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Suporte Renal na Sepse


Renal Replacement in Sepsis
Marcelino de Souza Durão Júnior1, Miguel Cendoroglo Neto2, Oscar Fernando Pavão dos Santos3, Nestor Schor4.

SUMMARY
Patients with sepsis who developed acute renal failure (ARF) present higher mortality rate. Up to now, there is no drug able
to change the natural evolution of the disease and then improving its poor outcome. Dialytical support is the only approved
therapy being used in the presence of uremia, hypervolemia, hyperkalemia, and metabolic acidosis which did not respond
to conventional clinical measurements.
Key Words: Dialysis, hyperkalemia, metabolic acidosis, renal failure, Sepsis, uremia.

E
m ambiente de terapia intensiva a sepse tem se tor- promover aumento do volume urinário e algumas vezes até
nado a principal causa de IRA. Num estudo pros- poliúria, o uso desta classe de fármacos não parece prevenir
pectivo1, a incidência de IRA foi de 19% em pa- ou acelerar a recuperação da IRA, nem diminuir a necessida-
cientes sépticos, 23% naqueles com sepse grave e de 51% em de de diálise ou reduzir a mortalidade2. A infusão contínua
pacientes com choque séptico. A IRA na sepse é geralmente parece apresentar maior eficácia e menor incidência de efeitos
um dos componentes da síndrome de disfunção de múltiplos colaterais do que com o uso de doses intermitentes3.
órgãos e sistemas e a sua presença afeta adversamente o prog-
nóstico destes pacientes. Tratamento Dialítico na IRA
Na fase inicial da sepse alguns pacientes apresentam poliúria
inapropriada sem insuficiência renal e na ausência de alteração Classicamente, as principais indicações de diálise no pa-
no fluxo sangüíneo renal. Numa fase mais tardia, a diminuição ciente com IRA, incluindo aqueles com sepse, são as mesmas
da resistência vascular sistêmica parece precipitar a IRA asso- aplicadas para aqueles com insuficiência renal crônica (IRC):
ciada à retenção de sódio. Neste estágio, a otimização dos parâ- hipervolemia e hipercalemia refratárias ao tratamento clíni-
metros hemodinâmicos é capaz de restabelecer adequadamente co, uremia e acidose metabólica grave (grau de recomenda-
a função renal. A medida que a duração e a gravidade da sepse ção D)4. Até o presente, não se recomenda o início de diálise
são perpetuadas, a isquemia, aliada às alterações hemodinâmi- baseado em níveis determinados de creatinina, uréia ou dé-
cas, determinam o quadro de necrose tubular aguda (NTA) e bito urinário. Mais recentemente, há uma tendência para se
insuficiência renal aguda não reversível. A NTA é o padrão his- indicar diálise mais precocemente nos indivíduos com IRA,
tológico mais comum de IRA nesta situação. evitando-se o surgimento de complicações em virtude da gra-
Habitualmente esses pacientes são hipercatabólicos e vidade nesta população específica de indivíduos (grau de re-
apresentam elevadas taxas de geração de uréia, necessitando comendação E).
assim sessões de diálise mais intensas e freqüentes, sem pos-
sibilidade de remoção de líquidos devido a instabilidade he- Indicação Não Renal de Diálise na Sepse
modinâmica freqüentemente associada. Distúrbios da coagu-
lação, independentemente da disfunção plaquetária presente A resposta inflamatória sistêmica presente na sepse de-
na uremia, também ocorrem, o que favorece o surgimento de pende, ao menos em parte, da produção e liberação de uma
eventos hemorrágicos durante o uso de anticoagulante no cir- série de mediadores (citocinas, quimocinas, componentes do
cuito extracorpóreo, de maneira mais usual a heparina. sistema complemento, leucotrienos, prostaglandinas, etc.) no
plasma de pacientes com sepse. Sendo assim, alguns autores
Tratamento Não Dialítico na IRA têm preconizado o emprego de terapias de depuração extra-
corpórea, particularmente a hemofiltração contínua, neste
• Diuréticos cenário, propiciando assim a eliminação destes mediadores
Os diuréticos de alça são freqüentemente utilizados na através do ultrafiltrado. Alguns trabalhos têm demonstrado
IRA oligúrica com a finalidade de tratar a hipervolemia e, efeitos benéficos da hemofiltração sobre os parâmetros he-
algumas vezes, de transformá-la em não-oligúrica (grau de modinâmicos e o desfecho em modelos experimentais de sep-
recomendação E). A despeito da administração de diuréticos se5 (grau de recomendação E)4.

1. Doutor em Nefrologia pela UNIFESP – EPM, Chefe da Enfermaria da Disciplina de Nefrologia UNIFESP - EPM, Coordenador do Grupo
de Nefrologia do CTI-A HIAE
2. Professor Adjunto da Disciplina de Nefrologia UNIFESP – EPM, Diretor de Prática Médica do HIAE
3. Professor Livre Docente da Disciplina de Nefrologia UNIFESP – EPM, Chefe do CTI-A HIAE
4. Professor Titular da Disciplina de Nefrologia UNIFESP – EPM.
Apresentado na Assembléia do Consenso Brasileiro de Sepse em fevereiro de 2003
Aceito para publicação em 25 de novembro de 2004.
Endereço para correspondência: Centro de Terapia Intensiva - Hospital Israelita Albert Einstein - Avenida Albert Einstein, 627 – 5º andar – Mo-
rumbi - 05651 São Paulo, SP

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MODALIDADES DIALÍTICAS modalidades venovenosas proporcionam maior fluxo sangü-


íneo e maior depuração de solutos evitando-se as complica-
Hemodiálise Intermitente ções advindas da punção arterial (nível de evidência III)4. Desta
A hemodiálise intermitente é ainda a modalidade padrão forma, as modalidades arteriovenosas devem ser reservadas na
utilizada no tratamento da IRA. Ela é muito eficaz, propor- indisponibilidade de equipamento ou pessoal para realização
ciona depuração elevada de uréia, e a aquisição de inovações, de terapia venovenosa (grau de recomendação D)4.
como controle volumétrico de ultrafiltração e dispositivos de
variação de sódio e bicarbonato no banho de diálise, tem per- • Filtros
mitido um melhor manuseio destes pacientes. A realização de São compostos de membranas sintéticas, biocompatíveis
sessões diárias ou seqüenciais (ultrafiltração isolada seguida de (indutoras de menor resposta inflamatória) e que possuem
diálise), o emprego de banho com maior concentração de sódio elevado coeficiente de ultrafiltração tais, como: polisulfona,
e cálcio e menor temperatura podem diminuir os episódios de poliacrilonitrila, poliamida e polimetilmetacrilato. Nos pa-
instabilidade hemodinâmica relacionados ao procedimento. cientes com IRA há algumas evidências que tais membranas
devam ser utilizadas em detrimento daquelas derivadas da
• Fluxos, Duração, Membranas e Tampões celulose (grau de recomendação B)4.
Na prescrição da hemodiálise aguda de manutenção
sugerimos fluxo sangüíneo de 250 a 350 ml/min e fluxo de • Anticoagulação
dialisato de 500 a 700 ml/min. A duração da sessão depen- O método mais utilizado é o da heparinização convencio-
de do peso corporal, da depuração do dialisador e da taxa nal. Em pacientes com risco de sangramento, tanto a heparina
de catabolismo (geralmente situa-se ao redor de 4 a 6 horas não fracionada como a heparina de baixo peso molecular e
de tratamento). Empregam-se preferencialmente membranas os inibidores diretos da trombina, devem ser evitados (grau de
biocompatíveis sintéticas ou de celulose modificada4 (grau de recomendação E). Nestas situações a terapia pode ser realizada
recomendação B), banho com tampão bicarbonato e heparina sem anticoagulação, embora a vida útil do filtro seja freqüen-
como anticoagulante convencional. Em situações de risco de temente menor que 24 horas (grau de recomendação D). Uma
sangramento é possível a sua realização sem anticoagulante. alternativa à heparina é o emprego da anticoagulação regional
com citrato. Para tanto, devem-se medir freqüentemente os
• Hemodiálise Intermitente Diária níveis de cálcio iônico pós-filtro e sistêmico para o ajuste das
É prudente que os pacientes com IRA, principalmente os taxas de infusão da solução de citrato e da reposição de cál-
oligúricos e hipercatabólicos, sejam dialisados diariamente cio sistêmico, respectivamente (grau de recomendação E). Em
(nível de evidência I). Esta abordagem proporciona melhor virtude do risco de acúmulo de protamina no paciente com
controle metabólico, evita volumes excessivos de ultrafiltra- IRA, não se recomenda o uso de anticoagulação regional com
ção, diminuindo assim a incidência de episódios de hipoten- heparina e protamina. Quando utilizar heparina de baixo peso
são arterial e, teoricamente, o agravamento da lesão renal. molecular deve-se monitorar regularmente (o que é incomum)
a atividade anti-fator X ativado (grau de recomendação E).
Terapia Dialítica Contínua
• Banho de Diálise
Há uma tendência crescente em se utilizar os procedimen- O dialisato (banho de diálise) e a solução de reposição
tos contínuos, apesar de até o momento não se ter evidências devem possuir composição eletrolítica semelhante ao plas-
(grau de recomendação E) da superioridade dessas modalida- ma ou otimizada para eventual distúrbio hidroeletrolítico
des sobre a hemodiálise intermitente4-6. Instabilidade hemo- e ácido-básico presentes. Portanto, se possível, a utilização
dinâmica, suporte nutricional e hipercatabolismo são as prin- de soluções individualizadas é recomendada. O emprego de
cipais razões da indicação de procedimentos contínuos. Na soluções de diálise peritoneal, com elevadas concentrações
vigência de situações de risco de edema cerebral, a realização de glicose, resulta em oferta excessiva de calorias e freqüen-
de diálise contínua parece ser benéfica em relação à hemo- temente hiperglicemia. Tanto o bicarbonato como o lactato
diálise convencional (grau de recomendação C), evitando-se podem ser utilizados como tampão na correção da acidose
assim variações bruscas da concentração de solutos e o risco metabólica (grau de recomendação C) enquanto que, na vi-
da síndrome do desequilíbrio4. gência de acidose lática e insuficiência hepática graves, utili-
za-se preferencialmente o bicarbonato (grau de recomendação
• Tipo de Acesso C)4. Quando se utiliza citrato como anticoagulante regional,
Elas são denominadas de arteriovenosas quando a própria esta substância é transformada em bicarbonato no fígado e
pressão arterial do paciente impulsiona o sangue pelo circui- geralmente dispensa a adição de outro tampão no dialisato.
to, geralmente através da punção dos vasos femorais (artéria e
veia). Na modalidade venovenosa, um cateter de duplo lume é • Dose de Tratamento
locado numa veia calibrosa (jugular interna, femoral ou sub- Sabe-se que em pacientes renais crônicos estáveis, há rela-
clávia) e o sangue é impulsionado no sistema por intermédio ção entre a dose de diálise e o desfecho (morbimortalidade).
de uma bomba (freqüentemente do tipo rolete). Na medida do Alguns trabalhos mais recentes demonstraram também que
possível evita-se a punção da veia subclávia devido ao risco tal relação existe na IRA, ou seja, elevadas doses de diálise
de trombose e estenose tardias (grau de recomendação C)4. A medidas como depuração de uréia melhoram o prognóstico
veia jugular interna parece proporcionar menor taxa de recir- desses pacientes, porém não há consenso de qual seria a dose
culação que o acesso femoral (grau de recomendação C). As mínima de diálise nesta população (grau de recomendação

Volume 16 - Número 4 - Outubro/Dezembro 2004 239


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B). Em um estudo prospectivo e aleatório, Ronco e col.7 mos- todo serviço de terapia intensiva deve, na medida do possível,
traram que a mortalidade dos pacientes com IRA submeti- disponibilizar as diversas modalidades dialíticas.
dos a CVVHF no volume de 35 ml/kg/hora foi menor quando “as principais indicações de diálise no paciente com IRA,
comparada com o grupo de volume de ultrafiltração de 20 incluindo aqueles com sepse, são as mesmas aplicadas para
ml/kg/hora e foi semelhante ao grupo de 45 ml/kg/hora. Ana- aqueles com insuficiência renal crônica (IRC): hipervolemia e
lisando exclusivamente a população de pacientes com sepse, hipercalemia refratárias ao tratamento clínico, uremia e aci-
houve tendência desse benefício ser crescente em paralelo ao dose metabólica grave (grau de recomendação D)”
aumento do volume de ultrafiltração. Desta forma, até o mo- “no ambiente de terapia intensiva há uma tendência cres-
mento, sugere-se depuração de uréia mínima, em torno de 35 cente em se utilizar os procedimentos contínuos, apesar de até
ml/kg/hora (nível de evidência I). o momento não se ter evidências (grau de recomendação E)”
“nas diálises contínuas, tanto o bicarbonato como o lactato
Diálise Peritoneal podem ser utilizados como tampão na correção da acidose me-
tabólica (grau de recomendação C) enquanto que, na vigência
A diálise peritoneal geralmente é reservada para pacien- de acidose lática e insuficiência hepática graves, utiliza-se pre-
tes com catabolismo leve onde predomina a disfunção renal ferencialmente o bicarbonato (grau de recomendação C)”
no contexto global. Ela é muito utilizada nos países em de- “recomenda-se uma depuração de uréia mínimo ao redor
senvolvimento, principalmente na IRA associada à doenças de 35 ml/kg/hora nas terapias dialíticas contínuas (nível de
infecciosas como a malária e a leptospirose. O método dialí- evidência I)”
tico é relativamente ineficiente devido à limitação do volume “na hemodiálise, empregam-se preferencialmente mem-
do efluente peritoneal. Além disso, a presença de hipotensão branas biocompatíveis sintéticas ou de celulose modificada
arterial e/ou o uso de drogas vasoativas pode alterar as carac- (grau de recomendação B)”
terísticas do transporte da membrana peritoneal. “é prudente que pacientes com IRA, principalmente os
Apesar do peritôneo ser uma membrana natural, altamen- oligúricos e hipercatabóicos, sejam hemodialisados diaria-
te permeável e biocompatível, a diálise peritoneal, na maioria mente (nível de evidência I)”
dos países desenvolvidos, é negligenciada como forma de te- “pacientes com IRA associada à infecção e com leve a
rapêutica dialítica na IRA em decorrência de alguns fatores, moderado grau de catabolismo, a diálise peritoneal é uma op-
tais como: depuração limitada, taxa de ultrafiltração e de re- ção terapêutica eficiente e economicamente viável, principal-
moção de solutos imprevisíveis e risco de peritonite além dos mente nos países em desenvolvimento (nível de evidência I)”
avanços tecnológicos da hemodiálise e das terapias contínuas.
Soma-se a isto a mudança do perfil dos pacientes com IRA. RESUMO
São indivíduos mais idosos, com doenças de base mais gra-
ves, hipercatabólicos, freqüentemente com sepse e evolução Na sepse, os pacientes que desenvolvem insuficiência renal
para disfunção de múltiplos órgãos e sistemas. Geralmente aguda (IRA) apresentam maior mortalidade. Até o presente,
