Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Diretoria de Educação
Andréa Marinho de Souza Franco
Diretora
SMS - MEIO AMBIENTE
Rio de Janeiro
2008
SMS - Meio ambiente
1ª ed. 2005; 2ª ed. 2008
Ficha Técnica
Edição revista do material SMS – Meio Ambiente, publicado pelo SENAI-DN em 2004.
Quando você resolveu fazer um curso em nossa instituição, talvez não soubesse que,
desse momento em diante, estaria fazendo parte do maior sistema de educação
profissional do país: o SENAI. Há mais de sessenta anos, estamos construindo uma história
de educação voltada para o desenvolvimento tecnológico da indústria brasileira e da
formação profissional de jovens e adultos.
Devido às mudanças ocorridas no modelo produtivo, o trabalhador não pode
continuar com uma visão restrita dos postos de trabalho. Hoje, o mercado exigirá de você,
além do domínio do conteúdo técnico de sua profissão, competências que lhe permitam
decidir com autonomia, proatividade, capacidade de análise, solução de problemas,
avaliação de resultados e propostas de mudanças no processo do trabalho. Você deverá
estar preparado para o exercício de papéis flexíveis e polivalentes, assim como para a
cooperação e a interação, o trabalho em equipe e o comprometimento com os resultados.
Soma-se, ainda, que a produção constante de novos conhecimentos e tecnologias
exigirá de você a atualização contínua de seus conhecimentos profissionais, evidenciando
a necessidade de uma formação consistente que lhe proporcione maior adaptabilidade e
instrumentos essenciais à auto-aprendizagem.
Essa nova dinâmica do mercado de trabalho vem requerendo que os sistemas de
educação se organizem de forma flexível e ágil, motivos esses que levaram o SENAI a criar
uma estrutura educacional, com o propósito de atender às novas necessidades da indústria,
estabelecendo uma formação flexível e modularizada.
Essa formação flexível tornará possível a você, aluno do sistema, voltar e dar
continuidade à sua educação, criando seu próprio percurso. Além de toda a infra-
-estrutura necessária ao seu desenvolvimento, você poderá contar com o apoio técnico-
-pedagógico da equipe de educação dessa escola do SENAI para orientá-lo em seu trajeto.
Mais do que formar um profissional, estamos buscando formar cidadãos.
Seja bem-vindo!
Apresentação
SENAI 11
SMS – Meio Ambiente – Apresentação
Um dos módulos da coleção é este que trata de questões relativas ao meio ambiente. Veja
como ele está estruturado, folheando-o com atenção. Observe que ele tem quatro seções,
cujos conteúdos estão relacionados com a história da consciência ambiental, a poluição, os
resíduos sólidos e, finalmente, a relação da empresa com o meio ambiente, assuntos
importantes para o seu dia-a-dia. Em seguida às seções, apresentamos alguns textos de apoio,
para você complementar e enriquecer os estudos deste módulo.
Desejamos que a realização do programa, com o apoio desse material, seja mais uma
oportunidade para você enriquecer a sua formação profissional e se capacitar para enfrentar
os desafios do mundo do trabalho.
Sucesso!
12 SENAI
SMS – Meio Ambiente – Uma palavra inicial
Meio ambiente...
Saúde e segurança no trabalho...
O que é que nós temos a ver com isso?
Antes de iniciarmos o estudo deste material, há dois pontos que merecem destaque: a
relação entre o processo produtivo e o meio ambiente; e a questão da saúde e segurança no
trabalho.
As indústrias e os negócios são a base da economia moderna. Produzem os bens e serviços
necessários, e dão acesso a emprego e renda; mas, para atender a essas necessidades, precisam
usar recursos e matérias-primas. Os impactos no meio ambiente muito freqüentemente
decorrem do tipo de indústria existente no local, do que ela produz e, principalmente, de
como produz.
É preciso entender que todas as atividades humanas transformam o ambiente. Estamos
sempre retirando materiais da natureza, transformando-os e depois jogando o que “sobra” de
volta ao ambiente natural. Ao retirar do meio ambiente os materiais necessários para produzir
bens, altera-se o equilíbrio dos ecossistemas e arrisca-se ao esgotamento de diversos recursos
naturais que não são renováveis ou, quando o são, têm sua renovação prejudicada pela
velocidade da extração, superior à capacidade da natureza para se recompor. É necessário
fazer planos de curto e longo prazo, para diminuir os impactos que o processo produtivo
causa na natureza. Além disso, as indústrias precisam se preocupar com a recomposição da
paisagem e ter em mente a saúde dos seus trabalhadores e da população que vive ao redor
dessas indústrias.
Com o crescimento da industrialização e a sua concentração em determinadas áreas, o
problema da poluição aumentou e se intensificou. A questão da poluição do ar e da água é
bastante complexa, pois as emissões poluentes se espalham de um ponto fixo para uma grande
região, dependendo dos ventos, do curso da água e das demais condições ambientais, tornando
difícil localizar, com precisão, a origem do problema. No entanto, é importante repetir que,
quando as indústrias depositam no solo os resíduos, quando lançam efluentes sem tratamento
em rios, lagoas e demais corpos hídricos, causam danos ao meio ambiente.
SENAI-RJ 13
SMS – Meio Ambiente – Uma palavra inicial
14 SENAI-RJ
SMS – Meio Ambiente – Uma palavra inicial
SENAI-RJ 15
Histórico da
conscientização
ambiental
Introdução
1
SMS – Meio Ambiente – Histórico da conscientização ambiental
Introdução
De forma intuitiva e simplificada, podemos dizer que meio ambiente é o lugar em que
vivemos, em que moramos. É a nossa casa, nosso bairro, a praia, o local de trabalho, enfim, é
o lugar em que estamos. É um lugar que abriga seres com vida, como as pessoas, os outros
animais e as plantas. É também o espaço físico que ocupamos e que contém ar, água, terra e
outros componentes.
Meio ambiente é, portanto, o planeta Terra.
Mas, como delimitar este espaço? Poderíamos considerar como meio ambiente o próprio
universo, numa perspectiva mais ampla, que pode ir se limitando, como mostra a Figura 1.
Figura 1
SENAI 19
SMS – Meio Ambiente – Histórico da conscientização ambiental
Observando a figura com atenção, você verá que ela expressa a visão atual que o ser hu-
mano tem do meio ambiente. Hoje já temos consciência de que somos parte integrante do
meio ambiente, e que qualquer modificação na dinâmica ambiental afeta a todos os seus
elementos, inclusive a nós mesmos. Também já sabemos que os seres humanos não ocupam
o centro nem o topo do meio ambiente, mas constituem, com os outros elementos, as malhas
do tecido da vida.
Como o homem foi desenvolvendo essa consciência ao longo de sua história mais recen-
te é o que trataremos na primeira unidade deste módulo, destinado ao estudo do nosso meio
ambiente.
Iniciativas mundiais
relativas ao meio ambiente
Preservar o meio ambiente, garantindo a vida em nosso planeta, já é, nos dias de hoje,
uma preocupação de todos nós. Aos poucos, o homem foi tomando consciência de que os
recursos naturais não eram ilimitados e que necessitava fazer alguma coisa para a natureza
continuar lhe fornecendo tudo o que precisava para sua sobrevivência.
O longo caminho percorrido nesse sentido foi mais intensificado a partir dos anos 1960,
quando o movimento ambientalista começou a emergir mais fortemente.
Vejamos, então, algumas das iniciativas mundiais mais significativas em relação ao meio
ambiente, desde a década de 1960 até os dias atuais.
20 SENAI
SMS – Meio Ambiente – Histórico da conscientização ambiental
Também foi nas décadas de 1960 e 1970 que a preocupação ambiental se apresentou
fortemente reativa, sendo caracterizada por:
• corrigir os danos causados ao meio ambiente, depois de sua ocorrência; poucos es-
forços eram feitos para prevenir esses danos; e
SENAI 21
SMS – Meio Ambiente – Histórico da conscientização ambiental
Década de 1980
Em meados dos anos 1980, algumas empresas começaram a abandonar a visão de meio
ambiente apenas como problema e custo, tornando-se pioneiras na pesquisa de métodos
ambientais para poupar dinheiro e aumentar suas vendas. A indústria começou a se dar con-
ta de que, para se manter competitiva, precisava definir o meio ambiente como uma oportu-
nidade de lucro. Foi assim que a empresa DuPont, por exemplo, conseguiu economizar 50
milhões de dólares por ano, no período de 1985 a 1990, por ter gerado 450 mil toneladas a
menos de resíduos.
Nessa década, a mudança de postura da indústria evidenciou-se, também, na multipli-
cação dos selos verdes. Os primeiros deles, no entanto, ainda se apoiavam em critérios sim-
ples, como a redução ou a eliminação de uma ou algumas substâncias poluentes mais signifi-
cativas de um produto.
Estudos elaborados pelos selos verdes procuraram cobrir desde a produção até o descar-
te final do produto, fazendo surgir, assim, a idéia de ciclo de vida.
O selo ecológico, apesar de voluntário, adquiriu, nesse período, força pelas leis de mer-
cado, atingindo a indústria e o consumidor, simultaneamente. Os selos incentivavam a in-
dústria a aplicar métodos de produção com menor impacto ambiental e também induziam o
consumidor a adquirir produtos ambientalmente corretos.
22 SENAI
SMS – Meio Ambiente – Histórico da conscientização ambiental
Em 1988, o selo ecológico pioneiro Anjo Azul já tinha sido aplicado em 3.500
produtos.
Paralelamente a toda essa força que o selo verde vinha ganhando, vários grupos voltados
para as causas ambientalistas começaram a influir a política das empresas. Um fato conheci-
do foi o boicote feito a uma cadeia de lanchonetes, devido à destruição de boa parte das nos-
sas florestas tropicais para a criação de gado de corte. Após o boicote, um grupo ambientalista
realizou trabalho com a empresa, no sentido de diminuir o uso de produtos químicos poluentes
e criar programas de reciclagem.
A indústria química, por sua vez, reagiu às pressões produzidas por uma imagem públi-
ca em constante deterioração e criou, no Canadá, em 1984, o programa Atuação Responsá-
vel® (Responsible Care®). Esse programa baseia-se nos princípios da gestão da qualidade total
e inclui códigos de prática gerenciais que abrangem todas as etapas dos processos de fabrica-
ção, quais sejam:
• segurança de processos;
• proteção ambiental;
• transporte e distribuição;
• gerenciamento do produto.
SENAI 23
SMS – Meio Ambiente – Histórico da conscientização ambiental
Foi ainda na década de 1980 que se lançou um importante conceito relacionado com a
questão ambiental – o de desenvolvimento sustentável, ou seja, o desenvolvimento que aten-
de às necessidades presentes, sem comprometer os recursos disponíveis para as gerações
futuras.
O conceito de desenvolvimento sustentável foi apresentado, pela primeira vez, em 1987,
no relatório Nosso Futuro Comum, da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvi-
mento (Comissão Brundtland), criada em 1983 pela Assembléia Geral da ONU, sob influência
da Conferência de Estocolmo.
Segundo essa Comissão, as políticas a serem desenvolvidas, dentro do conceito de
sustentabilidade, devem atender aos seguintes objetivos:
• retomar o crescimento como condição necessária para erradicar a pobreza;
• mudar a qualidade do crescimento para torná-lo mais justo, eqüitativo e menos con-
sumidor de matérias-primas e energia;
24 SENAI
SMS – Meio Ambiente – Histórico da conscientização ambiental
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º – Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder público: (...)
V – Controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e subs-
tâncias que comportem riscos para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; (...)
§ 3º – As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os
infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, indepen-
dentemente da obrigação de reparar os danos causados. (...)
§ 6º – As usinas que operam com reator nuclear deverão ter sua localização definida em
lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.
Para complementar e enriquecer os estudos que você realizou até aqui, leia o
Texto de apoio VI – A carta do chefe indígena Seattle e o Texto de apoio VII –
Arrumar o homem, que se encontram neste material, na seção “Para saber
mais”.
