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Um Romance

HISTÓRIAS
DO CÉU
NOTURNO

CARLA CINTRA
Um Romance

HISTÓRIAS
DO CÉU
NOTURNO
CARLA CINTRA
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Nada do que é social e humano é mais real que as utopias. Na sua


vertente eutópica, as utopias constituíram sempre o fundamento
simbólico e mítico sem o qual nenhuma forma de organização
social se sustenta, justifica ou sobrevive. E criam, tanto na vertente
eutópica como na distópica, o vocabulário da revolução e da
mudança: sem os amanhãs que cantam (ou choram) teríamos, em
vez de História, um presente intemporal e eterno - como o dos
faraós ou o de Francis Fukuyama.
Aldous Huxley publicou o seu Brave New World em 1932. George
Orwell, que não tinha em grande conta este livro ou o seu autor,
publicou 17 anos depois a sua própria distopia, Nineteen Eighty-
Four. Entre estas duas datas interpôs-se a Segunda Grande Guerra:
não admira que na primeira a técnica básica da opressão do Estado
fosse a manipulação genética e que na segunda, depois do
descrédito em que o regime nazi lançou o eugenismo, as técnicas
principais da opressão sejam a lavagem ao cérebro, a crueldade
gratuita e a manipulação da linguagem.
Apesar desta e de outras diferenças, os dois textos foram muitas
vezes lidos, nas décadas seguintes, como os dois pólos - um
hedonista, outro o oposto disto - duma mesma distopia, a que os
sinais dos tempos davam e dão plausibilidade. Esta distopia bipolar
é identificável em grande parte com a ideia de modernidade; e hoje
a invocação da modernidade, sempre na boca dos políticos e dos
capitães da indústria, soa aos nossos ouvidos tanto a ameaça como
a promessa.
Do texto de Aldous Huxley, o que entrou na linguagem corrente,
traduzido para todas as línguas, foi o sobretudo o título: "admirável
mundo novo". A expressão é utilizada em toda a parte mesmo por
quem nunca leu a obra: das mesas dos cafés aos blogues, das
crónicas dos jornais aos debates nos media. Do texto de Orwell,
toda a gente utiliza, própria ou impropriamente, expressões como
Big Brother, newspeak (que até teve, em português, honras de
tradução: "novilíngua"), ou ainda doublethink. Uma coisa é certa:
nenhuma destas expressões se teria conservado até hoje no uso
corrente se não tivesse referentes no real quotidiano.
A mesma sorte não teve 1985, de Anthony Burgess, publicado em
1978. Um texto anterior de Burgess, também ele distópico, é de
longe mais conhecido, talvez pela versão filmada que dele fez
Stanley Kubrik: A Clockwork Orange. 1985 recupera alguns temas
e tropos deste texto e apresenta-se como um balanço crítico de
Nineteen Eighty-Four. Divide-se em duas partes: um ensaio sobre
o texto de Orwell e a construção duma distopia alternativa,
imaginada por Burgess 29 anos mais tarde. A frase final da
primeira parte do livro é: 1984 is not going to be like that at all.
Frase corajosa, vinda dum escritor que admirava e respeitava o
objecto da sua crítica. E é com ela que Burgess nos autoriza a
fazermos nós também o balanço crítico da sua alternativa,
decorridos mais que outros tantos anos desde a sua publicação.
Vejamos então o que sobreviveu melhor ao curso da história: se
Nineteen Eighty-Four aos últimos 60 anos, se 1985 aos últimos
trinta e um.
As diferenças entre as duas distopias não surpreendem, sabendo
que uma foi escrita por um socialista libertário, pouco à vontade no
seu estatuto social de nascença que o colocava nas franjas do
poder, e a outra escrita por um conservador a quem o facto de
pertencer a uma elite social e intelectual não incomoda
minimamente. Na primeira, o opressor é um Estado por assim dizer
anti-utilitarista, ou seja: inteiramente dedicado à prossecução do
maior mal do maior número. Burgess faz notar, na sua crítica a
Orwell, que um Estado assim nunca existiu nem pode existir.
Mesmo os regimes que mais se aproximam deste modelo são
intrinsecamente instáveis: Calígula acabou assassinado, e o
Império nazi, que era para durar mil anos, durou doze. Reconhece
Burgess, contudo, que Orwell tem bons modelos para a sua terrível
invenção: o franquismo contra o qual lutou, o estalinismo que
assassinou na Catalunha os seus camaradas anarco-sindicalistas, ou
o nazismo, de cujos horrores se começava a tomar conhecimento
quando o livro foi escrito. Bastou a Orwell absolutizar e levar ao
extremo do concebível estas realidades históricas, et voilà: aí
temos o Ingsoc, abreviatura de English Socialism, ou seja:
Socialismo Inglês.
Burgess nota, com a indulgência a que as suas próprias
contradições o obrigam, a ironia de um socialista chamar
socialismo ao regime mais monstruoso que consegue imaginar;
mas não precisa de explicar, e não explica, as razões óbvias desta
opção. Nós, habitantes do Século XXI, habituados pela propaganda
vigente a equacionar "esquerda" com "estatismo", também
podemos ver ironia na escolha deste nome. As razões de Burgess
para notar esta ironia são, contudo, um pouco diferentes das
nossas. Burgess não era um anti-estatista doutrinário, mas sim um
conservador na tradição burkeana, a quem a ideologia anarco-
capitalista e revolucionária representada por Margaret Thatcher e
Ronald Reagan repugnaria tanto como a qualquer militante da
esquerda dita radical. Não acredita que o Estado seja a emanação
do Mal, mas exige dele essa coisa fora de moda que é a
responsabilidade moral. No capítulo "Clockwork oranges" de
"1985", declara os seus pressupostos ético-políticos:
A chemical substance injected into [Alex's] blood induces nausea
while he is watching the films, but the nausea is also associated
with the music. It was not the intention of his State manipulators to
introduce this bonus or malus: it is purely an accident that, from
now on, he will automatically react to Mozart or Beethoven as he
will to rape or murder. The State has succedeed in its primary aim:
to deny Alex free moral choice, which, to the State, means choice
of evil. But it has added an unforeseen punishment: the gates of
heaven are closed to the boy, since music is a figure of celestial
bliss. The State has commited a double sin: it has destroyed a
human being, since humanity is defined by moral choice; it has
also destroyed an angel.
O Estado aqui descrito não é imoral, como o de Orwell, por opção
metafísica da oligarquia que o dirige: é, mais realisticamente, um
Estado amoral. Há, e houve, Estados imorais, mas nunca houve
nenhum que se definisse exclusivamente pela imoralidade. Burgess
tem razão neste ponto. Monstros desta natureza relevam mais de
ficções como Harry Potter ou Lord of the Rings do que da
realidade política que vivemos. O Mal absoluto, diz Burgess, é tão
desinteressado como o Bem; e todas as tiranias estáveis estão ao
serviço de interesses.
Não é que não nos sintamos tentados, por vezes, a elaborar
fantasias deliciosamente assustadoras sobre os "Senhores do Mal";
mesmo nós, portugueses, cá no nosso cantinho, detectamos um eco
distante destas fantasias quando ouvimos um político, um
economista ou um empresário deixar no ar a ideia de que tudo o
que é impopular é necessariamente justo e acertado e tudo o que
beneficia o cidadão comum é injusto e desastroso. Levada
inteiramente a sério, esta ideia implicaria uma negação total e
radical da democracia; mas somos, tal como Burgess, demasiado
sensatos para levar muito a sério ou muito à letra tudo o que diz o
poder, e é por isso que não confundimos José Sócrates ou Maria de
Lurdes Rodrigues com Voldemort.
Ao contrário de Thatcher e de Reagan, Burgess não via no Estado a
única, nem necessariamente a principal, fonte de opressão. O
Estado que Burgess denuncia não é o pesadelo de Orwell, que para
Burgess não passa disso mesmo: dum pesadelo. Nem é o Moloch
burocrático da lenda negra anti-socialista. É, acima de tudo, o
Estado de Ivan Petrovitch Pavlov e de Burrhus Frederic Skinner:
The Soviet State wished to remake man and, if one knows Russians,
one can sympathize. Pavlov deplored the wild-eyed, sloppy,
romantic, indisciplined, inefficient, anarchic texture of the Russian
soul, at the same time admiring the cool reasonableness of Anglo-
Saxons. Lenine deplored it, too, but it still exists. Faced with the
sloth of the waiters in Soviet restaurants (sometimes three hours
between taking the order and fulfilling it), the manic depression of
Soviet taxi-drivers, the sobs and howls of Soviet drunks, one can
sometimes believe that without communism this people could not
have survived. But one baulks, with a shudder, at the Leninist
proposal to rebuild, with Pavlov's assistance, the entire Russian
character, thus making the works of Chekhov and Dostyevsky
unintelligible to readers of the far future.
B. F. Skinner foi um behaviourista radical, bem conhecido pelos
