupos de paredes que podem ser consideradas totalmente
isoladas. Grupos esses definidos por aberturas como portas e janelas. Segundo Corrêa &
Ramalho (2003) “Neste procedimento consideram-se as cargas totalmente uniformizadas em
cada grupo de paredes. Isso significa que as forças de interação em canto e bordas são
consideradas suficientes para garantir um espelhamento e uniformização total em uma
pequena altura.”
17
Este sistema é semelhante ao grupos isolados de paredes com a diferença que este tem
o adicional de considerar que grupos de paredes tenham interação entre si. Neste
procedimento Correa & Ramalho (2003) recomendam que “seja definida uma taxa de
interação, que representa quanto da diferença de cargas entre grupos que interagem deve ser
uniformizada em cada nível”. Também é importante definir quais paredes interagem entre si,
de forma a obter os resultados mais condizentes com a realidade.
idade na qual a estrutura está submetida ao carregamento total. Quando a resistência básica da
alvenaria for determinada por meio de prismas (f ), deve-se usar prismas construídos com
p
Com base nessas essas informações, pode-se utilizar o conceito da Eficiência, em que
se analisa a relação entre a resistência do prisma e do bloco que a compõe, que é decrita pela
equação 1:
݂
ߟ=
݂ (1)
Em que:
η: Eficiência;
fp : Resistência de prisma;
fb : Resistência de bloco;
De acordo com Correa & Ramalho (2003), os valores de eficiência prisma-bloco, para
a prática corrente no Brasil, variam de 0,5 a 0,9 para blocos de concreto e 0,3 a 0,6 para
cerâmicos. Um fato observado em pesquisas foi quem os blocos de concreto apresentam
maiores valores de eficiência sobre os cerâmicos. Outra relação interessante é que a eficiência
diminui com o aumento da resistência do bloco.
O método do ensaio de prismas é regulamentado pela NBR 8215 (1983), que contem
toda a normatização para realização de tais procedimentos.
A compressão que atua nas paredes é composta pela carga solicitante dividida pela
área da seção transversal desse elemento. A NBR 10837 (1989) trabalha com a área bruta, isto
é desconsiderando a presença de vazios. Essa tensão atuante não sofre não sofre nenhuma
majoração por coeficientes de segurança, por ser baseada no método das tensões admissíveis.
ܰ ܳ∙ܮ
݂݈ܽݒ, ܿ = =
ܣ ݐ∙ܮ (2)
Onde:
݂݈ܽݒ, ܿ = Tensão de compressão axial;
20
De acordo com o item 5.1.2 da NBR 10837 (1989), as cargas admissíveis em paredes
de alvenaria não armada devem ser calculadas pela equação 3:
ℎ ଷ
തതതതതതത
ܨ௩, = 0,20 ݂∙ ቜ1 − ൬ ൰ ቝ
40 ∙ ݐ (3)
Onde:
fp = Resistência média dos prismas
h = Altura efetiva
2.4.3 Cisalhamento
ܸ
߬௩ =
ܣ
(4)
21
Em que:
V: Esforço cortante atuante;
A: Área da seção transversal do elemento.
ܯ
݂௩, =
ܹ
(5)
Em que:
݂௩, = Tensão atuante devido à flexão;
M = Momento fletor;
W = Módulo de resistência à flexão;
Deve-se efetuar a verificação se ocorrem tensões de tração que podem atuar sobre os
elementos, através da equação (6):
Em que:
݂௩, = Tensão atuante devido à flexão;
݂௩, = Tensão atuante devido à compressão;
തതതതതത
݂௩,௧ = Tensão admissível à tração da alvenaria não armada (normal à fiada);
22
Se essa relação for atendida, a seção transversal estará recebendo tensões menores do
que as resistidas pela alvenaria não-armada, dispensando a necessidade de calcular armaduras
para resistir aos esforços de tração. Caso contrário, é preciso obter a quantia de armadura
necessária para absorver esses esforços.
