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HANS ROOKMAAKER: COSMOVISÃO CRISTÃ E UMA

PERSPECTIVA REFORMADA DAS ARTES


Autor: Vinnícius Almeida
Orientador: Cristiano Camilo Lopes
Universidade Presbiteriana Mackenzie
Teologia

Resumo

Este artigo tem por objetivo apresentar a correlação entre o pensamento e obra de Hans
Rookmaaker e o conceito de cosmovisão cristã por uma perspectiva reformacional no
campo das artes, tendo como princípio uma análise sobre a contribuição da tradição do
neocalvinismo como alternativa aos enfrentamentos da igreja evangélica na
contemporaneidade.

Palavras-chave: Hans Rookmaaker; Neocalvinismo; Cosmovisão Cristã; Filosofia


Reformacional.

Introdução

O presente estudo almeja apresentar a correlação entre o pensamento de Hans


Rookmaaker e a articulação com a Cosmovisão Cristã por uma perspectiva reformada das
artes.
O processo de secularização engendrado desde a Modernidade desencadeou um vácuo
entre o homem e Deus. Nas diversas perspectivas teológicas, ideológicas, sociais e políticas
em conflito, a contemporaneidade permeia valores dominantes de conceitos naturalistas,
ateístas, irreligiosos, anti-clericais e fragmentários. A perda de sentido, o distanciamento de
um projeto transcendental e fenômenos como o subjetivismo e o relativismo emergem na
sociedade afetando a filosofia, a ciência, a arte, a música e cultura geral. Hans Rookmaaker
tece um legado de antítese à sua época vazia e opaca de sentidos e significados. Sua obra é
um quadro inspirador que resgata valores absolutos e inegociáveis em qualquer período da
história. Existe verdade e erro, bem e mal, beleza e feiúra. Nisto, o autor busca condensar
tais significados numa estética contornada por uma espiritualidade que exala verdade,
bondade e beleza para um movimento de mudança e influência nas artes, mas que também
se faz cotidianamente, na vida, na convivência comunitária, na percepção de mundo.

1. Breve histórico sobre a vida e obra de Hans Rookmaaker


Henderik Roelof Rookmaaker (1922-1977) foi um pensador holandês que exerce um
legado de extrema importância no campo das artes. Hans, como era geralmente conhecido
pelos familiares e amigos, possui uma brilhante trajetória acadêmica, na docência e como
historiador da arte. A partir de 1942, ano em que se converteu ao cristianismo, numa prisão
nazista em Estanislaw (atual Ucrânia), a vida e obras de Rookmaaker compõem uma
intensa convicção a respeito de sua fé e missão, na qual afeta suas produções e perspectiva
das artes, integrando paixão e crença, trabalho e influência, energia e esperança.
É no mundo contemporâneo do século 20 que Rookmaaker inicia sua missionalidade
relacionando arte e fé cristã, segmento já apontado por alguns de seus conterrâneos que
identificaram a necessidade de uma ação cristã integral, aplicada na igreja e na sociedade.
Entre os defensores da perspectiva de uma ação cristã integral, destacam-se neste trabalho
Abraham Kuyper, Herman Bavinck, e o contemporâneo Herman Dooyeweerd.
Souza (2009) e Gasgue (2012) narram que logo após o curto tempo de conversão ao
cristianismo, Rookmaaker havia conquistado o reconhecimento como uma das vozes mais
expressivas no campo da integração entre fé cristã e artes no Ocidente. Apesar de seu tempo
de vida e a trajetória como cristão ter sido relativamente breve (aproximadamente 25 anos),
é inegável a contribuição e influência exercida desse autor sobre o pensamento cristão em
diversas partes do mundo.
Com dezenas de livros nas temáticas da relação entre arte, cultura e cristianismo,
centenas de artigos publicados em revistas especializadas na Europa, Estados Unidos e
Canadá, Rookmaaker foi professor de História da Arte na Universidade Livre da
Amsterdam. Implementou também muitos departamentos de arte que foram estruturados na
Holanda, Estados Unidos e Inglaterra. Associações de artistas cristãos que foram
inauguradas sob sua influência ou pelo próprio autor. Um centro de estudos internacional
formado na Holanda (L’ABRI)1 e estações de rádio criadas e fortalecidas em seu país
(SOUZA, 2009, p. 99; GASGUE, 2012, p. 61).
Gasgue (2012) apresenta Rookmaaker como um autor que buscava a sua própria
humanidade na erudição e procurava ajudar os estudantes a integrarem plenamente a

1
O primeiro L’ABRI (palavra de origem francesa que significa “abrigo”) foi fundado no ano de 1955 pelo
casal Francis e Edith Schaeffer, quando eles abriram sua casa para acolher estudantes e profissionais de todos
os tipos e todas as partes do mundo que buscavam respostas sobre Deus, o mundo, questões existenciais e
ideológicas. Desde então, foram fundadas comunidades L’ABRI na Inglaterra, Holanda (essa devido a forte
amizade entre Hans Rookmaaker e Francis Schaeffer), Suécia, América, Canadá, Coréia e, no Brasil, a partir
de 2008. Muito das ideias de Rookmaaker foram posteriormente popularizadas por Francis Schaeffer (cf.
SCHAEFFER, 2014). Na mesma linha de outros teólogos e filósofos do neocalvinismo holandês, como
Abraham Kuyper, Herman Dooyeweerd, Hans Rookmaaker e Nicholas Wolterstoff.
humanidade deles ao aprendizado e estudos. Suas palavras descrevem a importância do
elemento humano no processo de ensino e aprendizagem:

Devemos julgar como seres humanos, não como homo aestheticus


abstrato, não como historiadores da arte ou artistas, mas como o nosso ser
humano por completo [...]. Entretanto, toda e qualquer pessoa pode julgar
a arte. A diferença está entre um julgamento baseado na prática,
fundamentado na experiência, e o julgamento de alguém que está apenas
começando a olhar. Este ainda precisa aprender muito – em primeiro
lugar, a enxergar. É esta a situação de nossos alunos. Precisamos ensiná-
los a ver como seres humanos. Toda educação diz respeito à humanidade,
sua jovem e inexperiente humanidade. Eles precisam desenvolver
competência de julgamento, precisam ganhar experiência e discernimento.
Precisam fazer isso por si sós. Tudo é muito sutil e ricamente
multicolorido para que sejamos capazes de ensinar a eles da mesma forma
que se ensina uma soma matemática. Porém, precisamos mostrar-lhes o
caminho. Ajudá-los. Passar-lhes algo de nossa experiência e conhecimento
que os proteja pelo menos dos mais óbvios equívocos e becos sem saída
[...] (ROOKMAAKER, 2005, p. 134-135 apud GASGUE, 2012, p. 21).

A vida, pensamento e obra de Hans Rookmaaker ainda é pouco conhecida no


contexto brasileiro. Apenas duas de suas obras foram traduzidas para o português, a saber:
A arte não precisa de justificativa, em 2010; e, recentemente, A arte moderna e a morte de
uma cultura, em fevereiro de 2015; ambas pela Editora Ultimato. E também uma biografia
escrita pela professora e historiadora da arte Laurel Gasgue, traduzida em novembro de
2012 por esta mesma editora, com o tema: Rookmaaker: arte e mente cristã2. Convém
mencionar os autores Guilherme de Carvalho e Rodolfo Amorim – integrantes de L’ABRI
Brasil – que possuem produções, artigos e palestras sobre as temáticas de arte e fé cristã na
perspectiva deste autor, e estão diretamente engajados com processo de tradução de suas
obras no Brasil.
No ano de 1970 é publicado o best-seller de Rookmaaker, A Arte Moderna e a Morte
de uma Cultura. Na abertura do livro, o autor inicia com precisão sua análise sobre o
espírito da época, ao afirmar: “Vivemos em uma época de grande mudança, de protesto e
revolução. Estamos conscientes de que algo radical está acontecendo ao nosso redor, mas
nem sempre é fácil enxergar exatamente o que é” (ROOKMAAKER, 2015, p. 19).
Rookmaaker produz um relato autêntico acerca da desumanização da vida

2
Outro aspecto relevante para a difusão e publicização do pensamento de Hans Rookmaaker e a procura por
suas obras no contexto brasileiro foi a canção Rookmaaker, lançada em 2010 pela banda de Rock Alternativo
Palavrantiga. O grupo caracteriza um novo movimento, onde bandas como Aerollis, Tanlan, NLM Alegorica,
Redenção Tribal, Lorena Chaves, Sudden Rise, e numa perspectiva artística e teatral, o Projeto BAC, que
abandonaram o rótulo de gospel e não se limitam as barreiras religiosas de criação musical e de público, sendo
altamente influenciados pela filosofia de Hans Rookmaaker (cf. ROOKMAAKER, 2010, p.33) e a Teologia
Reformada.
contemporânea, identificado a partir da arte moderna. Em A Arte Moderna e a Morte de
uma Cultura, dialoga com a arte moderna e a partir da cosmovisão cristã, denuncia a
natureza do homem. No século 19, Nietzsche afirmou: “Deus está morto”, enquanto no
século 20, a corrente hegemônica da arte moderna implicitamente afirmava: “O homem está
morto” (ROOKMAAKER, 2015, p. 143). Assim, levanta a questão:

O que aconteceu com as pessoas? Miró fez uma pintura de outra pintura.
Ele pegou uma reprodução de uma pintura holandesa secundária do século
17 (que poderia muito bem ter sido um Vermeer ou um Rembrandt) e deu-
lhe sua própria interpretação. Nada é mais revelador. “O homem está
morto”, diz ela. Algo absurdo, estranho, vazio e irracionalmente horrível
está presente ali. A antiga pintura é tratada com humor, menosprezo [...] e
uma devastadora ironia, até que nada reste. Enquanto a pintura é destruída,
também é destruído o ser humano (ROOKMAAKER 1968, p.5-21 apud
Gasgue, 2012, p. 23).

Rookmaaker compreendia que os aspectos mencionados acima, estavam para além de


questões estéticas ou opiniões, mas configuravam um conflito espiritual. O autor sinaliza
que a arte moderna não é amoral ou carregada de neutralidade, mas, na verdade, possui
significados que desencadeiam impactos sobre cada pessoa, mesmo aos que jamais
estiveram num museu de arte, pois se trata de desdobramentos que afetam a humanidade. E
tais implicações, para o autor, não são teóricas, mas tão práticas como a convivência
familiar, a eleição de representantes públicos ou mesmo o cuidado com o meio ambiente
(GASGUE, 2012, p. 23).

A maior parte dos ativistas, críticos e artistas que tentaram renovar as artes
e dar ao nosso mundo uma face mais bela argumentaram de uma forma ou
de outra que não era suficiente enfrentar os problemas da arte. Eles
compreendiam de forma mais ou menos clara, que a crise nas artes era a
expressão de uma crise mais profunda, de natureza espiritual e que afeta
todos os aspectos da sociedade, incluindo a economia, a tecnologia e a
moralidade. A qualidade da nossa vida é maculada e palavras como
alienação, desespero e solidão – desumanização, em suma – são todas
relevantes e têm sido frequentemente usadas. Não analisaremos todas elas.
Certamente, os problemas estão relacionados ao fato de que desde a Idade
da Razão nossa cultura tem visto o relacionamento da humanidade com a
natureza apenas como forma de dominar a realidade e utilizá-la em nosso
favor [...]. Se a alienação significar apenas que nossos relacionamentos
com as coisas está rompido, se a dominação da natureza ainda for vista
como um objetivo, se os valores materiais ainda forem o alvo primário, e
se o problema do pecado continuar a ser evitado, então questões mais
sérias permanecerão. Ainda assim, se trabalharmos por uma sociedade
melhor e pela resolução da crise nas artes, as mudanças virão. É
importante pensar bem nesses problemas. Não devemos esperar que as
soluções batam à nossa porta. Será preciso tempo. Mas todos nós
precisamos agir, inclusive os artistas. (ROOKMAAKER, 2010, p. 21).

Uma ruptura com os elementos da cultura ocidental em relação à natureza da


humanidade e da realidade tinha sido anunciada, enquanto a maioria das pessoas estava
distraída com a proposta inovadora da era tecnológica. Assim, artistas modernos, como
Picasso, Miró e Duchamp não somente promulgavam uma visão absurda do ser humano,
mas também a celebravam, abrindo caminho e propagando-a por meio de suas obras de arte
(ROOKMAAKER, 2015, p. 39). É amplamente sabido que as primeiras audiências deste
tipo de arte reagiram violentamente a ela. Essa reação geralmente não vinha de uma
perspectiva informada, mas de uma intuição vaga motivada por algum nível de ameaça
(SCHAEFFER, 2014, p. 65).

