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Você acaba de adquirir o material: Legislação Mapeada Extreme para Soldado


da Polícia Militar da Bahia (2022).

Esse material é totalmente focado no certame e aborda os principais pontos


do edital da disciplina de Direito Penal.

Nele foi inserido títulos em cada artigo, para facilitar a sua compreensão, e
marcações das partes mais importantes.

Além disso, nos dispositivos mais importantes para a prova da PM BA, constam
algumas explicações para facilitar a compreensão do aluno.

Galera, fiquem bastante atentos às novidades legislativas, pois a FCC poderá


cobrá-las em sua prova.

A leitura da lei é fundamental para a sua aprovação, pois, em análise estatística,


verificou-se que grande parte das questões de direito cobradas na PM BA são
resolvidas somente com base da lei seca.

Bora pra cima

Bons estudos

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CONSIDERAÇÕES INICIAIS................................................................................................................ 5
DO CRIME ............................................................................................................................................. 6
DO IMPUTABILIDADE PENAL......................................................................................................... 16
CONCURSO DE PESSOAS...................................................................... Erro! Indicador não definido.
CRIMES CONTRA A PESSOA ........................................................................................................... 18
Dos crimes contra a vida ................................................................................................................. 18
Das lesões corporais ......................................................................................................................... 24
Da rixa.................................................................................................................................................. 30
Dos crimes contra a liberdade pessoal ........................................................................................ 30
CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO ................................................................................................ 32
Do furto ............................................................................................................................................... 32
Do roubo e da extorsão ................................................................................................................... 37
Da apropriação indébita.................................................................................................................. 43
Da Receptação ................................................................................................................................... 45
CRIMES CONTRA DIGNIDADE SEXUAL........................................................................................ 46
Dos crimes contra a liberdade sexual .......................................................................................... 46
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ....................................................................... 47
Dos crimes praticados por particular contra a Administração em Geral ............................ 47
LEI N° 9.455, DE 07 DE ABRIL DE 1997 (CRIMES DE TORTURA) ............................................ 48
LEI DAS CONTRAVENÇÕES PENAIS (DECRETO-LEI Nº 3.688/41) ......................................... 50

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CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Pessoal!

Antes de iniciarmos o estudo de direito penal, apresentaremos os assuntos que foram


cobrados no edital de Soldado da PM BA 2022.

ASSUNTOS DO EDITAL

1. Do crime.

2.1. Elementos. 2.2. Consumação e tentativa. 2.3. Desistência voluntária e arrependimento

eficaz. 2.4. Arrependimento posterior. 2.5. Crime impossível. 2.6. Causas de exclusão de

ilicitude e culpabilidade.

3. Contravenção.

4. Dos crimes contra a vida (homicídio, lesão corporal, rixa).

5. Dos crimes contra a liberdade pessoal (constrangimento ilegal, ameaça, perseguição,

sequestro e cárcere privado).

6. Dos crimes contra o patrimônio (furto, roubo, extorsão, apropriação indébita, receptação).

7. Dos crimes contra a dignidade sexual (estupro, importunação sexual, assédio sexual).

8. Corrupção ativa.

9. Corrupção passiva.

10. Lei n° 9.455, de 07 de abril de 1997 (Crimes de tortura).

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DO CRIME

Esse assunto (do crime) é muito importante para a prova de soldado da PM BA. Trata-se de
título II, da parte geral do Código Penal.

CONCEITO DE CRIME

Enfoque formal Conduta descrita na norma penal incriminadora. Ou seja, é aquilo que

está rotulado em uma norma penal com ameaça de pena.

Enforque Comportamento humano causador de uma lesão ou ameaça de lesão


material ao bem jurídico tutelado.

Enfoque analítico Bipartite Crime = fato típico + ilícito (culpabilidade é pressuposto

de aplicação da pena)

Tripartite Crime = fato típico, ilícito e culpável (corrente adotada no

Brasil)

Enfoque legal Considera-se crime a infração penal a que a lei comina pena de

reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou

cumulativamente com a pena de multa (art. 1° da LICP)

Relação de causalidade

Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem


lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria
ocorrido.

Superveniência de causa independente

§ 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por


si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou.

Relevância da omissão

§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar
o resultado. O dever de agir incumbe a quem:

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a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;

b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;

c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.

Crime consumado

Art. 14 - Diz-se o crime:

I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal;

MOMENTO DE CONSUMAÇÃO

Crime instantâneo Consumação ocorre em momento determinado

Ex.: a consumação do roubo ocorre com a inversão da posse do bem

Crime permanente Consumação se protrai no tempo

Ex.: extorsão mediante sequestro

Crime instantâneo Consumação ocorre em momento determinado, mas o efeito


de efeitos causado é irreversível.
permanentes
Ex.: homicídio

Súmula 610 do STF: Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o
agente a subtração de bens da vítima.

Súmula 96 do STJ: O crime de extorsão consuma-se independentemente da obtenção da vantagem


indevida

Tentativa

Art. 14 - Diz-se o crime:

II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à


vontade do agente.

Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena


correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.

Requisitos da tentativa

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Início da execução
Não consumação
Por circunstancias alheias à vontade do agente

Punibilidade da tentativa

Art. 14, Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena
correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.

Qual o critério utilizado pelo magistrado para diminuir a pena no caso de tentativa?

É a proximidade da consumação, ou seja, quanto mais próximo esteja o agente menor o


redutor a ser aplicado.

Exceções do CP – equiparação de tentativa e consumação

Exceções: crimes de atentado ou empreendimento (crimes em que o tipo penal equipara


tentativa e consumação)

Há Ex.: art. 352 do CP - Evasão mediante violência contra a pessoa

Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo submetido a medida de segurança
detentiva, usando de violência contra a pessoa:

Pena - detenção, de três meses a um ano, além da pena correspondente à violência..

Teoria adotada

i) Teoria objetiva: a tentativa deve ser punida de forma mais branda, porque o bem jurídico
não foi lesado. Adotada pelo CP. Também chamada de realística ou dualista: diferencia a
tentativa do crime consumado.

ii) Teoria subjetiva: a tentativa deve ser apenada do mesmo modo que o crime consumado,
pois o dolo é o mesmo. Também chamada de voluntarista ou monista: não diferencia o crime
tentado do consumado, já que leva em conta a intenção do agente. Adotada como exceção
nos crimes de atentado ou empreendimento.

iii) Teoria sintomática: concentra-se na análise da periculosidade. Não se aplica (direito penal
do autor).

iv) Teoria subjetivo-objetiva (teoria da impressão): o fundamento da punição é


representado pela junção da avaliação da vontade criminosa com um princípio de risco ao bem
jurídico protegido.

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Espécies de tentativa

Tentativa cruenta o objeto material (pessoa ou coisa que recai a conduta) é atingido.
(vermelha)

Tentativa o objeto material não é atingido.


incruenta (branca)

Tentativa perfeita ocorre o esgotamento dos atos executórios.


(crime falho)

Tentativa ocorre uma interrupção dos meios executórios.


imperfeita

Tentativa desistência voluntária


abandonada

Tentativa arrependimento eficaz


qualificada

Tentativa inidônea crime impossível


ou inadequada

Tentativa quando o agente desiste de prosseguir na execução, não porque


fracassada voluntariamente não quer a consumação não ocorre, mas por supor

que não conseguirá a consumação com os meios que tem a sua

disposição.

Infrações que não admitem tentativa

Mnemônico: CHOUP CULPOSO

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Contravenção Não se admite a tentativa por expressa previsão legal (art. 4º, LCP). Não é que
penal faticamente não exista, mas que juridicamente não interessa.

Crime Habitual O crime habitual não admite a tentativa porque, ou existe a reiteração de atos e o

delito está consumado, ou há um só ato e o fato é atípico.

Crimes A tentativa é incompatível com o crime omissivo próprio porque basta a omissão
omissivos para a configuração do crime, não havendo espaço para a tentativa. O tipo penal
próprios não exige resultado naturalístico.

Crime Nos crimes unisubsistentes, a execução não admite fracionamento. Exemplos: i)


unissubsistente delito omissivo puro; e ii) delito de mera conduta (cuidado, pois a violação de

domicílio, na modalidade entrar, é um crime de mera conduta que admite a

tentativa, por sua execução poder ser fracionada.

Crime Não há doo de consumação em relação ao subsequente culposo, mas o dolo


preterdoloso existente no antecedente (que é doloso). Ex.: lesão corporal seguida de morte. O

dolo de consumação era para a lesão corporal, pois a morte não foi visualizada

como certa.

Crime culposo O crime se consuma porque o agente não observou o dever objetivo de cuidado e

não porque havia dolo de consumação.

Exceção: culpa imprópria (o agente quer um resultado certo, ainda que sob

descriminante putativa).

Desistência voluntária e arrependimento eficaz

Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede


que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.

Desistência voluntária e arrependimento eficaz

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Aprenda de uma vez todas as diferenças: vem comigo e não erre mais esse assunto nas provas!
Desistência voluntária

Agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução.

Agente iniciou a execução (pois fala em prosseguir com a execução)

Agente pode prosseguir na execução, mas desiste

Fórmula de Frank: Na tentativa é como se o agente dissesse: “eu quero prosseguir, mas
não posso”. Na desistência voluntária: “eu posso prosseguir, mas não quero”.

DICAS DE PROVA

A desistência voluntária deve ser voluntária (depende da vontade do agente), mas não

necessariamente espontânea (exige algo mais, além da vontade é necessário que a vontade

parta do agente).

A desistência voluntária também é chamada de tentativa abandonada

Arrependimento eficaz

Agente que, voluntariamente, impede que o resultado se produza.

Agente iniciou a execução e exauriu a sua potencialidade lesiva (iniciou e encerrou a


execução)

Agente impede que o resultado ocorra

Arrependimento eficaz também pode ser chamado de resipiscência.

Consequência dos dois institutos: só responde pelos atos já praticados. Ex.: não responde
por tentativa de homicídio, mas lesão corporal.

Doutrina: considera esses institutos como causas de atipicidade da conduta, pois


desconsidera o dolo inicial e apenas responde pelo que foi praticado até aquele momento.

Doutrina: para designar esses institutos utilizava-se a expressão pontes de ouro, pois é como
se pegasse uma ponte para se voltar no tempo e mudar o dolo.

Arrependimento posterior

Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano
ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do
agente, a pena será reduzida de um a dois terços.

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Desistência voluntária e Arrependimento posterior


arrependimento eficaz

Ponte de outo Ponte de prata

O agente retoma a situação de Aqui o agente não retoma a situação de licitude, não sendo
licitude e desiste de dar continuidade beneficiado pela excludente de tipicidade, mas terá sua pena
ao que se propôs, por circunstâncias reduzida.
inerentes à sua vontade (diferente da
tentativa)

Não houve consumação Houve consumação

Desistência voluntária: o agente Requisitos:


desiste, mas ainda tem meios
executórios disponíveis. 1) Crime sem violência ou grave ameaça à pessoa;

Arrependimento eficaz: o agente A violência contra a coisa ou a violência culposa não excluem
desiste após esgotar todos os meios o benefício.
executórios disponíveis.
2) Reparação do dano ou restituição da coisa

Essa atitude deve ser voluntária (sem coação física ou moral


e não precisa ser espontânea), pessoal (salvo em comprovada
impossibilidade, ex.: preso) e integral (STF tem julgamento
entendendo pela possibilidade de reparação parcial do dano
quando analisadas as circunstâncias fáticas)

3) Até o recebimento da denúncia ou queixa

Se ocorrer até esse momento, mas antes do julgamento,


aplica-se a atenuante genérica.

Causa de excludente da tipicidade Causa de diminuição de pena (tem aplicação na 3º fase de


(prevalece) aplicação da PPL)

Crime impossível

Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta
impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.

Súmula 145 do STF: Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível
a sua consumação.

Súmula 567 do STJ: Sistema de vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou por existência
de segurança no interior de estabelecimento comercial, por si só, não torna impossível a configuração
do crime de furto

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Crime doloso

Art. 18 - Diz-se o crime:

I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;

Crime culposo

Art. 18 - Diz-se o crime:

II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou


imperícia.

Excepcionalidade do crime culposo

Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato
previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente.

Agravação pelo resultado

Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver
causado ao menos culposamente.

É possível a aplicação das agravantes genéricas do art. 61 do CP aos crimes preterdolosos. Assim, nos
crimes preterdolosos, espécie de delito qualificado pelo resultado, é possível a incidência de
agravante genérica prevista no art. 61 do CP. Ex.: pode ser aplicada agravante genérica do art. 61, II,
“c”, do CP no delito de lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3º, do CP). STJ. 6ª Turma. AgInt no
AREsp 1074503/SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 18/09/2018.

Em crimes preterdolosos ou preterintencionais, imprescindível é que a denúncia impute a


previsibilidade e culpa no crime consequente, sob pena de indevida responsabilização objetiva em
direito penal, com atribuição de responsabilidade apenas pelo nexo causal. STJ. 6ª Turma. RHC
59.551/SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 09/08/2016.

Erro sobre elementos do tipo

Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas
permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.

Discriminantes putativas

§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe
situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o
erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo.

Erro determinado por terceiro

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§ 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro.

Erro sobre a pessoa

§ 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se
consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem
o agente queria praticar o crime.

ERRO SOBRE A PESSOA E ERRO NA EXECUÇÃO

Erro sobre a pessoa (art. 20, §3º, CP) Erro na execução (Art. 73, CP)

Ocorre um equívoco na representação da Representa-se corretamente a vítima

vítima pretendida pretendida

Não há falha operacional, de modo que a Há falha operacional, isto é, erro na

execução do crime é correta. execução, de modo que a execução do

crime é errada

A pessoa visada não corre perigo A pessoa visada corre perigo

Nos dois casos o agente responde pelo crime considerando as qualidades da vítima

pretendida, que também é chamada de vítima virtual. Aplica-se a teoria da equivalência

Erro sobre a ilicitude do fato

Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se


inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço.

Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência
da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência.

Coação irresistível e obediência hierárquica

Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não
manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem
(causa legal de exclusão da culpabilidade por inexigibilidade de conduta diversa).

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COAÇÃO IRRESISTÍVEL

Agente, em razão de força física externa, é impossibilitado de

determinar seus movimentos de acordo com sua vontade


Coação física
irresistível
Exclui a tipicidade – falta de conduta

(vis absoluta)
Fato é atípico

Exemplo: Sujeito coloca a arma da mão de determinada pessoa e força

o dedo dela a apertar o gatilho para matar sua esposa.

Há possibilidade de escolha do coagido. É dizer: o coagido poderá ou

não cumprir o ato determinado pelo coator ou sofrer as consequências


Coação moral
danosas por ele prometida
irresistível

(vis compulsiva) Exclui a culpabilidade – inexigibilidade de conduta diversa

Fato é típico, ilícito, mas não culpável

Exemplo: Assaltantes sequestram a esposa de gerente do banco para

que este abra o cofre, caso contrário a sua mulher será morta.

Exclusão de ilicitude

Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:

I - em estado de necessidade;

II - em legítima defesa;

III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.

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Estado de necessidade

Exclusão de ilicitude Legítima defesa

Estrito cumprimento de dever legal

Exercício regular de direito

Excesso punível

Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso
doloso ou culposo.

Estado de necessidade

Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo
atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou
alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.

§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo.

§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser
reduzida de um a dois terços.

Legitima defesa

Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios


necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.

Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste artigo, considera-se


também em legítima defesa o agente de segurança pública que repele agressão ou risco de
agressão a vítima mantida refém durante a prática de crimes.

DO IMPUTABILIDADE PENAL

Esse assunto (da imputabilidade penal) é muito importante para a sua prova de soldado da
PM BA. Trata-se de título III, da parte geral do Código Penal – arts. 26 ao 28.

Inimputáveis

Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental
incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento
(critério biopsicológico)

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Redução de pena

Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de
perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não
era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo
com esse entendimento.

Menores de dezoito anos

Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às


normas estabelecidas na legislação especial (critério biológico)

Emoção e paixão

Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal:

I - a emoção ou a paixão;

Embriaguez

Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal:

II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos.

§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito
ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente
de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena
capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.

EMBRIAGUEZ

Não acidental Não exclui a culpabilidade (art. 28, II, CP)


(voluntária / culposa)

Acidental completa Exclui a culpabilidade (art. 28, §1º, CP) – isenção de pena

Acidental incompleta Redução de pena de 1/3 a 2/3 (art. 28, §2º, CP)

Patológica É considerada doença mental, por isso pode gerar


inimputabilidade ou semi-imputabilidade

Preordenada Configura agravante genérica (art. 61, II, CP)

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CRIMES CONTRA A PESSOA

O edital de direito penal para a PM BA, traz em seu item 4 o tópico crimes contra a vida, que
estão localizados dentro do capítulo dos crimes contra a pessoa. Além disso, apesar de
erroneamente constar os crimes de rixa e lesão corporal nos crimes contra a vida (são crimes
contra a pessoa, mas não contra a vida), trataremos destes delitos para que você não seja
surpreendido na hora da prova.