݂௩, ݂௩,
+ ≤ 1,00
തതതതതത
݂௩, ݂ തതതതതതത
௩,
(7)
Em que:
തതതതതത
݂௩, = Tensão admissível devido à compressão;
Caso a ação do vento também seja considerada, a NBR 10837 (1989) determina que o
limite das tensões seja aumentado em 33%, como é mostrado na equação:
݂௩, ݂௩,
+ ≤ 1,33
തതതതതത
݂௩, ݂ തതതതതതത
௩, (8)
Onde:
fa = Resistência da argamassa.
fp = Resistência de prisma
*Valor admissível, caso seja usada a resistência de parede
Após determinada a resistência de prisma, basta usar a seguinte expressão, para obter a
resistência do bloco:
ܨ
ܨ =
ߟ ∙ ܴ (9)
Onde:
Fp = Resistência de prisma
ηpb = Eficiência prisma/bloco
Rbe = Relação entre área bruta e área líquida
24
3 METODOLOGIA
3.1 Modulação
Existem vários tipos de blocos que podem ser utilizados em uma edificação de
alvenaria estrutural. De acordo com a NBR 6136 (1994), são especificadas duas larguras
padronizadas: Largura nominal de 15cm, chamado M-15 e largura nominal de 20cm,
chamado de M-20. A Tabela 2 mostra as outras medidas padronizadas determinadas pela
norma.
Entretanto, nessa norma são citados apenas as medidas dos blocos com modulação
longitudinal de 20cm e não são citados os blocos com modulação longitudinal de 15cm,
blocos que são encontrados no mercado, principalmente de material cerâmico.
As Tabela 3 e Tabela 4 possuem as dimensões nominais e padronizadas de blocos de
modulação longitudinal de 15cm e 20cm, para M-15, que são encontrados com mais
facilidade e usados com mais freqüência. É bom lembrar que os blocos devem apresentar
diferença dimensional de no máximo 3mm para mais ou para menos da dimensão
padronizada.
No edifício objetivo do trabalho, será utilizada a M15, com modulação longitudinal de
20cm, feitos em concreto, com resistência a ser determinada em cálculo.
28
em alguns casos, a substituição de blocos de 39, por outros de 35, 20 e até o uso de
complementos de 5cm. Isso torna a execução mais complicada,
No bloco 3A do Beach Park algumas poucas medidas entre vãos obedecem à
modulação como a parede 34 (Figura 7), com 1,21m de vão, tendo 6 vezes o módulo
longitudinal mais 1 (6x20+1), com isso ela possui uma elevação "limpa" que, possivelmente,
terá uma execução rápida e tranqüila.
Por outro lado, na parede 13, com vão de 0,55m que não se enquadra na modulação,
ocorreu a aparição de juntas seca (0cm), que podem causar patologias na parede, alem de
exigir uma atenção maior na execução. Dependendo do valor do vão, podem aparecer juntas
duplas (2cm) ou triplas (3cm) ou até, ser necessário o uso de blocos compensadores com 5 cm
de medida nominal.
Vale observar, que nesse caso, um padrão de repetição de blocos não ocorre, devendo
ser evitado, pois se pode perder produtividade em comparação com a execução de uma parede
com um vão múltiplo do módulo mais um (xM + 1).
31
No caso do Beach Park 3A, foi adotada a seguinte disposição de blocos nos encontros
de paredes, como demonstrado no detalhe (Figura 11):
Para essa tarefa foi usado o programa CAD-TQS, versão 14.1, no módulo ALVEST,
específico para alvenaria estrutural, sendo que este efetua o cálculo de maneira completa, de
acordo com a NBR-10837 (1989), considerando o efeito de vento, de acordo com sua
respectiva norma.
O principal a ser dimensionado na alvenaria estrutural é o bloco, sendo que é este que
resiste as tensões e suporta as ações verticais e de vento. O dimensionamento deste edifício
será feito considerando o uso de alvenaria não armada, com o uso de armaduras construtivas e
grautes em alguns pontos estratégicos, como por exemplo, nos encontros de paredes e nas
extremidades de portas e janelas.