Década de 1990
Na década de 1990 intensificou-se a criação dos selos verdes, atingindo tanto países de-
senvolvidos, como aqueles em vias de desenvolvimento. Alguns exemplos desses selos são:
• NF – Environment – França – 1991;
SENAI 25
SMS – Meio Ambiente – Histórico da conscientização ambiental
Esse novo grupo de rótulos ecológicos difere do primeiro, da década de 1980, pois agora
eles visam não apenas à eliminação de substâncias poluentes dos produtos, mas também ao
impacto causado durante todo o seu ciclo de vida. Trata-se de um novo conceito de desempe-
nho ambiental dos produtos.
A Comunidade Européia, por sua vez, vem instituindo uma série de medidas ambientais
e emitindo, por exemplo, regulamentos para rótulos ecológicos, para eco-auditorias, para
embalagens e outros regulamentos que discutem as ações relacionadas com o ambiente e o
desenvolvimento sustentável.
Conferência Cúpula
da Terra – Rio-92
No final da década de 1980, a ONU havia decidido organizar a Conferência das Nações
Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD). Esta Conferência, que ficou
conhecida como Cúpula da Terra ou ECO-92, realizou-se no Rio de Janeiro, em 1992, e contou
com representantes de 172 países, inclusive 116 chefes de estado.
Paralelamente à Conferência, 4 mil entidades da sociedade civil do mundo todo organi-
zaram o chamado Fórum Global das ONGs (na Conferência em Estocolmo, em 1972, esse nú-
mero era em torno de 500 ONGs, apenas).
O Fórum Global das ONGs, de 1992, elaborou quase quatro dezenas de documentos e
planos de ação, demonstrando o grau de organização e de mobilização atingido pelas ONGs
nesta década final do século XX.
Os documentos resultantes da Cúpula da Terra foram os seguintes:
• a Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento; e
• a Agenda 21.
Vamos conhecer um pouco de cada um desses documentos?
26 SENAI
SMS – Meio Ambiente – Histórico da conscientização ambiental
De que modo você, como cidadão brasileiro, pode fazer valer a sua autoridade
pública na defesa do meio ambiente?
Agenda 21
Esse importante documento político, resultante da ECO-92, é um plano de ação a ser
implementado pelos governos, agências de desenvolvimento, organizações das Nações Uni-
das e grupos setoriais independentes em cada área onde a atividade humana afeta o meio
ambiente.
A execução da Agenda 21 deve levar em conta as diferentes condições dos países e regi-
ões e a plena observância de todos os princípios contidos na Declaração do Rio sobre o Meio
Ambiente e Desenvolvimento.
Trata-se de uma pauta de ações a longo prazo, estabelecendo temas, projetos, objetivos,
metas, planos e mecanismos de execução para diferentes temas da Conferência. Esse progra-
ma contém quatro seções, 40 capítulos, 115 programas e, aproximadamente, 2.500 ações a
serem implementadas.
As quatro seções da Agenda 21 abrangem os seguintes temas:
• dimensões econômicas e sociais – as relações entre meio ambiente e pobreza, saúde,
comércio, dívida externa, consumo e população;
SENAI 27
SMS – Meio Ambiente – Histórico da conscientização ambiental
ferência da Mulher (Nairobi, 1985) e pelo Protocolo de Montreal (1987) sobre substâncias que
agridem a camada de ozônio.
28 SENAI
O meio ambiente
e a poluição
Introdução
Contaminação da água
Contaminação do ar
Contaminação do solo
Desequilíbrios globais
2
SMS – Meio Ambiente – O meio ambiente e a poluição
Introdução
A palavra “poluição” vem do latim poluere e significa sujar, corromper, profanar. É qual-
quer tipo de alteração das características originais do ambiente, capaz de prejudicar os seres
vivos que nele habitam. Podemos dizer, portanto, que o desequilíbrio ecológico de uma de-
terminada região não é provocado apenas pela extinção de uma espécie, mas também pela
poluição desse ambiente, que é bastante prejudicial.
O conceito de poluição é ainda apresentado no art. 3o da Lei no 6.938, de 31/08/81, que
trata da Política Nacional de Meio Ambiente, cujo trecho transcrevemos a seguir.
SENAI 31
SMS – Meio Ambiente – O meio ambiente e a poluição
Contaminação da água
A água é indispensável ao homem, pois todos nós dependemos dela para sobreviver. Ela
é nossa bebida e alimento. É usada para a higiene, é fonte de energia, é matéria-prima, é via
de transporte e, ainda, é usada para atividades recreativas.
Do total de água existente no mundo, cerca de 97% são de água salgada, e os 3% restantes
são de água doce, sendo que 2,15% estão nas geleiras e apenas 0,85% nos rios, lagos e lençóis
subterrâneos. Mas dessa água doce, apenas 0,0081% tem qualidade para ser consumida. Ob-
serve essa distribuição na Figura 1.
Figura 1
32 SENAI
SMS – Meio Ambiente – O meio ambiente e a poluição
Considerando esses dados e, ainda, a importância da água para todos os seres vivos,
torna-se cada vez mais necessário conhecer bem as fontes disponíveis desse recurso natural
estratégico, para então controlar suas formas de utilização e sua qualidade, de modo a racio-
nalizar seu uso e evitar problemas futuros. Somente a partir de uma utilização mais controla-
da e responsável é que os recursos hídricos terão sua renovação garantida e estarão disponí-
veis no futuro. Mas o gerenciamento da água está se tornando cada vez mais difícil, tendo em
vista o crescente consumo desse recurso em todo o mundo, devido ao aumento da população
mundial e da produção industrial.
Recursos hídricos – diz respeito à água armazenada nos rios, lagos, lençóis
subterrâneos etc.
Para você ter uma idéia de como o consumo de água vem aumentando, atual-
mente, um europeu usa uma média de 340 litros de água por dia, contra uma
média de 13 litros diários que uma pessoa daquela região usava nos tempos
medievais (do século V ao século XV). Estima-se, hoje, que o consumo de água
vai dobrar nos próximos 20 anos e que sua disputa terá dimensões parecidas
com a da guerra do petróleo, podendo até ser motivo de várias guerras. Há
países, inclusive, que já importam água de outros países para seu consumo,
como é o caso de Israel, Arábia Saudita e Kuwait. Daí a água ser considerada,
na atualidade, como um recurso estratégico.
SENAI 33
SMS – Meio Ambiente – O meio ambiente e a poluição
Porém, apesar dessa crescente necessidade de água, o homem vem poluindo os rios,
lagos e mares do planeta, das mais diversas formas. Uma delas se dá por meio do despejo de
esgoto doméstico e industrial em suas águas, sem o tratamento adequado, lançando resíduos
poluidores que vão desde o detergente não-biodegradável até o resíduo de petróleo.
A água que o homem consome precisa receber tratamento especial para não
acarretar perigos para a sua vida. Segundo a ONU, existem 1,3 bilhão de pes-
soas em todo o mundo que não têm acesso à água limpa e, por isso, correm
riscos constantes de contaminação. E cerca de 25 mil pessoas morrem diaria-
mente por utilizarem água contaminada.
No Brasil, a poluição de nossos rios, lagos e mares é tanta, que nos coloca como o país
que mais intensamente polui as suas águas, entre todos os demais da Terra. Talvez isso se dê
pelo fato de não darmos a devida importância a esse recurso, por considerarmos que ele exis-
te em abundância em nosso território, uma vez que 15% da água doce do mundo encontra-se
em solo brasileiro. Um dos maiores resultados dessa ação tão inconseqüente está no alto nú-
mero de internados nos hospitais brasileiros – 70% – por problemas ocasionados pela água
poluída.
Depois de ler este poema escrito por um filósofo chinês no século IV antes de
Cristo, reflita sobre suas palavras, tendo em vista a problemática da água, nos
dias atuais.
Água
A água é o sangue da terra.
Insubstituível.
Nada é mais suave e,
no entanto, nada a ela resiste.
Aquele que conhece seus
princípios pode agir
corretamente, tomando-a
como chave e exemplo.
Quando a água é pura,
o coração do povo é forte.
Quando a água é suficiente,
o coração do povo é tranqüilo.
34 SENAI
SMS – Meio Ambiente – O meio ambiente e a poluição
O ciclo da água
A água está ao nosso redor, ainda que nem sempre possamos perceber isso claramente.
Ela está no ar, como chuva, gelo, vapor ou neblina. Ou, então, nos lagos, correntes, rios, mares
e geleiras.
Quando bebemos um copo d’água ou enchemos um balde com a água limpa e fresca de
um rio, essa água é nova para nós. Mas, na verdade, ela não é nova. A água que temos em
nosso planeta é a que sempre tivemos e a que sempre teremos. Nós não produzimos água. O
que ocorre é que esse recurso tem sido reciclado uma ou outra vez, desde o começo do uni-
verso, por diversas formas. Esse processo natural de reciclagem da água é o que chamamos de
ciclo da água, um movimento contínuo em que a água vai da terra para o ar e, depois, volta do
ar para a terra.
Observe a Figura 2.
Como você deve ter percebido, o ciclo da água acontece da seguinte maneira: a água que
está nos mares, oceanos, lagos, rios e plantas se evapora pela ação da luz solar. Esse vapor é
condensado, ou seja, transforma-se em líquido, voltando à Terra em forma de chuva. As águas
das chuvas podem sofrer escoamento superficial no solo, infiltração, escoamento subterrâ-
neo ou evaporação. Quando então evapora, a água retorna para a atmosfera, completando-se
o ciclo.
SENAI 35
SMS – Meio Ambiente – O meio ambiente e a poluição
A morte de nossos rios e lagos também pode ser acarretada pelas substâncias tóxicas ou
pela água muito quente que são despejadas neles. Vejamos um exemplo, para o caso da água
quente. Uma indústria se instala perto de um rio e usa sua água para aquecer as caldeiras,
devolvendo-a depois para o rio, porém já bastante aquecida. Com o aquecimento da água do
rio, o gás carbônico que estava dissolvido nela diminui. Diminuindo o gás carbônico, muitas
plantas não podem fazer a fotossíntese e morrem. Com menos plantas, há menos oxigênio na
água e os animais vão desaparecendo. Essa indústria, ao aquecer a água do rio, vai acabando
com toda a sua vida animal e vegetal.
Os detergentes não-biodegradáveis, aqueles que não se decompõem, também poluem
os nossos rios e lagos, podendo causar a sua morte. Esse tipo de detergente forma um grande
volume de espuma sobre a superfície da água, impedindo a penetração de oxigênio. Sem oxi-
gênio, as plantas morrem, assim como os animais e os microrganismos que dependem dela
para sobreviver. Além disso, o detergente se infiltra no solo e chega aos lençóis subterrâneos,
de onde vem a água que muitas pessoas bebem. Essa água poluída, quando usada pelo ho-
mem, pode causar problemas intestinais.
Outra atividade que polui os rios e lagos é o uso indevido de agrotóxicos e fertilizantes,
pois eles modificam as características do solo e são prejudiciais à saúde humana. Também
36 SENAI
SMS – Meio Ambiente – O meio ambiente e a poluição
são levados para os corpos d’água como rios e lagos, por meio da água da chuva e pela irriga-
ção, contaminando os mesmos.
Há ainda as terras desnudas, que são facilmente carregadas para os lagos e rios, diminu-
indo seu leito e ocasionando o assoreamento. A cada ano, são lançadas um bilhão de tonela-
das de solo fértil em nossos rios, lagos e lagoas.
Para diminuir a poluição das águas, muitas medidas têm sido tomadas em todo o mun-
do. Na maioria dos países, as indústrias que produzem substâncias tóxicas têm sido obriga-
das, por lei, a tratar seus resíduos antes de lançá-los nos rios, de modo a torná-los inofensivos.
A não obediência às leis de proteção aos reservatórios naturais de água acarreta o pagamento
de pesadas multas pelas empresas infratoras, que podem até ser fechadas, em caso de reinci-
dência.