Dos crimes contra a vida

O assunto: “Dos crimes contra a vida” está inserido no capítulo I do título I (Crimes contra a
pessoa) do Código Penal. Dentre estes crimes, o edital previu a cobrança do crime de homicídio
que está tipificado no art. 121 do CP.

Homicídio simples

Art. 121. Matar alguém:

Pena - reclusão, de seis a vinte anos.

Homicídio simples (art. 121, caput)

Homicídio simples não é crime hediondo

Exceção: Homicídio simples praticado por grupo de extermínio (homicídio condicionado)

Fique atento!

Grupo de extermínio passou a ser uma causa de aumento previsto no art. 121, § 6° do CP.
Logo, o homicídio praticado por grupo de extermínio não é mais homicídio simples, é
homicídio majorado. Portanto, não tem mais nenhuma forma de homicídio simples que seja
crime hediondo.

a) Objetividade jurídica

Bem jurídico: Vida humana extrauterina

Para existir homicídio não é necessário que seja vida viável. Ou seja, se a pessoa matar um
recém-nascido que iria morrer dois dias depois porque nasceu com uma anomalia incurável
haverá o crime de homicídio.

Pergunta: Eutanásia e ortotanásia é crime?

São crimes, pois ainda que a pessoa esteja à beira da morte, não se pode abreviar a sua morte.

Conceituando

Eutanásia: matar o paciente por ação

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Ortotanásia: matar o paciente por omissão

Pergunta: E a distanásia é crime?

Não, pois a distanásia é o contrário da eutanásia, ou seja, ela significa prolongar a vida do
paciente por meio de aparelhos / medicamentos.

b) Crime de ação livre

Crime de ação vinculada: só pode ser praticado por alguns determinados meios de execução
que estão descritos no tipo (tipo descreve a forma de execução – ex.: homicídio qualificado
pela tortura – meio de execução: tortura)

Crime de ação livre: admite qualquer forma de execução – ex.: homicídio simples.

Pode ser praticado, inclusive por omissão

Pergunta: É possível homicídio por omissão?

Sim, desde que o omitente tenha o dever jurídico de evitar a morte da vítima (art. 13, § 2° do
CP). Se a pessoa não tem o dever jurídico de evitar a morte, responde apenas pelo crime de
omissão de socorro.

Pergunta: A transmissão intencional da AIDS configura tentativa de homicídio?

STJ: entendia que sim. A doença estava no começo e não havia nenhum tipo de tratamento.
Logo, a pessoa era infectada e algum tempo depois morria. Com o avanço da medicina esse
entendimento mudou.

STF/STJ: A transmissão intencional da AIDS configura lesão corporal gravíssima, que acarreta
enfermidade incurável (art. 129, § 2°)

c) Sujeitos do crime

Sujeito ativo: qualquer pessoa – crime comum

Sujeito passivo: qualquer pessoa nascida e viva, ainda que esteja na iminência de morrer

Pergunta: E se matar um xipófagos?

Duplo homicídio, pois são duas vidas.

Xipófagos: pessoas que nasceram unidos.

d) Consumação

Consumação: ocorre com a morte encefálica (art. 3°, da Lei 9.434/97 – permite a remoção de
órgãos quando ocorre a morte encefálica)

e) Tentativa

Tentativa cruenta: é a tentativa vermelha do homicídio, quando a vítima é atingida

Tentativa incruenta: é a tentativa branca do homicídio, quando a vítima não é atingida

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Homicídio privilegiado: diminuição de pena

Art. 121, § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou
moral, OU sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da
vítima, o juiz pode reduzir a pena de 1/6 a 1/3.

Homicídio privilegiado (art. 121, §1º)

Causa especial de diminuição de pena

Não é crime hediondo

a) Circunstâncias

i) Relevante valor moral: valor pessoal, particular do homicida.

ii) Relevante valor social: valor que não pertence somente ao homicida, mas sim a toda
sociedade.

Cuidado com a expressão relevante: não é qualquer valor moral, ou qualquer valor social que
torna o homicídio privilegiado. Ou seja, tem que ser relevante, considerável por todos como
razoável.

iii) Sob o domínio de violenta emoção logo em seguida a injusta provocação da vitima

Obs. 1. Domínio de violenta emoção – o agente tem que estar cego. Se o agente estiver apenas
sob influência de violenta emoção, haverá mera atenuante do art. 65 do CP.

Obs. 2. Logo em seguida – leva-se em conta o momento em que o homicida tomou ciência
da provocação

Obs. 3. Injusta provocação – se reagir a injusta agressão é legitima defesa.

Obs. 4. Não é necessária a intenção da vítima em provocar, basta que o homicida se sinta
provocado

Obs. 5. A provocação não precisa ser dirigida ao homicida, pode ser dirigida a uma terceira
pessoa.

Obs. 6. Este homicídio privilegiado é incompatível com a premeditação, pois se a pessoa


premeditou, ela não estava sob o domínio de violenta emoção.

Obs. 7. É possível homicídio privilegiado com dolo eventual.

b) Incomunicabilidade

São circunstancias subjetivas (pessoais), portanto não se comunica com coautor ou participe.

c) Direito subjetivo do condenado ou opção do juiz

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Direito subjetivo do condenado, porque quem decide se houve ou não o privilégio é o júri.
Logo, se deixa de aplicar ofende a soberania dos veredictos.

A expressão “pode”, está relacionada a quanto o juiz pode diminuir: de um sexto a um terço.

Homicídio qualificado

Todos os homicídios qualificados são crime hediondo

Art. 121, § 2° Se o homicídio é cometido:

I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;

II - por motivo futil;

III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou
cruel, ou de que possa resultar perigo comum;

IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou


torne impossível a defesa do ofendido;

V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime:

Pena - reclusão, de doze a trinta anos.

Homicídio qualificado: Feminicídio

Art. 121, § 2°, VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:

Pena - reclusão, de doze a trinta anos.

Homicídio qualificado: contra autoridades ou agentes estatais

Art. 121, § 2°, VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição
Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no
exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente
consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição:

Pena - reclusão, de doze a trinta anos.

Homicídio qualificado: emprego de arma de FOGO de uso restrito ou proibido

Art. 121, § 2°, VIII - com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido: Lei nº 13.964,
de 2019

Pena - reclusão, de doze a trinta anos.

Homicídio contra menor de 14 anos

Art. 121, § 2°, IX - contra menor de 14 (quatorze) anos: (Lei nº 14.344, de 2022)

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Pena - reclusão, de doze a trinta anos.

mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe

por motivo futil

com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio

insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum

à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que

dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido


Homicídio
qualificado
para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de

outro crime

Feminicídio

Contra autoridades ou agentes estatais

Emprego de arma de FOGO de uso restrito ou proibido

Homicídio contra menor de 14 anos

Razões de condição de sexo feminino

Art. 121, § 2º-A - Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime
envolve:

I - violência doméstica e familiar;

II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher.

Aumento de pena no homicídio contra menor de 14 anos

Art. 121, § 2º-B. A pena do homicídio contra menor de 14 (quatorze) anos é aumentada de:
(Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022)

I - 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é pessoa com deficiência ou com doença que
implique o aumento de sua vulnerabilidade; (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022)

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II - 2/3 (dois terços) se o autor é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge,
companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título
tiver autoridade sobre ela. (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022)

Homicídio culposo

Art. 121, § 3º Se o homicídio é culposo:

Pena - detenção, de um a três anos.

Aumento de pena: homicídio culposo e doloso

Art. 121, § 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta
de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar
imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, OU foge para
evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço)
se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.

Homicídio Pena se o crime resulta de inobservância de regra técnica de


culposo aumentada profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar

de 1/3 imediato socorro à vítima, não procura diminuir as

consequências do seu ato

foge para evitar prisão em flagrante

Homicídio Pena se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze)


doloso aumentada ou maior de 60 (sessenta) anos.

de 1/3

Homicídio culposo: perdão judicial

Art. 121, § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se
as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção
penal se torne desnecessária.

Exemplo: Pai, culposamente, mata o filho de um ano de idade ao sair do estacionamento com o
seu veículo. Nesse caso, considerando que as consequências da infração atingem o próprio agente de
forma tão grave que a sanção penal se torna desnecessária. Por isso, o juiz poderá deixar de aplicar a
pena.

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Aumento de pena: crime praticado por milícia privada

Art. 121, § 6º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado
por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de
extermínio.

Homicídio praticado por milícia ou grupo de extermínio (art. 121, §6º)

Homicídio majorado – com causa de aumento de pena (circunstância do crime). Quem


analisa são os jurados.