Casos:
1 - Peso próprio – São as cargas devido ao peso de paredes;
2 - Cargas permanentes – São as cargas definidas como sobrecarga permanente sobre
as lajes;
3 - Cargas acidentais – São as cargas definidas como sobrecarga acidental sobre as
lajes;
4 - Vento à 90°
5 – Vento à 270°
6 – Vento à 0°
7 – Vento à 180°
CASOS
COMBINAÇÃO
1 2 3 4 5 6 7
1 1,00 1,00 1,00
2 1,00 1,00 1,00 1,00
3 1,00 1,00 1,00 1,00
4 1,00 1,00 1,00 1,00
5 1,00 1,00 1,00 1,00
Tabela 5 - Combinações
ܲ = ߛ∙݁∙ℎ (10)
Onde:
3.2.4.2 Lajes
No Bloco 3A do Beach Park, serão usadas lajes treliçadas com uma altura total de
21cm com uso de painéis treliçados com enchimento de blocos de EPS com dimensões de
50x20x13cm. Sobre isso é colocada uma camada de 4cm de concreto.
A carga acidental considerada, sobre todas as lajes, foi de 1,5 KN/m², que, de acordo
com a NBR 6120 (1980), corresponde a carga para dormitórios, sala, copa, cozinha e banheiro
de edifícios residenciais. Além disso, foi considerada uma carga permanente sobre as lajes de
1,0 KN/m² correspondente ao revestimento e contrapiso que serão colocados sobre a laje.
As reações nos apoios das lajes estão demonstradas na Figura 21 que foi extraída do
programa CAD-TQS, na combinação 1 referente as cargas verticais totais (peso próprio +
carga permanente + carga acidental).
45
Para a determinação das ações provenientes do vento, deve-se seguir a NBR 6123
(1988) – Forças devido ao vento em edificações, para obter as forças ao nível de cada
pavimento, que serão distribuídos aos painéis de contraventamento.
Para a determinação das ações provenientes do vento no edifício Beach Park Bloco
3A, foram obtidos da norma NBR 6123 (1988) os seguintes parâmetros:
• Vo = 30 m/s, Referente ao município de Aquiraz-CE;
• S1 = 1
• S3 = 1
• Terreno categoria IV
• Classe C
Vento a 0 e 180°
L1/L2 = 0,26 Do ábaco: Ca = 0,67
H/L1 = 1,10
Vento a 90 e 270°
L1/L2 = 3,79 Do ábaco: Ca = 1,15
H/L1 = 0,29
Para a obtenção das forças horizontais Fx e Fy foi usada a seguinte formulação pelo
programa TQS:
Onde:
[A] = Coeficiente de Arrasto (Ca);
[B] = Cargas adicionais (sismo + desaprumo)
[C] = Área de projeção;
[D] = Pressão do vento;
48
Nos esforços de vento foi achada uma diferença nas forças em relação aos valores
obtidos com o programa, mas essas diferenças não são significativas.
Correa & Ramalho (2003) recomendam que esse esforço seja calculado de acordo com
a norma alemã DIN – 1053 – Alvenaria: Cálculo e Execução. Essa norma recomenda que seja
usada a seguinte expressão para obtenção do ângulo para o desaprumo do eixo da estrutura.
1
߮=
100 ∙ √ሺܪሻ
(12)
Onde:
φ: Ângulo em radianos;
H: Altura da edificação em metros;
ܨௗ = ∆ܲ ∙ ߮ (13)
Onde:
1
߮= = 0,002577 ݀ܽݎ
100 ∙ √ሺ15,05ሻ
49
Para o cálculo do edifício no TQS, foi adotado como valores iniciais de desaprumo
0,02 tf/m² para as direções de vento X e Y. Este é um bom valor inicial, pois, nesse caso
específico, apresentou um valor próximo para o vento a 0° e 180° e um valor maior para o
vento a 90° e 270°, sendo a favor da segurança. Recomenda-se reprocessar o cálculo da
estrutura com os valores do desaprumo calculados em função do peso total do pavimento,
variável indisponível no início do projeto.
Para a determinação das ações devido ao sismo, deve-se seguir a NBR 15421 (2006)
que possui todos os procedimentos para obter as forças ao nível de cada pavimento, que serão
distribuídos aos painéis de contraventamento.