Leia mais sobre esse assunto no Texto de apoio V – Frutos do mar, que trata da
qualidade dos alimentos vindos do mar, diante da contaminação e saturação de
nossas águas oceânicas.
SENAI 37
SMS – Meio Ambiente – O meio ambiente e a poluição
• não jogar o óleo do carro no esgoto, pois, na maioria das vezes, ele é lançado direta-
mente nos rios e lagos. Meio litro de óleo é suficiente para causar uma mancha vene-
nosa de milhares de metros quadrados;
• não utilizar o esguicho de água para varrer quintais e calçadas, como substituto da
vassoura;
38 SENAI
SMS – Meio Ambiente – O meio ambiente e a poluição
Quadro 1
Contaminação do ar
A poluição do ar ocorre devido à emissões de gases, vapores, partículas e poeiras, decor-
rentes das ações humanas e, também, de fenômenos naturais tais como incêndios
espontâneos, ventos, vulcões etc.
Dentre as substâncias tóxicas lançadas ao ar pelas indústrias, podemos citar o dióxido de
enxofre, o gás sulfídrico, o gás sulfuroso, as partículas metálicas de chumbo e zinco, os óxidos
de nitrogênio e as substâncias usadas na fabricação de inseticidas. Tais produtos podem pro-
vocar desde as simples alergias até as doenças mais graves, como o câncer.
SENAI 39
SMS – Meio Ambiente – O meio ambiente e a poluição
40 SENAI
SMS – Meio Ambiente – O meio ambiente e a poluição
A poluição do ar causada pela ação do homem, por meio do mau uso dos recursos natu-
rais e pelos empreendimentos industriais altamente poluidores, vem acarretando graves pro-
blemas ambientais, tanto em nível global como regional. Dentre esses problemas estão a for-
mação da chuva ácida, a intensificação do efeito estufa, os efeitos dos poluentes na inversão
térmica e a destruição da camada de ozônio.
A chuva ácida
A chuva ácida é provocada pelos óxidos de nitrogênio e de enxofre que são lançados na
atmosfera. Esses óxidos gasosos, por sua vez, são provenientes da combustão nos motores e,
também, da queima de combustíveis fósseis (carvão vegetal e petróleo) que ocorre nos pro-
cessos industriais. Quando os óxidos entram em contato com o vapor d’água, eles reagem,
transformando o vapor em ácidos. Com isso, aumenta a acidez da atmosfera e da água de
chuva. Observe a Figura 3.
Figura 3
SENAI 41
SMS – Meio Ambiente – O meio ambiente e a poluição
• manter o carro bem regulado, para diminuir a emissão de gases. Vale lembrar que os
veículos atuais são obrigatoriamente dotados de catalisadores, cuja função é filtrar
os gases poluentes emitidos por eles.
42 SENAI
SMS – Meio Ambiente – O meio ambiente e a poluição
O efeito estufa
A energia proveniente do Sol atravessa o espaço e a atmosfera terrestre na forma de radi-
ação. Essa radiação, em contato com a Terra, transforma-se em calor, aquecendo a Terra e sua
atmosfera, e fornecendo as condições necessárias à manutenção da vida no planeta.
Veja, na Figura 4, como isso ocorre.
Figura 4
A queima de petróleo e seus derivados, como a que ocorre, por exemplo, nos motores de
automóveis, ônibus e caminhões, assim como as queimadas das matas geram uma grande
concentração de gás carbônico. Esse gás age na atmosfera de modo semelhante ao vidro em
uma estufa de plantas, ou seja: deixa passar a radiação solar e retém o calor, fazendo aumen-
tar, gradativamente, a temperatura da Terra.
A aumento de temperatura da Terra provoca alterações climáticas que afetam a agricul-
tura e os ecossistemas. Nas áreas costeiras, podem ocorrer inundações, e as terras produtivas
podem vir a se tornar áridas e desérticas.
Uma das maneiras de o homem prevenir o problema do efeito estufa é promover o reflo-
restamento de grandes áreas, pois isso vai possibilitar maior absorção do dióxido de carbono
(gás carbônico) da atmosfera.
SENAI 43
SMS – Meio Ambiente – O meio ambiente e a poluição
A inversão térmica
Sabemos que o ar quente é mais “leve” e menos denso que o ar frio e, por isso, ele tende
a subir, enquanto o ar frio tende a descer. Assim, os poluentes liberados no ar, e que são mais
quentes que ele, sobem e vão se dispersar nas camadas mais altas da atmosfera. Esse é o
fenômeno normal.
Mas no inverno, principalmente, e nos centros urbanos, algumas condições climáticas
podem inverter esse movimento, dando origem ao que chamamos de inversão térmica. Com
isso, o ar não se aquece e, permanecendo frio, ele não sobe, o que impede o movimento das
correntes de ar verticais que ajudam a dissipar as fumaças e os gases poluentes.
Figura 5
Desse modo, os gases poluentes ficam presos nas camadas mais baixas da atmosfera,
criando uma névoa sobre a cidade, composta de gases tóxicos e poluentes, que causam danos
à nossa saúde, tais como: irritação nos olhos, pneumonia, bronquite, enfisemas, agravamen-
to das doenças cardíacas, mal-estares e intoxicação.
44 SENAI
SMS – Meio Ambiente – O meio ambiente e a poluição
A camada de ozônio
O oxigênio, além de fazer parte do ar que respiramos, também se encontra no ozônio
(O3), um gás que compõe uma camada situada na alta atmosfera, entre 15 e 40km de altitude.
O ozônio tem a capacidade de absorver os raios ultravioleta emitidos pelo Sol, que são
extremamente prejudiciais à vida e, por isso, a camada de ozônio desempenha a importante
função de proteger a Terra dos efeitos nocivos desses raios. Sem esse escudo protetor, as radi-
ações ultravioleta atingem diretamente a Terra, podendo alterar a composição de moléculas,
inclusive aquelas que constituem os seres vivos.
Observe a Figura 6.
Figura 6
Nos últimos tempos, o mundo está alarmado por uma diminuição significativa das es-
pessuras da camada de ozônio, a que chamamos de buraco na camada de ozônio, e a respeito
do qual você já deve ter ouvido falar. Os cientistas atribuem esse buraco ao uso de compostos
à base do gás CFC – Cloro, Flúor e Carbono –, como é o caso do gás freon, empregado pela
indústria em sistemas de refrigeração e aerossóis (comumente usados em desodorantes). Um
outro tipo de gás, que é liberado pelos extintores de incêndio e pelas luzes do tipo néon, tam-
bém contribui para diminuir a camada de ozônio na atmosfera.
SENAI 45
SMS – Meio Ambiente – O meio ambiente e a poluição
46 SENAI
SMS – Meio Ambiente – O meio ambiente e a poluição
Contaminação do solo
A vida humana, como a de outros organismos, depende muito da terra e, especialmente,
do solo. Os nutrientes presentes no alimento que ingerimos originam-se no solo, pois é lá que
ocorrem importantes etapas do seu ciclo de vida.
Diferentemente do que muitas pessoas pensam, no solo encontramos seres vivos e não-
vivos. Uma colher de chá de solo fértil pode conter 5 bilhões de bactérias, 1 milhão de
protozoários e 200 mil algas e fungos. Essa variedade de seres vivos recicla os nutrientes ne-
cessários às plantas e aos animais, além de degradar o lixo que jogamos fora. O solo é, portan-
to, o berço da renovação da vida na Terra.
Podemos entender o solo como a camada externa de material mineral e orgânico que
recobre a crosta terrestre, na qual os vegetais desenvolvem suas raízes, retirando os elemen-
tos necessários para sua nutrição.
Mas apesar de sabermos que o solo é a fonte de nutrientes capaz de saciar as necessida-
des dos seres vivos, o homem passou a degradá-lo desde que começou a praticar a agrope-
cuária. Muitas florestas foram devastadas para dar lugar às lavouras e aos pastos, de modo a
atender à demanda crescente de alimentos.
Uma vez perdida a cobertura vegetal, o solo também foi perdendo sua fonte de nutrien-
tes, que é a matéria orgânica em decomposição. Foi necessário, então, desenvolver técnicas
agrícolas que restaurassem ou aumentassem a fertilidade do solo e diminuíssem o tempo de
colheita. Para resolver esse problema, o homem inventou fertilizantes químicos e máquinas
agrícolas capazes de arar grandes áreas em pouco tempo, empregando menos mão-de-obra.
Por outro lado, uma vez que o ambiente natural foi completamente modificado, dando
lugar à monocultura intensiva, houve quebra da cadeia alimentar e, com isso, insetos e pra-
gas, de um modo geral, perderam seus predadores naturais. Sem a ameaça dos predadores, e
com alimentação farta das plantações, insetos e pragas começaram a se proliferar. Para
combatê-los, então, o homem passou a utilizar os agrotóxicos.
SENAI 47
SMS – Meio Ambiente – O meio ambiente e a poluição
A desertificação
Com a perda da camada vegetal, o solo é carregado pelas águas das chuvas e dos ventos,
indo depositar-se, em grande parte, nos leitos dos rios, o que diminui a profundidade desses
rios. Assim, com as próximas chuvas, os leitos dos rios vão minguando cada vez mais, de tão
ralos que ficam. Sem umidade no solo, as sementes que sobraram na terra não conseguem
germinar. É um ciclo contínuo de empobrecimento do solo, até que ele, sem vegetação e sem
água, vira deserto.
Nesse caso, então, dizemos que ocorreu a desertificação do solo.
A salinização
A salinização do solo ocorre, principalmente, nas regiões áridas e semi-áridas, por meio
da atividade de irrigação do solo para a agricultura. Nessas regiões, a temperatura é alta, fa-
zendo com que a evaporação das áreas cultivadas e das áreas desnudas, sem vegetação, ocor-
ra rapidamente. O resultado disso é o acúmulo de sal no solo (sais de potássio, sódio, magnésio
e cálcio) e a conseqüente perda da fertilidade.
Estudos científicos mostram que a região do Crescente Fértil, na Mesopotâmia, que foi o
berço da agricultura, esgotou-se provavelmente devido ao problema de salinização dos solos
da região.
O uso de fertilizantes
Os fertilizantes têm contribuído bastante para o aumento da produção de alimentos. Na
China, por exemplo, desde a Segunda Guerra Mundial, essa produção aumentou em mais de
60%, em grande parte devido aos fertilizantes. Em todo o mundo, o uso de fertilizantes cres-
ceu consideravelmente nos últimos anos, tendo aumentado nove vezes, apenas no período
de 1950 a 1986.
48 SENAI
SMS – Meio Ambiente – O meio ambiente e a poluição
O uso de agrotóxicos
Em todo o mundo, o emprego de agrotóxicos aumentou rapidamente depois de 1950, e
estima-se que tal crescimento ainda vai continuar. Na Índia, por exemplo, o seu uso aumen-
tou 40 vezes, entre meados dos anos 1950 e meados dos anos 1980.
Os agrotóxicos, assim como os fertilizantes, ajudam a aumentar a produção, mas tam-
bém trazem sérios problemas. Vejamos alguns deles:
• muitos agrotóxicos são tóxicos não apenas às pestes que eles pretendem combater,
mas também às pessoas e à vida selvagem. O número de envenenamentos por
pesticidas, em todo o mundo, chega a 2 milhões a cada ano, com mais de 40 mil
casos fatais;
• o uso contínuo dos agrotóxicos aumenta a resistência das pragas a eles. Por volta de
1980, mais de 400 insetos desenvolveram resistência a agrotóxicos, juntamente com
mais de 100 espécies patogênicas às plantas, e numerosos roedores e vermes parasi-
tas; e
O desmatamento
Outra forma de degradação ambiental que acarreta a destruição de animais e vegetais e
que, conseqüentemente, degrada e contamina o solo é a prática sem controle do desmata-
mento.
