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caldas.marco@ig.com.br
Francisco Arismar Sales Junior (UEPG) ten_sales@hotmail.com Tenente de Infantaria,
ten_sales@hotmail.com
Resumo:
O artigo versa sobre o desenvolvimento da liderança. Apresenta uma breve revisão literária
inteligência emocional em face das exigências para com o líder dos tempos atuais. Expõe
um estudo de caso tomando por base a opinião de oficiais do exército segundo as praticas
Abstract
The article turns on the development of the leadership. It presents one brief literary revision
concerning the subject, focusing the leadership theories, also focuses the necessity of
emotional intelligence in face of the requirements stops with the leader of the current times.
The opinion of officers of the army displays a case study taking for base according to
practices of development of the leadership for the combat. Finally a civil organization has in
the final considerations the establishment of a parallel between military organizations, in its
final considerations.
1 Introdução
Um desafio para qualquer organização, independente do porte que possua, vem a ser o
sua vez, quando necessária ante a um grupo de pessoas que se dirige, ou gerencia vem
configurar a liderança.
iniciativa. Cabe ao gerente em qualquer nível que se encontre o poder decisório sobre aquilo
que dirige. Quando uma patrulha está dispersa em uma área, seu comandante espera que
seus comandados adotem a decisão de buscar o contato com o inimigo, conforme a ordem
para tal se faz necessário certa compreensão da missão do grupo e um proporcional grau
de iniciativa.
Observa-se que a atitude foi respaldada por uma capacidade em agir. Ao se dissociar essa
capacidade obtém-se o conhecimento para discernir o que deveria ser feito e a iniciativa.
Seguindo uma idéia vetorial iniciativa-liderança o estudo em questão apresenta uma breve
apresentar algumas idéias de como em uma organização militar se processa parte desse
2 Desenvolvimento
É a procura por descrever o líder por intermédio de seus traços de personalidade. Uma vez
presentes tais características, estas seriam responsáveis pela capacidade em liderar. Geier
(1967 apud ROBBINS 2004) procurou descobrir os traços comuns que diferenciassem os
líderes, que pudessem ser aplicados universalmente. Entre os pontos comuns foram
pesquisas identificaram que pessoas com alto grau de automonitoramento (flexíveis para
ajustar seu comportamento a diferentes situações) têm maior probabilidade de surgir como
Entretanto o fato de um indivíduo apresentar determinados traços não é o suficiente para ser
considerado com líder pelos demais, ou seja, poderá vir a não ter êxito na consecução dos
objetivos do grupo. Se esta teoria fosse comprovada, seria possível treinar “pessoas certas”
Esta teoria propõe que o líder possui um comportamento tal que o diferencia dos demais.
seu próprio papel e de seus liderados na busca pelos objetivos do grupo. Já a consideração
apontaram para dois diferentes tipos de comportamento que um líder seria chamado a
por Blake e Mouton (1980), chamado de Grid Gerencial (Figura 1). O Grid, entretanto não
permitia que os resultados obtidos fossem verificados, mas compreendia-se o líder a partir
comportamentais (ocorridas dos anos 1940 a 1960 nos Estados Unidos). Buscam
relacionar com uma liderança eficaz. A explicação para tal dimensão não ter sido estudada
na época fundamenta-se no entendimento que esta seria a dimensão mais solicitada aos
1,9 9,9
5,5
1,1 9,1
Tais teorias procuram descrever o sucesso do estilo de liderança dos indivíduos, não
O modelo de Fielder (1967 apud ROBBINS, 2004) propõe que a eficácia do desempenho do
grupo depende do estilo do líder e o nível de controle que lhe é proporcionado pela situação.
O autor sugere um questionário com dezesseis questões, pelo qual se pode inferir o
líder está mais voltado para o relacionamento ou para a tarefa. Estabelece três dimensões,
O recurso cognitivo foi uma reconstrução do conceito original, proposto ainda por Fielder.
inteligência e experiência o líder pode minimizar essa influência desfavorável. A partir desse
por fim as habilidades intelectuais do líder se relacionam com o desempenho do grupo nas
fundamenta-se em dois pilares: a prontidão e o enfoque nos liderados. Por enfoque nos
liderados os autores entendem que é a disposição destes para com o líder, uma vez que,
somente por meio dos liderados é que o líder consegue realizar alguma tarefa. A prontidão
Teoria da troca entre líder e liderados defende que os líderes criam grupos por sua escolha,
baseado nas características dos liderados. Os indivíduos são eleitos pela semelhança que
apresentam com o líder ou pela sua apreciação reúnem melhores condições para porem
Teoria Meta e do Caminho proposta por House (1996 apud ROBBINS, 2002), sustenta que
convicção que os líderes abrem caminho para os liderados. Os líderes são flexíveis em seu
uma relação entre liderança e o processo decisório. Por meio deste modelo organizam-se
cinco tipos deferentes de líderes, que variam do estilo mais autoritário na decisão ao mais
participativo.