Homicídio praticado por grupo de extermínio está previsto na lei de crimes hediondos.

Homicídio praticado por milícia não está previsto na lei de crimes hediondos. Mas,
geralmente será qualificado por algum outro motivo.

Não é qualquer milícia que aplica essa causa de aumento de pena. A milícia que aumenta a
pena no homicídio é a que age a pretexto de prestar serviço de segurança.

Aumento de pena: feminicídio

Art. 121, § 7º A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime
for praticado:

I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto;

II - contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou com doenças degenerativas
que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física ou mental; (Redação dada pela Lei nº
14.344, de 2022)

III - na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima;

IV - em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III do


caput do art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006.

Das lesões corporais

Conforme explanado anteriormente, o assunto: “Das lesões corporais” está inserido no capítulo
II do título I (Crimes contra a pessoa) do Código Penal – art. 129 e não nos crimes contra a vida
conforme trouxe o item 4 do edital. Todavia, para fins de evitar surpresas, trabalharemos agora
este crime.

Lesão corporal leve

Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:

Pena - detenção, de três meses a um ano.

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Lesão corporal

a) abrangência do tipo

Dano físico, fisiológico ou psíquico (integridade corporal ou a saúde)

Fique atento!

A pluralidade de lesões praticados em um mesmo contexto fático configura crime único. A


quantidade de lesões será considerada na dosimetria da pena como circunstâncias
desfavoráveis (Art. 59)

b) lesão por omissão

É possível, desde que o omitente tenha o dever jurídico de evitar a lesão da vítima (art. 13, §
2° do CP). Se a pessoa não tem o dever jurídico de evitar a lesão, responde apenas pelo crime
de omissão de socorro.

c) autolesão

A autolesão não é crime – princípio da alteridade: a pessoa não pode ser simultaneamente
sujeito ativo e passivo do próprio crime.

Pergunta: E se a autolesão é para fraudar seguro?

Será crime de estelionato (art. 171, § 2°)

d) vias de fato

Agressão sem intenção de lesão configura contravenção de vias de fato do art. 21 LCP, por
exemplo, empurrão.

e) corte de cabelo forçado

Pode configurar o crime de injúria real se a intenção é a humilhação OU pode configurar lesão
corporal de acordo com o entendimento de parte da doutrina (entendem que o cabelo integra
o corpo)

f) consentimento do ofendido

Causa supralegal da exclusão da ilicitude (criada pela doutrina) – aplicável nas pequenas lesões
autorizadas, ex.: colocar brinco, tatuagem, etc.

g) princípio da insignificância

É possível aplicar o princípio da insignificância na lesão corporal culposa e lesão dolosa leve.

h) tentativa

É possível tentativa de lesão corporal, inclusive de lesão grave ou gravíssima

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Exceções: não é possível tentativa na lesão corporal culposa e preterdolosa, porque crime
culposo e preterdoloso não admite tentativa.

Lesão corporal de natureza grave

Art. 129, § 1º Se resulta:

I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de 30 dias;

II - perigo de vida;

III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;

IV - aceleração de parto:

Pena - reclusão, de um a cinco anos.

Lesão corporal de natureza gravíssima

Art. 129, § 2° Se resulta:

I - Incapacidade permanente para o trabalho;

II - enfermidade incurável;

III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função;

IV - deformidade permanente;

V - aborto:

Pena - reclusão, de dois a oito anos.

LESÃO CORPORAL GRAVE E GRAVÍSSIMA

Grave (art. 129, §1º, CP) Gravíssima (art. 129, §2º, CP)

Incapacidade para as ocupações habituais, Incapacidade permanente para o trabalho

por mais de 30 dias

perigo de vida enfermidade incurável

debilidade permanente de membro, perda ou inutilização do membro, sentido

sentido ou função ou função

aceleração de parto deformidade permanente e aborto

Reclusão, de 1 a 5 anos Reclusão Reclusão, de dois a oito anos.

Cabe suspensão condicional do processo Não cabe suspensão condicional do

processo

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Lesão corporal seguida de morte

Art. 129, § 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o
resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo:

Pena - reclusão, de quatro a doze anos.

Lesão corporal seguida de morte (art. 129, §3º)

Doutrina: homicídio preterdoloso ou preterintencional

Obs. 1. Necessariamente preterdoloso. Dolo na lesão e culpa na morte. Se o agressor tem a


pretensão de matar a vítima, é tentativa de homicídio.

Obs. 2. Não existe vias de fato seguida de morte.

Lesão corporal privilegiada: diminuição de pena

Art. 129, § 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou
moral OU sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima,
o juiz pode reduzir a pena de 1/6 a 1/3.

Lesão corporal: substituição da pena

Art. 129, § 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção
pela de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis:

I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior (lesão corporal privilegiada);

II - se as lesões são recíprocas.

Lesão corporal culposa

Art. 129, § 6° Se a lesão é culposa:

Pena - detenção, de dois meses a um ano.

Lesão corporal: aumento de pena

Art. 129, § 7º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipóteses dos §§
4º e 6º do art. 121 deste Código.

Lesão culposa: aplicabilidade do perdão judicial

Art. 129, § 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121 (perdão judicial).

Lesão corporal: violência doméstica

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Art. 129, § 9º Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou
companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente
das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade:

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.

Lesão corporal em violência doméstica (Art. 129, §9º)

Lesão leve – pena do art. 129 “caput” - detenção, de três meses a um ano.

Lesão leve em situação de violência doméstica – pena do art. 129, § 9° - detenção, de 3 (três)
meses a 3 (três) anos (Trata-se de uma lesão corporal leve qualificada pela violência doméstica)

Lesão grave, gravíssima ou seguida de morte em violência doméstica – pena do art. 129, §
1° a 3° c/c § 10 (aumenta-se a pena de 1/3)

Os § 9° e 10 – aplicam-se a situações de violência domesticas contra mulher e contra


HOMEM

Obs. 1. Com quem conviva ou tenha convivido.

Obs. 2. A penas ainda será aumentada de 1/3 se a vítima for portadora de necessidades
especiais

Jurisprudência

Súmula 536 do STJ: A suspensão condicional do processo e a transação penal não se aplicam
na hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha.

Informativo 609 do STJ: Lesão corporal contra irmão configura o § 9º do art. 129 do CP não
importando onde a agressão tenha ocorrido. Não é inepta a denúncia que se fundamenta no
art. 129, § 9º, do CP – lesão corporal leve –, qualificada pela violência doméstica, tão somente
em razão de o crime não ter ocorrido no ambiente familiar. STJ. 5ª Turma. RHC 50.026-PA, Rel.
Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 3/8/2017.

Juris STJ: Sujeito passivo também pode ser homem. A qualificadora prevista no § 9º do art.
129 do CP aplica-se também às lesões corporais cometidas contra homem no âmbito das
relações domésticas. STJ. 5ª Turma. RHC 27.622-RJ, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 7/8/2012.

Aumento de pena

Art. 129, § 10. Nos casos previstos nos §§ 1º a 3º deste artigo, se as circunstâncias são as
indicadas no § 9º deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço).

Aumento de pena: pessoa com deficiência

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Art. 129, § 11. Na hipótese do § 9º deste artigo, a pena será aumentada de 1/3 se o crime for
cometido contra pessoa portadora de deficiência.

Aumento de pena: crimes contra agentes de segurança

Art. 129, § 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e
144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança
Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro
ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição, a pena é aumentada
de um a dois terços.

Lesão praticada contra mulher

Art. 129, § 13. Se a lesão for praticada contra a mulher, por razões da condição do sexo
feminino, nos termos do § 2º-A do art. 121 deste Código: Lei nº 14.188, de 2021

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro anos).

LESÃO CORPORAL – ART. 129 DO CP


Lesão simples Ofender a integridade corporal ou a saúde de Detenção:
outrem 3 meses a 1 ano
Incapacidade para as ocupações habituais, por Reclusão:
Lesão grave mais de 30 dias 1 anos 5 anos
Perigo de vida
Debilidade permanente de membro, sentido ou
função
Aceleração de parto
Incapacidade permanente para o trabalho Reclusão:
Lesão gravíssima Enfermidade incurável 2 a 8 anos
Perda ou inutilização do membro, sentido ou
função
Deformidade permanente
Aborto
Lesão seguida de Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam Reclusão: 4 a 12
morte que o agente não quis o resultado, nem assumiu o anos
(preterdoloso) risco de produzi-lo
Lesão culposa Se a lesão é culposa Detenção: 2
meses a 1 ano

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Da rixa

O assunto: “Da rixa” está inserido no capítulo IV do título I (Crimes contra a pessoa) do Código
Penal – art. 137. Assim, apesar de estar previsto como crime contra a vida no edital
trabalharemos este crime para que não haja surpresas na hora da sua prova.

Rixa

Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os contendores:

Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.

Rixa: morte ou lesão corporal grave

Art. 137, parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza grave, aplica-se,
pelo fato da participação na rixa, a pena de detenção, de seis meses a dois anos.

Dos crimes contra a liberdade pessoal

O assunto: “Dos crimes contra a liberdade pessoal” está inserido na seção I, capítulo VI, título
I (Crimes contra a pessoa) do Código Penal.

Constrangimento ilegal

Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver
reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite,
ou a fazer o que ela não manda:

Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Constrangimento ilegal: aumento de pena

Art. 146, § 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, quando, para a execução


do crime, se reúnem mais de três pessoas, ou há emprego de armas.

Constrangimento ilegal: aplicação das penas correspondentes à violência

Art. 146, § 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as correspondentes à violência.

Não é considerado constrangimento ilegal

Art. 146, § 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo:

I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu


representante legal, se justificada por iminente perigo de vida;

II - a coação exercida para impedir suicídio.

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Ameaça

Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico,
de causar-lhe mal injusto e grave:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

Ameaça: procede mediante representação

Art. 147, parágrafo único - Somente se procede mediante representação.

Perseguição

Art. 147-A. Perseguir alguém, reiteradamente e por qualquer meio, ameaçando-lhe a


integridade física ou psicológica, restringindo-lhe a capacidade de locomoção ou, de qualquer
forma, invadindo ou perturbando sua esfera de liberdade ou privacidade. (Lei nº 14.132, de 2021)

Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Perseguição: aumento de pena

Art. 147-A, § 1º A pena é aumentada de metade se o crime é cometido: (Lei nº 14.132, de 2021)

I – contra criança, adolescente ou idoso;

II – contra mulher por razões da condição de sexo feminino, nos termos do § 2º-A do art.
121 deste Código;

III – mediante concurso de 2 (duas) ou mais pessoas OU com o emprego de arma.

Perseguição: aplicação das penas correspondentes à violência

Art. 147-A, § 2º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à
violência. (Lei nº 14.132, de 2021)

Perseguição: procede mediante representação

Art. 147-A, § 3º Somente se procede mediante representação.

Sequestro e cárcere privado

Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou cárcere privado:

Pena - reclusão, de um a três anos.

Sequestro e cárcere privado qualificado

Art. 148, § 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:

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I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente ou maior de 60


anos;

II - se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital;

III - se a privação da liberdade dura mais de 15 dias.

IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos;

V – se o crime é praticado com fins libidinosos.

Sequestro e cárcere privado: maus-tratos

Art. 148, § 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da detenção, grave


sofrimento físico ou moral:

Pena - reclusão, de dois a oito anos.

CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO

O tópico "Dos crimes contra o patrimônio" é o segundo título da Parte Especial do Código
Penal. Esse título é dividido em oito capítulos, porém iremos trabalhar somente aqueles
trazidos pelo edital de forma expressa.

Do furto

O assunto: “do furto” está inserido no capítulo I do título II (Crimes contra o patrimônio) do
Código Penal – art. 155 ao 156.

Furto simples

Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Furto simples

a) objetividade jurídica

1° Corrente (majoritária): propriedade e posse legítima

2° Corrente: propriedade, posse legítima e a detenção

b) consentimento do ofendido

Causa doutrinária de exclusão da ilicitude – possível quando o bem jurídico é disponível

Patrimônio é bem jurídico disponível – Ex.: Dono do supermercado vendo que o morador de
rua furtar bolacha e o deixa ir embora.

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c) objeto material

O que pode ser objeto de furto e o que não pode?

PODEM SER OBJETOS DE FURTO NÃO PODEM SER OBJETO DE FURTO


Coisas móveis, inclusive os imóveis por Bens imóveis
ficção jurídica (ex.: navio e aeronave)
Bens incorpóreos (ex. direito autoral)
Cadáver – desde que tenha finalidade
econômica. Se não tiver finalidade Coisa abandonada
econômica o crime do art. 211 do CP
(Destruição, subtração ou ocultação de Coisa de ninguém
cadáver)
Coisa perdida, pois é objeto do crime de
Objetos enterrados com o cadáver apropriação de coisa achada (art. 169, p.
único, II do CP.
Coisas fora do comércio
Fique atento!
Semoventes (animais)
Tem autor que diz que coisa perdida é
Partes da natureza / coisas de uso comum diferente de coisa esquecida. Coisa perdida
do povo (areia, agua, terra, pedra, madeira o dono não sabe onde está. Coisa esquecida
etc), desde que estejam destacadas e dono sabe onde está, esqueceu o celular no
pertença a alguém. Uber. Para quem faz essa distinção, coisa
esquecida é objeto de furto.
Energia com valor econômico

Cheque

Coisa de valor afetivo (carta, fotogravia),


integram o patrimônio da pessoa

E os objetos que estão enterrados com o cadáver, por exemplo, o dente de ouro?

Pelo princípio da “saisine”, quando uma pessoa falece, todos os bens dela são
automaticamente transferidos para os seus sucessores. Portanto, tem proprietário, logo, pode
ser objeto de furto, pois o objeto pertence aos sucessores do cadáver.

Abigeato é crime?

Abigeato é furto de semovente (animal).

Sinal de TV a cabo é furto?

STJ: subtração de sinal de TV a cabo é furto de energia.

Subtração de talão de cheque em branco é furto?

STJ: antes não era crime, pois não tinha valor econômico apreciável.

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STJ: Mudou em 2015 o entendimento. Hoje é pacifico no STJ que furto de talão de cheque em
branco é crime de furto.

d) princípio da insignificância

O princípio da insignificância pode ser aplicado, mas para que não seja aplicado de forma
indiscriminada e se torne escape para a criminalidade, o STF e STJ colocaram limitações a este
princípio, criando quatro requisitos objetivos para sua aplicação:

Mínima ofensividade da conduta

Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento

Ausência de periculosidade social da ação

Reduzido grau de lesão ao bem jurídico

e) sujeitos do crime

Sujeito ativo

Qualquer pessoa, exceto o proprietário ou o legítimo possuidor

O proprietário pode cometer o crime do art. 346 do CP (exercício arbitrário das próprias razões)

O possuidor pode cometer apropriação indébita

Ladrão que subtrai coisa subtraída comete crime de furto?

Sim.

O que é famulato?

Furto praticado pelo empregado, também chamado de furto doméstico.

Sujeito passivo

Há o crime de furto mesmo que a vítima não for identificada e localizada.

f) elemento subjetivo

Dolo

O indivíduo agindo em erro de tipo pega um celular de outra pessoa. Depois,


verificando que é de outra pessoa resolve ficar com o objeto para si, haverá crime de
furto?

Não, é crime de apropriação indébita, pois ele entrou na posse de boa-fé.

O que significa subtrair para si ou para outrem?

Só há furto se o dolo for definitivo (animo de assenhoramento)

E se há subtração tem a finalidade de usar e devolver o bem há crime?

Surge a figura do furto de uso, que é fato atípico – é ilícito meramente civil

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Quais requisitos para configurar o furto de uso?

i) Dolo de apenas usar

ii) Que haja a restituição do bem de forma rápida, espontânea e sem danos.

g) consumação

1° Corrente (teoria da posse pacífica): A consumação do furto exige dois requisitos: i) Se a


coisa sai da esfera de vigilância da vítima; e ii) Se o criminoso tem a posse tranquila do bem.
Faltando qualquer um dos requisitos é tentativa.

2° Corrente (teoria da inversão da posse): A consumação do furto exige um requisito: basta


que a coisa saia da esfera de vigilância da vítima, ainda que o agente não tenha a posse
tranquila da coisa.

3° Corrente (teoria da “amotio” ou “aprehensio” - prevalece): O crime de furto se consuma


com o mero apoderamento da coisa pelo criminoso, ainda que ela não saia de vigilância da
vítima e o agente não tenha a posse tranquila da coisa. Só haverá tentativa se o agente sequer
apoderar da coisa. Súmula 582 do STJ.

Obs. 1. Teoria da “ablatio”: exige o apoderamento e o deslocamento da coisa.

h) tentativa

A tentativa ocorre quando o agente sequer apoderar da coisa

Tentativa de furto em estabelecimentos comerciais com sistemas de vigilância?

Súmula 567 do STJ: sistema de vigilância em estabelecimentos comerciais não torna o furto
impossível, é tentativa.