No Brasil, essa prática tem alcançado níveis alarmantes, especialmente ao longo de ro-
dovias como, por exemplo, a Rio-Bahia e a Belém-Brasília. O desmatamento também ocorre
com freqüência em torno das instalações de novos pólos industriais, como aconteceu com a
Vale do Rio Doce, em Minas Gerais, que destruiu mais de 100km2 de mata por ano.
SENAI 49
SMS – Meio Ambiente – O meio ambiente e a poluição
• incentivar métodos de plantio que protejam o solo da ação do vento e da chuva, tais
como o que consiste em cobrir as plantas com matéria vegetal;
• efetuar pesquisas sobre a capacidade de suporte de terras mais frágeis, como o semi-
árido, por exemplo, de modo a descobrir métodos produtivos e menos destrutivos; e
• combater o desmatamento.
Quanto ao combate de nossas matas e florestas, há muitas medidas a serem adotadas.
Muitas delas, inclusive, estão ao alcance de qualquer um de nós, como você vê no destaque.
50 SENAI
SMS – Meio Ambiente – O meio ambiente e a poluição
Combata o desmatamento!
• Denuncie o desmatamento à Secretaria de Meio Ambiente Municipal e
Estadual e ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Natu-
rais Renováveis (IBAMA). A maioria deles ocorre em áreas protegidas por
lei e, conseqüentemente, é ilegal.
• Realize o reflorestamento de áreas degradadas, plantando árvores nativas
daquele local específico.
• Pressione nossos políticos para elaboração de uma legislação florestal mais
restritiva.
• Plante árvores. Em caso de dúvidas sobre as espécies adequadas à região,
procure o Jardim Botânico, o Horto Florestal, o IBAMA ou a Secretaria de
Meio Ambiente do seu município ou estado. Se cada um se tornar respon-
sável pelo plantio de uma árvore, e cuidar para que ela sobreviva, a quali-
dade de vida das nossas cidades será bem melhor.
• Consuma produtos de madeira e de papel de áreas que são reflorestadas.
• Consuma papel reciclado.
• Procure alternativas econômicas para as florestas. Cientistas norte-ame-
ricanos apontaram que a exploração comercial de plantas medicinais ori-
ginárias das florestas tropicais, como é o caso da Floresta Amazônica, pode
ser mais lucrativa do que a devastação dessas regiões, para o desenvolvi-
mento da agricultura ou a exploração madeireira.
Desequilíbrios globais
Os efeitos causados pela degradação do ambiente geram grandes problemas para um
país e influem na qualidade de vida do seu povo. Esses efeitos vêm ocorrendo em várias regiões
do mundo, e muitos deles, inclusive, se caracterizaram como grandes catástrofes.
Vamos ver?
América do Norte – chuva ácida sobre os Estados Unidos e o Canadá, provocada pela
emissão de gases provenientes de complexos industriais. Contaminação dos Esta-
dos Unidos devido às atividades da indústria armamentista. Poluição atmosférica
na Cidade do México.
SENAI 51
SMS – Meio Ambiente – O meio ambiente e a poluição
Leste europeu – é uma das regiões do planeta mais afetadas pela poluição industrial.
A ex-Alemanha Oriental emitia três vezes mais dióxido de enxofre do que a ex-Ale-
manha Ocidental, apesar de sua produção industrial e sua superfície serem bem
menores. O rio Danúbio, que banha a Alemanha, é um dos mais poluídos do mundo.
Urais – a república autônoma Bashkiria, nos Urais (na antiga URSS – União das Re-
públicas Socialistas Soviéticas), com 4 milhões de habitantes, pode se tornar inabi-
tável, devido à contaminação do solo e do ar com resíduos de usinas petroquímicas.
52 SENAI
Resíduos sólidos
Introdução
3
SMS – Meio Ambiente – Resíduos sólidos
Introdução
A contaminação do solo é ocasionada, em grande parte, pelos resíduos sólidos.
Mas o que é um resíduo sólido?
Um resíduo é, em outras palavras, um lixo. E lixo, de acordo com o Dicionário de Aurélio
Buarque de Holanda, é “tudo aquilo que não se quer mais e se joga fora; coisas inúteis, velhas
e sem valor”.
Já para a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), lixo é definido como “restos
das atividades humanas, considerados pelos geradores como inúteis, indesejáveis ou
descartáveis, podendo-se apresentar no estado sólido, semi-sólido ou líquido, desde que não
seja passível de tratamento convencional”.
O lixo sólido e o semi-sólido constituem os resíduos sólidos, cuja definição, de acordo
com a Norma NBR-10004, da ABNT, é a seguinte: “resíduos nos estados sólido e semi-sólido,
que resultam de atividades da comunidade de origem industrial, doméstica, hospitalar, co-
mercial, agrícola, de serviços e de varrição”.
Nessa mesma definição também estão incluídos como resíduos sólidos:
• os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água e os gerados em equipa-
mentos e instalações de controle de poluição; e
• os líquidos que não podem ser lançados na rede pública de esgotos ou nos rios, lagos
e mares, como é o caso dos óleos minerais, por exemplo.
Vemos, assim, como é grande a variedade de resíduos sólidos. É disso que trataremos
neste novo capítulo, classificando os resíduos em função de sua origem e dos riscos que re-
presentam para o homem e o meio ambiente, bem como analisando sua destinação e
gerenciamento.
SENAI 55
SMS – Meio Ambiente – Resíduos sólidos
Resíduo domiciliar especial – inclui entulhos de obras, pilhas, baterias, lâmpadas flu-
orescentes e pneus. Os entulhos de obra, também conhecidos como resíduos da
construção civil, só estão enquadrados neste grupo devido à grande quantidade em
que são gerados e, também, pela importância que sua recuperação e reciclagem vêm
assumindo no cenário nacional.
A questão do lixo também é tratada nos seguintes textos de apoio, ao final deste
material: II, III, IV, VIII, X e XIV. A leitura de tais textos vai ampliar seus conhe-
cimentos sobre esse assunto tão importante para todos nós.
56 SENAI
SMS – Meio Ambiente – Resíduos sólidos
• grande gerador de resíduos de obras – é a pessoa física ou jurídica que produz mais
de 1.000kg por dia ou, então, 50 sacos de 30 litros.
O entulho de obras
A indústria da construção civil é a que mais explora os recursos naturais e, também, a
que mais gera resíduos, compostos de uma mistura de materiais inertes, tais como concreto,
argamassa, madeira, plásticos, papelão, vidros, metais, cerâmica e terra.
No Brasil, a tecnologia construtiva normalmente aplicada favorece o desperdício na exe-
cução das novas edificações. Enquanto em países desenvolvidos a média de resíduos prove-
niente de novas edificações encontra-se abaixo de 100kg/m2, no Brasil este índice gira em
torno de 300kg/m2 edificado.
Em termos quantitativos, o entulho de obras corresponde a algo em torno de 50% da
quantidade em peso de resíduos sólidos urbanos que são coletados em cidades com mais de
500 mil habitantes de diferentes países, inclusive o Brasil.
SENAI 57
SMS – Meio Ambiente – Resíduos sólidos
As pilhas e baterias
As pilhas e baterias têm como princípio básico converter energia química em energia
elétrica, utilizando um metal como combustível. Seus principais usos são:
• funcionamento de aparelhos eletroeletrônicos;
• telecomunicações;
• telefones celulares;
• usinas elétricas;
As lâmpadas fluorescentes
As lâmpadas fluorescentes comuns, de forma tubular, como também as lâmpadas fluo-
rescentes compactas, possuem um pó em seu interior que se torna luminoso e que contém
mercúrio. Quando essas lâmpadas são quebradas, queimadas ou mesmo enterradas em ater-
ros sanitários, elas liberam mercúrio, que se transforma em resíduos perigosos, pois ele é
tóxico para o sistema nervoso humano e, quando inalado ou ingerido, pode causar uma enor-
me variedade de problemas.
58 SENAI
SMS – Meio Ambiente – Resíduos sólidos
Uma vez lançado no meio ambiente, o mercúrio tem suas concentrações aumentadas
nos tecidos dos peixes, tornando-os menos saudáveis para a nossa alimentação, ou mesmo
perigosos, se eles forem ingeridos freqüentemente. As mulheres grávidas que se alimentam
desse peixe contaminado transferem o mercúrio para os fetos, que são particularmente sen-
síveis aos seus efeitos tóxicos.
A acumulação do mercúrio nos tecidos também pode contaminar outras espécies selva-
gens, como marrecos e aves aquáticas, entre outros.
Os pneus
São muitos os problemas ambientais gerados pela destinação inadequada dos pneus. Se
deixados em ambiente aberto, sujeito a chuvas, eles acumulam água, servindo como local
para a proliferação de mosquitos. Se encaminhados para aterros de lixo convencionais, pro-
vocam “ocos” na massa de resíduos, causando a instabilidade do aterro. Se são destinados a
unidades de incineração, a queima da borracha gera enormes quantidades de gases tóxicos,
necessitando de um sistema de tratamento dos gases extremamente eficiente e caro.
Por todas estas razões, o descarte de pneus é hoje um problema ambiental grave e ainda
sem uma destinação realmente eficaz.
Você pode saber mais a respeito do problema dos pneus no mundo atual, lendo
o Texto de apoio VIII – Reciclagem de pneus e o Texto de apoio IX – Um fim
para os restos da indústria, ambos apresentados no fim deste material.
SENAI 59
SMS – Meio Ambiente – Resíduos sólidos
• corrosividade;
• reatividade;
• toxicidade; e
• biodegradabilidade; e
• solubilidade em água.
Os resíduos desta classe são, basicamente, aqueles com características de lixo doméstico.
Classe III – resíduos inertes
Esta classe reúne os resíduos que não se degradam ou não se decompõem quando dis-
postos no solo.
A Norma NBR-10004 considera que resíduos inertes são as rochas, tijolos, vidros e certos
plásticos e borrachas que não são decompostos prontamente. Portanto, estão nesta classe III
resíduos como, por exemplo, restos de construção, entulhos de demolição, pedras e areias
retirados de escavações.
60 SENAI
SMS – Meio Ambiente – Resíduos sólidos
Quadro 1
SENAI 61
SMS – Meio Ambiente – Resíduos sólidos
62 SENAI
SMS – Meio Ambiente – Resíduos sólidos
De acordo com essa resolução, o código de cores para diferentes tipos de resíduo é o
seguinte:
Quadro 2
SENAI 63
SMS – Meio Ambiente – Resíduos sólidos
• resíduos das classes II e III – são incinerados ou vão para aterros sanitários, desde
que preparados para este fim e estejam submetidos a controles ambientais.
Vamos ver então, com mais detalhes, em que consiste um aterro sanitário e a destruição
térmica do lixo.
Aterro sanitário
O aterro sanitário é um processo de eliminação de resíduos sólidos bastante utilizado,
que consiste na deposição controlada de resíduos sólidos no solo e sua posterior cobertura. É
uma obra de engenharia que deve ser orientada por quatro objetivos:
• diminuição dos riscos de poluição provocados por cheiros, fogos, insetos;
• utilização futura do terreno disponível, por meio de uma boa compactação e cober-
tura;
• controle da emissão dos gases que são liberados durante os processos de degrada-
ção dos resíduos.
Quadro 3
64 SENAI
SMS – Meio Ambiente – Resíduos sólidos
Resíduos sólidos
Os resíduos sólidos dos aterros sanitários são os resíduos mineralizados.
Resíduos líquidos
Esses resíduos, também chamados de lixiviados, variam de local para local e dependem
de aspectos como:
• teor de água dos resíduos;
SENAI 65
SMS – Meio Ambiente – Resíduos sólidos
Destruição térmica
A incineração e o co-processamento são exemplos de processos de tratamento dos resí-
duos sólidos por meio da combustão controlada, realizada em instalações próprias. Por esses
processos, os resíduos sólidos são transformados em gases, calor e materiais inertes como
cinzas e escória de metal, possibilitando reduzir o volume e o peso dos resíduos em cerca de
90% a 60% ou, então, que as cinzas sejam incorporadas ao cimento.
