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Escavação em Rochas
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ESCAVAÇÃO EM ROCHA
INTRODUÇÃO
- Limpeza do corte, com remoção de toda a camada de solo existente sobre a rocha
TIPOS DE ESCAVAÇÃO
Operações:
Perfuração
Explosão (fogo)
Remoção da rocha
EQUIPAMENTOS DE PERFURAÇÃO
Perfuratrizes percussivas: golpe, roda, golpe, roda, etc. Podem ser a ar comprimido (mais
comum); à gasolina (leves, para blocos pequenos, com dimensões menores que 1m); hidráulicas
(muito pesadas). Percussão pelo movimento de pistões, controlados por válvulas.
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Perfuratrizes rotativas: demolição apenas por rotação. Montadas sobre plataformas ou carretas,
podem demolir a rocha por uma das seguintes maneiras: corte da rocha; abrasão ou
esmagamento. Uso principal em furos de grande profundidade.
- Reduzir o comprimento das mangueiras de ar, pois quanto mais comprida for essa
mangueira, maior será a perda de carga na linha, reduzindo a pressão do ar.
- Verificar a afiação das brocas de perfuração, para se obter melhores rendimentos e evitar
perdas de ferramentas por quebra.
Existem três tipos de deslocamento: entre furos; abrigo durante explosões; mudança de frente de
trabalho.
Locomoção tracionada: nesse caso as perfuratrizes são montadas em chassis sobre rodas.
Geralmente são equipamentos de peso médio e, para pequenas distâncias, a tração pode ser
manual.
Locomoção própria: perfuratrizes montadas sobre tratores, geralmente de esteiras, que podem
inclusive rebocar os compressores de ar. Para equipamentos possantes.
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PERFURATRIZ SOBRE TRATOR: (CRAWLER DRILL):
As unidades dotadas de perfuratriz única mais comuns trabalham com prefuratrizes de 170 a 270
kgf de peso; rotação independente; φ entre 2” e 5” (5 a 12,5 cm); consumo de ar para
acionamento do conjunto da ordem de 17 m3/min à pressão de 7 kgf/cm2 (100psi).
No caso de uma unidade tratora com duas perfuratrizes, as brocas possuem diâmetro de 27 a 45
mm, as perfuratrizes pesam cerca de 30 kg, o consumo de ar gira em torno de 10,3 m3/min à
pressão de 7 kgf/cm2. Trata-se de um equipamento mais leve em comparação com aquele dotado
de perfuratriz única.
As alternativas quanto a tamanhos são muitas. A angulação frontal ou lateral é muito versátil.
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PERFURATRIZES SOBRE CARRETAS E GRANDES PERFURATRIZES:
T2) perfuração (tempo variável com profundidade, tipo de rocha, velocidade de avanço da
perfuratriz);
T4) retirada das hastes (tempo fixo para cada haste retirada);
T = T1+T2+T3+T4+T5
Ph = (η/60). H1 / T (T em horas)
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EXECUÇÃO DO DESMONTE DE ROCHA (visão geral e definições)
BANCADAS:
diâmetro das perfurações (φ); afastamento (Vt , Vp); espaçamento ( E ); inclinação da face; altura
da bancada (H); profundidade dos furos (H1); carga de fundo (Cf, If); carga de coluna (Cc, Ic);
tampão.
AFASTAMENTO (V):
Distância entre a face da bancada e a linha de furos, e entre duas linhas de furos.
Regra prática:
Devido a desvios por desalinhamento das perfurações, define-se o afastamento prático Vp:
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ESPAÇAMENTO (E) ENTRE FUROS:
Até que o espaçamento ideal seja definido, nas primeiras bancadas fazer:
E = k × V (afastamento)
INCLINAÇÃO DA FACE:
Vantagens:
Desvantagens:
Do equipamento de perfuração:
Tipo de equipamento Profundidade Diâmetro do furo
Perfuratriz manual Até 4 m 1 ¼"
Wagon drill 3a9m 1 ½ a 2 ½"
Perfuratriz sobre trator, coroa normal 6 a 18 m 2 a 5"
Perfuratriz sobre trator, DTH (furo-abaixo: mecanismo de 18 a 30 m 3½a7"
percussão na extremidade da broca, junto à coroa, para evitar
dissipação de energia)
Conjunto de perfuração 30 a 60 m 4 a 10" (ou mais)
Atravessar fraturas pode travar a broca, fazendo com que esta seja perdida. Pode ser conveniente
limitar a altura da bancada em função da ocorrência de fraturas na rocha.