Furto: aumento de pena de 1/3 – repouso noturno

Art. 155, § 1º - A pena aumenta-se de 1/3, se o crime é praticado durante o repouso noturno.

JURISPRUDÊNCIA

A causa de aumento prevista no §1º do art. 155 do Código Penal (prática do crime de furto no
período noturno) não incide no crime de furto na sua forma qualificada (§4º). STJ. 3ª Seção. REsp
1.890.981-SP, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 25/05/2022.

Furto privilegiado

Art. 155, § 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode
substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a 2/3, ou aplicar somente a
pena de multa.

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Furto privilegiado

a) Requisitos

Infrator primário

Coisa de pequeno valor

Obs. 1: Coisa de pequeno valor é diferente de prejuízo de pequeno valor.

Obs. 2: A aplicação do privilégio é um direito subjetivo do réu.

Obs. 3: A expressão “pode” está na opção do juiz: reduzir a pena de reclusão OU substituir a
reclusão por detenção OU aplicar só a multa.

b) Furto privilegiado-qualificado (hibrido)

Prevalecia no STF e STJ que não. Benefícios do privilégio são incompatíveis com a gravidade
do furto privilegiado. No entanto, o STF e STJ mudaram o entendimento. Atualmente admite-
se a figura do furto privilegiado-qualificado, desde que a qualificadora seja de ordem objetiva,
exceto no furto qualificado por abuso de confiança.

Coisa móvel: energia elétrica / outra coisa com valor econômico

Art. 155, § 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha
valor econômico.

Furto qualificado

Art. 155, § 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:

I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;

II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;

III - com emprego de chave falsa;

IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.

Furto com emprego de explosivo ou artefato análogo que cause perigo comum

Art. 155, § 4º - A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se houver


emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum. Lei nº 13.654, de 2018

Furto mediante fraude cometido por meio de dispositivo eletrônico

Art. 155, § 4º-B. A pena é de reclusão, de 4 a 8 anos, e multa, se o furto mediante fraude é
cometido por meio de dispositivo eletrônico ou informático, conectado ou não à rede de

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computadores, com ou sem a violação de mecanismo de segurança ou a utilização de


programa malicioso, ou por qualquer outro meio fraudulento análogo. Lei nº 14.155, de 2021

§ 4º-C. A pena prevista no § 4º-B deste artigo, considerada a relevância do resultado gravoso:

I – aumenta-se de 1/3 a 2/3, se o crime é praticado mediante a utilização de servidor mantido


fora do território nacional;

II – aumenta-se de 1/3 ao dobro, se o crime é praticado contra idoso ou vulnerável.

Furto de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado

Art. 155, § 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de veículo
automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior.

Furto de semovente domesticável

Art. 155, § 6º - A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtração for de


semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local da
subtração.

Furto de substâncias explosivas

Art. 155, § 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se a subtração for
de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua
fabricação, montagem ou emprego.

Furto de coisa comum

Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem
legitimamente a detém, a coisa comum:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

Furto de coisa comum: representação

Art. 156, § 1º - Somente se procede mediante representação.

Furto de coisa comum: representação

Art. 156, § 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não excede a
quota a que tem direito o agente.

Do roubo e da extorsão

O assunto: “do roubo e da extorsão” está inserido no capítulo II do título II (Crimes contra o
patrimônio) do Código Penal – art. 157 ao 160.

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Roubo simples

Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou
violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de
resistência:

Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

Roubo simples

a) classificação

Crime complexo: fusão de depois ou mais crimes (é a fusão do furto – subtrair para si ou para
outrem coisa alheia móvel + o crime de lesão corporal / ameaça / homicídio)

b) bem jurídico

Bem jurídico: patrimônio ou posse + integridade física e psíquica das pessoas

Crime pluriofensivo: dupla objetividade jurídica – protege dois ou mais bens jurídicos

c) sujeitos do crime

Sujeito ativo: qualquer pessoa – crime comum, exceto o proprietário e o possuidor do bem.

Sujeito passivo: tanto o proprietário ou possuidor do bem, como também a pessoa que sofre
a violência ou grave ameaça.

Crime de duplasubjetividade passiva: existe dois sujeitos passivos, mas pode ocorrer do crime
ter apenas uma vítima.

Pessoa jurídica pode ser vítima de roubo?

Sim, vítima no que se refere ao aspecto patrimonial do crime. Ex.: ladrão que rouba dinheiro
de caixa do supermercado – sujeito passivo: supermercado (PJ) e funcionário.

d) objeto material

Coisa alheia móvel + pessoa ou as pessoas que sofre a violência

Crime de dupla objetividade material.

O que pode ser objeto de roubo e o que não pode?

Podem ser objetos de roubo Não podem ser objeto de roubo


Coisas móveis, inclusive os imóveis por Bens imóveis
ficção jurídica (ex.: navio e aeronave)
Bens incorpóreos (ex. direito autoral)
Cadáver – desde que tenha finalidade
econômica. Se não tiver finalidade Coisa abandonada
econômica o crime do art. 211 do CP

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(Destruição, subtração ou ocultação de Coisa de ninguém


cadáver)
Coisa perdida, pois é objeto do crime de
Objetos enterrados com o cadáver apropriação de coisa achada (art. 169, p.
único, II do CP.
Coisas fora do comércio
Fique atento!
Semoventes (animais)
Tem autor que diz que coisa perdida é
Partes da natureza / coisas de uso comum diferente de coisa esquecida. Coisa perdida
do povo (areia, agua, terra, pedra, madeira o dono não sabe onde está. Coisa esquecida
etc), desde que estejam destacadas e dono sabe onde está, esqueceu o celular no
pertença a alguém. Uber. Para quem faz essa distinção, coisa
esquecida é objeto de furto.
Energia com valor econômico

Cheque

Coisa de valor afetivo (carta, fotogravia),


integram o patrimônio da pessoa

e) elemento subjetivo

Dolo de subtrair + acrescido da finalidade específica (para si ou para outrem)

O roubo de uso é crime?

Sim, porque o bem pode ser devolvido, mas a violência ou grave ameaça não pode ser
apagada, logo, já foi empregada e não tem como ser apagada.

1° Corrente – STJ (prevalece): roubo de uso é crime de roubo.

2° Corrente: o roubo de uso configura o crime de constrangimento ilegal, não pode ser roubo
porque não se trata de uma subtração “para si ou para outrem” (definitiva)

f) formas de execução

i) Violência física (chamada de violência própria ou absoluta)

Qualquer forma de violência, incluindo a mera via de fato

ii) Grave ameaça (Violência moral) – palavras, escritos ou gestos (chamada de violência própria
ou absoluta)

Só configura roubo se tiver pode intimidatório

iii) Outro meio que reduza a vítima a impossibilidade de resistência (chamada de violência
imprópria)

Ex.: sonífero na bebida da mulher – boa noite Cinderela.

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Roubo simples impróprio

Art. 157, § 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega
violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a
detenção da coisa para si ou para terceiro.

Roubo próprio e impróprio

O roubo impróprio, também chamado de roubo por aproximação

Roubo próprio Roubo impróprio


Violência ou ameaça é exercida antes OU Violência ou ameaça é exercida após a
durante a subtração. subtração

Violência ou ameaça tem o objetivo de - É o crime que começa como furto e termina
permitir a subtração como roubo

Admite três formas de execução: Violência ou ameaça tem o objetivo de


garantir a detenção da coisa ou impunidade
i) Violência
ii) Grave ameaça Admite duas formas de execução:
iii) Redução da vítima a impossibilidade de
resistência (violência imprópria) i) Violência
ii) Grave ameaça
Consumação: teoria da “amotio” ou
“aprehensio” - prevalece): O crime de furto Logo, o roubo impróprio não admite
se consuma com o mero apoderamento da violência imprópria.
coisa pelo criminoso, ainda que ela não saia
de vigilância da vítima e o agente não tenha Consumação / tentativa: Não se consuma
a posse tranquila da coisa. S com o apoderamento. Se consuma no
momento em que o ladrão já tendo
Tentativa: ó haverá tentativa se o agente subtraído a coisa, utiliza a violência ou grave
sequer apoderar da coisa. Súmula 582 do ameaça contra a pessoa.
STJ.
Tentativa: maioria diz que não existe, porque
se o ladrão subtrair e não usar violência e
grave ameaça será furto.

Causa de aumento do roubo: 1/3

Art. 157, § 2º A pena aumenta-se de 1/3 até metade:

I – (revogado);

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II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;

III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância.

IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado
ou para o exterior;

V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade.

VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou


isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego.

VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma branca; Lei nº 13.964, de 2019

Causa de aumento do roubo: 2/3

Art. 157, § 2º-A A pena aumenta-se de 2/3:

I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo;

II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de explosivo ou de


artefato análogo que cause perigo comum.

Causa de aumento do roubo: dobro

Art. 157, § 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de fogo
de uso restrito ou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo. Lei nº
13.964, de 2019

Roubo: lesão grave ou morte

Art. 157, § 3º Se da violência resulta:

I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 a 18 anos, e multa;

II – morte, a pena é de reclusão de 20 a 30 anos, e multa.

Extorsão

Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter
para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de
fazer alguma coisa:

Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

Extorsão: aumento de pena

Art. 158, § 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, OU com emprego de arma,
aumenta-se a pena de 1/3 até metade.

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Extorsão: lesão grave ou morte

Art. 158, § 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo


anterior (roubo: lesão grave ou morte).

Extorsão mediante restrição da liberdade da vítima

Art. 158, § 3º Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa


condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6
(seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as
penas previstas no art. 159, §§ 2º e 3º, respectivamente.

Extorsão mediante sequestro

Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem,
como condição ou preço do resgate:

Pena - reclusão, de oito a quinze anos.

Extorsão mediante sequestro: qualificado

Art. 159, § 1º Se o sequestro dura mais de 24 horas, se o sequestrado é menor de 18 (dezoito)


ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha.

Pena - reclusão, de doze a vinte anos.

Extorsão mediante sequestro: qualificado

Art. 159, § 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:

Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.

Extorsão mediante sequestro: qualificado

Art. 159, § 3º - Se resulta a morte:

Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.

Extorsão mediante sequestro: aumento de pena

Art. 159, § 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à


autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços.

Extorsão indireta

Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de alguém,
documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou contra terceiro:

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Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

Da apropriação indébita

O assunto: “da apropriação indébita” está inserido no capítulo V do título II (Crimes contra o
patrimônio) do Código Penal – art. 168 ao 170.

Apropriação indébita

Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Apropriação indébita: aumento de pena

Art. 168, § 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa:

I - em depósito necessário;

II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou


depositário judicial;

III - em razão de ofício, emprego ou profissão.

Apropriação indébita previdenciária

Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos


contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem deixar de:

I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à previdência social


que tenha sido descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do
público;

II – recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integrado despesas


contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços;

III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores já tiverem sido
reembolsados à empresa pela previdência social.

Apropriação indébita previdenciária: extinção da punibilidade

Art. 168-A, § 2º - É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa


e efetua o pagamento das contribuições, importâncias ou valores e presta as informações
devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação
fiscal.

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Apropriação indébita previdenciária: perdão judicial

Art. 168-A, § 3º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se
o agente for primário e de bons antecedentes, desde que:

I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia, o pagamento
da contribuição social previdenciária, inclusive acessórios; ou

II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele
estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o
ajuizamento de suas execuções fiscais.

Apropriação indébita previdenciária: inaplicabilidade do perdão judicial

Art. 168-A, § 4º A faculdade prevista no § 3º deste artigo não se aplica aos casos de
parcelamento de contribuições cujo valor, inclusive dos acessórios, seja superior àquele
estabelecido, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas
execuções fiscais.

Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força da natureza

Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou
força da natureza:

Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.

Apropriação de tesouro

Art. 169, parágrafo único - Na mesma pena incorre:

I - quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no todo ou em parte, da quota a que
tem direito o proprietário do prédio;

Apropriação de coisa achada

Art. 169, parágrafo único - Na mesma pena incorre:

II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de
restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro
no prazo de quinze dias.

Art. 170 - Nos crimes previstos neste Capítulo, aplica-se o disposto no art. 155, § 2º.

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Da Receptação

O assunto: “da receptação” está inserido no capítulo VII do título II (Crimes contra o patrimônio)
do Código Penal – art. 180 ao 180-A.

Receptação

Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio,
coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba
ou oculte:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Receptação qualificada

Art. 180, § 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar,
montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio
ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, coisa que deve saber ser produto
de crime:

Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa.

Equiparação à atividade comercial

Art. 180, § 2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito do parágrafo anterior, qualquer
forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercício em residência.

Receptação culposa

Art. 180, § 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre
o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio
criminoso:

Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as penas.

Receptação: punível

Art. 180, § 4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor do
crime de que proveio a coisa.

Receptação culposa e dolosa

Art. 180, § 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o juiz, tendo em


consideração as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. Na receptação dolosa aplica-se o
disposto no § 2º do art. 155.

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Receptação: aumento da pena em dobro

Art. 180, § 6º - Tratando-se de bens do patrimônio da União, de Estado, do Distrito Federal,


de Município ou de autarquia, fundação pública, empresa pública, sociedade de economia
mista ou empresa concessionária de serviços públicos, aplica-se em dobro a pena prevista no
caput deste artigo.

Receptação de animal

Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito ou vender, com
a finalidade de produção ou de comercialização, semovente domesticável de produção, ainda
que abatido ou dividido em partes, que deve saber ser produto de crime:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

CRIMES CONTRA DIGNIDADE SEXUAL

O tópico "Crimes contra a Dignidade Sexual" está previsto no título VI da Parte Especial do
Código Penal. Novamente, apesar de o título trazer vários crimes divididos por capítulos,
trabalharemos somente aqueles elencados no edital pela banca examinadora.

Dos crimes contra a liberdade sexual

O assunto: “Dos crimes contra a liberdade sexual” está inserido no capítulo I do título VI (Crimes
contra a dignidade sexual) do Código Penal.

Estupro

Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal
ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso:

Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.

§ 1º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18


(dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos:

Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos.

§ 2º Se da conduta resulta morte:

Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos

Art. 214 - (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009)

Importunação sexual

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Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de
satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro: (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)

Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não constitui crime mais grave.

Art. 216. (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009)

Assédio sexual

Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual,
prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes
ao exercício de emprego, cargo ou função.

Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.

Parágrafo único. (VETADO)

§ 2º A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos.

CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

O tópico "Crimes contra a Administração Pública" está previsto no título XI da Parte Especial
do Código Penal. Dentro deste título, o edital previu somente a cobrança da corrupção ativa e
da corrupção passiva. Portanto, trabalharemos agora estes crimes.

Corrupção passiva

Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que
fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar
promessa de tal vantagem:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.

Art. 317, § 1º - A pena é aumentada de 1/3, se, em consequência da vantagem ou promessa,


o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever
funcional.

Art. 317, § 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração
de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:

Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Dos crimes praticados por particular contra a Administração em Geral

O assunto: “Dos crimes praticados por particular contra a Administração em Geral” está
inserido no capítulo II do título XI (Crimes contra a Administração Pública) do Código Penal. E
dentro deste assunto está a corrupção ativa cobrada em seu edital.

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Corrupção ativa

Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo
a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.

Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou promessa,


o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.

CORRUPÇÃO ATIVA/PASSIVA

Corrupção passiva Funcionário público solicita, recebe ou aceita vantagem indevida

Corrupção ativa Particular oferece ou promete vantagem indevida a funcionário

público

LEI N° 9.455, DE 07 DE ABRIL DE 1997 (CRIMES DE TORTURA)

A lei 9.455/97 foi abordada na disciplina de direito penal no edital de soldado da PM BA .

CRIME DE TORTURA

Art. 1º Constitui crime de tortura:

I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe


sofrimento físico ou mental:

a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa;

b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;

c) em razão de discriminação racial ou religiosa;

II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou
grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal
ou medida de caráter preventivo.

Pena - reclusão, de dois a oito anos.

§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a
sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não
resultante de medida legal.

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§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-
las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.

§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de quatro


a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.

Tome nota

Segundo Márcio Cavalcante, prevalece que o §3º é uma forma preterdolosa do crime de tortura. Isso
significa que somente se aplica o § 3º se a lesão corporal ou morte decorreu de culpa do agente. Se o
agente tinha a intenção de praticar tortura e de matar a vítima, ele deverá responder por tortura em
concurso formal com homicídio.

TORTURA HOMICÍDIO
QUALIFICADA PELA MORTE QUALIFICADO PELA TORTURA
(art. 1º, § 3º, da Lei 9.455/97) (art. 121, § 2º, III, do CP)
Equiparado a Hediondo Hediondo

Preterdoloso Doloso
Há dolo de torturar e a morte é resultado Há dolo de matar e a tortura é o meio de
culposo decorrente da tortura execução escolhido para matar

Reclusão, de 8 a 16 anos Reclusão, de 12 a 30 anos

Juiz Regular Júri

§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:

I - se o crime é cometido por agente público;

II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou


maior de 60 (sessenta) anos;

III - se o crime é cometido mediante sequestro.