Gerenciamento dos
resíduos sólidos
A redução do lixo deve ser o objetivo principal de um efetivo programa de gerenciamento
de resíduos, especialmente dos resíduos industriais.
Veja, na pirâmide, que reduzir o lixo está no topo da figura como a ação mais desejável. À
medida que caminhamos nessa pirâmide, indo do topo para a base, vamos das ações mais
desejáveis para as menos desejáveis.
66 SENAI
SMS – Meio Ambiente – Resíduos sólidos
Figura 1
Armazenamento, manuseio e
transporte dos resíduos sólidos
No tratamento dos resíduos sólidos, há uma série de cuidados a serem observados no
seu armazenamento, manuseio e transporte.
Vamos ver?
SENAI 67
SMS – Meio Ambiente – Resíduos sólidos
68 SENAI
SMS – Meio Ambiente – Resíduos sólidos
• execução das tarefas de coleta, transporte e armazenamento dos resíduos com utili-
zação dos equipamentos de proteção individual; e
SENAI 69
SMS – Meio Ambiente – Resíduos sólidos
70 SENAI
A empresa e o
meio ambiente
Introdução
4
SMS – Meio Ambiente – A empresa e o meio ambiente
Introdução
O emprego de substâncias e de tecnologias perigosas ao meio ambiente, tanto nas guer-
ras, como para fins pacíficos, ao longo do tempo foi gerando um movimento de
questionamento sobre sua legitimidade e conveniência. Fatos importantes forjaram a cons-
ciência ambiental da sociedade, dos governos, e das empresas e instituições. Dentre esses
fatos podemos citar:
• Primeira Guerra Mundial (1914-1918) – 1.300 mil mortos por envenenamento pelo
gás mostarda;
• Hiroshima, no Japão (agosto de 1945) – 30 mil mortes instantâneas no momento da
explosão nuclear;
• Europa e mundo (maio de 1968) – Primeiros movimentos “verdes”;
• Seveso, na Itália (10 de julho de 1976) – Vazamento de dioxina;
• Alaska (24 de março de 1989) – Vazamento de 40 milhões de litros de petróleo de um
navio, contaminando 1.600km de praias e matando mais de 33 mil pássaros e um
número não conhecido de peixes e animais marinhos; e
• outros fatos já comentados aqui, tais como o vazamento de gás tóxico em Bhopal, na
Índia (1984), e a explosão de um reator nuclear em Chernobyl, na URSS (1986).
A lista pode ser aumentada com outros acidentes. Mas com a diferença de que, atual-
mente, a repercussão na imprensa falada e escrita é bastante grande, com mobilização da
população atingida e seus representantes políticos ou de organizações não-governamentais.
Todos estes fatos catastróficos foram produzindo uma mudança gradativa de postura da
sociedade e de suas instituições, bem como das empresas, principalmente aquelas que em-
pregam tecnologias de alto impacto ambiental.
É, pois, para falar da empresa diante da questão ambiental que apresentamos este
capítulo.
Vamos lá?
SENAI 73
SMS – Meio Ambiente – A empresa e o meio ambiente
74 SENAI
SMS – Meio Ambiente – A empresa e o meio ambiente
• marketing verde em relação aos produtos cuja produção ou utilização causam me-
nor impacto sobre o meio ambiente;
• atividade crescente das ONGs, que adquiriram base científica e tecnológica mais
fundamentada e, por isso, deixaram de ser consideradas como simplesmente
alarmistas; e
• pressão dos consumidores, manifestada pela escolha de produtos ambientalmente
corretos e pela utilização de todos os mecanismos disponíveis para fazer valer seus
direitos, quando se sentirem prejudicados pelos produtos que adquiriram.
A gestão ambiental
na empresa
As empresas podem utilizar duas abordagens para administrar as suas questões
ambientais: ou elas tratam essas questões no momento em que elas ocorrem ou, então, ante-
cipam-se à sua ocorrência, tratando-as de forma integrada.
É com o propósito dessa segunda alternativa que a empresa assume um Sistema de Ges-
tão Ambiental (SGA), assim definido pela ABNT:
Esta norma, ao definir o SGA como sistema de gestão global, quer dizer que a gestão
ambiental deve ser implementada de forma integrada, com o gerenciamento global da empresa
ou instituição. A ação do SGA não deve ocorrer de forma desintegrada do gerenciamento da
empresa. Meio ambiente não deve ficar restrito a uma sala, a um departamento, ou a um
conjunto de pessoas que atuam de forma isolada na empresa, mas sim permear toda a
organização.
SENAI 75
SMS – Meio Ambiente – A empresa e o meio ambiente
76 SENAI
SMS – Meio Ambiente – A empresa e o meio ambiente
A Norma NBR ISO 14001 compreende um ciclo PDCA, que você vai observar na Figura 1.
Veja, antes, a que se refere cada letra da sigla deste ciclo:
As etapas para a implementação da Norma NBR ISO 14001 na empresa você pode anali-
sar no Quadro 1. Veja o que compreende cada uma delas.
Quadro 1
SENAI 77
SMS – Meio Ambiente – A empresa e o meio ambiente
O projeto de um SGA
Como estratégias de um projeto de SGA (Sistema de Gestão Ambiental), podemos enu-
merar as seguintes:
• identificar os efeitos ambientais significativos resultantes das atividades, produtos
ou serviços passados, atuais ou propostos da organização;
• identificar os efeitos ambientais resultantes de incidentes, acidentes e situações po-
tenciais de emergência;
• identificar as leis e os regulamentos aplicáveis e os padrões industriais relevantes;
• refletir prioridades que tenham sido identificadas através dos objetivos e metas
ambientais;
• facilitar as ações corretivas e a melhoria do processo; auditar sistemas e revisar as
atividades, de modo a assegurar que a política seja atendida e que continue
relevante; e
• estabelecer e atualizar os processos e procedimentos operacionais.
Os resultados que se esperam, com a implantação de um projeto de Sistema de Gestão
Ambiental, são:
• diagnóstico da situação atual das organizações em relação à gestão ambiental;
• conscientização e implementação de um SGA por parte das organizações;
• integração organização/comunidade, obtida pela divulgação das ações desenvolvi-
das pela organização na busca do desenvolvimento industrial ecologicamente sus-
tentável; e
• subsídios para elaboração de estratégias de adequação do parque industrial às no-
vas exigências de mercado.
78 SENAI
Para saber mais
TEXTO DE APOIO I
A Lei no 9.605/98,
dos crimes ambientais
A Lei no 9.605, dos crimes ambientais, foi sancionada em 12 de fevereiro de 1998 pelo
Presidente da República Fernando Henrique Cardoso. Ela tem o grande mérito de tratar os
crimes ambientais e as punições em função dos danos causados à natureza de uma forma
mais sistemática.
Outra importante alteração trazida por essa lei é que ela permite, pela primeira vez no
Direito brasileiro, responsabilizar criminalmente o diretor, o administrador, o gerente e a pró-
pria empresa – cada um recebendo penas separadamente. Pela legislação anterior, somente
as pessoas jurídicas respondiam criminalmente por danos ao meio ambiente.
A lei dos crimes ambientais trata das sanções, das penas aplicáveis e de quem pode ser
punido. Define, também, os crimes e penas correspondentes.
Analise alguns dos pontos principais dessa lei.
Penas alternativas
Empresas e pessoas condenadas por crime ecológico podem ser perdoadas se repara-
rem os danos. Crimes com penas de até 4 anos, que constituem a maioria, podem ter penas
alternativas, tais como o pagamento de indenizações ou a prestação de serviços à comunidade.
Multas
As multas anteriores à Lei de Crimes Ambientais eram relativamente baixas. Em valores
atuais, a menor e a maior multa cobrada pela CETESB, no estado de São Paulo, seriam, res-
pectivamente, de R$ 83,70 e R$ 83.700,00. Já pela Lei no 9.605/98, as multas podem alcançar
R$ 50 milhões!
Punição às empresas
As autoridades ambientais podem embargar obras ou atividades, demolir obras e sus-
pender as atividades de empresas infratoras. A justiça pode também proibi-las de receber
incentivos ou fazer contratos com o poder público.
Crime de poluição
Quem causa poluição ambiental em níveis que provocam ou possam provocar dano à
saúde humana, mortandade de animais ou destruição significativa da flora pode ter pena de
5 anos de prisão. No caso de provocar a morte de alguém, a pena poderá ser dobrada.
SENAI 81
SMS – Meio Ambiente – Para saber mais
Fiscais
A Lei no 9.605/98 prevê punições para funcionário público corrupto ou displicente que
faça afirmação enganosa, sonegue informações, conceda licença, autorização ou permissão
em desacordo com as normas ambientais.
Balões
Fabricar, vender, transportar ou soltar balões são atos passíveis de prisão e multa, pelo
risco de causar incêndios em florestas e áreas urbanas.
A Lei dos Crimes Ambientais, por suas características inovadoras, procura demonstrar a
necessidade de combinar penalização dos crimes ambientais com uma ação educativa, ca-
paz de prevenir a ocorrência de novas agressões ao meio ambiente.
Constitui uma atitude altamente educativa incentivar a necessária reparação dos danos
causados, oferecendo, como contrapartida, o perdão das penalidades impostas.
É igualmente educativo não utilizar a punição como simples ato do poder de repressão,
mas possibilitar a substituição da pena imposta por ações que beneficiem os prejudicados e a
sociedade como um todo.
O princípio do poluidor-pagador demonstra que os responsáveis pela poluição devem
utilizar seus próprios recursos para corrigir o dano produzido. Os gastos não devem ser trans-
feridos para o Estado ou para a sociedade, que espera uma atuação responsável de todos, em
função não só de sua capacidade e autoridade, como também dos deveres decorrentes dos
cargos que ocupam.
Veja sobre o que dispõem algumas outras leis, decretos, resoluções etc. a respeito
do meio ambiente:
• Lei Federal no 6.938/81 – Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente,
seus fins e mecanismos de formulação e aplicação.
• Lei no 9.795, de 27/04/99 – Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Polí-
tica Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências.
• Decreto no 79.367, de 09/03/77 – Dispõe sobre normas e o padrão de potabilidade
de água, e dá outras providências.
• Decreto no 79.437, de 28/03/77 – Promulga a Convenção Internacional sobre
Responsabilidade Civil em Danos Causados por Poluição por Óleo, de 1969.
• Resolução CONAMA no 20, de 18/03/86 – Dispõe sobre a classificação das
águas doces, salobras e salinas, em todo o Território Nacional, e determina os
padrões de lançamento.
• Resolução CONAMA no 01, de 08/03/90 – Dispõe sobre a emissão de ruídos,
em decorrência de quaisquer atividades, determinando padrões, critérios e di-
retrizes.
82 SENAI
SMS – Meio Ambiente – Para saber mais
TEXTO DE APOIO II
Estimando que mais da metade das substâncias tóxicas dos aterros dos Estados Unidos
tenha origem eletrônica, a EPA (Agência de Proteção Ambiental) determinou que, em empre-
sas nas quais a sucata eletrônica passe dos 100 quilos mensais, esta seja considerada tóxica,
indo para aterros especiais. Estados como Massachussets têm leis mais severas: qualquer tubo
de raios catódicos (TV ou monitores) não pode ir para aterro comum ou incineração.
Os ambientalistas querem mais. Usando a própria informática, a SVTC (Silicon Valley
Toxics Coalition), ONG sediada no Vale do Silício, Califórnia, lidera campanha contra o lixo
eletrônico, divulgando mapas da poluição das indústrias do setor e propondo para os Estados
Unidos as mesmas regras em discussão na Europa.
Mas a União Européia enfrenta o lobby da indústria americana contra duas diretivas em
debate. Uma pretende impor a responsabilidade ampliada dos fabricantes, para que recebam
e reciclem eletroeletrônicos usados, sem custo para o consumidor. Outra quer banir substân-
cias tóxicas em equipamentos que serão fabricados a partir de 2008 (mercúrio, cádmio, cro-
mo hexavalente e retardadores de chamas com bromo).