O município de Aquiraz no Ceará se encontra na zona sísmica 1 definida pela norma,
sendo que nessa zona é permitido o uso de um processo simplificado para a obtenção da força
horizontal, em que essa força é igual a 1% do peso permanente do piso, sendo essa carga
aplicada em todos os pisos. A essa formulação é demonstrada pela equação abaixo:
Onde:
Fs: Força horizontal devido ao sismo;
∆Pp: Carga permanente do pavimento considerado.
50
ΣI = I1 + I2 + I3 + ..... + In (15)
݅ܫ
ܴ =
Σܫ
(16)
Onde:
Fi = Ação em cada painel;
Ftot = Ação total em um determinado pavimento;
Ri = Rigidez relativa de cada painel.
A seguir será apresentada a tabela com as ações totais para os 5 pavimentos do Beach
Park, com a força do vento, esforços cortantes e momentos fletores.
51
DIREÇÃO X DIREÇÃO Y
NÍVEL FORÇA CORTANTE MOMENTO FORÇA CORTANTE MOMENTO
(KN) (KN) (KN) (KN) (KN) (KN)
5 4,108741 4,108741 6,183654853 11,99562 11,99562 18,05341188
4 4,045487 8,154228 24,63942225 11,60136 23,59698 71,62028548
3 3,969504 12,12373 55,40128901 11,12776 34,72475 160,0928923
2 3,86723 15,99096 97,47036304 10,49029 45,21503 279,7038601
1 3,770586 19,76155 151,2778886 9,887913 55,10295 430,6824231
Tabela 9 – Tabela com Ações horizontais totais em cada pavimento
Nesse item, será feito o acompanhamento do cálculo efetuado pelo programa para
dimensionamento da parede 35, no 1° piso, a fim de mostrar todos os passos necessários para
a obtenção da resistência de bloco. Os passos feitos para essa parede devem ser repetidos a
todos outros elementos, sejam paredes ou subestruturas, reforçando a necessidade de obter o
auxílio de alguma ferramenta computacional para ter uma maior agilidade na obtenção de
resultados.
Pode-se notar que existe uma diferença entre os valores de peso próprio obtidos pelo
programa e pela formulação apresentada, que se deve ao fato que o programa considera o
peso próprio como sendo 0,245 tf/m² de superfície de parede, já incluído nesse valor o reboco,
revestimento e juntas, sendo essa uma boa proposição a ser adotada.
ܣாௌ ܣைே
ݍ = ൬ ∙ ߛாௌ + ∙ߛ ൰ ∙ ݁ଵ + ߛைே ∙ ݁ଶ
்ܣ௧ ்ܣ௧ ைே
0,125 0,085
ݍ = ൬ ∙ 0,015 + ∙ 2,5൰ ∙ 0,13 + 2,5 ∙ 0,04 ∙ 2
0,21 0,21
53
Portanto a reação vertical total na parede devido a laje, por metro linear de parede, é:
∙ ܽ݃ݎܽܥÁܽ݁ݎ
ݍ௧ =
ݐ݊݁݉݅ݎ݉ܥ
ሺ0,332 + 0,1 + 0,15ሻ ∙ 13,17
ݍ௧ =
8,25
ݍ௧ = 0,924 ݂ݐ/݉
Para obter as cargas para o primeiro pavimento, basta multiplicar a carga pela
quantidade de pavimentos sobre ele.
ݍ௧௧ ଵ ௩ = 1,624 ∙ 5
ݍ௧௧ ଵ ௩ = 8,12 ݂ݐ/݉
A carga atuante sobre esse elemento é obtida multiplicando a carga linear pelo
comprimento da parede.