professores como teórico da Educação cujas teses ainda hoje têm
influência política no nosso País e noutros. Mas tem outras facetas
menos conhecidas: como filósofo político, produziu em 1948
Walden Two, uma eutopia - ou distopia, conforme o ponto de vista
- em que as técnicas de psicologia do comportamento conduzem a
uma harmonia social perfeita; como filósofo moral, produziu em
1971 Beyond Freedom and Dignity, título este que não pode deixar
de dar calafrios a Burgess - e, creio bem, a muitos de nós. Burgess
denuncia o Estado Soviético não tanto por pretender privar o
homem da sua liberdade económica como por pretender privá-lo,
na esteira de Pavlov e Skinner, da sua liberdade moral.
Mas se o Estado não é a única nem a principal fonte potencial de
opressão, então não basta a Burgess denunciar o Estado, como em
A Clockwork Orange; é preciso enumerar e denunciar as outras
forças potencialmente hostis à liberdade (leia-se: liberdade moral)
do ser humano:
There are, indeed, forces always ready to diminish State power,
though oppressive enough in their own ways. Multinational
companies that can make and break governments but don't give a
damn about matters of responsibility to thought, art, sentiment,
health, morality, tradition. The manipulators, the true investigators
into the power of propaganda, meaning doublethink, subliminal
suggestion, rendering us unfree in the realm of what we consume.
Trade unions. Minority groups of all kinds, from the women's
liberationists to the gay sodomites. And where we expect the State,
that takes our money, to protect us from the more harmful of the
anarchic forces of the community, there we find the State peculiarly
powerless.
Se Burgess soa aqui como um cruzamento anti-natural entre um
manifestante anti-globalização e um moralista reaccionário,
reflictamos que o texto foi escrito antes de, quer o neoliberalismo,
quer o movimento politicamente correcto terem adquirido o
estatuto de verdades dificilmente questionáveis.
Na segunda parte de 1985, Burgess já não toma como alvo o
Estado de Pavlov e Skinner, mas sim uma das forças que enumera
nos capítulos anteriores. O vilão principal de Burgess é, nesta
narrativa, o movimento sindical. Não o movimento sindical tal
como existiu nos países democráticos ao longo dos séculos XIX e
XX, mas aquilo em que ele parecia estar a tornar-se no Reino
Unido em 1978: um sindicalismo totalitário que se substitui ao
Estado e regula despoticamente todos os aspectos da vida em
sociedade. Este retrato do movimento sindical era em parte,
mesmo naquele tempo e lugar, pura e mal intencionada
propaganda; mas propaganda em que Burgess acreditou. Tal como
Orwell se tinha alegrado, trinta anos antes, com a vitória
avassaladora do partido Trabalhista nas primeiras eleições que se
seguiram à Guerra, é possível que Burgess se tenha alegrado com o
triunfo de Margaret Thatcher, no ano seguinte ao da publicação de
1985, com base num programa explicitamente anti-sindical. Se
assim foi, esta alegria deve ter durado pouco.
Na novela de Burgess, a personagem principal é um professor de
História e línguas clássicas, desafecto a um sistema que não lhe
permite ensinar nada que possa ser considerado "elitista". Esta
dissidência leva-o primeiro à demissão e à escolha de um trabalho
manual (pasteleiro) que não lhe suscita problemas deontológicos,
depois à clandestinidade e por fim à prisão perpétua.
Em Nineteen Eighty-Four a personagem principal é um burocrata
chamado Winston Smith; o professor que protagoniza 1985 chama-
se Bev Jones. A escolha dos nomes não é trivial, como assinala
explicitamente Burgess a propósito do nome que escolheu para o
protagonista de A Clockwork Orange: Alex, diminutivo de
Alexander, ou seja, em grego, "salvador de homens". " Smith" e
"Jones" são os sobrenomes mais banais do mundo anglo-saxónico.
O nome próprio "Winston" produz, associado a "Smith", um efeito
dissonante que se repercute em " Bev Jones. O nome próprio dado
à personagem pelo pai pode constituir uma homenagem a uma de
três figuras históricas: Ernest Bevin, organizador sindical, dirigente
do Partido Trabalhista e Ministro do Trabalho a partir de 1940 no
governo de coligação de Winston Churchill; Aneurin Bevan,
Ministro da Saúde a seguir à vitória trabalhista de 1945, arquitecto
do Serviço Nacional de Saúde, e Ministro do Trabalho a partir de
1951, cargo de que se demitiu em protesto contra a introdução de
taxas moderadoras destinadas a financiar a participação britânica
na Guerra da Coreia; ou William Beveridge, parlamentar do
Partido Liberal cujo relatório, apresentado em 1942, veio a servir
de base à instituição do Welfare State no Reino Unido.
Bev Jones é, assim, simultaneamente a continuação e o oposto de
Winston Smith, facto que se reflecte nas óbvias diferenças e nas
surpreendentes semelhanças entre os dois textos.
Ambas as tiranias descritas são pavlovianas ou skinnerianas:
Winston Smith e Bev Jones são ambos "reeducados" a dado passo.
Em ambas está presente, como de resto em Fahrenheit 451 de Ray
Bradbury, a aversão do intelectual a qualquer poder de facto ou de
direito que se dedique à destruição de livros; mas o que
imediatamente salta à vista quando lemos os dois textos é o relevo
que Orwell e Burgess dão à manipulação da linguagem. Em 1985
proibe-se às escolas que ensinem a norma culta da língua inglesa e
impõe-se em vez dela o chamado Worker's English; em Nineteen
Eighty-Four o consenso artificial de que a tirania necessita é
construído recorrendo ao Newspeak.
Apesar de partirem de princípios ideológico-políticos
aparentemente opostos, os dois textos partem de princípios morais
muito semelhantes e de concepções muito próximas da liberdade.
Para a personagem principal de Orwell, ser livre significa poder
acreditar que 2+2=4; para Burgess, ser livre significa ser capaz de
escolhas morais.
Hoje, olhando à nossa volta, podemos concluir que o erro e a
ingenuidade que Burgess aponta a Orwell podem não ter sido erro
nem ingenuidade: o hiperfascismo de Nineteen Eighty-Four pode
ser uma figura retórica, uma hipérbole, da qual não se espera que o
leitor faça uma interpretação literal, mas tem afloramentos
numerosos e óbvios nas sociedades actuais, mesmo nas mais
democráticas.
Já o erro de Burgess é mais difícil de levar à conta de retórica. O
Alex de A Clockwork Orange reaparece em 1985 sob a forma de
um gang juvenil particularmente violento que acolhe e protege Bev
Smith em troca de lições de História, Latim e Grego. Faz rir a ideia
dum bando de skinheads ou equivalente a interessar-se pela cultura
clássica, mas Burgess justifica esta implausibilidade pela
irreverência e pela revolta "naturais" na adolescência: se a
autoridade proíbe o ensino da História, das línguas clássicas e da
língua materna na sua norma culta, então a oposição dos jovens à
autoridade levá-los-á a procurar o que lhes é proibido.
Hélas, não foi isto que aconteceu nos últimos trinta anos. É
verdade que certas tribos urbanas, como os "góticos" ou os "emos",
dão alguns sinais de ter consciência da falta de alguma coisa
essencial na herança que nos preparamos para lhes deixar; mas não
sabem que coisa é essa, e muito menos lhes passa pela cabeça que
possa ter alguma coisa a ver com o ensino da História ou do Latim.
Mais grave ainda: o populismo anti-elitista e anti-intelectual que
Burgess temia acima de tudo veio-nos, não pela mão dos
sindicatos, mas pela mão daqueles de quem ele esperava protecção.
O apelo à rebeldia, ao individualismo, à mudança rápida, à ruptura
com o passado, vem-nos hoje, como mostra Thomas Frank em One
Market under God, já não da contra-cultura dos anos sessenta, mas
sim da publicidade com que as grandes empresas inundam os
media. Os bilionários já não são uma elite gananciosa e
exploradora: usam jeans, comem hamburgers e são vítimas, como
qualquer pessoa vulgar, da perseguição que lhes move uma casta
privilegiada, snob, elitista, intelectual e académica que tem a
veleidade de "saber mais que os mercados" e não aceita submeter-
se a eles com a mesma confiança simples e cega com que um bom
muçulmano se submete a Allah.
E assim se restaura a luta de classes: do lado dos oprimidos vemos
Bill Gates, de braço dado com o nosso vizinho do lado: se não os
une a condição económica, une-os a condição de "homens simples"
a fé comum num catecismo (orwelliano que baste) que afirma,
entre outras coisas, que a verdadeira prosperidade está em trabalhar
cada vez mais por cada vez menos dinheiro e que a verdadeira
igualdade é a desigualdade extrema. Do lado dos opressores estão
todos os que se atrevem a pôr em dúvida estas verdades sagradas; e
em representação destes "privilegiados" surgem, em primeiro
plano, os professores e os académicos.

Nota: Durante os longos dias que demorei a escrever este texto,


não deixei de acompanhar os textos a todos os títulos notáveis que
o Ramiro Marques tem estado a publicar no ProfEducação,
nomeadamente a série "Há um plano para imbecilizar as novas
gerações" Não é paranóia: há mesmo esse plano. Espero que a
leitura ou releitura dos livros que aqui comento ajude a clarificar
as estratégias de marketing político que o apoiam.
Publicada por JOSÉ LUIZ FERREIRA à(s) 18:30 4 comentários:

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009


Rascunho

Texto para publicar, traduzido e comentado, no blogue principal

The facts on DV are simple; among them are these: (1) women are
as likely as men to commit domestic violence; (2) women are
about twice as likely as men to be injured by domestic violence;
(3) women are about twice as likely as men to report being a
victim of DV; (4) women are somewhat more likely than men to
initiate domestic violence, i.e. they're not just responding to what
the man did and (5) the strongest predictor of whether a woman
will become a victim in a DV incident is that she started it (moral:
ladies, if you don't want to get hit, don't hit).

Over 270 separate studies done by dozens of different researchers


since 1975 have concluded exactly those things and many more.
As recently as October, 2008, a study of dating violence among
students at the University of Florida found that the young women
were slightly more likely to have engaged in dating violence than
were the young men. In 2007, an 11,000-person study by the
Centers for Disease Control again found that,

Almost 24% of all relationships had some violence, and half


(49.7%) of those were reciprocally violent. In nonreciprocally
violent relationships, women were the perpetrators in more than
70% of the cases. Reciprocity was associated with more frequent
violence among women (adjusted odds ratio [AOR]=2.3; 95%
confidence interval [CI]=1.9, 2.8), but not men (AOR=1.26; 95%
CI=0.9, 1.7). Regarding injury, men were more likely to inflict
injury than were women (AOR=1.3; 95% CI=1.1, 1.5), and
reciprocal intimate partner violence was associated with greater
injury than was nonreciprocal intimate partner violence regardless
of the gender of the perpetrator (AOR=4.4; 95% CI=3.6, 5.5).

A meta analysis of data performed in 2004 found that,

a woman’s perpetration of violence was the strongest predictor of


her being a victim of partner violence.

Publicada por JOSÉ LUIZ FERREIRA à(s) 12:25 1 comentário:

sábado, 28 de novembro de 2009


Novo excerto traduzido de J. M. Coetzee

Sobre Tony Blair

A história de Tony Blair podia ter sido tirada inteirinha de Tácito.


Um rapazinho como tantos outros da classe média com todas as
atitudes correctas (os ricos têm o dever de subsidiar os pobres, as
forças armadas devem ser mantidas sob controlo, os direitos civis
têm que ser defendidos contra a intrusão do estado) mas sem bases
filosóficas e reduzida capacidade de introspecção, e sem outra
bússula que não seja a ambição pessoal, embarca na viagem da
política, com todas as distorções a que esta sujeita quem a faz, e
acaba por se tornar um entusiasta da ganância empresarial e um
pau-mandado dos seus senhores em Washington, fingindo
lealmente que não vê nada (não ver o mal, não ouvir o mal)
enquanto os seus agentes na sombra assassinam, torturam e
"desaparecem" pessoas sem quaisquer entraves.
Em privado homens como Blair defendem as suas acções dizendo
que os seus críticos (sempre designados como críticos de sofá) se
esquecem que neste mundo longe do ideal a política é a arte do
possível. E vão mais longe: a política não é para maricas, dizem,
entendendo-se por maricas quaisquer pessoas que revelem
relutância em comprometer os seus princípios morais. Por natureza
a política é incompatível com a verdade, dizem eles, ou pelo
menos com a prática de dizer a verdade em todas as circunstâncias.
A História há-de dar-lhes razão, concluem - a História com a sua
visão de longo prazo.

Tem acontecido pessoas recém-chegadas ao poder jurarem a si


próprias praticar uma política de verdade, ou pelo menos uma
política que evite a mentira. É possível que Fidel Castro tenha sido
em tempos uma destas pessoas. Mas como é breve o tempo até as
exigências da vida política tornarem impossível ao homem no
poder distinguir a mentira da verdade!

Tal como Bair, Fidel dirá em privado: É muito fácil para os


críticos fazer os seus julgamentos idealistas, mas não sabem a que
pressões eu estava sujeito. O que estas pessoas aduzem sempre é o
chamado princípio da realidade; as críticas que lhes são feitas são
sempre utopicas, irrealistas.