SENAI 83
SMS – Meio Ambiente – Para saber mais
84 SENAI
SMS – Meio Ambiente – Para saber mais
Lixo inteligente*
Quando o assunto é reciclagem, é preciso dar a palavra a Emerson Kapaz, deputado fe-
deral pelo PPS e relator da nova Política Nacional de Resíduos, que vai pôr ordem no proble-
ma do lixo e da reciclagem no país. A mais recente idéia de Kapaz é colocar no relatório que
estará pronto para ser votado em abril um artigo que isenta dos impostos federais (IPI, PIS,
COFINS) as empresas que trabalharem exclusivamente com material reciclado.
Já foi até falar com Everardo Maciel, que aprovou a idéia e promete regulamentá-la logo
que virar lei. Depois disso, vai falar com os governadores, para livrar essas empresas, em geral
cooperativas e firmas de pequeno porte, também do ICMS. Uma lei como essa pode desentu-
pir nossos bueiros, limpar nossos rios, evitar a contaminação ambiental, criar empregos e
riqueza, acabar com o desperdício, diminuir o tamanho dos aterros sanitários. O único lobby
contrário, e nada desprezível, parece ser o das empresas de lixo.
SENAI 85
SMS – Meio Ambiente – Para saber mais
TEXTO DE APOIO IV
Avanços e problemas
de lixo*
Muitas mudanças aconteceram no projeto da Política Nacional de Resíduos Sólidos, des-
de que o tema foi comentado neste espaço (Estado, 07/12/2001). E o substitutivo de que é
relator o deputado Emerson Kapaz, ao mesmo tempo em que registra vários avanços, conti-
nua a conter opções preocupantes, assim como desperta dúvidas em pontos relevantes.
Entre os avanços, vale a pena destacar:
• o artigo que consagra o direito da sociedade à informação nessa área – bem como
sua representação paritária com a do poder público nos conselhos gestores dos fun-
dos distritais e municipais de limpeza urbana que administrarão os recursos desti-
nados a essa área, obrigatoriamente constantes dos orçamentos – é um avanço im-
portante tanto para a gestão como para a fiscalização da aplicação dos recursos;
86 SENAI
SMS – Meio Ambiente – Para saber mais
um sistema (green dot, ponto verde) que obrigou os fabricantes a ter uma instituição nacio-
nal, para a qual contribuem, na proporção do número, dimensões, peso do que produzem.
Essa instituição, que arrecadou quase R$ 5 bilhões em 1999, encarrega-se da coleta desses
produtos (com separação obrigatória pelos consumidores) em todo o país e pela destinação.
Graças a esse sistema, em oito anos o volume de embalagens coletadas reduziu-se em 15% –
o que não é pouco.
Não querem os produtores de embalagens no Brasil incorporar esse custo, por temerem
repassá-lo aos preços. Mas, se a regra for geral, todos terão de fazê-lo, sem alterar a
competitividade. E os custos da destinação do produto de alguma forma sempre serão pagos
pelo cidadão – se não for no preço de compra, será no custo dos serviços públicos da área.
Mais justo que seja pago só pelo consumidor específico. Outro problema está na hesitação
quanto aos resíduos da área de saúde, embora introduzida a elogiável coleta seletiva antes da
destinação. Deveria ter sido adotado o sistema já recomendado pelos sanitaristas, de só obri-
gar a tratamento prévio ou incineração os materiais perfurocortantes, capazes de criar uma
via de entrada no corpo humano para patógenos. Preferiu-se exigir tratamento prévio para
todos os resíduos considerados “sépticos”, que contenham agentes patogênicos. Um custo a
mais.
Já nos resíduos radioativos, estabelecer a destinação nos termos da legislação vigente
consolida a impropriedade da lei aprovada pelo Congresso, que estabelece competência ex-
clusiva da Comissão Nacional de Energia Nuclear para decidir tudo sozinha.
A responsabilização dos proprietários de imóveis e/ou construtores apenas pela coloca-
ção de seus entulhos em locais autorizados pelo poder público parece insuficiente. Seria ne-
cessário exigir a reciclagem, com os custos correspondentes, tal como acontece na Europa,
nos Estados Unidos, no Canadá, no Japão.
Também preocupa que o substitutivo não contemple claramente a questão dos efluentes
rurais nas criações (suinocultura, bovinocultura, avicultura), outro grave problema já discuti-
do. Tão grave que esse setor, na Europa e nos Estados Unidos, está transferindo parte de suas
atividades para países como o nosso, pouco rigorosos com custos ambientais.
O financiamento do sistema de gestão de resíduos também deixa muitas dúvidas. Deci-
diu-se que haverá fundos municipais e distritais, que esses fundos poderão receber recursos
advindos das tarifas a serem cobradas aos usuários, que se farão cadastros de todos os produ-
tores de resíduos – para poder cobrar de cada um segundo o volume ou peso produzidos. Mas
isso acontecerá de fato, ainda mais sabendo que, com a terceirização dos serviços de coleta e
destinação, as informações passaram quase todas para as empresas concessionárias (que re-
cebem por tonelagem, não têm interesse especial na redução do lixo, que deve ser o primeiro
e principal objetivo de qualquer política)?
Também cabe perguntar, de novo, por que só prever a coleta seletiva, no prazo de dois
anos, em municípios com mais de 100 mil habitantes. Por que não todos?
Há muito o que discutir. E a sociedade precisa com urgência participar, manifestar-se.
SENAI 87
SMS – Meio Ambiente – Para saber mais
TEXTO DE APOIO V
Frutos do mar
Alimento para o homem? Veneno para o homem?
Nas décadas de 1950 e 1960 os cientistas afirmavam que o problema da escassez de ali-
mentos para a humanidade estaria resolvido com o aproveitamento dos frutos do mar.
Atualmente os cientistas consideram que esse aproveitamento passou a ser um grande
problema para a humanidade, devido ao envenenamento dos oceanos.
A contaminação e a saturação das águas oceânicas hoje, quer na sua superfície, quer nas
suas profundezas, são tão grandes, que fazem os cientistas afirmarem que “o mar é um caldo
tóxico”.
Essa contaminação tem sido provocada por muitos fatores:
• materiais transportados por rios, que consistem em toda a imundície das cidades,
com seus esgotos e resíduos industriais;
• dejetos e resíduos domésticos e industriais lançados diretamente nos oceanos, pelas
cidades litorâneas;
• chuvas ácidas;
• mudanças físicas produzidas nos habitats costeiros, principalmente nos manguezais
e recifes de corais, como conseqüência das pressões crescentes da população e de
expansão urbana, agrícola e industrial, quase sempre mal planejada;
• substâncias derramadas por acidentes, ou catástrofes ocorridas em refinarias,
oleodutos, terminais de carga e descarga, além de colisões, naufrágios e incêndios
de navios petroleiros; e
• lançamentos deliberados de águas de lacre; todo navio petroleiro, ao desembarcar
suas cargas, necessita introduzir água nos seus depósitos para manter a estabilida-
de. Normalmente, após a retirada do óleo, o navio permanece com um resíduo no
tanque correspondente a 4% de sua carga total. Quando a água usada como lastro é
lançada ao mar próximo ao terminal petroleiro, para dar lugar ao petróleo, nova-
mente, vários milhares de toneladas de óleo são jogados propositadamente no oce-
ano. Um petroleiro médio transporta 200 mil toneladas de óleo. Os grandes chegam
a levar 500 mil. Calculemos quanto de resíduo cada um deles lança ao mar, junta-
mente com a água de lacre:
- petroleiro médio –
- petroleiro grande –
“Todo óleo despejado no mar, seja por acidente ou por lavagem de tanques, espalha-se
numa fina lâmina sobre a água, bloqueando as trocas gasosas desta com o ar. Os estômatos
88 SENAI
SMS – Meio Ambiente – Para saber mais
das plantas marinhas fecham-se, impedindo a entrada e saída de gases; as aves e animais
marinhos morrem em lenta agonia, asfixiados, com suas penas e peles grudadas por uma
grossa camada de óleo.” (Chiavenato, O Massacre da Natureza, p. 115)
Diante dessa situação, percebemos que a grande fonte de alimento, o oceano, tem sido
vítima de uma implacável guerra química; essa guerra, se não tiver como resultado a extinção
dos frutos do mar, no mínimo irá torná-los totalmente imprestáveis ao consumo.
SENAI 89
SMS – Meio Ambiente – Para saber mais
TEXTO DE APOIO VI
A carta do chefe
indígena Seattle – 1855*
Este texto é um manifesto do chefe indígena Seattle, que viveu entre 1790 e 1866 e lide-
rou os índios Duwamish, do estado de Washington; constitui-se numa resposta à proposta de
compra das suas terras, feita pelo então presidente dos Estados Unidos, Franklin Pearce, em
1855.
Há muita controvérsia com relação ao texto, porque foram publicadas várias versões do
mesmo; há diferentes traduções para o português, inclusive uma feita pela ONU.
A versão transcrita a seguir foi traduzida de um original em inglês, localizado na Seattle
Historical Society, por Magda Guimarães Khouri Costa, e publicada pela Editora Babel Cultu-
ral Ltda., São Paulo, 1987.
O Grande Chefe em Washington manda dizer que deseja comprar nossa terra. Manda, tam-
bém, palavras de amizade e cordialidade. É gentil da sua parte, mesmo sabendo que ele tem
pouca necessidade de retorno da nossa amizade. Mas consideraremos sua proposta. Pois sabe-
mos que se nós não vendermos, o homem branco poderá aparecer, com armas de fogo, e ficar
com nossa terra.
É possível comprar ou vender o céu e o calor da terra? Tal idéia é estranha para nós. Se não
possuímos o frescor do ar e o brilho da água, como podem comprá-los? Cada pedaço desta terra
é sagrado para o meu povo. Cada ramo brilhante de um pinheiro, cada areia da praia, cada
bruma nas densas florestas, cada clareira e cada inseto a zumbir são sagrados na memória do
meu povo. A seiva que corre através das árvores carrega as memórias do homem vermelho.
Os mortos do homem branco esquecem sua terra de origem, quando vão caminhar entre as
estrelas. Nossos mortos nunca esquecem esta bonita terra, pois ela é a mãe do homem vermelho.
Somos partes da terra e ela é parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs, o cervo, o
cavalo e a grande águia são nossos irmãos. Os cumes rochosos, os sulcos úmidos nas campinas,
o calor do corpo do potro, e o homem – todos pertencem à mesma família.
Deste modo, quando o Grande Chefe manda dizer que quer comprar nossa terra, ele pede
muito de nós. O Grande Chefe manda dizer que ele nos reservará um lugar onde possamos viver
contentes. Ele será nosso pai e que nós seremos seus filhos. Assim, consideraremos sua oferta de
comprar nossa terra. Mas não será fácil, pois esta terra é sagrada para nós.
Esta água brilhante, que corre nos riachos e rios, não é somente água, mas o sangue de
nossos antepassados. Se lhes vendermos a terra, vocês devem lembrar-se de que ela é sagrada e
* Extraído de SEATTLE (Chefe índio). Preservação do meio ambiente: manifesto do Chefe Seattle ao Presidente dos Esta-
dos Unidos. São Paulo: Babel Cultural, 1987.
90 SENAI
SMS – Meio Ambiente – Para saber mais
devem ensinar às suas crianças que ela é sagrada, e que cada reflexo do espírito, na cristalina
água dos lagos, revela acontecimentos e lembranças da vida do meu povo. O murmúrio das
águas é a voz dos meus ancestrais.
Os rios são nossos irmãos, eles saciam nossa sede. Os rios transportam nossas canoas e
alimentam nossas crianças. Se lhes vendermos nossa terra, vocês devem lembrar e ensinar às
suas crianças que os rios são nossos irmãos, e seus também, e vocês devem, daqui em diante, dar
aos rios a bondade que dariam a qualquer irmão.