Do acesso às bancadas:
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H
H furo = + 0,2 V
cosα
0,2 V
Mas o critério final de aprovação para um projeto - normalmente a escolha do menor custo aliado
à maior produção - pode ser influenciado por fatores muito variados, como:
TAMPÃO é a parte superior do furo, cheia com areia seca, pó de pedra ou argila. Geralmente tem
extensão V, e ocasionalmente Vp. A existência do tampão aumenta o poder destrutivo da
explosão (fogo).
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TAMPÃO
lT = V
CARGA DE FUNDO:
Quando detonadas várias linhas de fogo, as mais distantes da face têm quantidade maior de
explosivo, para conseguir empurrar o material das primeiras linhas.
CARGA DE COLUNA:
(Um experimento utilizando a carga de coluna como tampão para a detonação da carga de fundo,
realizada microsegundos antes da detonação principal resultou em tal poder destrutivo que não
pôde ser aproveitada a brita resultante: havia se transformado quase totalmente em pó de pedra,
e com lançamentos a distâncias excessivas)
25 0 0 0 0 25
Seqüência de fogo com retardo da detonação das minas junto ao talude (milissegundos)
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Em detonações que precisam ser limitadas, para que a vibração não atinja locais indesejados, e
quando se quer a superfície das faces bem definida, utilizam-se esperas ou retardos. No exemplo
acima, o plano de fogo estabelece que primeiro sejam detonadas as minas do centro, para em
seguida serem detonadas aquelas junto ao talude. Pneus acorrentados sobre a bancada também
reduzem arremessos.
(momentos de explosão)
O objetivo é criar faces livres, facilitando a explosão. No momento em que for ocorrer a explosão
das minas nº1, já haverá faces livres nos lugares onde estavam as minas zero.
A razão de carregamento é expressa em quilos de explosivo por m3 de rocha (em geral, detonada,
medida no transporte).
Cada furo produz um volume de rocha detonada dado por v = V× E × H (mesmo com bancada
inclinada). A produção por metro linear de perfuração será
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P = V . E . H / H1 (m3 / m )
P = produção por metro linear de perfuração
H1 = a metragem do furo
O número de metros de perfuração por m3 de rocha será a perfuração específica.
f = H1 / ( V . E . H ) (m / m3 )
f = perfuração específica
PLANO DE FOGO
Depende primeiro do equipamento de perfuração disponível, que limita o diâmetro dos furos.
Dentro dessas limitações, escolher o mais econômico, compatível com o tamanho dos blocos
desejados (função do equipamento de carga/transporte ou das dimensões da boca do britador).
Chamando:
q = consumo de explosivos por m3 no corte; IC = q . A + f . M
A= custo do quilo de explosivo; Quanto menor IC, menor o
M =custo do metro de perfuração de um determinado diâmetro; custo do plano de fogo.
f = metros de perfuração por m3 de rocha,
IC = índice de custo
Exemplo de um cálculo de plano de fogo (valores aleatórios)
“planilha distribuída em sala de aula”
EXPLOSÃO OU FOGO:
DEFEITOS:
Os principais métodos para a obtenção de superfícies regulares a céu aberto são: Perfuração
linear, detonação amortecida, e pré-fissuramento ou pré-seccionamento.
Funciona bem apenas em maciços homogêneos, sem planos de estratificação, fraturas ou veios.
Requer muitos furos, pouco econômico.
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Executar linha de furos de pequeno Esses furos não são carregados,
diâmetro e espaçamento também apenas enfraquecem o maciço,
pequeno sobre a linha limite da criando um plano enfraquecido de
escavação corte.
A última linha de furos do plano de fogo deve apresentar menor espaçamento e menor
afastamento que as outras, e as duas últimas devem ser detonadas após as demais.
0,75 e
A linha de perfurações ao longo da linha limite de escavação é feita com cuidado redobrado para
evitar desvios, carregada com explosivo leve (carga no fundo = 60 a 90 % da carga usada na
coluna) e detonada com uma espera de atraso em relação às normais (ou após a retirada do
material principal).
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Detonação amortecida : perfuração e carga
Diâmetro do furo (mm) Espaçamento (m) Afastamento (m) Explosivo (kg/m)
50-62 0,90 1,20 0,12-0,37
75-88 1,20 1,50 0,200-0,759
100-112 1,50 1,80 0,37-1,10
125-137 1,80 2,10 1,10-1,50
150-162 2,10 2,70 1,50-2,20
Método do pré-seccionamento ou pré-fissuramento:
Antes da escavação principal, são feitos furos (como na perfuração linear) com pequeno
espaçamento na linha limite de escavação, mas que são carregados e detonados antes, para
produzir um fissuramento ao longo das linhas de perfuração. Só funciona bem com desvios de
perfuração menores que 15 cm no pé do furo.
O melhor espaçamento é de 600 mm entre centros dos furos, e a carga de fundo deve ser de 60 a
90% da usada por metro linear na coluna. A partir da observação dos resultados, são feitos
ajustes e correções.
Antes de iniciar a exploração de uma pedreira, deve-se remover a capa, solo superficial que, se
misturado à rocha detonada, contamina a brita produzida.
A escolha da técnica de desmonte a ser adotada visa evitar blocos de tamanho incompatível com
a boca dos britadores primários.
Quando ocorrem blocos muito grandes, devem ser fracionados por "fogachos" ou pela introdução
de cunhas. Embora tenham – individualmente – baixo custo, atrasam e encarecem a extração.
Perfuratrizes manuais: diâmetro dos furos geralmente 7/8 ", altura máxima 6 m. Furos de levante
com 3,5 a 6 m podem aumentar a produção, conforme a formação rochosa.
Devido a grande profundidade (até 20 m), desvios são comuns, e furos de levante ajudam a evitar
o repé.
Para reduzir vibrações indesejáveis, por proximidade urbana ou estruturas sensíveis a essas
vibrações, usar intervalos entre as detonações.
A malha deve ser ajustada para produzir blocos compatíveis com a boca do britador primário.
Perfurações de grande diâmetro (5 a 9 "): usadas quando o topo da bancada permite fácil
acesso de conjuntos pesados de perfuração. Essa faixa de diâmetros é usada quando se deseja
alta produção, grandes blocos, e pode haver grande consumo de explosivos por fogo.
Utilizado quando o escarificador é insuficiente par arrancar o material de corte (alteração de rocha
ou rocha branda). Geralmente são usadas perfuratrizes manuais, a não ser quando é preciso alta
produção, quando então são usadas wagon-drills ou crawler-drills e furos de até 1 ½ ou 2 ½ ".
Profundidades raramente são maiores que 3 m e não é necessária uma malha precisa, exceto
para grandes blocos.
Objetivo: drenagem profunda, construção de adutoras de água potável, coletores de esgoto, etc.
Em valas de até 1 m de largura no fundo, são feitas duas linhas de perfuração distantes 15 a 30
cm das paredes laterais, com furos opostos ou alternados.
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Furos alternados Furos opostos
Quando a largura é maior que 1 m, há a necessidade de mais uma linha de perfuração central,
detonada antes ou ao mesmo tempo que as laterais.
Equipamentos:
Carregamento: escavadeiras , carregadeiras (esteira ou pneus);
Transporte: caminhões basculantes (comuns: 7 a 12 t; ou fora-de-estrada : 7 a 200 t).
Praças de trabalho e caminhos de serviço: fazer boa manutenção e sinalização para obter
rapidez, segurança e o menor desgaste possível para o material rodante.
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EXPLOSIVOS:
Após a furação, os furos são carregados com explosivos, sendo o fogo iniciado pela detonação de
um explosivo iniciador (uma espoleta por exemplo) no interior da massa de explosivos introduzida
nas perfurações.
1. China : pólvora usada como pirotécnico. Mais tarde como propelente de projéteis
(primeiros canhões).
2. 1354 DC: monge Shwartz: mistura explosiva semelhante à pólvora, usada para fins
bélicos: morteiros, bombardas, etc.
3. 1847: Nitroglicerina (Ascanio Sobreno). Explosão muitas vezes maior que a da pólvora,
mas é perigosa com movimentos bruscos ou atrito.
4. 1863: Alfred Nobel misturou Kieselguhr (base inerte absorvente) à Nitroglicerina, criando a
Dinamite: explosivo com boas condições de segurança.
6. De outro acidente nasceu o ANFO (Ammonium Nitrate and Fuel Oil) mistura de Nitrato de
Amônio e Óleo Diesel, quando o choque de um navio, carregando os dois produtos,
resultou em incêndio seguido de violenta explosão que arrasou o Porto do Texas.
7. 1958: Surgem as Lamas Explosivas: tipo de explosivo que tem água como principal
componente. A água possibilita a elaboração de uma solução que assume a consistência
de um gel, no qual ficam em suspensão os componentes explosivos sólidos, como o nitrato
de amônio e o nitrato de sódio. O gel confere à lama explosiva alta resistência à água.
Pela enorme quantidade de energia útil desenvolvida, apresentam grande capacidade de
trabalho na ruptura de rochas e materiais duros em geral. As lamas podem ser produzidas
em fábrica ou no próprio canteiro de obras. Se produzidas em fábrica, são apresentadas
em cartuchos plásticos, geralmente de 24” de comprimento e diâmetro a partir de 2”. As
lamas produzidas no próprio canteiro são bombeadas para dentro das perfurações por
meio de caminhões dotados de bombas. A existência de fraturas ou falhas significativas na
rocha poderá ser um empecilho à utilização da lama explosiva bombeada, pois provocarão
a fuga da lama.
Explosivos industriais:
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A tendência atual sugere que na fabricação de explosivos industriais sejam utilizados
componentes que isoladamente não sejam substancias explosivas, de forma a garantir completa
segurança dentro das fábricas.
Combustão - É uma reação química de oxidação e geralmente ocorre por conta do oxigênio do
ar. O fenômeno ocorre em baixas velocidades e tem como exemplo a queima de um pedaço de
carvão.
Deflagração-
Detonação-
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CLASSIFICAÇÃO DOS EXPLOSIVOS: Os explosivos são classificados basicamente em três
categorias
Explosivos Primários ou Iniciadores: São materiais utilizados nos processos de iniciação dos
explosivos propriamente ditos: Espoletas, Cordéis Detonantes.
Não têm força para detonar a rocha, apenas para iniciar a explosão. Muito sensíveis.
São mais estáveis que necessitam de uma maior energia esta geralmente
os explosivos comuns quantidade de energia fornecida pela ação direta
para iniciar o processo de da detonação de um
detonação explosivo primário
É o caso das Dinamites, Gelatinas, ANFOS (mistura de Nitrato de Amônio e Óleo Diesel), Lamas,
etc.
Quanto ao desempenho:
Explosivos Deflagrantes: São aqueles que se decompõe através de uma reação de deflagração.
São também denominados baixos explosivos
- Produzem queima rápida, sem grande onda de choque.
- Usados na produção de mármores, paralelepípedos de calçamento, etc. O único
ainda usado é a pólvora negra.
Explosivos Detonantes: Decompõe-se pela reação de detonação e apresentam grande
capacidade de trabalho, pelo que são também conhecidos como explosivos de ruptura.
Força: traduz a quantidade de energia liberada pela comparação com a energia liberada por uma
gelatina composta de 92% de nitroglicerina com 8% de nitrocelulose, e expressa como
percentagem em relação a este padrão. Outro padrão utilizado é o nitrato de amônio.