§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição


para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.

§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.

§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento
da pena em regime fechado.

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Tome nota

Márcio Cavalcante explica que a literalidade do texto legal versa que o regime inicial de cumprimento de
pena será o fechado.

O STF possui um precedente minoritário sobre o tema, versando que o §7º é constitucional. Entretanto, a
Corte possui o entendimento sobre a inconstitucionalidade do regime integralmente e inicialmente
fechado para os crimes da lei 8.072/90, por ferir o princípio da individualidade da pena.

Para o STJ, não há obrigatoriedade de o regime inicial para condenados por tortura ser o regime fechado,
por força da decisão do STF sobre a lei 8.072/90. A doutrina acompanha este entendimento.

Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em
território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob
jurisdição brasileira.

Informativo

Informativo 548 do STJ: Tortura cometida contra brasileiro no exterior. Crime de tortura praticado
contra brasileiro no exterior: trata-se de hipótese de extraterritorialidade incondicionada (art. 2º da Lei
9.455⁄97). No Brasil, a competência para julgar será da Justiça Estadual.

O fato de o crime de tortura, praticado contra brasileiros, ter ocorrido no exterior, não torna, por si só, a
Justiça Federal competente para processar e julgar os agentes estrangeiros. Isso porque a situação não se
enquadra, a princípio, em nenhuma das hipóteses do art. 109 da CF/88. STJ. 3ª Seção. CC 107.397-DF, Rel.
Min. Nefi Cordeiro, julgado em 24/9/2014 (Info 548)

Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do
Adolescente.

LEI DAS CONTRAVENÇÕES PENAIS (DECRETO-LEI Nº 3.688/41)

O edital prevê ainda, no item 3, o tema “Contravenção” se limitando a dizer isso, sem
especificar o que se cobrará de fato. Por isso, trabalharemos alguns temas importantes dentro
da parte geral do Decreto-Lei 3.688/41 que trata das contravenções penais.

PARTE GERAL

Art. 1º Aplicam-se as contravenções às regras gerais do Código Penal, sempre que a presente
lei não disponha de modo diverso.

Art. 2º A lei brasileira só é aplicável à contravenção praticada no território nacional.

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Tome nota

Trata-se do chamado princípio da territorialidade exclusiva, segundo o qual a LCP só possui aplicação às
contravenções praticadas no território brasileiro.

Art. 3º Para a existência da contravenção, basta a ação ou omissão voluntária. Deve-se,


todavia, ter em conta o dolo ou a culpa, se a lei faz depender, de um ou de outra, qualquer
efeito jurídico.

Art. 4º Não é punível a tentativa de contravenção.

Art. 5º As penas principais são:

I – prisão simples.

II – multa.

Art. 6º A pena de prisão simples deve ser cumprida, sem rigor penitenciário, em
estabelecimento especial ou seção especial de prisão comum, em regime semi-aberto ou
aberto.

§ 1º O condenado a pena de prisão simples fica sempre separado dos condenados a pena de
reclusão ou de detenção.

§ 2º O trabalho é facultativo, se a pena aplicada, não excede a quinze dias.

Art. 7º Verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma contravenção depois de passar
em julgado a sentença que o tenha condenado, no Brasil ou no estrangeiro, por qualquer
crime, ou, no Brasil, por motivo de contravenção.

REINCIDÊNCIA
SENTENÇA NOVA INFRAÇÃO PENAL CONSEQUÊNCIA
CONDENATÓRIA
Crime (Brasil ou Crime Reincidente
estrangeiro) (art. 63, CP)
Crime (Brasil ou Contravenção Reincidente
estrangeiro) (art. 7, LCP)
Contravenção Contravenção Reincidente
Penal (Brasil) (art. 7, LCP)
Contravenção Crime Não gera Reincidência.
Penal (Brasil) Apenas maus
antecedentes
Contravenção Contravenção Não gera Reincidência.
Penal Penal (Brasil) Apenas maus
(estrangeiro) antecedentes

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Art. 8º No caso de ignorância ou de errada compreensão da lei, quando escusáveis, a pena


pode deixar de ser aplicada.

Art. 9º A multa converte-se em prisão simples, de acordo com o que dispõe o Código Penal
sobre a conversão de multa em detenção.

Parágrafo único. Se a multa é a única pena cominada, a conversão em prisão simples se faz
entre os limites de quinze dias e três meses.

Art. 10. A duração da pena de prisão simples não pode, em caso algum, ser superior a cinco
anos, nem a importância das multas ultrapassar cinquenta contos.

Art. 11. Desde que reunidas as condições legais, o juiz pode suspender por tempo não inferior
a um ano nem superior a três, a execução da pena de prisão simples, bem como conceder
livramento condicional.

Art. 12. As penas acessórias são a publicação da sentença e as seguintes interdições de


direitos:

I – a incapacidade temporária para profissão ou atividade, cujo exercício dependa de


habilitação especial, licença ou autorização do poder público;

II – a suspensão dos direitos políticos.

Parágrafo único. Incorrem:

a) na interdição sob nº I, por um mês a dois anos, o condenado por motivo de contravenção
cometida com abuso de profissão ou atividade ou com infração de dever a ela inerente;

b) na interdição sob nº II, o condenado a pena privativa de liberdade, enquanto dure a


execução do pena ou a aplicação da medida de segurança detentiva.

Art. 13. Aplicam-se, por motivo de contravenção, os medidas de segurança estabelecidas no


Código Penal, à exceção do exílio local.

Art. 14. Presumem-se perigosos, além dos indivíduos a que se referem os ns. I e II do art. 78
do Código Penal:

I – o condenado por motivo de contravenção cometido, em estado de embriaguez pelo álcool


ou substância de efeitos análogos, quando habitual a embriaguez;

II – o condenado por vadiagem ou mendicância;

Art. 15. São internados em colônia agrícola ou em instituto de trabalho, de reeducação ou de


ensino profissional, pelo prazo mínimo de um ano:

I – o condenado por vadiagem (art. 59);

II – o condenado por mendicância (art. 60 e seu parágrafo);

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Art. 16. O prazo mínimo de duração da internação em manicômio judiciário ou em casa de


custódia e tratamento é de seis meses.

Parágrafo único. O juiz, entretanto, pode, ao invés de decretar a internação, submeter o


indivíduo a liberdade vigiada.

Art. 17. A ação penal é pública, devendo a autoridade proceder de ofício.

Súmulas sobre Contravenção Penal

Súmula 38 do STJ: Compete a Justiça Estadual Comum, na vigência da Constituição de 1988,


o processo por contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou
interesse da União ou de suas entidades.

Márcio Cavalcante destaca que existe uma exceção na qual a Justiça Federal julgaria
contravenção penal. Trata-se da hipótese de contravenção penal praticada por pessoa com
foro privativo no TRF. Seria o caso, por exemplo, de contravenção penal cometida por Juiz
Federal ou Procurador da República. Em tais situações, o julgamento ocorreria no TRF (e não
na Justiça Estadual).

Súmula 51 do STJ: A punição do intermediador, no jogo do bicho, independe da


identificação do "apostador" ou do "banqueiro".

Súmula 720 do STF: O art. 309 do Código de Trânsito Brasileiro, que reclama decorra do fato
perigo de dano, derrogou o art. 32 da Lei das Contravenções Penais no tocante à direção sem
habilitação em vias terrestres.

DIFERENÇAS ENTRE CRIME E CONTRAVENÇÃO


CRIME (delito) CONTRAVENÇÃO
(crime anão, crime vagabundo
ou delito liliputiano)
RECLUSÃO, DETENÇÃO PRISÃO SIMPLES
e/ou multa e/ou multa
Ação penal privada e ação Ação penal pública
penal pública (incondicionada Incondicionada
e condicionada)
DOLO ou CULPA VOLUNTARIEDADE
(art. 18 do CP) (art. 3º da LCP)
Pune Tentativa Não pune Tentativa

Admite Extraterritorialidade Não admite Extraterritorialidade


Competência pode ser da Justiça Estadual Competência apenas da Justiça Estadual,
e Justiça Federal salvo foro por prerrogativa de
função federal
Limite de Pena: 40 anos Limite de Pena: 5 anos

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Período de Prova do Sursis: 2 a 4 anos ou 4 Período de Prova do Sursis: 1 a 3 anos


a 6 anos
Cabe Prisão Preventiva Não cabe Prisão Preventiva
Instrumentos de crime podem Instrumentos de contravenção
ser confiscados não podem ser confiscados

AUTORIA: Material elaborado por CM Cursos Online | Concursos Públicos

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