O que as pessoas normais se cansam de ouvir aos seus governantes


são declarações que nunca são exactamente a verdade: um pouco
aquém da verdade, ou então um pouco ao lado da verdade, ou
então a verdade com um efeito que a faz sair da trajectória. As
pessoas estão ansiosas por alguma coisa que as livre destas
ambiguidades incessantes. Daqui a sua fome (uma fome moderada,
devemos admitir) de ouvir de modo articulado e inteligível o que
outras pessoas capazes de se exprimirem articuladamente e
exteriores ao mundo político - académicos, homens de igreja,
cientistas ou escritores - pensam sobre os negócios públicos.

Mas como pode esta fome ser saciada por um mero escritor (para
falar só de escritores) quando o domínio dos factos ao seu dispor é
geralmente incompleto ou incerto, quando até o seu acesso aos
chamados factos se faz através dos media integrados no campo de
forças da política, e quando, muitas vezes, e devido à sua vocação,
está mais interessado no mentiroso e na psicologia da mentira do
que na verdade dos factos?

Publicada por JOSÉ LUIZ FERREIRA à(s) 17:59 Sem


comentários:

sábado, 31 de outubro de 2009


Uma fracção duma fracção

O modelo de avaliação de professores que proponho na mensagem


anterior não é perfeito e não vai ser posto em prática. Eu próprio,
ao relê-lo, encontro nele ingenuidades e incoerências. Não
tenciono corrigi-las - quod scripsi scripsi - porque não afectam o
documento nos seu propósitos essenciais, que são criar, por um
lado, uma base de discussão do modelo actual e das alternativas
possíveis e, por outro, um ponto de partida para outro debate que
transcenda a questão do modelo de avaliação e do ECD.

Pela mesma razão não tenciono responder às críticas que me foram


feitas, apesar da consideração que me merecem os seus autores e
do mérito que reconheço a muitas delas.

Suponhamos, então, que o meu modelo era perfeito e que era


aplicado. Ou que se descobria e aplicava um outro que fosse
perfeito. Resultaria daqui uma melhoria evidente e imediata na
qualidade dos professores?

Nem por sombras. Um bom modelo de avaliação é condição


necessária para que tenhamos melhores professores, mas está
longe, muito longe, de ser condição suficiente. Uma melhoria
significativa da qualidade dos professores implicaria, logo na fase
de recrutamento, que se fosse buscar às universidades os melhores
graduados - competindo as escolas, para tal, com outras carreiras e
com outras opções de vida, incluindo a emigração que nos está a
privar, dia a dia, dos nossos jovens mais qualificados. A carreira
docente precisaria, para atrair estes jovens, de ser muito mais
atraente do que é hoje - quer em termos de remuneração, quer de
estabilidade, quer de probabilidades de progressão, quer em
prerrogativas - e destaco, de entre estas, a que mais afronta a
tradicional inveja e o tradicional anti-intelectualismo dos
portugueses: tempo livre para reflectir, estudar e adquirir o
ascendente cultural que, mais do que qualquer outra coisa, confere
autoridade aos professores. É esta, de resto, a moeda utilizada em
todo o mundo, à falta de dinheiro, para pagar aos professores.

Se a carreira docente não for suficientemente aliciante para atrair


os jovens mais qualificados, então qualquer modelo de avaliação,
mesmo que perfeito, acabará por escolher apenas os melhores de
entre os piores.

Mas a melhoria da qualidade dos professores não depende só da


conjugação de um bom sistema de avaliação com um bom sistema
de recrutamento. Há outros factores, tais como a qualidade da
formação (quer inicial, quer contínua), a satisfação no trabalho
(que implica a noção, tantas vezes ausente do trabalho dos
professores, de que o que se está a fazer é útil e produtivo), o
empowerment, o reconhecimento social, etc. Uma melhoria
significativa da qualidade dos professores não é fácil de conseguir
e não será já para amanhã.

Admitamos, porém, como hipótese, que conseguimos dotar o


sistema de ensino de professores significativamente melhores que
os actuais. Resultará isto numa melhoria correspondente nas
aprendizagens?

Para responder a esta pergunta basta fazer o thought experiment


proposto, salvo erro, pelo Ramiro Marques (se ele me estiver a ler,
peço-lhe que me forneça o link para incluir aqui): trocar os alunos
da melhor escola do ranking pelos da pior e ver os resultados ao
fim de um ano lectivo. Concluiremos imediatamente que para a
boa aprendizagem concorrem decisivamente a atitude que os
alunos trazem para a escola, a acção ou inacção dos pais, as
condicionantes socioculturais, etc. Uma política que vise melhores
aprendizagens terá que actuar sobre todos estes factores e não
apenas sobre a qualidade dos docentes.

Temos então que a avaliação dos professores, mesmo que perfeita,


só parcialmente contribui para a sua qualidade; e que a qualidade
dos professores, mesmo que excelente, só parcialmente contribui
para a melhoria das aprendizagens. Mesmo que perfeita, a
avaliação será sempre uma fracção duma fracção. Sendo
imperfeita, é uma fracção menor.

Anuncia-se para breve um novo modelo de avaliação dos


professores. Não espero dele que seja perfeito, até porque resultará
inevitavelmente de um compromisso entre ideologias e agendas
políticas diversas; mas espero que seja ao menos adequado, isto é:
que contribua, ainda que imperfeitamente, para a melhoria dos
professores enquanto profissionais (a sua melhoria enquanto
funcionários interessa-me pouco); que distinga realmente, mesmo
que apenas com a exactidão possível, os melhores professores dos
piores; que, ao contrário do actual, premeie os melhores; que não
dê azo a demasiadas injustiças, e que aquelas a que der azo não
sejam gritantes. Para que um modelo de avaliação seja adequado
exige-se, no mínimo, que não seja contraproducente.

Anuncia-se, também, um novo Estatuto da Carreira Docente.


Também não espero dele que seja muito mais do que adequado;
mas para ser adequado terá que premiar, em vez de punir como o
actual, a opção dos jovens mais qualificados pela condição de
professor.

O debate não terminará aqui, porque o modelo de avaliação e o


estatuto, não sendo perfeitos mas apenas adequados, continuarão
naturalmente a despertar contestações legítimas e exigências de
aperfeiçoamento. Mas se modelo e estatuto forem suficientemente
bons, deixarão o centro do debate e passarão para as suas margens,
de onde nunca deviam ter saído.

E nesta altura não teremos chegado ao fim: teremos chegado ao


princípio dum debate, este, sim, urgente: como melhorar o ensino
(repito, o ensino) em Portugal? E aquando deste debate, não nos
contentaremos com o meramente adequado: exigiremos o melhor.
Não seremos modestos no pedir. Não queremos um ensino ao nível
da média europeia: exigiremos um ensino ao nível dos melhores do
Mundo.
.

Publicada por JOSÉ LUIZ FERREIRA à(s) 17:35 3 comentários:

quinta-feira, 29 de outubro de 2009


Por uma avaliação de professores sem derivas
neotayloristas

I
Princípios gerais

1. A Escola Republicana é uma instituição da Sociedade Civil e


tem por função transmitir entre gerações o património científico,
cultural, artístico e técnico adquirido pela sociedade e pela
humanidade em geral. Deste modo, a conservação e a inovação são
os dois pólos do seu ethos, que se realizará, quer na conservação e
continuação do património adquirido, quer na sua contestação
crítica.

