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“O local da cultura” – uma breve 

resenha
Posted on 18/07/2013  by  PESQUISAFACOMUFJF1 Comentário

Capa do livro “O local da cultura” publicado pela Editora UFMG


No livro, Homi Bhabha propõe uma discussão sobre o sujeito colonizado e o
colonizador, levantando questões sobre como ocorre a construção do discurso de poder
que garante a dominação e superioridade de um povo sobre outro.

Dois conceitos são fundamentais para entender esse processo: o estereótipo e a mímica.
Através de um discurso que exalta um povo, uma raça, valores são repassados de
geração em geração. Enquanto que tudo que não está presente nessa narrativa passa a
ser desconstruído, repudiado e mal visto. Com isso, temos a criação de estereótipos que
fixam uma ideia negativa a respeito do outro, do que não está classificado dentro dos
padrões sociais requeridos.

O estereótipo atua no sentido de reconhecer e de recusar a diferença. Ele impõe um


enquadramento, uma classificação, que não corresponde muitas vezes à realidade social.
Já a mímica é utilizada por ser indeterminada, ambígua, podendo contestar, inclusive, a
representação de uma diferença.

A construção do sentimento de nacionalidade, de comunidade foi fundamental para a


consolidação dos Estados Nacionais. A formação da ideia de uma nação ocorre através
do compartilhamento de sentidos, de narrativas produzidas pelas culturas nacionais.
Como afirma Benedict Anderson, “a identidade nacional é uma comunidade imaginada”
(ANDERSON apud HALL, 2006, p. 51).

São narrativas moldadas pela força das inter-relações sociais que comportam no seu
interior elementos de coesão, resistência, consonância e dissonância. A nacionalidade é
um conjunto de representações, características da cultura de um povo que permite
reconhecê-lo, diferenciá-lo dos demais.
Para dizer de forma simples: Não importa quão diferentes seus membros possam ser em
termos de classe, gênero ou raça, uma cultura nacional busca unificá-los numa
identidade cultural, para representá-los todos como pertencendo à mesma e grande
família nacional (HALL, 2006, p.59).

Diferentemente dessa visão homogênea e horizontal, Bhabha propõe uma nova forma de
pensar a nação, privilegiando suas relações, seus conflitos sociais, suas minorias, seus
grupos excluídos. Bhabha também discorre sobre o conceito de diversidade cultural e
diferença cultural, preferindo a utilização desse último termo para o tratamento das
questões ligadas a cultura. Segundo ele, a diversidade cultural abrange um universo de
coisas, enquanto a diferença cultural representa melhor como enunciados são criados
para promover a legitimação de determinadas culturas em relação a outras.

Referências:

BHABHA, Homi K. O local da cultura. Ed. UFMG: Belo Horizonte, 2005.


HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. DP&A: Rio de Janeiro,
2006.
Por: Haydêe Sant’ Ana Arantes graduada em Comunicação Social pela UFJF e
mestranda do PPGCOM –UFJF na linha de Comunicação e Identidade

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