Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Valores alterados: pH, Mat. Org, V%, Al, H+Al, m%, Ca%, Mg%, Mn, Ca/Mg e Ca/K.
Acidez (pH, Al e H+Al): Indicada pelo valor de pH < 6, extraído em CaCl. Valores de pH
entre 4 e 5 indicam a presença de alumínio trocável, confirmado pela análise, com o valor
de 0,9 cmolc/dm³. Isso corresponde a acidez ativa, que inclui o hidrogênio e alumínio
ligados a superfície dos colóides (argilas e matéria orgânica) por forças eletrostáticas, ou
seja, são facilmente solubilizados e afetam a dinâmica de fertilidade. A presença de
alumínio no solo pode inibir o crescimento radicular, influenciar na disponibilidade de
outros nutrientes e processos como a mineralização da matéria orgânica. Insistir em não
fazer calagem quando o Al no solo é maior que 0,5 cmol c/dm³ não é recomendado, pois
pode trazer queda da produtividade.
A acidez total ou potencial é representada pelo H+Al, que inclui tanto o hidrogênio e
alumínio ligados a superfície dos colóides quanto o hidrogênio de ligação covalente e
outros compostos insolubilizados de alumínio. Quanto mais baixo o pH SMP mais alto o
H+Al, e maior a necessidade de calcário para correção. A acidez total é utilizada para o
cálculo da capacidade de troca catiônica e da saturação por bases, e caracteriza o poder
tampão de acidez do solo.
A correção do solo com calcário eleva o pH e insolubiliza o Al tornando-o inofensivo
para as raízes e processos do solo.
Bases trocáveis (K, Ca, Mg e Na): A quantidade de potássio, cálcio, magnésio e sódio
(sódio não saiu nessa análise), em cmol c/dm³, indica o grau de intemperismo do solo
(decomposição). Solos mais jovens, como topos de morros, sofreram menos
intemperismo e portanto são mais ricos nos quatro elementos. Solos mais intemperizados,
envelhecidos, possuem teores mais baixos.
Quando os teores de cálcio e magnésio são baixos, os mesmos podem ser
elevados com a utilização de calcário dolomítico, o qual tem em sua composição mais de
12% de magnésio. Quando o objetivo for somente corrigir a acidez, o calcário calcítico
pode ser utilizado.
Atenção: é necessário ficar atento para o fato de que caso os teores de cálcio e
magnésio aumentem muito, eles podem ser adsorvidos a cargas que seriam ocupadas
pelo potássio, e o mesmo pode ser lixiviado para fora do alcance das raízes, causando
deficiência nutricional (portanto, não exagerar na dose de calcário).
Saturação por bases (V%): A saturação por bases é a proporção da CTC ocupada pelas
bases. Solos com saturação por bases maiores que 70% indicam que não há
necessidade de calagem. Solos com saturação por bases menores que 50% têm cargas
ocupadas por componentes da acidez, H ou Al, necessitando de correção.
RECOMENDAÇÃO DE CALAGEM
Mas indo direto ao ponto: se vocês utilizarem o calcário vendido pela Itatinga
(empresa de Castro, que comentei na coleta, cerca de 30 reais/tonelada) serão
necessárias 6,2 toneladas de calcário para corrigir os 15.000 m².
O calcário vendido pela COAMO possui outro PRNT, o qual varia conforme o lote e
origem. Hoje, quando retirei a análise, nenhum dos agrônomos estava lá para me
informar. Mas posso afirmar que a quantidade de calcário não vai variar muito, ficando em
torno de 6 e 7 toneladas. O custo é maior (cerca de 130 reais/ton) mas a COAMO oferece
o serviço de aplicação e vocês não precisarão se preocupar com o frete de Castro até
aqui.
À disposição,
Bruno Mazurok Pachulski
Eng.º Agrônomo
(42) 9 9922 5798
brunomazurok@gmail.com