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Velocidade: a explosão é uma reação química rápida que se inicia em um ponto da massa do
explosivo e se propaga por essa massa produzindo luz, calor e gases a pressão muito elevada.
- Os mais velozes têm nitroglicerina como base: velocidade entre 4000 a 7500 m/s
Denomina-se velocidade estabilizada à atingida após a fase de aceleração. Varia com o diâmetro
da carga explosiva.
Podemos considerar como explosivo de baixa velocidade todo aquele que detonar com até 3.000
m/s, e de alta velocidade todo aquele que superar isto.
Densidade (d) :
Resistência à água: Alguns explosivos, como os de nitrato de amônio, não detonam quando
molhados. Por isso é necessário saber se há água nos furos, para a escolha do explosivo. De um
modo geral, as dinamites tem grande resistência à água, ao passo que os explosivos à base de
nitrato de amônio não a têm, ou tem pouca resistência à água.
A resistência à água é medida pelo número de horas que o explosivo pode ficar submerso e ainda
assim iniciar com eficiência e detonar completamente com a espoleta.
Quanto à resistência à água, os explosivos industriais podem ser classificados como tendo:
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Quanto à resistência à água, os explosivos também são divididos em classes:
Classe Resistência à água (horas)
1 Indefinida
2 32 a 71
3 16 a 31
4 8 a 15
5 4a7
6 1a3
7 Não resiste
Sensibilidade:
- quanto a sensibilidade à iniciação:
- diz-se que um explosivo é sensível ao cordel detonante, à espoleta simples n.º
6, n.º 8 , etc.
- quanto à indução pela explosão de um cartucho próximo, classifica-se um explosivo
pela distância máxima entre cartuchos, que provoca a iniciação da explosão. É
chamada sensibilidade à propagação e é expressa em centímetros.
TIPOS DE EXPLOSIVOS:
Pólvora Negra: Baixa velocidade, baixo explosivo, higroscópico. A pólvora negra explosiva é
produzida em dois tipos:
Tipo A : contém nitrato de potássio, enxofre e carvão vegetal. É utilizada nas escavações a céu
aberto, em corte de rocha. Praticamente não é mais utilizada no desmonte intensivo de rochas.
Tipo B: contém nitrato de sódio, enxofre e carvão vegetal. Mais lenta que a do tipo A e também
de menor força. É utilizada na detonação de argilas e folhelhos.
Além de apresentadas na forma de pó, também podem ser apresentadas em cartuchos cilíndricos,
φ 1 ¼ a 2" . Também chamada pólvora tubular, mas não tem aplicação nos desmontes de rocha.
Gelatinas : São também explosivos contendo nitroglicerina, mas com consistência diferente da
dinamite. Consistência plástica , caixas com 25 kg com 96 a 220 cartuchos, φ 7/8" a 1 ½." As
gelatinas têm na sua composição nitroglicerina, nitrato de sódio, enxofre, farinhas orgânicas etc.
Há gelatinas nas quais parte da nitroglicerina foi substituída por nitrato de amônio. São as
gelatinas amoniacais, também chamadas especiais. As gelatinas amoniacais têm baixa
resistência à água, mas são mais econômicas.
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Anfos (Ammonium Nitrate + Fuel Oil) : basicamente nitrato de amônio . Os explosivos à base de
nitrato de amônio são extremamente seguros por não ser o nitrato de amônio detonável através
de espoletas. Requer a detonação de um cartucho de alto explosivo para ser iniciado. É um
explosivo que precisa de escorva para detonar. Geralmente semigelatinoso ou gelatinoso. Sem
resistência à água, baixa densidade, baixo custo. Devido à baixa densidade, usados em carga de
coluna.
Lamas explosivas: pasta fluida, com nitroglicerina e água. A água possibilita uma solução que
assume a consistência de um gel, no qual ficam em suspensão os ingredientes explosivos sólidos,
como o nitrato de amônio e o nitrato de sódio. O gel confere à lama explosiva alta resistência à
água. Outras características: alta densidade e – pela plasticidade – alta razão linear de
carregamento. Uso: carga de fundo ou – alternando com Anfo – em carga de coluna. Qualquer
tipo de rocha. Cartuchos de polietileno, φ 2 a 5 ".
Pastas: (Aquagel) : semelhantes à lamas explosivas, mas sem nitroglicerina. Têm partículas
metálicas finas que aumentam a quantidade de energia liberada. Caixas de 25 Kg com 32 a 96
cartuchos, φ 7/8 a 1 ½". Fogachos, túneis, aplicação geral.
Emulsões: Líquidos, fácil carregamento por bombeamento. Densidade maior que a da água,
conseguem expulsá-la. Excelente resistência à água e densidade de carregamento. Muito estável
ao atrito e choque. Iniciação com cordel detonante ou espoleta n.º 8 . Alta velocidade, cartuchos
de polietileno em caixas de 25 kg.
Não fazer grande demolição sem testar antes a eficiência. É impossível escolha definitiva sem
testes locais. Consultar assistência técnica do fabricante, pois folhetos não informam tudo.
Acendedores: para iniciar a detonação de espoletas. Podem ser: estopim de segurança, estopim
ultra-rápido, conectores para estopim, cordão ignitor, reforçadores.
Estopim ultra-rápido: para iniciar dinamites e nitrocarbonitratos. Alta segurança contra impacto,
correntes parasitas, eletricidade estática. Velocidade na ordem de 2000 m/s. Conector numa
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ponta, e na outra espoleta instantânea ou retardo.
Conectores para estopim: mesmo princípio do estopim, providenciam a ligação destes com o
cordão ignitor.
Cordão ignitor: cordão fino e flexível , revestido com polietileno, que queima com chama firme.
Usado para acender linhas de estopins em qualquer quantidade.
Reforçadores (boosters): cargas explosivas de alta potência usadas para iniciar a explosão de
explosivos de baixa sensibilidade, como ANFOS, pastas detonantes, e para assegurar a
continuidade da onda explosiva ao longo da coluna. Combinam alta velocidade de detonação com
alta energia. Geralmente são iniciados com cordel detonante, espoleta simples ou elétrica.
Aumentam a segurança contra detonações falhas.
Espoletas elétricas: são detonadas por uma corrente elétrica, sendo necessária uma intensidade
mínima para provocar a detonação. Permitem detonações simultâneas. Podem ser instantâneas
ou "de tempo" (que detonam instantes após a passagem da corrente elétrica; as espoletas de
tempo são semelhantes às comuns, diferindo apenas por possuírem um elemento de retardo
colocado entre a ponte elétrica e a carga explosiva):
• Nas detonações em série, usar corrente maior que nas detonações isoladas. Nas
detonações em série e paralelo, usar tabelas para determinar a intensidade da corrente.
Detonação: A intensidade da corrente deve ser a indicada para a espoleta, pois se MENOR, pode
atrasar o aquecimento e a detonação, se MAIOR, pode avariar a espoleta sem detoná-la, ou
abreviar a detonação.
Circuitos de detonação:
Em série:
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Paralelos
Em circuitos paralelos: Considerar apenas a resistência dos fios. Quando usadas espoletas
comuns, devem ficar nas extremidades, para evitar que sua detonação antecipada corte a
corrente, impedindo a detonação das espoletas com espera. Não há limitação teórica quanto à
quantidade de espoletas. Os limites são práticos. No insucesso de detonação muito extensa,
torna-se muito difícil e perigoso o desarmamento. Também aumenta o tempo, e em conseqüência
o risco de detonação antecipada (causada por relâmpagos, eletricidade estática da atmosfera,
proximidade de linhas de alta-tensão, eletricidade estática produzida por equipamentos de rádio,
televisão ou radar).
Em série-paralelo :
Cordéis detonantes:
Forma mais segura para a detonação de fogo a céu aberto. São explosivos, e dispensam
espoletas, funcionando como escorva para as cargas explosivas. Têm núcleo de alto explosivo
(PETN – tetra-nitrato de penta-eritritol) e revestimento (fibras de PVC ou náilon) conforme a
finalidade. Velocidade de detonação de 7000 m/s, superior a dinamite e gelatinas. Fornecido em
rolos, aspecto de cabo elétrico. Circuitos como os elétricos. Ligações por nós padronizados ou fita
isolante. Inicialização por espoleta elétrica ou simples (n.º 8) ou por cordel de diâmetro igual ou
maior.
Cuidados: Fazer ligações perpendiculares. Evitar cruzamento de pontas. Não permitir cruzamento
de linhas nem mesmo aproximações. Proteger entrada de água nos furos com tampa plástica, e
evitar que os cordéis se umedeçam com óleo do explosivo. Em presença de umidade, isolar
extremidades. Evitar atrito e esmagamento do cordel. Antes da iniciação, conferir todas as
ligações e o tensionamento dos circuitos.
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Retardos para cordel detonante: 5, 10, 20, 30 , 50 e 100 milisegundos, diferenciados por cores
azul, verde, amarela, laranja, vermelha e branca, respectivamente. Caixas com 50 unidades.
O carregamento pode ser manual (o mais comum) ou mecânico. É sempre lento, cuidadoso, e se
mal executado pode levar a explosões incompletas, que – se não detectadas e tomadas as
providências necessárias, causam acidentes.
Carregamento Manual: Os furos devem estar limpos e desobstruídos. Após a furação são limpos
com sopro de ar (ou colher) e removidas pedras soltas. Depois são tampados com cones de
plástico (no Brasil ainda se usa capim). Os explosivos são cortados ao longo do comprimento,
colocados em posição e adensados, para ocupar todo o volume do furo. Em furos lisos admite-se
folga entre o diâmetro dos cartuchos e o do furo de ½", ou ¼ " em furos estreitos. Quando as
paredes são ásperas, dobrar a folga. Cartuchos de dinamite não precisam ser rasgados, pois
quando apiloados, o material pulverulento se amolga. Explosivos granulares podem ser
despejados no furo, com auxílio de funil. A escorva, cartucho que inicia o fogo, não é socada, não
pode entrar primeiro. No caso de espoleta elétrica, fica no fundo, com a ponta para cima, e inicia a
explosão pela carga de fundo. No caso de cordel detonante, a carga de coluna inicia a explosão,
na velocidade de propagação do cordel (~7000 m/s). Os soquetes são de madeira, às vezes de
plástico, nunca metálicos. A densidade ideal é obtida socando-se mais a carga de fundo ou
usando espaçadores na coluna, ou ainda utilizando explosivos de densidades diferentes. Nos
furos estreitos, a carga desce por tubos de cobre ou espetada em bambu, enquanto o cordel ou fio
elétrico permanece esticado por uma vara, que é retirada ao final do carregamento do furo. Nos
furos estreitos e compridos, o adensamento é feito com um pilão cilíndrico de madeira, lastreado
com bronze ou chumbo e suspenso por corda (se encravar um cartuxo, tem de ser
desencravado). Nos furos de grande diâmetro e profundidade, o soquete é um bloco de madeira
lastreado. Quando existe água no furo, o lastro é aumentado. Se os cartuchos descem
pendurados por cordéis, usar cartuchos com alça ou prender a ponta da corda com cunhas
(soltam-se com puxões secos). Controle de profundidade é feito com trenas de pano, lastreadas
com 150 a 200 g de chumbo. NUNCA se faz o carregamento de furos quando houver
possibilidade de temporal. O tamponamento é feito com o próprio resíduo da furação, com areia,
com argila ou com argamassa de argila e areia (1:2); tem a finalidade de evitar a interferência
indesejável de explosão de furos próximos, durante o fogo, ou a propagação de alguma explosão
antecipada, acidental.
Carregamento mecânico:
Ainda pouco usado no Brasil, testado e aprovado para explosivos de dinamite gelatinosa. A
introdução dos cartuchos através do carregador pneumático é feita por meio de ar comprimido. O
operador controla a entrada de ar comprimido através de um pedal que aciona uma válvula. Os
cartuchos são introduzidos manualmente e impulsionados e conduzidos para dentro do furo
através de tubo metálico ou de polietileno (preferível).
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