possuem patologias intra-abdominais ou apresentam insufi- nenhum fármaco foi capaz de alterar a evolução natural des-
ciência respiratória grave o que dificulta tecnicamente a reali- ta complicação na sepse e favorecer o seu desfecho. O suporte
zação da diálise peritoneal. Apesar destas considerações, nos dialítico, única terapia aprovada no seu tratamento, é indica-
pacientes com IRA associada à infecção com leve a modera- do na vigência de uremia, hipervolemia, hiperpotassemia e
do grau de catabolismo8, a diálise peritoneal é uma opção te- acidose metabólica refratárias às medidas clínicas habituais.
rapêutica eficiente e economicamente viável, principalmente Unitermos: Diálise, hipercalemia, acidose metabólica, fa-
nos países em desenvolvimento (nível de evidência I). lência renal, sepse, uremia.
Recentemente, Phu e col.9 demonstraram que pacientes
com IRA (a maioria associada à malária) e tratados com he- REFERÊNCIAS
mofiltração apresentaram maior sobrevida (nível de evidência
I) em relação ao grupo tratado com diálise peritoneal (mor- 01. Rangel Frausto MS, Pittet D, Costigan M et al - The natural history of the sys-
temic inflammatory response syndrome (SIRS). A prospective study. JAMA,
talidade de 15% versus 47%, respectivamente). No grupo com 1995;273:117-123.
diálise peritoneal utilizou-se cateter rígido, trocas manuais e 02. Shilliday IR, Quinn KJ, Allison ME - Loop diuretics in the management of
acute renal failure: a prospective, double-blinded, placebo-controlled, ran-
sistema aberto o que poderia favorecer a ocorrência de perito-
domized study. Nephrol Dial Transplant, 1997;12:2592-2596.
nite e afetar adversamente o prognóstico desses indivíduos. 03. Martin SJ, Danziger LH - Continuous infusion of loop diuretics in the critically
ill: a review of the literature. Crit Care Med, 1994;22:1323-1329.
04. Kellum JA, Mehta RL, Angus DC et al - The first international consensus confer-
CONCLUSÕES ence on continuous renal replacement therapy. Kidney Int, 2002;62:1855- 1863.
05. Yekebas EF, Strate T, Zolmajd S et al - Impact of different modalities of contin-
Apesar da recente mobilização da comunidade nefroló- uous venovenous hemofiltration on sepsis-induced alterations in experimental
pancreatitis. Kidney Int, 2002;62:1806-1818.
gica internacional no sentido de se padronizar critérios de 06. Mehta RL, McDonald B, Gabbai FB et al - A randomized clinical trial of
definição e de tratamento, até o momento não se conhece continuous versus intermittent dialysis for acute renal failure. Kidney Int,
qual deve ser a modalidade dialítica de escolha preferencial 2001;60:1154-1163.
07. Ronco C, Bellomo R, Homel P et al - Effects of different doses in continuous
na IRA e, mais especificamente, na sepse. Os trabalhos mais veno-venous haemofiltration on outcomes of acute renal failure: a prospective
recentes sugerem que estes pacientes se beneficiam de trata- randomized trial. Lancet, 2000; 356:26-30.
mentos mais intensivos e que, como na IRC, a dose de diá- 08. Chitalia VC, Almeida AF, Rai H et al - Is peritoneal dialysis adequate for hypercata-
bolic acute renal failure in developing countries? Kidney Int, 2002;61:747-757.
lise pode influenciar o prognóstico. O tratamento atual do 09. Phu NH, Hien TT, Mai NT et al - Hemofiltration and peritoneal dialysis in infec-
paciente séptico com IRA é individualizado e desta forma tion-associated acute renal failure in Vietnam. N Engl J Med, 2002;347:895-902.

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