O pessimismo moderno e a fragmentação moderna disseminaram-se de


três formas diferentes para as pessoas da nossa própria cultura e para as
pessoas do mundo todo. Geograficamente, eles se espalharam do
continente para a Inglaterra e, depois de certo tempo, acabaram saltando o
Atlântico até chegar aos Estados Unidos. Culturalmente, eles se
disseminaram por várias disciplinas da filosofia, da arte e da música, da
cultura geral (contos, poesia, drama, filmes) e também para a teologia.
Socialmente, disseminaram-se dos intelectuais para os com educação
formal e depois, por meio da mídia massificante, para todos
(SCHAEFFER, 2013, p. 112).

Rookmaaker detecta que uma estética do desapego era praticada pelos interessados
exclusivamente na análise formal da obra de arte ou mesmo dos espectadores um tanto
ingênuos ou acríticos: “a nova arte nada apresenta além de uma mensagem humana,
transmitida por novos meios... [ou] os artistas estão expressando seu tempo e, quando
vivem em tempos diferentes, suas formas são diferentes”. E acrescenta que “o conteúdo por
vezes óbvio está continuamente sendo ignorado”. Mesmo quando há uma tentativa de
discutir o conteúdo, eles o tornam subjetivo e dizem: “Isto é apenas como as coisas são
vistas por essa pessoa. Em qualquer caso, questionar a verdade do que se afirma na arte é
um tabu” (ROOKMAAKER, 1968, p. 5-21 apud GASGUE, 2012, p. 24).
A mudança de compreender o ser humano a partir do conceito de Cosmovisão Cristã,
não acontece do dia para noite, mas encontra-se nos processos históricos do pensamento
cristão e é uma herança da produção teológica de toda a catolicidade, inclusive, do período
da Reforma. Gasgue (2012) sugere que a própria dissertação de Doutorado de Rookmaaker
sobre Paul Gauguin, talvez seja sua obra mais influente como acadêmico e concentra-se no
período crucial da virada do século 20. A dissertação atesta em suas Complete Works
[Obras Completas], que uma porção significativa de suas produções e reflexões permeiam
análises sobre a questão da natureza humana e as influências na cultura ocidental desde a
Idade Média.
A partir destes temas, o autor sob o prisma da natureza humana, estuda os aspectos
formulados pelo pensamento renascentista e reformado3, nos séculos 16 e 17, além da visão
iluminista do homem no século 18, que caminha para a modernidade recebida no século 20
como duvidosa (GASGUE, 2012, p. 24; ROOKMAAKER, 2015, p. 61).

2. Cosmovisão: origens e abordagens do conceito

O uso do conceito “cosmovisão” no cenário teológico protestante brasileiro é


contemporâneo e concentra um crescimento nos estudos interdisciplinares e no campo das
Ciências da Religião. É possível acessar diversas obras sobre a inserção deste tema e de sua
relevância para o evangelicalismo brasileiro. O estudo da cosmovisão permeia múltiplas
disciplinas como a sociologia do conhecimento, a psicologia social, a hermenêutica
filosófica, a epistemologia, a lingüística, as antropologias cultural e filosófica, a teologia
filosófica, entre outras (SIRE, 2012, p. 162).
Emanuel Kant, na Crítica do Juízo, teria sido o primeiro filósofo a utilizar o conceito
de Weltanschauung, enquanto a capacidade humana de perceber a realidade, conforme
OLIVEIRA (2008, p. 33) e SOUZA (2006, p. 41).

Nesta obra, Kant utilizara o termo Weltanschauung (Welt = Mundo +


Anschauun = percepção) como a capacidade humana de intuir o mundo
exterior à medida que este é apreendido pelos sentidos. Esse termo
composto apresentava semelhantes na língua alemã de então, como
Weltbeschaunung (inspeção de mundo), Weltbetrachtung (contemplação
do mundo) e Weltansicht (opinião do mundo). Concluí-se daí que a
dimensão de concepção ou visão total de mundo não era a proposta inicial
de Kant quando da criação termo Weltanschauung.
Porém, pode-se afirmar que o desdobramento da própria proposta
Kantiana, que enfatizava o ser conhecedor e volitivo como o centro
cognitivo do universo, contribuiu para que o termo adquirisse um sentido
mais amplo, passando a ser atribuído posteriormente como uma concepção
do universo a partir do homem conhecedor moralmente livre (SOUZA,
2006, p. 42).