2. O conhecimento (saber e saber fazer) e a sua transmissão entre


gerações constituem a prioridade da escola e a sua razão de ser. No
âmbito do conhecimento, o conhecimento contextualizante e
estruturante tem prioridade sobre o conhecimento de utilidade
imediata, que é efémero e se torna rapidamente inútil.

3. A função de educar compete em primeiro lugar à família e


subsidiariamente à sociedade em geral, não devendo ser assumida
pela escola a não ser na medida em que esta educa ensinando. Ao
arrogar-se o direito de intervir sobre todos os aspectos da pessoa
do aluno e sobre todas as esferas da sua vida, a escola substitui-se
às famílias e ao tecido social e usurpa uma autoridade que não lhe
cabe legitimamente, tornando-se assim uma instância totalitária.

4. O professor tem por função ensinar. Quaisquer outras funções


que assuma ou lhe sejam atribuídas serão subsidiárias desta e
orientadas para ela.

5. A avaliação dos professores deve incidir na proficiência com que


exercem as funções que lhes são próprias. A proficiência em
funções ou tarefas subsidiárias é presumida a partir do resultado da
avaliação naquelas, e, se tiver que ser sujeita a procedimentos
avaliativos específicos, sê-lo-á a título supletivo e residual.

6. O professor é um trabalhador assalariado, obrigado a uma


prestação definida e limitada em troca de um salário também ele
definido e limitado.

7. O professor é também um profissional, obrigado a uma


deontologia historicamente definida e legitimada. A deontologia
docente tem como valores centrais o conhecimento, a
racionalidade, o pensamento crítico e a conformidade do ensinado
com o real. Enquanto avaliador de alunos, é direito e dever do
professor fazer prevalecer critérios de racionalidade e de validade
científica sobre quaisquer outros critérios de avaliação que lhe
sejam determinados por via hierárquica.

8. A condição profissional do professor prevalece, para efeitos


disciplinares e de avaliação, sobre a sua condição de assalariado.
9. A progressão na carreira depende por um lado da avaliação do
professor e por outro da sua experiência profissional, estando as
duas vertentes integradas entre si segundo uma fórmula simples,
clara, racional e unívoca. É além disso subsidiária da avaliação
prévia da escola.

10. Só um cidadão pode formar cidadãos. O direito-dever de o


professor ser avaliado articula-se com o seu direito-dever de
avaliar a escola e as políticas educativas que lhe cabe executar,
sem prejuízo da legitimidade dos órgãos de soberania para terem a
última palavra em relação a estas.

11. A avaliação é um instrumento de determinação do mérito no


âmbito duma relação legal ou contratual definida pela sua natureza
e pelos seus limites, e não tem que considerar comportamentos
exteriores ou suplementares a este âmbito. Este princípio decorre
do facto de o trabalhador ser uma pessoa soberana em relação a si
própria, não podendo o seu tempo de vida ser tratado como
propriedade do empregador. Consequentemente, a avaliação, tal
como a definição de objectivos, não pode ser instrumento de um
qualquer neo-taylorismo, nem utilizada para defraudar, subverter
ou contornar direitos definidos por lei ou por contrato*.

12. Nenhum parâmetro da avaliação, nem nenhum nível de


classificação, premiará ou pressuporá a prestação de trabalho não
pago, penalizará a sua não prestação ou exigirá, explicita ou
implicitamente, a execução de tarefas irrelevantes para a função de
ensinar, que será tida em todas as circunstâncias como prioritária.
Assim:
13. A atribuição das classificações mais elevadas não deve
pressupor ou implicar a renúncia, por parte do professor, ao
exercício dos seus direitos laborais e humanos, nomeadamente os
que dizem respeito à duração do trabalho, ainda que esta renúncia
possa ser representada como voluntária.

14. Nenhuma avaliação pode ser absolutamente objectiva; sendo


forçoso assumir uma vertente subjectiva, deve proceder-se de
modo a que em caso algum o avaliado fique dependente da
subjectividade de uma só pessoa ou de um conjunto reduzido de
pessoas. O número e a variedade dos participantes nesta vertente
do processo deve ser tal que os erros resultantes da avaliação
subjectiva de cada interveniente sejam compensados e corrigidos
pelo acerto, ou pelos erros em sentido contrário, dos restantes.

15. A reputação profissional do professor será tida na conta de uma


mais-valia para ele e para a escola. A componente subjectiva da
avaliação permite minorar discrepâncias entre os seus resultados e
a reputação profissional do avaliado, que, a verificarem-se seriam
sentidas como injustas pela comunidade escolar, comprometendo a
idoneidade de todo o processo. A componente subjectiva permite,
por acréscimo, ter em conta aspectos cruciais, mas não
mensuráveis, do desempenho do professor.

II
Dos processos de avaliação
16. Os professores serão sujeitos a processos de avaliação ordinária
interna, de avaliação extraordinária obrigatória e, a seu pedido, de
avaliação extraordinária externa.
A. Do processo de avaliação ordinária
17. A avaliação ordinária terá lugar no fim de cada ano lectivo.

18. O processo será informal e expedito e terá duas componentes:


uma, subjectiva com um peso de 40% na classificação e outra,
objectiva, com um peso de 60%.
A.1. Da vertente subjectiva da avaliação ordinária

19. Quanto à vertente subjectiva, a avaliação ordinária terá os


seguintes intervenientes:
a) os alunos do professor avaliado;
b) os pais, encarregados de educação e outros interessados, se for
caso disso e comprovarem um interesse directo e legítimo, nos
termos que adiante se explicitam, no resultado dessa avaliação;
c) os professores do mesmo grupo ou área disciplinar;
d) os órgãos de direcção estratégica, executiva e pedagógica da
escola;
e) um membro indigitado pelo professor avaliado, podendo ser um
professor da mesma área ou de outra, da mesma escola ou de outra,
ou um representante legal devidamente constituído.
A.1.1. Da participação dos alunos
20. A participação dos alunos realizar-se-á mediante a resposta a
um inquérito no qual procederão à seriação dos seus professores
segundo cada um de vários critérios que lhes serão dados e
explicados.

21. Os formulários não deverão ser uniformes para toda a escola.


Pode ser elaborado um formulário para cada ciclo, para cada ano
ou para cada turma. Na mesma turma, porém, não serão utilizados
formulários diferentes.
22. Os formulários estarão redigidos em português correcto, claro,
exacto e adequado à idade dos alunos. Tirar-se-á partido, sempre
que possível, da terminologia habitualmente utilizada pelos alunos
no que respeita a vida na escola.

23. Os critérios submetidos à apreciação dos alunos serão


decididos pelo Conselho Pedagógico. Entre estes critérios contar-
se-ão, obrigatoriamente, os seguintes:

a) se o professor "explica bem";


b) se o professor procura manter um nível de disciplina adequado
ao bom funcionamento das aulas;
c) se o professor "é justo" nas avaliações;
d) se os alunos saem habitualmente das aulas com a sensação de
saberem mais do que sabiam à entrada.
24. Nenhum formulário ultrapassará, em extensão, o limite do que
pode ser contido numa página de formato A4.

25. Os formulários serão preenchidos anonimamente e não serão


manuseados pelos professores da turma.

