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Projeto de Matemática
Ribeirão Preto
2009
1) APRESENTAÇÃO DO TEMA
A) Conteúdo abordado/definição
Hoje em dia quando nos deparamos com uma situação na qual temos que controlar
quantidades e saber “quantos”, por exemplo, quantos alunos têm em nossa classe, a primeira
estratégia que pensamos é contar. Atualmente esse é um problema que solucionamos rápido,
pois assim que acabamos de contar já sabemos “quantos” estão presentes na sala. Mas, o que
aconteceria se esse problema se colocasse para uma pessoa que não conhece os números?
Voltando um pouco mais no tempo nos perguntamos, como o homem resolveu esse impasse
quando se deparou com a necessidade de controlar quantidades sem conhecerem ainda os
números?
Para lançar luz a essas indagações buscamos auxílio em Manoel Oriosvaldo de Moura
(1996, p. 23-24), o qual afirma que “quando o homem, pela primeira vez, enfrentou o desafio
de controlar quantidades, lançou mão de objetos que pudesse carregar consigo, tais como:
pedras, conchas, gravetos, nós em corda, entalhes em árvores e outros”, esses objetos eram
utilizados para contar outros objetos, como por exemplo a quantidade de animais que possuía,
que o homem precisava saber a quantidade.
De acordo com Moura (1996, p. 24), mesmo sem “ter construído a ideia abstrata do
número, o homem tinha o controle perfeito da variação das quantidades com as quais lidava
no seu cotidiano além de conhecer os ciclos da natureza relacionado às suas atividades”.
Nessa direção, os homens construíam estratégias “de controle da variação de quantidade
utilizando objetos ou marcas, fazendo-os corresponder um a um os elementos cuja quantidade
desejavam controlar”. O numeral objeto surge dessas referências concretas ao número, como
as marcas na madeira, o total de pedras que corresponde ao rebanho etc.
Portanto, podemos dizer que com a correspondência um a um, o homem resolveu seu
problema de “contar” sem saber os números e afirmar que a correspondência um a um foi um
dos passos decisivos para o surgimento da noção de número.
B) O problema desencadeador
1- História Virtual
O grande problema de Marcelo
1.1) Objetivos
Segundo Moura (1996, p. 25), a história virtual coloca a criança diante da
“necessidade de contagem”, por meio de uma “situação-problema” de controle de
quantidades, em que a “solução pode ser dada pela comparação de quantidades com outras
quantidades pela correspondência um a um”.
Há outros objetivos além do citado acima, os quais são a necessidade de construir com
as crianças um conceito matemático, prática essa que vai de encontro ao que ocorre na
maioria das escolas, pois os conceitos matemáticos são dados para as crianças como algo
pronto. Buscamos também a mobilização da sala para a resolução de um problema,
trabalhando assim a colaboração e a participação coletiva.
1.2) Conteúdos
* comparação de quantidades;
* contagem por correspondência um a um;
* registro das quantidades.
Tio Juca é um homem muito trabalhador que mora na fazenda de um homem muito
bravo chamado senhor Augusto. Tio Juca gosta muito de animais e todos os dias quando o sol
nasce ele solta as galinhas do galinheiro para que elas possam andar livres pelo terreiro até
entardecer. Então, ele as coloca de volta ao galinheiro e nunca deixa faltar nenhuma, pois o
senhor Augusto vende os ovos das galinhas para ganhar dinheiro e todo sábado verifica
pessoalmente se todas as galinhas estão ali.
O senhor Augusto tem medo de alguém roubar suas galinhas ou de alguma das raposas
espertinhas que moram ali perto comerem elas. O senhor Augusto não confia muito em tio
Juca, por isso sempre diz que se alguma de suas galinhas sumir irá despedi-lo.
O sobrinho de tio Juca, que se chama Marcelo, está passando alguns dias com ele, pois
seus pais estão fazendo uma longa viagem de trabalho. Marcelo nunca prestou muita atenção
ao trabalho do tio, pois acha mais interessante brincar com os cachorros e correr por aí, mas
mesmo assim sempre fica curioso para saber como tio Juca sempre sabe que todas as galinhas
estão de volta ao galinheiro ao entardecer.
Numa quarta-feira bem fria, tio Juca pegou uma gripe forte e está com muita febre,
então pede a Marcelo que solte as galinhas e as prenda novamente quando entardecer.
Marcelo, com muita vontade de ajudar o tio, logo pega seu chapéu e lá se vai para o trabalho.
Tio Juca o avisa que cuide muito bem de cada galinha, pois, se faltar alguma, o senhor
Augusto irá despedi-lo e eles terão que ir embora da fazenda. Assim que o tio termina de falar
Marcelo vai correndo para realizar a sua tarefa. Marcelo chega ao galinheiro e quando está
prestes a abrir a portinha para as galinhas saírem ele se lembra que não sabe contar. E agora?
Como ele vai saber quantas galinhas saíram do galinheiro? E depois ao entardecer como ele
vai saber se não está faltando nenhuma?
b) Solução do problema
Depois de elencar as possíveis soluções para o problema, os alunos irão elaborar uma
carta contendo um texto e/ou desenho com a solução que cada um escolherá para explicar a
personagem principal como fará para solucionar o problema proposto pela história virtual.
2) Jogos
2.1 Pescaria
Objetivo:
Essa atividade possibilita o movimento, controle, a comparação e a representação das
quantidades.
Conteúdos:
- comparação de quantidades;
- controle de quantidades;
- operações;
- registro das quantidades.
Dinâmica do jogo:
As crianças serão organizadas em grupos. A cada rodada do jogo um integrante de
cada grupo terá 30 segundos para pescar. Os peixes pescados serão representados em um
placar. Ganha o grupo que tiver pescado a maior quantidade de peixes.
2.2 Percurso
Objetivo:
Essa atividade possibilita controlar das quantidades por correspondência um-a-um,
pois, cada bolinha do dado representa uma casa que eles devem andar; desenvolver as
idéias de ordem e seqüência por meio do avanço em direção à chegada; subtração e adição
por meio dos recuos e avanços ocorridos ao longo do jogo; estímulo ao cálculo das casas
que faltam para a chegada.
Conteúdos:
- correspondência um-a-um;
- adição;
- subtração;
- sucessão numérica;
- estimativa.
Dinâmica do jogo:
As crianças serão organizadas em grupos. Cada grupo designará uma criança para ser
o peão, sendo que haverá seis peões de cores diferentes. Outra criança será designada para
jogar o dado. Os peões percorrerão as casas conforme a quantidade representada no dado.
Ganha o grupo em que o peão chegar primeiro ao final.
2.3 Boliche
Objetivo:
Essa atividade possibilita controlar as quantidades por meio da contagem, registro,
comparação e adição. Também pode ser trabalhada a idéia subtrativa, pois a criança pode
fazer a diferença entre o total derrubado e o total em pé.
Por meio da observação das jogadas a criança pode perceber que quanto mais alto
enrolar a corda com a bolinha e quanto mais longe for a disposição dos tocos em relação à
haste, maior é a possibilidade de derrubar o maior número de tocos.
Conteúdos:
- ordenação;
- comparação de quantidades;
- registro de quantidades;
- estratégia de cálculos;
- adição;
- subtração.
Dinâmica da atividade:
Elaboraremos um boliche semelhante ao utilizado anteriormente a criação do boliche
atual. Este jogo será composto por uma haste na qual haverá uma bolinha presa por um
barbante. Os tocos serão dispostos em círculo ao redor da haste.
As crianças serão divididas em grupos. Um integrante de cada grupo terá uma tentativa,
alternando-se os integrantes que jogam. Cada toco derrubado será representado no placar.
Ganha o grupo que derrubar mais tocos.
2.4 Argola
Objetivo:
Essa atividade permite estimar a distância, a intensidade do impulso, a direção e a
noção de razão.
Conteúdos:
- registro de quantidades;
- estratégia de cálculos;
- adição;
- razão.
Dinâmica do jogo:
As crianças serão organizadas em grupos e cada uma receberá cinco argolas, as quais
tentarão acertar na haste. Ganha o grupo que acertar mais argolas.
3) Atividades gráficas
O objetivo da elaboração das atividades gráficas é fazer com que as crianças criem
suas próprias estratégias para representar as soluções. Estas atividades gráficas aproximam-se
dos “problemas de processo” Lopes (2002,p.13), pois é necessário buscar estratégias de
resolução, não bastando apenas o uso de operações matemáticas.
3.1 Atividades
1. Marcelo e o sobrinho do senhor Augusto, o Bruno, estavam jogando boliche que o tio Juca
havia feito para eles.
Marcelo derrubou: Bruno derrubou:
Quem derrubou mais? Represente a quantidade de tocos que um tinha a mais que o outro.
2. Marcelo foi brincar com a caixa de ferraduras do senhor Augusto. Durante a brincadeira,
ele perdeu algumas ferraduras.
Estavam na caixa antes da brincadeira: Estavam na caixa depois da brincadeira:
3. Tio Juca foi pescar no lago da fazenda do senhor Augusto. Pescou tantos peixes que
resolveu presentear seus amigos.
Amigos: Zeca, Joaquim, Antônio, Chico, Pedro, João, Miguel, Rute, Maria, Davi, Manoel e
Noemi.
Amigos: Peixes:
Ele conseguirá dar um peixe para cada amigo? Sobrarão ou faltarão peixes? Represente a
quantidade que vai faltar ou sobrar.
4. Marcelo e Bruno estavam jogando um jogo de percurso.
Bruno percorreu: Marcelo percorreu: