NOÇÕES DE DI REI TO CONSTITUCI ONAL E CIÈNCIA POLÍTICA

MARIA MANUELA Liberalistas. O

MAGALHÃES SILVA constrangimento individual, a
DORA RESENDE ALVES falta de previsibilidade e a

Noções de insegurança decorrentes da

atividade discricionária e

Direito ilimitada do Príncipe,

empenhado na construção de
Constituci uma "nação culta e polida",
provocaram a reação da
onal burguesia ascendente contra
o Estado de Polícia.
e C,'iência A Revolução Francesa (1789) e
Política. a Revolução Americana, nos
finais do século XVIII (570) ,
inauguram uma nova fase, a do
Cr) Estado
representativo
Constitucional,
ou de
REI
ã LIVROS
Direito (57 ».
"") Jorge Reis Novais. Contributo
para uma Teoria do Estado de Direito.
Coimbra, 2006, p. 36. (5 69 )

Respetivamente 1706-1750, 1750-1777

2.3. Referência e (com a proeminência do seu ministro o
caracterização dos Marquês de Pombal) e 1777-1816.
Jorge Miranda. Manual de Direito
diferentes tipos históricos Constitucional. 1.' Edição. Vol. 1.
de Estado na fase Tomo I, I. Coimbra: Coimbra Editora.
2014, pp. 92 e 93.
constitucional
'57 O' Não se encontra uma data precisa,
foram múltiplos os acontecimentos a
2.3.1. Introdução cujo conjunto designamos por
Revolução Americana, embora se possa
indicar como data a da primeira
Durante todo o período que constituição escrita do Estado da
antecede o Estado de Direito, Virgínia, a Declaração de Direitos de
Virgínia de 16 de Junho de 1776.
com o incremento do
capitalismo, desenvolveu-se
uma nova classe social - a 224
Burguesia, que se revela o
sector mais dinâmico da
sociedade.
A disparidade entre o seu
crescente poder económico e a
falta de poder político vai levar
às Revoluções Liberais e ao
aparecimento dos Ideais
Assiste-se ao nascimento de uma
nova conceção de Estado, dos
seus fins, das suas relações com
os cidadãos. Surge a ideia de um
Estado organizado e limitado
juridicamente com vista à proteção
e garantia de urna esfera de
autonomia, liberdade e segurança
dos cidadãos - que não se
encontra na disposição dos
detentores do poder. É a ideia de
um Estado de Direito.
A necessidade de limitar o poder
político, de racionalizar o seu
exercício, de controlar a atividade
da Administração, de proteger a
liberdade dos cidadãos e o livre
desenvolvimento da vida
económica - ideias que se desen-
volvem na luta contra o Estado
Absoluto.
As primeiras Constituições
escritas reforçam: a "Rechstsstaat", embora como conceitos
institucionalização jurídica do
poder político; a soberania
nacional, una e indivisível; o povo
como conjunto de cidadãos iguais
em direitos e deveres (572) .
Divergências quanto ao Estado de
Polícia (573 :
- em vez da
soberania do monarca, a
soberania nacional e a lei
como expressão da
vontade geral;
- em vez do
exercício do poder por
um só ou seus delegados,
o exercício por muitos,
eleitos pela coletividade;
- em vez da razão de Estado,
o Estado como executor
de normas jurídicas;
- em vez de
súbditos, cidadãos e a
atribuição de direitos
consagrados na lei a
todos os homens, apenas
por o serem.
Como principais instrumentos
técnico-jurídicos (574):
- a Constituição;
- o princípio da
l e ga l i d a d e ;
- as declarações
de direitos ( 57 5 ) ;
- a separação de
poderes;
- a representação
política.
" 7 " Consoante a expressão de origem
francesa "état constitutionnel". anglo-
saxónica "rule of law" ou alemã
que exprimem experiências diferentes e
com fundamentos filosóficos diferentes,
mas exprimindo todos o ideal da limitação
do poder e sendo possível utilizar o
conceito de Estado de Direito como
conceito geral. (Ver Jorge Reis Novais,
Contributo para uma Teoria do Estado de
Direito. Coimbra, 2006, pp. 45 e ss.).
e" Fernando Roboredo Seara; Jose de Matos
Correia; Ricardo Leite Pinto. Ciência
Política e Direito Constitucional. Volume I.
4.' Ed. Lisboa: Universidade Lusíada,
2012. p. 74.
''") Jorge Miranda. Manual de Direito
Constitucional. 1' Edição. Vol. 1. Tomo 1, 1.
Coimbra: Coimbra Editora. 2014, p. 94.
'57) Jorge Miranda. Manual de Direito
Constitucional. Edição. Vol. 1. Tomo I, 1.
Coimbra: Coimbra Editora. 2014, p. 95.
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