3
Francis Schaeffer (1912-1984) sinaliza uma importante relação histórica entre o reformador João Calvino,
que nasceu em 1509 e escreveu suas Institutas em 1536. Leonardo da Vinci faleceu em 1519, o mesmo ano
em que ocorre a disputa entre Lutero (1483-1546) e o Dr. Eck. Schaeffer (2014) observa que o rei que levou
Leonardo para a França no final de sua vida foi Francis I, o mesmo rei a quem Calvino endereçou suas
Institutas. E assim, emergem fenômenos justapostos na Renascença e na Reforma (SCHAEFFER, 2014, p.
25).
O termo Weltanschauung fora a princípio, associado aos sistemas metafísicos ou
construções teóricas da cultura nas esferas de metanarrativas filosóficas, científicas ou
religiosas, podendo ser igualmente encontradas nas obras de idealistas e românticos
alemães como Hegel (1770-1831), Schelling (1775-1854), Herder (1744-1803), Goethe
(1749-1832), etc. Weltanschauung era igualada à filosofia da cultura ou do espírito
absoluto. Dilthey (1833-1911) acrescenta uma nova significância ao conceito de
Weltanschauung, quando a considera um fenômeno que não apenas antecede a apropriação
da reflexão teórica, mas também a condiciona.
Karl Mannheim (1893-1947) sustenta a existência de concepções de mundo gerais,
que são pré-teóricas e intuitivas, na qual é anterior a qualquer articulação teórica, que se
apresenta como subsídios para os modos de conhecimento e nas experiências de mundo.
Assim, para Mannheim, as cosmovisões seriam a primazia do pensamento e a substância
inicial que permeia e apreende desde os aspectos teóricos, das manifestações artísticas,
socioculturais, religiosas, ideológicas, políticas, que são manifestações da Weltanschauung
de um determinado contexto histórico (OLIVEIRA, 2008, p. 34), (SIRE, 2012 p. 177).
Posteriormente, o termo Weltanschauung fora traduzido para o correlato inglês Worldview,
e em português, Cosmovisão.
No início do século 20, o termo Weltanschauung era encontrado em mais de duas mil
obras no idioma alemão, sendo utilizado como conceitos filosóficos ou na afirmação da
aspiração humana pela busca de uma compreensão acerca da natureza do universo
(SOUZA, 2006, p. 43).
Conforme OLIVEIRA (2008), James Orr, teólogo presbiteriano escocês, e Abraham
Kuyper4, foram os primeiros a utilizarem o conceito de Weltanschauung ao contexto
cristão-reformado. Todavia, é a teoria do desenvolvimento histórico-cultural do filósofo
reformado Herman Dooyeweerd5 a que melhor acolhe e articula com propriedade a relação

4
De acordo com Guilherme de Carvalho, fundador de L’ABRI Brasil e presidente da Associação Kuyper de
estudos transdisciplinares, Abraham Kuyper (1837-1920), foi “o primeiro reformador pós-iluminista do
cristianismo protestante” (cf. CARVALHO, 2006). Enquanto Friedrich Schleiermacher (1768-1834) busca
promover uma síntese do pensamento da fé cristã com o humanismo secular, Kuyper refunda o calvinismo e a
partir dos princípios reformados da Soberania de Deus e da unidade entre a natureza e graça articula ao
contexto moderno, considerando os impactos da Revolução Francesa, do Iluminismo e romântica ao
Iluminismo. Estes novos postulados do calvinismo pós-moderno, conhecidos como neocalvinismo holandês,
apresentam uma práxis cristã nas esferas da responsabilidade social e engajamento cultural, artístico e
político, se comparado ao calvinismo tradicional. A partir do neocalvinismo holandês engendra-se no século
20, uma série de ações cristãs transformadora nas esferas da Filosofia e Teologia, Política, Serviço Social,
Artes, Ciências, Educação e Comunicações (CARVALHO, 2006).
5
Herman Dooyeweerd (1894-1977) foi um holandês, jurista e filósofo do direito que exerce influência
nacional e internacional. Dooyeweerd herda o pensamento do reformador e seu compatriota, Abraham
Kuyper, onde torna-se professor de direito na Universidade Livre de Amsterdã, membro da Academia
entre dinâmica social e Weltanschauung, a partir das especificidades de uma cosmovisão
cristã.