Apresentadas as teorias das contingências pode-se inferir que apenas os traços não são por
variáveis: estresse, inteligência e experiência como prioritárias nas situações que será
ideológico, uma vez que nem sempre se deseja atingir níveis altos de desempenho com
seus subordinados. A atração do líder para com os liderados envolve um vínculo que serve
de inspiração para segui-lo. O líder traz à tona potencialidades dos liderados, por meio de
transacional vem a ser uma forma de liderança em que as pessoas são levadas pelo líder na
direção de uma meta. Essas metas são estabelecidas por intermédio do estabelecimento
claro das funções e pela exigência das tarefas. Já a liderança transformacional relaciona-se
com a estimulação intelectual dos liderados pelo líder, assim como uma consideração
individualizada. A figura 2) expõe a diferença segundo Robbins (2002) sobre ambos os tipos
de liderança.
Líder Transacional Líder Transformacional
Negocia a troca de recompensas por Oferece uma visão e sentido da missão,
esforços; ganha o respeito e confiança;
Toma atitudes corretivas necessárias Comunica suas altas expectativas, utiliza
quanto a desvios das regras; símbolos para focar os esforços;
Intervém apenas quando os padrões não Promove a inteligência, racionalidade e
são alcançados; cuidadosa resolução de problemas;
Abdica da responsabilidade, evita a Dispensa atenção personalizada aos seus
tomada de decisões. liderados.
Figura 2 – Peculiaridades dos Líderes Transacionais e Transformacionais
Hunter (2006) propõe o conceito de liderança servidora, que segundo o autor pode ser
desenvolvida por qualquer indivíduo que venha a aplicar os princípios que norteiam esse
apenas ser aprendida, como uma equação matemática, mas evidencia a inteligência
emocional como fator determinante, assim como o caráter do líder. Apresenta os princípios
que fundamentam a liderança servidora como: autocontrole, atenção aos outros (gentileza),
A confiança vem a ser uma expectativa positiva de que a outra pessoa não adotará um
comportamento oportunista, tanto por suas opiniões, ações ou decisões. A confiança pode
ser descrita como um processo, que é construído ao longo de determinado tempo. Envolve
também uma decisão de disposição para correr riscos, uma vez que ao se confiar em uma
pessoa, se assume uma postura que aquela pessoa não irá se aproveitar disso. As
dimensões que as pessoas procuram descobrir para se confiar em alguém são: integridade,
competência, segurança, lealdade e abertura (ROBBINS, 2002). Por sua vez, Zand (1997)
afirma que um líder possui como tarefas solucionar os problemas do grupo, entretanto seu
conhecimento técnico inerente ao seu trabalho, mas este fator é chamado de capacitação-
limite. Ou seja, são requisitos necessários, mas não é o suficiente para determinar o líder. A
competências que não são cognitivas, mas que influenciam a capacitação de uma pessoa
ao lidar de maneira bem sucedida com as pressões de seu ambiente. As dimensões que
compõe a inteligência emocional são expostas na figura 3). Cabe ressaltar que o simples
O estresse como uma variável no exercício da liderança, foi estudado a partir das teorias
das contingências. Observa-se um aspecto comum presente nas demais teorias que o líder
deseja, cujo resultado detém valor e ao mesmo tempo, vem a ser incerta sua realização
(COUTO, 1987). Portanto, o estresse é associado ao limite e à demanda, o limite são forças
que impedem que seja feito algo que se deseja e a demanda se refere a perda de algo
desejado.
2.8 Considerações parciais
sua lealdade e compromisso para com o grupo. Pode-se inferir um diagrama (figura 4) sobre
Capacidade
Confiança
técnica
Lealdade Compromisso
Inteligência
Emocional
Figura 4 – Liderança
Logo, pode-se inferir que a liderança, como foi explicitada pelos autores vem a se
3 Metodologia
acordo com estudo de caso. Como tal, foi priorizada a pesquisa qualitativa, evidenciando-se
os dados primários como a observação feita pelo pesquisador. Foi desenvolvido uma
O esquema de Fleury (1996) fundamenta-se, de acordo com o exposto por Yin (2004), e
Sob forma tabular são apresentados os resultados obtidos, evidenciando a maior incidência
A análise das respostas na primeira variável observa-se uma tendência pela procura do líder
liderados assim como evidencia o atributo da confiança entre seus integrantes. Há também
mesma forma que exige do líder uma postura racional para com o grupo, desde que saiba
5 Considerações Finais
Quanto às considerações finais cabe salientar que a liderança tem um papel primordial na
compreensão das atitudes e comportamento do grupo em que se insere. O líder vem a ter a
Desta forma a liderança é semelhante tanto no meio militar como no meio civil, a missão de
cada organização é que vai variar. Valores como comprometimento e confiança recíproca
são evidentes para qualquer forma de liderar, assim como em qualquer organização. A
inteligência emocional assume, também, um papel fundamental em face das incertezas do
mundo globalizado.
mesma forma que o incentivo ao surgimento de cada vez mais líderes nas organizações, par
de confiança recíproca.
Referências
BLAKE, Robert Rogers; MOUTON, Jane Srygley. Novo grid gerencial. Tradução Lelio de
FLEURY, Maria Tereza Leme. O desvendar a cultura de uma organização – uma discussão
metodológica. In: FLEURY, Maria Tereza Leme. Cultura e poder nas organizações. 2. ed.
GOLEMAN, Daniel. Inteligência emocional: a teoria revolucionária que redefine o que é ser
HUNTER, James C. Como se tornar um líder servidor. Rio de Janeiro: Sextante, 2006.
136p.
KOTTER, John P. Liderando mudança. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1999. 188 p.
Hall, 2002.
YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman,
2004. p. 113.