26. Os professores ou funcionários intervenientes neste processo


ficarão sujeitos, caso tenham conhecimento fortuito da identidade
de algum dos alunos envolvidos, ao dever de segredo.
A.1.2. Da participação dos encarregados de educação e outros
interessados
27. A participação deste grupo será indirecta, e realizar-se-á através
da sua intervenção no Conselho de Escola e/ou das reclamações,
queixas, sugestões, elogios ou críticas que tenham formalizado por
escrito e feito chegar aos órgãos directivos.
A.1.3. Da participação do avaliado
28. O avaliado elabora, no fim do ano lectivo, um documento em
que refere a classificação que entende merecer, numa escala de
zero a 20, e as razões por que assim entende. Este documento não
poderá exceder em extensão o conteúdo de duas páginas de
formato A4.
A.1.4. Da participação dos professores do mesmo grupo ou
área disciplinar
29. No final de cada ano lectivo, os professores de cada grupo,
disciplina ou área disciplinar reunirão se seriarem mutuamente
mediante o preenchimento de um formulário anónimo.
30. Cada professor incluirá o seu próprio nome nesta seriação.
31. Os professores serão livres de definir em conjunto o critério ou
critérios a ter em conta nesta seriação. A elaboração e impressão do
formulário resultante dos critérios definidos serão efectuadas na
sequência de uma reunião anterior ou num intervalo da reunião de
seriação.
32. Os formulários preenchidos serão introduzidos num invólucro
que será selado e entregue ao membro da direcção da escola a
quem tenha sido conferida a autoridade para supervisionar todo o
processo.
A.1.5. Da participação dos membros dos órgãos directivos
33. Os membros dos órgãos directivos integrarão júris com a
seguinte composição:
a) director, subdirector, presidente ou vice-presidente do Conselho
Executivo, ou ainda, por delegação, qualquer assessor do órgão
executivo;
b) presidente ou vice-presidente do Conselho Geral ou Assembleia
de Escola ou, por delegação, qualquer membro deste órgão que não
represente os alunos;
c) presidente ou vice-presidente do Conselho Pedagógico ou, por
delegação, qualquer outro membro deste órgão;
d) representante do professor avaliado.
34. Cada júri será presidido pelo membro do Conselho Geral que o
integra, que terá voto de qualidade em caso de empate.
35. Nos casos em que vários professores tenham indigitado o
mesmo representante, o júri poderá avaliá-los numa só sessão.
36. A primeira sessão do dia será convocada com marcação de
lugar, dia e hora; as sessões subsequentes serão convocadas com
marcação de lugar e dia, mas a hora po0derá ser definida por
referência ao término da sessão anterior.
37. Estarão presentes em cada sessão os seguintes documentos:
a) os formulários de seriação preenchidos pelos alunos e as
respectivas transcrições impressas;
b) os formulários de seriação preenchidos pelos professores e as
respectivas transcrições impressas;
c) os originais de todas as reclamações, queixas, sugestões, elogios
os críticas feitos por partes interessadas exteriores à escola e
respeitantes aos professores em avaliação acompanhados de
transcrições de onde tenham sido retirado tudo o que permita
conhecer a identidade dos autores;
d) os documentos de auto-avaliação;
e) quaisquer outros documentos considerados pertinentes pelos
membros do júri.
38. Cada sessão terá início com a autenticação, por comparação
com os originais, de todas as transcrições. Cada transcrição será
marcada com um número suposto que corresponderá ao do original
e subscrita por todos os membros do júri.
39. O júri procederá então à avaliação dos professores, tendo em
conta os elementos presentes mas decidindo segundo o seu próprio
critério, que ficará registado em acta, e segundo os normativos
pertinentes.
40. Os resultados das avaliações serão expressos em classificações
numéricas de zero a vinte.
41. Cada classificação será atribuída, de preferência, por consenso
ou unanimidade, ficando neste caso em acta uma explicação muito
concisa das razões que levaram à decisão.
42. No caso de não ser possível obter consenso ou unanimidade,
será nomeado, para cada posição em confronto, um relator ad hoc
que dará conta das razões aduzidas. A posição que tiver obtido
vencimento também será objecto de relatório justificativo.
43. No fim da sessão, serão arquivados os documentos originais
dos quais exista transcrição autenticada, ficando os restantes, bem
como as transcrições, apensos à acta.
44. Das classificações será dado conhecimento individual a cada
avaliado, não havendo lugar à sua divulgação a não ser por
iniciativa deste.
45. O avaliado pode requerer certidão da acta que lhe diz respeito.
Na certidão que lhe será facultada, os nomes dos outros
professores avaliados serão substituídos por nomes supostos, mas o
professor deverá poder verificar se houve concordância entre os
critérios por que foi avaliado e os critérios por que foram avaliados
os outros professores.
46. Desta classificação haverá recurso para a DRE, que verificará
se o processo foi correctamente conduzido, caso em que indeferirá
liminarmente o recurso. Caso tenha havido incorrecções, a DRE
fará reunir em segunda convocatória o júri em causa, acrescido de
um árbitro nomeado para o efeito, que presidirá mas só terá direito
a voto em caso de ser necessário um desempate.
47. Da decisão deste júri não caberá recurso.
A.2. Da componente objectiva da avaliação ordinária
48. Esta componente consistirá na sujeição do avaliado ao mesmo
exame nacional a que serão sujeitos os alunos do 12º Ano numa
das seguintes disciplinas, à sua escolha:
a) Português
b) Matemática
c) Física e Química
d) Inglês
e) Geografia
f) Filosofia (se for reposta)
49. O professor não pode escolher mais que dois anos lectivos
seguidos prestar provas numa disciplina que não seja Português ou
Matemática.
A.3. Classificação final na avaliação ordinária
50. A classificação final na avaliação ordinária será calculada
segundo a fórmula (4j+6e)/10=C, em que" j" representa a
classificação de júri, "e" representa a classificação de exame e "C"
representa a classificação final.
A.4. Consequências de uma classificação final inferior a 10 na
avaliação ordinária
51. O ano em que o professor tenha obtido uma classificação
inferior a 10 na avaliação ordinária não contará para a progressão
na carreira.
52. O presidente do Conselho Pedagógico ou, por delegação, outro
membro deste órgão, assessorado por dois professores escolhidos
por si e pelo professor em causa, identificará a deficiência ou
deficiências na formação e/ou no desempenho que estiverem na
origem do mau resultado obtido e definirá um plano de remediação
e melhoria que poderá incluir observação de aulas, frequência de
cursos ou acções, terapia de comportamento, ou quaisquer outras
estratégias que lhe pareçam exequíveis e eficazes.
54. Este plano terá o período de execução tido por adequado pelos
seus proponentes. Durante este período, o professor não poderá
concorrer às vagas no escalão acima daquele em que se encontra.
53. O órgão de gestão executiva ratificará este plano e nomeará um
professor supervisor que, uma vez dotado dos meios necessários,
terá a seu cargo garantir e acompanhar a sua execução. O professor
supervisor receberá por este trabalho remuneração adequada e/ou
dispensa suficiente de outros serviços.
54. Poderá ainda o órgão de gestão executiva recorrer para este
efeito, como complemento ou como alternativa, aos serviços de
entidades exteriores à escola.
55. Se os custos financeiros do plano de recuperação forem
demasiado onerosos para a escola, poderá ser exigida ao professor
em causa uma comparticipação, que não excederá o menor destes
dois valores:
a) 30% do vencimento líquido do professor durante o período de
execução;
b) 75% do custo total do plano.
56. No fim do período de execução do plano, o professor será
sujeito a uma avaliação extraordinária obrigatória.
57. Esta avaliação extraordinária pode ser antecipada a pedido do
interessado.
B. Do processo de avaliação extraordinária obrigatória
58. A avaliação extraordinária obrigatória decorrerá nos termos da
avaliação ordinária, com as seguintes modificações:
a) ao júri de avaliação será acrescentado o professor supervisor do
plano de remediação e melhoria, que dará conta dos resultados
obtidos e intervirá na votação.
b) o professor supervisor atribuirá uma classificação, que
contribuirá para o cálculo da classificação final segundo esta
fórmula: (3r+4e+3j)/10=C, em que "r" representa a classificação
atribuída pelo professor supervisor, "e" a classificação de exame,
"j" a classificação atribuída pelo júri e "C" a classificação final da
avaliação extraordinária obrigatória.
59. Da primeira vez que um professor tenha classificação inferior a
10 na avaliação extraordinária obrigatória, regredirá de escalão.
60. Da segunda vez que o professor tenha classificação inferior a
10 nesta avaliação, será demitido das funções de professor e
colocado nas listas de disponibilidade da Função Pública.
C. Do processo de avaliação extraordinária a pedido
61. Esta avaliação pode ser requerida a qualquer momento por
qualquer professor a fim de concorrer às vagas existentes no
escalão imediatamente superior àquele em que se encontra.
62. Serão elementos desta avaliação:
a) a média das classificações obtidas em sede de avaliação
ordinária durante toda a carreira do professor até ao ano anterior;
b) a classificação num exame sobre a matéria que lecciona,
constituído por prova escrita e prova oral pública;
c) a classificação obtida num exame sobre a didáctica da disciplina
que lecciona, constituído por prova escrita e prova oral pública;
d) a classificação obtida na defesa pública de um trabalho original
sobre política educativa, com extensão não superior ao conteúdo de
20 páginas de formato A4, em que se identifiquem problemas
sistémicos e se proponham soluções fundamentadas. Entre os
critérios de avaliação deste trabalho contar-se-ão o rigor científico,
o carácter inovador, a capacidade crítica e a originalidade.
e) a classificação obtida na sequência da observação de três aulas
por especialistas da Inspecção Geral da Educação.
63. A realização dos dois exames referidos e a apreciação do
trabalho escrito competirão a uma ou mais entidades idóneas
exteriores à escola ou agrupamento, que serão designadas pela
DRE. No caso de uma entidade avaliadora ter a seu cargo mais que
um elemento de avaliação, constituirá júris diferentes para cada
exame e para a apreciação do trabalho escrito.
64. Uma entidade avaliadora pode ser recusada pelo avaliado com
fundamento em divergências teóricas entre os consensos nela
vigentes e as suas próprias opiniões publicadas.
65. Perante a recusa pelo avaliando de uma entidade avaliadora,
competirá à DRE verificar se as divergências teóricas alegadas são
susceptíveis de dar lugar a um enviesamento na avaliação. Desta
verificação resultará a manutenção da entidade avaliadora
anteriormente designada ou a designação de outra.
66. O cálculo da classificação final da avaliação a pedido
competirá a um júri constituído no âmbito da escola, que aplicará a
seguinte fórmula: (30a+20b+15c+15d+20e)/100=C, em que "a"
representará a média das classificações ordinárias anteriores, "b" a
classificação obtida no exame sobre a matéria leccionada, "c" a
classificação obtida no exame em didáctica, "d" a classificação
atribuída na defesa do trabalho escrito, "e" a classificação atribuída
às aulas observadas e "C" a classificação final.
66. Desta classificação não caberá recurso, a não ser fundamentado
em erro de cálculo da classificação final. Este recurso será dirigido
à direcção da escola e objecto de decisão expedita.
67. No ano lectivo em que o professor seja submetido a avaliação
extraordinária a pedido, ficará dispensado da avaliação ordinária.
68. A classificação final da avaliação extraordinária a pedido
manter-se-á válida, para efeitos de preenchimento de vagas no
escalão imediatamente superior, pelo período de 3 anos.
69. Entre dois pedidos de avaliação extraordinária terão que
decorrer pelo menos dois anos.