3. Sobre a aplicação da cosmovisão cristã-reformada

Para que uma cosmovisão seja admitida, deve-se apresentar um conjunto de premissas
que formulam todo o pensamento e compreensão. Sendo capaz de explicar baseada numa
dada interpretação, a realidade em seus diversos aspectos. Neste sentido, definir ou
identificar uma cosmovisão envolve verificar o fundamento, aquilo que é posto como a base
de toda a existência. PEARCEY (2006) argumenta que:

Para o materialista, a realidade última é a matéria, e tudo é convertido em


componentes materiais. Para o panteísta, a realidade última é uma força ou
substrato espiritual, fazendo com que a meta da meditação seja religar-se
com essa unidade espiritual. Para o darwinista teórico, a biologia é última,
e tudo, até a religião e a moralidade, é reduzida a um produto de processos
darwinistas. Para o empírico, todo o conhecimento é, no final das contas,
determinável a dados perceptíveis, e tudo que não for conhecido pela
sensação é irreal (PEARCEY, 2006, p. 45)

Para SOUZA (2006), a cosmovisão reformada se distingue das demais em alguns


pontos fundamentais:

Primeiro, ela estabelece a autoridade suprema das Escrituras, entendida


como a revelação da mente de Deus ao homem como único ponto de
partida para a construção de uma cosmovisão essencialmente cristã. Em
segundo lugar, ela oferece um escopo integral não-dualista para a
formação de uma cosmovisão a partir da união dos três aspectos
fundamentais da revelação bíblica, a tríade criação-queda-redenção. E por
último, salientamos a visão reformada plena da soberania de Deus sobre a
criação e o escopo integral da queda e a redenção total de Deus, em Cristo
Jesus (SOUZA, 2006, p. 53).

A perspectiva cristã-reformada aplicada ao conceito de cosmovisão vem sendo

Holandesa de Ciências e presidente por longos anos da Sociedade Holandesa de Filosofia do Direito.
Conforme Carvalho (2006), como kuyperiano, Dooyeweerd esteve comprometido, desde o início com a
renovação cultural de seu país e utilizava da cosmovisão cristã para suas produções, resistindo inclusive ao
processo de secularização. Assim como Kuyper, Dooyeweerd também expressa confiança nas influências
transformadoras do cristianismo sob a égide reformada. Enquanto acadêmico, Dooyeweerd demonstrou
grande incômodo com o reducionismo científico existente na história do pensamento ocidental moderno. Ao
problematizar o reducionismo e apresentar a relevância da fé cristã para a academia, desenvolve uma releitura
da história do pensamento ocidental e à sua expressiva descoberta fundamental, encontrada na base de seu
sistema de filosofia reformacional (CARVALHO, 2006, p. 191), (cf. DOOYEWEERD, 2015). Mais tarde,
tanto as ideias de Kuyper quanto as de Dooyeweerd, terão influências cabais no pensamento e perspectiva de
Hans Rookmaaker para uma filosofia reformada das artes.
abordada por diversos autores cristãos. No entanto, mantendo a proposta do presente
trabalho, as abordagens utilizadas seguem a linha de argumentação do neocalvinismo
holandês de Abraham Kuyper e Herman Dooyeweerd, na qual se constitui de um sistema
cristão que interpreta e fornece eixos norteadores de uma cosmovisão cristã em sua
amplitude, cujos aspectos são encontrados na catolicidade da tradição cristã, merecendo
destaque e menção para a visão de pensadores como Agostinho e Calvino que possuíam
uma autêntica e profunda compreensão sobre a realidade a partir de uma análise
escriturística.
Para sustentar uma cosmovisão cristã, os autores e pensadores envolvidos com o tema
propõem a importância de considerar a tríade: criação, queda e redenção, enquanto
encontrados no conteúdo dos livros que de toda a história bíblica. Plantinga (2007)
argumenta que é necessário visualizar tais "atos" nas suas interrelações e nos seus
relacionamentos. Com a intencionalidade de buscar orientação "neste universo de Deus,
para entender a profundidade do chamado cristão e, como propósito final, para justificar a
nossa esperança" (PLANTIGA 2007, p. 32). Acrescenta Pearcey (2006), "toda filosofia ou
ideologia tem de responder às mesmas perguntas fundamentais", sendo:

1. CRIAÇÃO: Como tudo começou? De onde viemos?


2. QUEDA: O que deu errado? Qual é a fonte do mal e do sofrimento?
3. REDENÇÃO: O que fazer a esse respeito? Como concertar o mundo?
(PEARCEY, 2006, p. 28).

Todo ser humano oferece ou pressupõe respostas para essas questões.


Conforme a cosmovisão cristã, tais respostas são baseadas no relato bíblico. Essa
tríade representa uma compreensão clássica na teologia, confirmada ao longo da história do
cristianismo e possui ampla concordância entre os teólogos das diversas tradições. Por sua
vez, estabelece a autoridade suprema das Escrituras e se distingue das demais cosmovisões,
oferecendo, nas palavras de Souza (2006, p. 53) "um escopo integral não-dualista" na sua
formação a partir da "tríade criação-queda-redenção".
Dooyeweerd (2010, p. 188) enfatiza a tríade criação-queda-redenção como a chave
das Escrituras e a raiz do cristianismo. Para Dooyeweerd, esta tríade "tem uma unidade
radical de sentido que está relacionada à unidade central da existência humana". É nesta
tríade que emerge o único motivo-base não dualista, na qual o conhecimento de Deus é
revelado e, portanto, suprateórico. Nas palavras do autor:

Se pretendemos colocar de forma clara o problema relacionado a uma


filosofia cristã e sua relação com a teologia dogmática precisamos, em
primeiro lugar, evitar qualquer ambigüidade no uso dos termos e, num
segundo momento, definir claramente o que entendemos por eles.
Desejamos estabelecer, de início, que o verdadeiro conhecimento de Deus
e de nós mesmos (Deum et animam scire no sentido agostiniano)
ultrapassa todo o pensamento teórico. Esse conhecimento não pode ser
objeto teórico, seja de uma teologia dogmática seja de uma filosofia cristã.
Ele pode apenas ser adquirido pela operação da palavra de Deus e do
Espírito Santo no coração, ou seja, na raiz e no centro religioso de nossa
existência e experiência humana em sua inteireza. O verdadeiro
conhecimento de Deus e o verdadeiro autoconhecimento são as
pressuposições centrais, seja de uma teologia bíblica (em seu sentido
teórico, científico), seja de uma filosofia cristã, se essa última realmente
possuir um ponto de partida bíblico. Isso implica que o princípio central
de conhecimento da teologia dogmática e o da filosofia cristã devem ser o
mesmo (DOOYEWEERD, 2010, p. 183-184).

Além de Agostinho e Calvino, outros autores, desde Kuyper e Dooyeweerd, o


argumento sobre uma cosmovisão cristã consolidada considera a mesma perspectiva bíblica
partindo do enredo criação-queda-redenção. Nas palavras de Kuyper

Nem um único espaço de nosso mundo mental pode ser hermeticamente


selado em relação ao restante, e não há um único centímetro quadrado em
todos os domínios da existência humana sobre o qual Cristo, que é
soberano sobre tudo, não clame: é meu! (KUYPER, 1880, apud
CARVALHO 2009, p. 57).

Nesse contexto, Dooyeweerd (2015, p. 55) e Souza (2006) recordam que na


cosmovisão cristã "apenas Deus é a fonte da ordem criada", pois, "a universalidade da
criação foi manchada pela universalidade do pecado". Então, "o escopo da salvação de
Cristo não se aplica apenas à dimensão espiritual do homem, mas à criação toda,
originalmente boa" (SOUZA, 2006, p. 52-53). Sendo assim, essa compreensão endossa a
superação do dualismo, quando Deus é o criador de tudo, o provedor e o redentor de todas
as coisas.

