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DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL

Crimes Contra o Patrimônio – Roubo


Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online

CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO – ROUBO

1. Roubo (Art. 157, caput e § 1º)

O roubo possui dois tipos de condutas: o roubo próprio (Art. 157, caput) e o
roubo impróprio (Art. 157, § 1º).

Código Penal
Roubo Próprio
Art. 157. Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ame-
aça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à
impossibilidade de resistência:
Pena – Reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
Roubo Impróprio
§1º Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega vio-
lência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime
ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.

1.1. Roubo Próprio (Art. 157, caput)

As três circunstâncias que caracterizam o roubo próprio são:


a) Violência à Pessoa: é o emprego de força física ou ato agressivo sobre a
vítima. É chamada de “vis corporalis ou absoluta”.
b) Grave Ameaça à Pessoa: deve ser analisada sob o ponto de vista da
vítima, caracterizando-se pela promessa de mal grave e iminente. É chamada de
“vis relativa”.
c) Violência Imprópria: consiste na utilização de qualquer meio como modo
de reduzir à impossibilidade de resistência a vítima. Exemplo: utilização da
droga “Boa noite cinderela”.

1.2. Roubo Impróprio (Art. 157, §1º)

No roubo impróprio, a violência ou grave ameaça são empregadas logo após


a subtração da coisa, de modo a assegurar a impunidade ou a detenção da
coisa.
ANOTAÇÕES

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Atenção!
• A subtração sem violência (furto) seguida de violência para garantir a impu-
nidade ou o proveito do crime é considerada também roubo impróprio, logo
o autor recebe as mesmas penas do crime do roubo próprio.
• O roubo próprio pode ser praticado por meio de violência própria (grave
ameaça ou violência física) e/ou imprópria, mas o roubo impróprio só pode
ser praticado por meio de violência própria.
• Exemplo: João está em um bar com Maria. Depois de um tempo, Maria
vai ao banheiro e João decide subtrair as coisas que Maria deixou em sua
bolsa. Ele também decide utilizar a droga “Boa noite cinderela” em Maria
para reduzir a sua capacidade de resistência, caso a mesma perceba a
subtração. Como foi empregada a utilização de violência imprópria depois
da subtração, João pode responder apenas pelo crime de furto, podendo
este ser em sua modalidade qualificada.

2. Elementos do Roubo

Sujeito Ativo: o roubo é considerado um crime comum, ou seja, pode ser


praticado por qualquer pessoa.

Atenção!
Exceto o proprietário (já que a coisa subtraída não seria alheia).

Sujeito Passivo: como o roubo é considerado um crime comum, ele pode ser
sofrido por qualquer pessoa.
Bem Jurídico Tutelado: o roubo é considerado um crime complexo, sendo
tutelados o patrimônio e a integridade física da vítima.
Tipo de Sujeito: o crime de roubo somente pode ser praticado dolosamente,
sendo impossível a sua modalidade culposa. Ademais, é exigido o dolo especí-
fico do agente, consistente na intenção de apoderamento definitivo da coisa.
Consumação: Quando se trata de roubo próprio, a consumação segue a
Teoria da Amotio (Apprehensio).

Súmula 582 do STJ (Aprovada em 14/09/2016)


Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem mediante emprego

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de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida à perse-
guição imediata ao agente e recuperação da coisa roubada, sendo prescindível a
posse mansa e pacífica ou desvigiada.

Atenção!
• No roubo impróprio, a consumação ocorre no momento em que o agente
emprega a violência ou grave ameaça contra a vítima.
• A inexistência de valores em poder da vítima não caracteriza crime
impossível de roubo, afinal trata-se de crime complexo em que um dos
objetos jurídicos já foi atingido (dano à integridade física ou mental da
vítima). Logo, a ausência de valores com a vítima caracteriza tentativa de
roubo.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Paulo Igor.

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