III
Da progressão na carreira
70. O professor progredirá na carreira por antiguidade e por mérito.
A. Da progressão por antiguidade
71. Atingido um determinado tempo de permanência num escalão,
o professor progredirá automaticamente ao escalão seguinte, não
contando para este efeito os anos lectivos em que tenha obtido
classificação inferior a dez valores na avaliação ordinária.
72. O número de escalões e a sua duração serão calculados de
modo a que seja impossível chegar, apenas por antiguidade, a um
escalão situado acima do ponto médio da escala.
73. O professor poderá receber tempo de bonificação para efeitos
de progressão pelo exercício de cargos na escola ou pela obtenção
de graus académicos profissionalmente relevantes. Para este efeito,
será especialmente valorizado o cargo de Director de Turma, pelo
contacto directo que implica com os alunos e as suas famílias e
pela sua incidência nas relações entre a escola e a comunidade.
B. Da progressão por mérito
74. O professor progredirá por mérito concorrendo a vagas abertas
no escalão imediatamente superior ao que ocupa.
75. Não haverá tempo mínimo de permanência num escalão para
que o professor possa concorrer a uma vaga aberta no seguinte.
76. O professor poderá concorrer a vagas na sua escola ou
agrupamento e também a vagas noutras escolas ou agrupamentos,
ordenando-as por ordem de preferência.
77. A colocação será efectuada escola a escola e disciplina a
disciplina por ordem de classificações e preferências.

IV
Da abertura de vagas
78. O Ministério determina periodicamente o número de vagas a
abrir a nível nacional para cada escalão.
79. O número de vagas a abrir é calculado de modo a que os
professores tendam a distribuir-se pelos escalões segundo uma
curva de Gauss, com o maior peso nos escalões intermédios e o
menor nos mais altos e nos mais baixos.
80. As vagas abertas são distribuídas pelas escolas segundo os
resultados da avaliação a que foram sujeitas.
81. Cabe à escola ou agrupamento distribuir pelas diferentes
disciplinas, de acordo com as suas necessidades, as vagas de que
dispõe para cada escalão.
82. Os professores concorrem segundo a sua classificação na
avaliação extraordinária a pedido, não contando para este efeito a
classificação obtida na avaliação ordinária nem na avaliação
extraordinária obrigatória.
83. Cada escola ou agrupamento põe a concurso as vagas de que
dispõe para cada escalão e disciplina, ordena os candidatos
segundo a sua classificação e coloca-os segundo essa ordem.

V
Da avaliação das escolas para efeitos de atribuição de vagas
84. As escolas serão avaliadas segundo os seguintes critérios:
a) condicionalismos socioeconómicos e dificuldades deles
resultantes, com um peso de 60%;
b) redução do abandono escolar, com um peso de 20%;
c) diferença entre a média de resultados obtidos pelos alunos no
início de cada ciclo e a dos resultados obtidos no fim, com um peso
de 20%.

Publicada por JOSÉ LUIZ FERREIRA à(s) 14:49 6 comentários:

quarta-feira, 28 de outubro de 2009


50 medidas

O Delito de Opinião enumera 50 medidas do programa do BE que


considera emblemáticas. Não as vou comentar todas: deixo de fora
as que me parecem inócuas ou demasiadamente específicas para
um programa de governo, comentando apenas as que me merecem
concordância ou discordância.
.
1. Criação de um complemento social nas pensões mínimas.
Uma pensão é um direito que se ganha trabalhando e
descontando. Tanto direito tem a ela um milionário como um
pobre. Já o complemento social é um mecanismo de solidariedade
e de redistribuição, pelo que só deve ter direito a ele quem
realmente precisa. Feita esta ressalva, concordo com a proposta,
que pode ser financiada, tal como a seguinte, através dum imposto
sobre as grandes fortunas idêntico ao que existe em cada vez mais
países europeus.

2. Extensão dos critérios de atribuição do rendimento social de


inserção.

Concordo, mas também concordo com a preocupação expressa no


outro extremo do espectro político quanto às fraudes e abusos.
Haveria lugar nesta matéria a um trade-off político?

4. Rescisão dos contratos de parcerias publico-privadas na gestão


de unidades hospitalares do Serviço Nacional de Saúde.

Claro que sim. A separação entre Estado e empresas é hoje tão


vital para a democracia como há duzentos anos a separação entre
Estado e Igreja.

7. Legalização da morte assistida.

De acordo. Cada um deve dispor de si próprio.

9. Legalização das drogas leves.

E das duras também. Por uma questão de princípio: o Estado não


tem o direito de criminalizar comportamentos privados; e por uma
questão de utilidade: a crimininalização falhou em toda a parte e
em toda a linha, criando males muito piores do que os que
pretendia eliminar.

10. Integração da medicina dentária no SNS.


Desde que com limites... Não quero ninguém a branquear os
dentes à minha custa.

11. Educação sexual efectiva nas escolas, como direito


fundamental.

Há tragédias que se devem à ignorância das pessoas em matéria


sexual. Esta ignorância deve, portanto, ser combatida. Mas não
vamos cair na armadilha de rejeitar a moral judaico-cristã para
pôr no seu lugar uma moral politicamente correcta: seria saltar da
frigideira para cair no lume.

12. Limitação do número de alunos por turma (máximo de 20 para


o primeiro ciclo, 22 para os demais).

Outro trade-off: está muito bem desde que se criem turmas de


nível, ainda mais pequenas, para os alunos com maiores
dificuldades. Duvido que esta contrapartida agrade muito ao BE.

14. Recusa da deslocalização de empresas com resultados


positivos.

Melhor seria penalizar, por via fiscal, a comercialização de bens


ou serviços produzidos em Portugal ou no estrangeiro por
empresas delinquentes. Mas isto seria matéria para umas eleições
europeias, não para eleições nacionais.

15. Proibição de despedimentos colectivos em empresas com


resultados positivos.

Outro incentivo à fraude contabilística? É melhor não irmos por


aí.

16. Revogação do Código do Trabalho e da sua regulamentação.


Lógico e exequível. A relação de forças entre empregadores e
empregados está grotescamente desequilibrada a favor dos
primeiros. O aumento da produtividade não resulta em qualquer
vantagem para os trabalhadores se estes não tiverem condições
políticas para a impor. Pelo contrário, o aumento do custo do
trabalho é que obriga as empresas a serem mais produtivas.

19. Criação de um imposto de solidariedade sobre as grandes


fortunas.

Outra banalidade que só em Portugal é vista como um bicho de


sete cabeças. Deste imposto depende a viabilidade de muitas das
outras propostas. Inteiramente de acordo.

20. Direito à reforma sem penalização a quem já cumpriu 40 anos


de trabalho e descontos.

Em vez disto: direito à reforma em qualquer idade e com qualquer


carreira contributiva. Cálculo do montante da pensão tendo em
conta estes factores. Possibilidade de acumular pensão com
pensão e pensão com salário, de forma que um reformado com
uma carreira contributiva de quarenta anos recebesse algo mais
que outro com dez carreiras contributivas de quatro anos (já que
este beneficiou de várias antecipações).

21. Constituição de uma Bolsa de Arrendamento, incluindo todas


as casas desocupadas que tiveram intervenção pública.

Claro: onde o Estado investiu, os cidadãos devem beneficiar. Ao


receber subsídio do Estado, o proprietário está a dividir com os
outros contribuintes o seu direito de propriedade.

22. Redução do IVA.


Para bens e serviços produzidos ou comercializados por empresas
socialmente responsáveis. Para as outras, aumento drástico.

23. Tributação dos pagamentos em espécie (incluindo usufruto de


viaturas de serviço e uso livre de telemóveis).

Acabar com o truque do pagamento em espécie para fugir aos


impostos. Acho bem. Nesta matéria, o CDS não tem razão
nenhuma.

24. Reforço dos quadros do Ministério Público e da Polícia


Judiciária para combater o crime.

Em alternativa, abolição de todos os crimes sem vítima constantes


do Código Penal. Alocação dos recursos actuais ao combate dos
crimes com vítima. Fim da indústria do combate à droga.

26. Levantamento do segredo bancário para efeitos de verificação


das declarações dos contribuintes e do combate à evasão fiscal.

E mais: publicação anual, a exemplo do que se faz na Suécia,


duma lista universal de contribuintes de que conste o rendimento
declarado e o imposto pago.

27. Fim do off shore da Madeira.

Obviamente.

28. Substituição até 2011 de todas as lâmpadas incandescentes.

Não é preciso. Bruxelas já se está a encarregar disso.

31. Fim do regime dos Projectos de Interesse Nacional.


Só servem para facilitar a corrupção. Foram criados, de resto,
com este objectivo. Fora com eles.

32. Cancelamento da construção das barragens do rio Sabor, Tua e


Fridão.

Discordo. A independência em relação aos combustíveis fósseis


deve ser uma prioridade nacional.

33. Rejeição da privatização das Águas de Portugal.

Não deve haver monopólios privados, ponto final.

39. Consagração de 1% do Orçamento de Estado à cultura.

Pode muito bem ser que a cultura seja a indústria do futuro.


Concordo.

43. Franquear a cidadania eleitoral aos cidadãos estrangeiros a


viver há mais de três anos em Portugal.

As pessoas devem votar nos países em que vivem, que são aqueles
a cujas leis estão sujeitos, e não naqueles de que são naturais.

44. Alargar a cidadania eleitoral aos cidadãos a partir de 16 anos.

Desde que tenham cumprido com aproveitamento (e não apenas


com "sucesso") a escolaridade obrigatória.

45. Alargamento do casamento civil a todos os cidadãos e todas as


cidadãs.

Discordo. Proponho em alternativa a abolição do casamento civil.


46. Alargamento da possibilidade de adopção e acolhimento de
crianças por parte de todos os cidadãos e cidadãs, sem exclusões
com base na orientação sexual.

Concordo.

49. Saída de Portugal da NATO.

Não é nada de impensável. Nas próprias cúpulas da NATO se põe


hoje em questão a actualidade da aliança.

50. Pôr termo à cedência da base das Lajes aos Estados Unidos.

Discordo. A Líbia está aqui ao pé e tem mais poder militar que


nós.

Publicada por JOSÉ LUIZ FERREIRA à(s) 22:25 Sem


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PRÓLOGO
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sagittis ultrices vitae eu enim. Integer tempor.
CAPÍTULO 1
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elit; nam nec metus ut tellus suscipit."

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Porttitor mollis imperdiet libero senectus pulvinar. Etiam
molestie mauris ligula laoreet, vehicula eleifend. Repellat orci
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massa rutrum, id fermentum ligula ultrices. Vivamus turpis
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AUTOR(A)

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