4. Considerações Finais

De acordo com Rookmaaker, a arte cristã não é a expressão de atos criativos


individuais de cristãos. A arte cristã deve ser buscada na cultura, que é viva e reflete
elementos possíveis de ser decodificados e percebidos no período histórico de uma geração
que responde e representa a realidade do Deus-infinito-pessoal, de modo que estabelece
influências na produção cultural de seu tempo.
A arte tem seu próprio significado. Uma obra de arte pode ser posta
em uma galeria e admirada. Escutamos uma música simplesmente
por apreciação. Um tipo de apreciação que não é meramente
hedonista; vai muito além disso, apesar de, em alguns casos, nos dar
grande prazer. Entretanto, há a possibilidade de um grande número
de funções, que resultam desse forte elo da arte com a realidade [...].
Já que a arte não precisa de justificativa, ninguém precisa se
desculpar por fazer arte. Os artistas não necessitam de justificativa,
da mesma forma que os açougueiros, os jardineiros, os motoristas
de táxi, os policiais ou as enfermeiras não precisam justificar com
argumentos sagazes o porquê de estarem fazendo o seu trabalho. E
eles certamente não o fazem como forma de conseguir uma
oportunidade para pregar ou testemunhar. Encanadores que fazem
grandes discursos evangelísticos, mas deixam a torneira vazando,
não estão cumprindo o seu papel. São maus encanadores. Fica claro
que eles não amam ao próximo. O significado do trabalho está no
amor a Deus e ao próximo (ROOKMAAKER, 2010, p. 47,48).

Rookmaaker conflui com o pensamento de Schaeffer e analisa na história


manifestações culturais que foram profundamente envolvidas por uma cosmovisão cristã,
na qual a partir eixos bíblicos e cristocêntricos compartilharam do Deus-infinito-pessoal em
sua época. Os exemplos encontram-se desde a Reforma Protestante, à escola de Rembrandt
no campo da arte, do gospel, o blues e o jazz, na música negra estadunidense
(ROOKMAAKER, 2010, p. 57-58); (SCHAEFFER, 2009, p.63); (SOUZA, 2009, p. 129).
Diante da realidade que se encontra a igreja evangélica na contemporaneidade, nos
ramos e rumos dominantes de uma teologia de fuga e incomunicável à cultura vigente,
beirando o fatalismo nas esferas: social, política, cultural, artística e intelectual, pode-se
afirmar que são múltiplos os desafios de implementar uma cosmovisão cristã e há extrema
urgência em provocar reflexão, produção e obras de um cristianismo evangelical capaz de
transmitir estes pressupostos.
Considerando que a cosmovisão cristã possibilita à igreja evangélica aspectos
essenciais do Evangelho, baseados na singularidade de Cristo, no continuum da catolicidade
e ação da igreja cristã no mundo, capaz de manifestar o anúncio da boa nova, mas em
diálogo com o tempo, pelo fato de sermos instrumentos de paz e bem, deve-se romper com
o anti-intelectualismo e a compreensão hedonista de religião. Logo, no campo eclesiástico,
pensar o Evangelho com os evangélicos, é uma demanda emergente.
Ademais, a conjuntura local é globalizada. Reproduz uma concepção de mundo que
segue os processos de secularização, onde a busca de significados e a estética do mundo
foram reduzidas às sensações, ao naturalismo e ao ateísmo. A antítese de Rookmaaker é
saborosa justamente porque almeja uma espiritualidade de beleza que percebe Deus não em
lacunas, escondido em buracos e dilemas ocos, mas na criação, na obra redentiva, na vida
cotidiana (ROOKMAAKER, 2015, p. 266).
Desse modo, Hans Rookmaaker em sua cosmovisão cristã, integra uma perspectiva
reformada das artes, na qual para além de um sistema de crenças limitado apenas ao campo
das ideias, promove um diálogo e práxis que impulsionam a transformação na cultura e na
estética. Assim, a espiritualidade cristã caminha simultaneamente com o que pensa e
percebe do mundo. E a arte contorna estes significados e produções.

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Palavrantiga: www.palavrantiga.com.br – acesso em 20/04/2015 às 10h35.
Projeto BAC: www.projetobac.com.br – acesso em 21/04/2015 às 12h14.
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Weathon College Archives Special Collections: Hans Rookmaaker papers:
www.archon.wheaton.edu – acesso em 20/04/2015 às 11h02.

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