O homem vermelho sempre temeu o avanço do homem branco, como a névoa da monta-
nha corre antes do sol da manhã. Mas as cinzas dos nossos pais são sagradas. Suas sepulturas
são solo sagrado e, portanto, estas colinas, estas árvores, esta porção do mundo são sagradas
para nós. Sabemos que o homem branco não entende nossos costumes. Uma porção da terra,
para ele, tem o mesmo significado que qualquer outra, como um forasteiro que vem à noite e
tira da terra tudo o que necessita. A terra não é sua irmã, mas sua inimiga, e quando ele a
conquista, continua simplesmente seu caminho. Deixa para trás os túmulos de seus pais. E não
se importa. Rouba a terra de seus filhos. E não se importa. As sepulturas de seus pais e os direitos
de seus filhos são esquecidos. Trata sua mãe, sua terra, seu irmão e o céu como coisas para serem
compradas, saqueadas, vendidas como carneiros ou contas coloridas. Seu apetite devorará a
terra e deixará somente um deserto.
Eu não sei. Nossos costumes são diferentes dos seus costumes. A visão de suas cidades causa
dor aos olhos do homem vermelho. Talvez seja porque o homem vermelho é um selvagem e não
compreenda.
Não há um lugar calmo nas cidades do homem branco. Nenhum lugar para escutar o
desabrochar de folhas na primavera ou o bater das asas de um inseto. Mas talvez seja porque eu
sou um selvagem e não compreenda. O ruído parece apenas insultar os ouvidos. E o que resta da
vida se um homem não pode escutar o choro solitário de um pássaro ou o coaxo dos sapos em
volta de uma lagoa, à noite? Eu sou um homem vermelho e não compreendo. O índio prefere o
suave murmúrio do vento, encrespando a face do lago, e o próprio aroma do vento, limpo por
uma chuva do meio-dia, ou perfumado pelos pinheiros.
O ar é precioso para o homem vermelho, pois todas as coisas compartilham o mesmo sopro
– o animal, a árvore, o homem, todos compartilham o mesmo sopro. O homem branco parece
não sentir o ar que respira. Como um animal agonizando há vários dias, é insensível ao mau
cheiro. Mas se lhes vendermos nossa terra, vocês devem mantê-la intacta e sagrada, como um
lugar onde até mesmo o homem branco possa ir sentir o vento adoçado pelas flores das campinas.
Portanto, nós consideraremos sua oferta de comprar nossa terra. Se decidirmos aceitá-la,
vou impor uma condição: o homem branco deve tratar os animais desta terra como seus irmãos.
Sou um selvagem e não compreendo qualquer outra maneira de agir. Avistei um milhar de
búfalos apodrecendo na campina, abandonados pelo homem branco que lhes atirou de um
trem ao passar. Eu sou um selvagem e não compreendo como pode ser um fumegante cavalo-
SENAI 91
SMS – Meio Ambiente – Para saber mais
de-ferro mais importante que o búfalo sacrificado por nós apenas para permanecermos vivos.
Que é o homem sem os animais? Se todos os animais se fossem, homens morreriam de uma
grande solidão de espírito. Pois o que ocorre com os animais breve acontece com o homem. Há
uma ligação em tudo.
Deve ensinar, às suas crianças, que o solo a seus pés é a cinza de nossos avós. Para que
respeitem a terra digam a seus filhos que a terra é enriquecida com as vidas de nosso povo.
Ensinem às suas crianças o que ensinamos às nossas crianças; que a terra é nossa mãe. Tudo o
que ocorrer com a terra ocorrerá aos filhos da terra. Se os homens desprezam o solo, estão des-
prezando a si mesmos.
Isto sabemos. A terra não pertence ao homem; é o homem quem pertence à terra. Isto sabe-
mos. Todas as coisas estão ligadas como o sangue que une uma família. Há uma ligação em
tudo.
O que ocorrer com a terra recairá sobre os filhos da terra. O homem não teceu a trama da
vida; ele é meramente um de seus fios. Tudo o que fizer ao tecido fará a si mesmo.
Mas consideraremos sua oferta de ir à reserva que você tem para o meu povo. Viveremos
isolados e em paz. Pouco importa onde passaremos o final de nossas vidas. Nossas crianças
viram seus pais humilhados na derrota. Nossos guerreiros sentiram vergonha depois da derrota
e tornaram ociosos seus dias, contaminando seus corpos com doces e bebidas fortes. Pouco im-
porta onde passaremos o final de nossos dias. Não são muitos. Poucas horas mais, poucos inver-
nos mais. E não deixaremos as crianças das grandes tribos, que viveram nesta terra, ou que
agora perambulam em pequenos grupos nas florestas, lamentarem diante dos túmulos de um
povo, outrora tão forte e esperançoso quanto o seu. Mas por que eu deveria lamentar a passa-
gem do meu povo? Tribos são feitas de homens, nada mais. Homens vêm e vão, como as ondas
do mar.
Mesmo o homem branco, cujo Deus caminha e fala com ele de amigo para amigo, não
pode estar isento do destino comum. Apesar de tudo, podemos ser irmãos. Veremos. Uma coisa
sabemos – e que o homem branco poderá um dia descobrir – nosso Deus é o mesmo Deus. Vocês
podem pensar que o possuem, como desejam possuir nossa terra; mas não o podem. Ele é o Deus
do homem, e sua compaixão é igual para o homem vermelho e para o homem branco. Esta terra
é preciosa para Ele e feri-la é desprezar seu Criador. Os homens brancos também passarão, tal-
vez mais breve do que todas as outras tribos. Continuem contaminando suas camas, e em uma
determinada noite vocês serão sufocados pela sua própria ruína.
Mas nas suas desaparições vocês brilharão intensamente, iluminados pela força de Deus
que os trouxe a esta terra e, por alguma razão especial, lhes deu o domínio sobre esta terra e
sobre o homem vermelho. Esse destino é um mistério para nós, pois não compreendemos quan-
do os búfalos são exterminados, os cavalos selvagens são domados e os recantos secretos da
densa floresta são impregnados do cheiro de muitos homens e a visão dos morros é obstruída
por fios que falam. Onde está o arvoredo? Desapareceu. Onde está a águia? Desapareceu. Que é
92 SENAI
SMS – Meio Ambiente – Para saber mais
dizer adeus ao potro veloz e à caça? É o fim da vida e o início de uma subvida.
Portanto, consideraremos sua oferta de comprar nossa terra. Se concordarmos, será para
assegurarmos a reserva que vocês prometeram. Lá, talvez, poderemos sobreviver nossos derra-
deiros dias como desejamos. Quando o último homem vermelho desaparecer desta terra, e sua
memória for apenas a sombra de uma nuvem se movendo sobre a pradaria, estas praias e flo-
restas ainda estarão mantendo os espíritos do meu povo. Pois meu povo ama esta terra como o
recém-nascido ama a batida do coração de sua mãe. Portanto, se lhes vendermos nossa terra,
procurem dar amor a ela assim como nós a amamos. Cuidem dela como nós a cuidamos. Guar-
dem, na memória das suas almas, com todos os seus corações, preservem esta terra para as suas
crianças, e amem ela como Deus ama a todos. Uma coisa nós sabemos: o nosso Deus é o mesmo
Deus. Esta terra é preciosa para ele. Mesmo o homem branco não pode estar isento do destino
comum. Apesar de tudo, podemos ser irmãos. Veremos.
Este texto é considerado um dos mais conscientes pronunciamentos sobre a defesa do
meio ambiente. Apesar de ter sido escrito em meados do século XIX, pode ser reputado como
bastante atual, mesmo no século XXI. Revela a preocupação de um povo, por muitos conside-
rado primitivo, com a preservação ambiental. Deve servir de lição a todos os seres humanos,
para que possa ser mantida, no planeta, a vida e não a subvida a que o autor se refere.
SENAI 93
SMS – Meio Ambiente – Para saber mais
Arrumar o homem*
Não boto a mão no fogo pela autenticidade da estória que estou para contar. Não posso,
porém, duvidar da veracidade da pessoa de quem a escutei e, por isso, tenho-a como verda-
deira. Salva-me, de qualquer modo, o provérbio italiano. “Se não é verdadeira... é muito
graciosa!”
Estava, pois, aquele pai carioca, engenheiro de profissão, posto em sossego, admitido
que, para um engenheiro, é sossego andar mergulhado em cálculos de estrutura. Ao lado, o
filho, de 7 ou 8 anos, não cessava de atormentá-lo com perguntas de todo jaez, tentando con-
quistar um companheiro de lazer.
A idéia mais luminosa que ocorreu ao pai, depois de dez a quinze convites a ficar quieto
e a deixá-lo trabalhar, foi a de pôr nas mãos do moleque um belo quebra-cabeça trazido da
última viagem à Europa. “Vá brincando enquanto eu termino esta conta”, sentencia entre os
dentes, prelibando pelo menos uma hora, hora e meia de trégua. O peralta não levará menos
do que isso para armar o mapa do mundo com os cinco continentes, arquipélagos, mares e
oceanos, comemora o pai-engenheiro.
Quem foi que disse hora e meia? Dez minutos cravados, e o menino já puxava triunfante:
“Pai, vem ver!” No chão, completinho, sem defeito, o mapa do mundo.
Como fez, como não fez? Em menos de uma hora era impossível. O próprio herói deu a
chave da proeza: “Pai, você não percebeu que, atrás do mundo, o quebra-cabeça tinha um
homem? Era mais fácil. E quando eu arrumei o homem, o mundo ficou arrumado!”
“Mas esse garoto é um sábio!”, sobressaltei, ouvindo a palavra final. Nunca ouvi verdade
tão cristalina: “Basta arrumar o homem (tão desarrumado quase sempre) e o mundo fica ar-
rumado!”
* Artigo de Dom Lucas Moreira Neves publicado no Jornal do Brasil, em janeiro de 1997.
94 SENAI
SMS – Meio Ambiente – Para saber mais
Reciclagem de pneus
De acordo com dados coletados pelo CEMPRE (Compromisso Empresarial para a
Reciclagem), o Brasil produz cerca de 32 milhões de pneus por ano. Exporta, aproximada-
mente, um terço dessa produção, e o restante é vendido no mercado interno. Ultimamente,
objetivando pressionar as indústrias para diminuir o preço final do pneu para o consumidor
brasileiro, o país tem importado pneus “seminovos”, ou de “meia-vida”.
Mais cedo ou mais tarde, todo esse material atinge tal nível de desgaste que é descartado,
quase sempre, de maneira incorreta: ou vai para os lixões, ou é jogado na beira de rios e estra-
das, ou ainda é abandonado no quintal das casas, onde acumula água que atrai roedores e
insetos transmissores de doenças.
Para minimizar este problema é aconselhável fazer a reciclagem e o reaproveitamento
dos pneus, o que já ocorre de diferentes formas, em vários países.
O processo de reaproveitamento da matéria-prima consiste, basicamente, em cortar os
pneus velhos em lascas, depois triturá-las para obter pó de borracha, sendo este passado por
várias peneiras e separado em diferentes granulações. Em seguida, é tratado quimicamente,
para que a borracha seja desvulcanizada e se torne apropriada para novas formulações. Sofre,
então, refino mecânico, passando a ser viscosa e possível de ser prensada. Enfim, o material
toma a forma de fardos de borracha regenerada, podendo ser outra vez vulcanizada e usada
para fabricar tapetes de carro, solas de sapatos, pisos industriais e borrachas de vedação.
Há também outras formas de aproveitar os pneus usados, utilizando-os por inteiro, ou
antes que o ciclo descrito anteriormente chegue ao seu final. Como exemplos podem ser cita-
dos os casos a seguir:
• 70% dos pneus usados dos transportes de carga e passageiros do Brasil, depois de
algum tempo de utilização, são recauchutados e adquirem uma sobrevida corres-
pondente a 40% do tempo de sua vida útil;
• pneus inteiros têm sido usados para drenagem de gases em aterros sanitários;
SENAI 95
SMS – Meio Ambiente – Para saber mais
caças inteiras são queimadas, no Brasil, de modo controlado, para aquecer caldeiras
das indústrias de papel e celulose e fábricas de cal e cimento; este processo é regula-
mentado por lei, que determina o padrão aceitável de emanação de fumaça; a mes-
ma lei proíbe a queima a céu aberto, que produz fumaça negra de forte odor (dióxido
de enxofre); e
96 SENAI
SMS – Meio Ambiente – Para saber mais
TEXTO DE APOIO IX
Um fim para os
restos da indústria*
Durante uma recente operação de limpeza do Rio Tietê, a cidade de São Paulo assistiu a
uma cena aterradora: mais de 2 mil pneus retirados do leito do rio foram se acumulando às
suas margens, criando uma paisagem de desolação e um enorme problema ambiental. O que
fazer com eles? A solução tem sido a doação desse material para empresas que produzem
solas de sapato, tapetes de carro e tiras para estofados. Mas essas empresas, pequenas, ainda
não têm capacidade de produção em larga escala.
Para o engenheiro químico paulista João Jayme Iess existe, porém, uma rentável alterna-
tiva: queimar todos esses pneus. Transformando-os em fonte de energia mais barata do que
os atuais combustíveis fósseis – cujas reservas, como se sabe, hão de se esgotar um dia. Mas
ele tranqüiliza: a população não verá nenhuma fumaça negra e poluente toldando o céu das
grandes cidades. O método que o engenheiro propõe é o co-processamento, a queima de
resíduos industriais em fornos de cimento.
Tradicionalmente, os fornos de cimento usam carvão, coque de petróleo, óleo ou gás
natural como combustível. O co-processamento usa resíduos perigosos da indústria, como
pneus velhos, óleo, tintas, solventes, medicamentos vencidos e até agrotóxicos para gerar
energia. As cinzas resultantes da queima desses produtos ficam incorporadas ao cimento.
Todo mundo sai ganhando. Primeiro as indústrias, que se livram de suas indesejáveis
sobras. Empresas como Ciba, Pirelli e Mercedes Benz já estão economizando 50% no descarte
de seus resíduos. Para esse trabalho, elas contratam os serviços da Resicontrol, empresa de
Sorocaba, SP, especializada em buscar e adequar os resíduos da indústria às normas
ambientais. Ganham também os fabricantes de cimento, como a Companhia Ribeirão Gran-
de, ligada ao Grupo Votorantim, que economizou 500 mil reais em combustível nos últimos
dois anos. E, por fim, é o meio ambiente que sai lucrando. “A queima dos resíduos industriais
a 1.700 graus Celsius transforma quimicamente as substâncias químicas perigosas, fazendo
com que as emissões de gases na atmosfera sejam muito menos poluentes. E o material que é
agregado ao cimento (metais pesados como cromo e mercúrio, por exemplo) fica encapsulado
em concentrações não maiores do que as naturais”, afirma o engenheiro.
SENAI 97
SMS – Meio Ambiente – Para saber mais
TEXTO DE APOIO X
Vidro
A lenda conta que o vidro foi descoberto ocasionalmente há 4 mil anos por navegadores
fenícios, ao fazerem uma fogueira na praia: com o calor, a areia, o salitre e o calcário das con-
chas reagiram, formando o vidro.
A indústria vidreira desenvolveu-se rapidamente, mas a coleta seletiva só começou na
década de 1960 nos Estados Unidos, que hoje já conta com 6 mil pontos de coleta de embala-
gens de vidro.
No Brasil a primeira iniciativa organizada surgiu em 1966, em São José do Rio Preto, inte-
rior de São Paulo. Em 1986 a Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas de
Vidro (ABIVIDRO) lançou um programa nacional de coleta, que atualmente envolve 7 mi-
lhões de pessoas em 25 cidades. Em nosso país o vidro corresponde a 2% dos resíduos urba-
nos. Nos Estados Unidos, o índice é de 6,3%, equivalente a 11,3 milhões de toneladas por ano.
O Brasil produz, em média, 800 mil toneladas de embalagens de vidro por ano, usando
cerca de um quarto de matéria-prima reciclada na forma de cacos. Parte deles foi gerada como
refugo nas fábricas e parte retornou por meio da coleta.
Os Estados Unidos produziram 10,3 milhões de toneladas em 1990, totalizando 41,1 bi-
lhões de embalagens, principalmente para alimento (33%) e cerveja (31%). Desse total, 500
mil a 1 milhão de toneladas foram importadas.
O principal mercado para recipientes de vidro usados é formado pelas vidrarias, que
compram o material de sucateiros na forma de cacos, ou recebem diretamente de suas cam-
panhas de reciclagem. Além de voltar à produção de embalagens, a sucata pode ser aplicada
na composição de asfalto e pavimentação de estradas, construção de sistemas de drenagem
contra enchentes, produção de espuma e fibra de vidro, bijuterias e tintas reflexivas.
Devido ao peso, uma das principais dificuldades para a reciclagem do vidro é o custo do
transporte da sucata. Os sucateiros e vidrarias costumam exigir o mínimo de 10 toneladas
para fazer a coleta a uma distância não superior a 400 quilômetros.
98 SENAI
SMS – Meio Ambiente – Para saber mais
TEXTO DE APOIO XI
O problema de
incineração do lixo*
A instalação de incineradores de lixo no município de São Paulo tem causado muita po-
lêmica entre os ambientalistas. As usinas de incineração de lixo liberam uma substância tóxi-
ca, a dioxina, nome genérico de uma família de moléculas orgânicas que têm em comum a
presença de cloro.
As dioxinas são liberadas pela queima de material plástico, papel organoclorado (tratado
com cloro) e por outras atividades que necessitam de reações com cloro, tais como fabricação
de herbicidas, agrotóxicos e conservantes de madeira (principalmente os que têm substânci-
as para matar o cupim).
Pesquisas feitas pela EPA – Environmental Protection Agency (Agência Ambiental Norte-
americana, órgão federal dos Estados Unidos, com funções semelhantes à CETESB) – com-
provaram que as dioxinas, ao cair na cadeia alimentar, são facilmente assimiladas pelos seres
vivos, devido à sua semelhança com moléculas existentes no metabolismo animal e vegetal.
Provocam a diminuição do número de células de defesa do organismo, afetando o aparelho
imunológico. Além disso, ao entrar em uma célula do corpo humano, as dioxinas alteram o
seu código genético, fazendo com que ela se reproduza de forma errada, causando câncer.
Como as dioxinas têm a forma estrutural semelhante ao estrógeno, hormônio feminino, au-
mentam a incidência de casos de câncer mamário, doença hoje considerada epidêmica, pois
é desenvolvida por uma entre nove mulheres no mundo atual.
A Prefeitura de São Paulo está instalando três usinas de incineração de lixo:
• junto ao parque Anhangüera – zona oeste – aguardando licitação para ser construída.
As empresas que constroem as usinas terão direito de operá-las por um prazo de 20 anos;
findo esse período, elas passarão a ser operadas pela Prefeitura de São Paulo.
Segundo a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente do Município de São Paulo, a instala-
ção de incineradores de lixo não trará prejuízos ambientais e nem para a saúde da população
metropolitana, pois os incineradores serão colocados na zona urbana, o que impedirá a con-
taminação dos alimentos por dioxinas; isto só ocorreria se eles fossem construídos na zona
SENAI 99
SMS – Meio Ambiente – Para saber mais
rural, como em Londres e Paris. Além disso, mesmo na zona urbana, eles não serão causado-
res de aumento da poluição, pois suas chaminés terão 100 metros de altura, o que facilitará a
dispersão dos poluentes.
Cabem aqui uma observação e uma pergunta:
100 SENAI
SMS – Meio Ambiente – Para saber mais
Ecologia e replanejamento
Nos anos 1960 previa-se que a demanda de água nos 39 municípios da região metropoli-
tana da Grande São Paulo seria da ordem de 80m³/s, no ano de 2010. Para suprir tal demanda
haveria necessidade de investimentos de US$ 10 bilhões, para captar e trazer as águas do Rio
Juquiá (Vale do Ribeira) para a região metropolitana.
Cálculos mais recentes revelaram uma nova situação. A previsão feita hoje, para o ano
2010, considera que serão suficientes 69,7m³/s, ou seja, 15m³/s além da oferta atual, que é de
55m³/s.
A diminuição na demanda tem como causa principal a reversão da tendência de cresci-
mento da população, registrada por diferentes institutos de pesquisa. Tal reversão tem sido
causada pela diminuição do fluxo migratório para o centro-sul.
Pesquisas do SEADE (Sistema Estadual de Análise de Dados) comprovam que entre 1970
e 1980 a Grande São Paulo recebeu mais de 2 milhões de migrantes; a região metropolitana
era, então, o maior pólo de atração populacional do estado. No período de 1980 a 1991 o saldo
migratório tornou-se negativo, fato considerado inédito, na região, nos últimos 50 anos. A
partir de 1991, a população da Grande São Paulo, que contava com 15,4 milhões de habitan-
tes, passou a aumentar apenas em função do seu crescimento vegetativo. A taxa anual de
crescimento ficou somente em 1,86%, muito abaixo dos 4,46% verificados na década anterior.
Houve, portanto, necessidade de se fazer um replanejamento no sistema de captação e
abastecimento de água da Grande São Paulo. Considera-se hoje que se forem realizadas obras
para manutenção do sistema de distribuição, com o objetivo de reduzir as perdas de água da
rede SABESP e aumentar a oferta de mananciais como a Billings e o sistema Capivari-Monos,
haverá água suficiente.
SENAI 101
SMS – Meio Ambiente – Para saber mais
102 SENAI
SMS – Meio Ambiente – Para saber mais
SENAI 103
SMS – Meio Ambiente – Para saber mais
TEXTO DE APOIO XV
Contra o desperdício
Você já pensou sobre o que está ao nosso alcance fazer para combater o desperdício?
Podem ser pequenas ações de nosso dia-a-dia que, quando colocadas em prática, vão mu-
dando nossos hábitos e, assim, contribuindo para reduzir os diversos tipos de desperdício
que ocorrem em nosso país.
Para ajudá-lo em sua reflexão, apresentamos algumas sugestões relacionadas com a eco-
nomia de energia e o aproveitamento de alimentos.
• Desligue a iluminação das salas que não estejam sendo utilizadas (horário de almo-
ço ou final de expediente, por exemplo).
Aproveitamento de alimentos
• Parte branca da melancia – faça doce, como o que se faz com mamão verde.
104 SENAI
SMS – Meio Ambiente – Para saber mais
• Talos de couve, taioba e brócolis – refogue junto com feijão, ou use na sopa.
• Sementes de abóbora ou de melão – seque por 24 horas, toste no forno e use como
tira-gosto.
Que outras ações você acrescentaria a estas, para combater o desperdício den-
tro de sua casa ou na empresa em que trabalha?
SENAI 105
SMS - Meio Ambiente – Referências bibliográficas
Referências bibliográficas
LMEIDA WAEHNELDT, Anna Beatriz. Educação ambiental. In: Gonçalves, Maria Helena
Barreto (org.). Programa de desenvolvimento de docentes: Competências básicas. Rio de Janei-
ro: Senac/DN, 2000.
BRASIL. Lei no 6.938 - Da Política Nacional de Meio Ambiente. Brasília: 31 de agosto de 1981.
HOUAISS, Antônio (ed.). Dicionário eletrônico da língua portuguesa. Rio de Janeiro, Editora
Objetiva, 2001.
SEATTLE (Chefe índio). Preservação do meio ambiente: manifesto do Chefe Seattle ao Presi-
dente dos Estados Unidos. São Paulo: Babel Cultural, 1987.
___________. O mundo dos negócios e sua interação com o meio ambiente. Rio de Janeiro, SENAI/
RJ e SESI/RJ, 2000.
SENAI 107