ܰ = = ܮ ∙ ݍ8,12 ∙ 8,25
ܰ = 67 ݂ݐ
54
ଷ,ଵହ
Ix = 3,7175 m4 ܴ௫ = = 0,1551
ଶଷ,ଽ
Itotal = 23,9670 m4
ܰ 67
݂݈ܽݒ, ܿ = = = 116,02 ݂ݐ/݉²
ܴ ∙ ݐ ∙ ܮ 8,25 ∙ 0,14 ∙ 0,5
ℎ ଷ 3,01 ଷ
തതതതതതത
ܨ௩, = 0,20 ݂∙ ቜ1 − ൬ ൰ ቝ = 0,20 ݂∙ ቜ1 − ൬ ൰ ቝ
40 ∙ ݐ 40 ∙ 0,14
തതതതതത
݂௩, = 0,1689 ݂
തതതതതത
݂௩, ≤ ݂௩,
3.2.7.7.2 Flexo-compressão
݂௩, ݂௩,
+ ≤ 1,33
തതതതതത
݂௩,
തതതതതതത
݂௩,
തതതതതത
݂௩, − 0,75݂௩, ≤ ݂௩,௧
ܳ௬ 8,29 ݂ݐ
߬௩ = = = 14,12 ଶ < 15 ݂ݐ/݉²
ܣ௦ 0,587 ݉
Pavimento Subestrutura Área Carga falv,c max fpc max fpt max
(m²) acum. (tf) (tf/m²) (tf/m²) (tf/m²)
1 1,166 185,973 159,5 943,9 697,3
2 1,166 180,973 155,0 917,8 677,6
3 1,166 181,188 155,0 919,6 679,0
4 1,469 148,922 101,4 600,1 438,7
5 1,669 241,844 144,9 857,8 633,0
6 0,105 17,239 164,2 971,8 703,3
1
7 1,228 169,855 138,3 818,4 594,2
8 0,348 24,339 70,0 414,4 277,6
9 1,490 247,696 166,2 983,7 710,1
10 1,490 248,436 166,7 986,6 712,3
11 1,490 248,353 166,6 986,3 711,1
12 0,738 85,399 115,8 685,4 497,7
Tabela 10 – Resistência de prisma do primeiro pavimento
significativo em edifícios de menor porte, isto é, com menos de 5 pavimento, sendo isso até
mencionado na NBR 10837.
Como o TQS fornece as tensões em função das áreas líquidas, deve-se adotar na
equação a relação entre área bruta e líquida como sendo igual a 2. É importante lembrar que a
resistência de prisma a ser usada é a maior tensão obtida no pavimento, isto é, a parede ou
subestrutura mais carregada define a resistência de bloco de todo pavimento. Dessa forma,
obtemos os valores de resistência de bloco para os 5 pavimentos, como demonstrado na
Tabela 11 – Resistência de bloco.
Resistência do Bloco
Pavimento fp (tf/m²) fb (MPa)
Utilizado (MPa)
1 986,6 7,05 8
2 792,2 5,66 6
3 607,9 4,34 4,5
4 416,9 2,98 4,5
5 216,0 1,54 4,5
Tabela 11 – Resistência de bloco
3.2.9 Grautes
o valor de eficiência mantém-se no bloco grauteado e que não será utilizado graute com
resistência inferior à do bloco. Então se pode montar a Tabela 12 - GrauteamentoTabela 12
com o valor do acréscimo de área liquida em função do grauteamento adotado.
As vergas e contravergas são feitas com os blocos canaleta e graute, possuindo alguma
armadura em seu interior, sendo nesse caso usado 2 ϕ 8mm, resultando em uma armadura de
1,00 cm², armadura essa que supre a demanda de resistência da maioria dos casos de vergas e
contravergas. Para vergas de maior vão, é necessário ser feito o correto dimensionamento da
mesma de acordo com as recomendações na norma.
As cintas também são feitas com blocos canaleta e graute, possuindo alguma armadura
em seu interior. No bloco 3A foram feitas cintas na ultima fiada de cada pavimento e foram
utilizadas em todas as cintas 2 ϕ 6,3mm, como é demonstrado na Figura 23.
Neste projeto do edifício Beach park bloco 3A, realizado na empresa, não foi feita a
compatibilização de projetos, isto é, integração entre os projetos: estrutural, hidrossanitário,
gás, elétrico, combate a incêndio entre outros. Esta parte é fundamental para que haja o
mínimo de complicações para serem resolvidas em obra, causando perda de produtividade e
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gastos desnecessários ou não previstos no orçamento inicial. Esta tarefa é geralmente liderada
por profissionais mais experientes, com um conhecimento aprofundado em várias áreas.
4 CONCLUSÃO
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS