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A tecnologia

como aliada
na gestão das
instituições
de saúde

1
Introdução 03

O que mudou na gestão da saúde com a tecnologia? 06

É essencial garantir segurança e confiabilidade 10

Informações para a tomada de decisões estratégicas 13

O cumprimento das obrigações 18

Os processos financeiros nas instituições de saúde 20

Informatização para integrar os processos


e as áreas da instituição de saúde
24

Mobilidade e gestão da saúde 27

Atendimento diferenciado ao paciente 29

Conclusão 31

Sobre a MV 33
Introdução

A crise econômica que vivemos hoje é, de longe, a mais impactante


desde meados dos anos 80, a chamada “década perdida”. O setor
de saúde (público e privado), que não conseguiu alinhar sua
estrutura ao aumento de demanda dos últimos anos, além de já
enfrentar há algum tempo dificuldades no gerenciamento de custos,
se tornou um dos alvos mais frágeis desse período de recessão.
Dólar alto representa maiores gastos na compra e manutenção de
equipamentos (muitos deles, importados). Pressões constantes sobre
a folha de pagamento de hospitais, clínicas e laboratórios sufocam o
faturamento destas instituições, retardando investimentos essenciais
e melhoria na qualidade dos serviços prestados. Por fim, a extrema
competitividade do setor, estimulada pela ascensão da classe C e
suas demandas por serviços de saúde mais complexos, torna crucial
a elaboração de um planejamento estratégico preciso para elevar
receita e reduzir despesas, questões que passam, inevitavelmente,
pelo sólido investimento em tecnologia.

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Introdução

A questão central nesse conflito crise x tecnologia é que, assim como ocorre em outros setores
da economia, muitos gestores da área de saúde pública e privada, ao menor sinal de retração,
se apressam em cortar custos de forma deliberada, sem qualquer estratégia ou estudo de
impacto. Essa postura automatizada de eliminar custos de forma generalizada em épocas
difíceis, costuma se iniciar justamente pela área que mais deveria ser estimulada em momentos
de recessão: a TI.

Prontuários eletrônicos, sistema de gestão hospitalar automatizado, implementação de sistemas


integrados que acelerem o atendimento, agendamentos de consultas pela internet, etc.. Os recursos de
tecnologia da informação aplicados à área de saúde oferecem, em geral, um retorno sobre o investimento
altamente significativo (processos mais ágeis, melhoria no nível de serviço e na avaliação da população,
redução de gastos com processos manuais e minimização de erros), o que suplanta, em larga medida, o
investimento realizado. Essa é a consciência que todo gestor deve ter ao elaborar o plano de crescimento
de seu estabelecimento privado de saúde ou organizar a saúde pública de seu estado ou município.

A excelência hospitalar exige, portanto, eficácia em custos em consonância com qualidade máxima do
serviço prestado, algo que só pode ser alcançado, em sua plenitude, por meio do investimento maciço

4
Introdução

em tecnologia na área de saúde.


Este e-Book será um guia para
que os profissionais de saúde
(especialmente, os gestores)
possam seguir para conhecer
mais sobre a tecnologia que vem
revolucionando esse setor, o
que ela trouxe de benefícios no
alcance da excelência dos serviços
prestados, e como a informatização
pode ser o real ponto de redução
de custos, criando uma gestão
verdadeiramente “sustentável” na
área da saúde.

5
O que mudou na gestão
da saúde com a tecnologia?

O Brasil tem, atualmente, 1,4 mil operadoras de planos de saúde, que


respondem por 50,8 milhões de beneficiários de convênios médicos e
21,4 milhões de usuários de planos odontológicos. São cerca de 20
mil laboratórios credenciados no país e 5.105 hospitais gerais
espalhados pelo território nacional. Os números são estratosféricos,
mas ainda discretos se pensarmos no aumento da demanda por
esses serviços nos últimos anos, tanto no setor público como na área
privada. Só entre 2007 e 2013, por exemplo, 8 milhões de
pessoas migraram do SUS para o sistema privado; todavia, a falta de
infraestrutura e as limitações orçamentárias do sistema público, se
fizeram entraves ao aumento efetivo de qualidade na prestação de
serviços públicos de saúde.

A solução para esse cenário, adotada por muitos gestores de visão


(da esfera pública e privada), foi a informatização total de sua rede de
saúde. Entre as transformações que vem ocorrendo, podemos citar:

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O que mudou na gestão da saúde com a tecnologia?

• A mudança logística dos atendimentos em ambulatórios e prontos-socorros, com a inserção de sistema


integrado de senhas que reduz o tempo de espera e aumenta a rotatividade nessas instituições.

• Passou-se a utilizar análise de dados (Big Data Analytics) para compreender fenômenos
epidemiológicos com antecedência e, assim, fortalecer as estratégias de medicina preventiva. Essa
iniciativa reduz custos junto a fornecedores, à medida que evita, por exemplo, compra de lotes de
medicamentos e vacinas de última hora.

• Armazenamento integral do histórico do paciente através de serviços em nuvem; assim, resultados


de exames, laudos, receituários, dados de internações e medicamentos prescritos passam a estar
disponíveis em bancos de dados que podem ser acessados, a partir de um smartphone, por
profissionais da saúde e pelos próprios pacientes.

• Troca de informações à distância entre médicos e pacientes, bem como monitoramento à distância
de suas condições de saúde (telemedicina), estratégia que aproxima médicos e pacientes, além de
reduzir o fluxo nos consultórios.

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O que mudou na gestão da saúde com a tecnologia?

• A implementação de unificados sistemas de gestão em


hospitais, clínicas e laboratórios conseguiu integrar de
forma plena os processo internos, evitando pagamentos
indevidos no comissionamento e otimizando gerenciamento
de estoques, controle de registros contábeis, administração
farmacêutica e faturamento. Controles fortalecidos significam
estancamento de recursos desperdiçados, questão essencial
em um setor de altos custos.

Todas as mudanças citadas fazem parte de um processo evolutivo


acelerado na estrutura de administração da saúde no país,
impulsionado pelo próprio contexto em que o setor foi posicionado a
partir da década de 2000. O aumento voraz da procura pelos planos
de saúde privados duplicou a quantidade de pacientes nas filas dos
prontos-socorros particulares, o que exigiu uma reengenharia completa
dos processos de atendimento. Da mesma maneira, na rede pública, a
pressão pela melhoria na qualidade dos serviços gerou a necessidade
de integrar UBSs, SAMUs, unidades de pronto-socorro e hospitais

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O que mudou na gestão da saúde com a tecnologia?

gerais, enxugando custos, uniformizando informações e evitando atendimentos equivocados e divergentes


por parte de profissionais de estabelecimentos distintos. Por isso é cada vez mais comum observar
prefeituras e governos estaduais implementando sistemas de gestão de saúde, ocasionando, na maioria dos
casos, melhorias claras nos índices de aprovação dos governos que se lançam ao futuro através desse tipo
de investimento.

Por fim, as operadoras de planos de saúde tiveram que buscar alinhar minimamente sua estrutura
ao crescimento de demanda, implantando, por exemplo, mecanismos mais céleres de liberação
de procedimentos hospitalares, como exames e cirurgias de urgência. A falência recente de
alguns planos de saúde, noticiada em abundância na mídia, se explica, entre outros fatores, pela
incapacidade de alguns players do mercado em reduzirem custos com a inserção da TI em seus
processos internos.

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É essencial garantir segurança e confiabilidade

No início do mês de setembro, a ANS propôs a criação de um selo


de qualidade, o qual deverá balizar os reajustes concedidos pelas
operadoras a quem presta serviço de assistência à saúde. De acordo
com o novo modelo, que deve valer a partir de dezembro, os hospitais,
clínicas e laboratórios poderão receber reajustes inferiores ao IPCA
(índice que referencia a inflação) caso não alcancem determinados
quesitos de qualidade.

Esse fato é apenas um exemplo da pressão sofrida pelas instituições


de saúde com relação à melhoria de serviços: estamos falando em
rapidez no atendimento, diagnósticos mais assertivos, segurança das
informações, disponibilização de equipamentos de ponta no mercado,
profissionais atualizados e trabalhando em sincronia e higiene plena
em suas dependências. Segurança e confiabilidade são vertentes que
não devem ser submetidas a economias, sob pena de comprometer,
inclusive, o repasse de verbas por parte de operadoras de planos
de saúde ou órgãos governamentais (caso das Santas Casas de
Misericórdia).

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É essencial garantir segurança e confiabilidade

A primeira solução para quem deseja levar seu hospital ou o sistema de saúde de seu município/
estado para o futuro é implementar um sistema de “registro eletrônico de saúde”, ou, em outras
palavras, o Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP).

Todos os dias, centros de saúde produzem toneladas de informações confidenciais. Receitas, procedimentos
realizados, diagnósticos e resultados de exames: controlar esses dados de centenas de milhares de pessoas
por meio de fichas em papel ou arquivos em Excel é assinar o atestado de óbito de sua instituição. Não há
como exigir eficiência dos profissionais se as ferramentas são obsoletas ou inadequadas a uma gestão de
dados eficiente. O Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP) entra nesse setor justamente para aumentar a
confiabilidade e dar mais segurança às informações armazenadas. Esse aplicativo traz como benefícios:

• Mobilidade: desde que devidamente autorizado, qualquer profissional da área médica da instituição
poderá ter acesso aos dados do paciente, a partir de qualquer smartphone (dados são armazenados
em nuvem, com alto nível de segurança). Isso confere mais rapidez no trato das informações e evita
mal-entendidos que podem, em última análise, custar uma vida.

11
É essencial garantir segurança e confiabilidade

• Segurança da informação: o controle do acesso às informações se dá, nos melhores sistemas,


com biometria. Além disso, a certificação digital é usada para garantir proteção integral dos
dados armazenados em nuvem.

• Menor chance de erros: anotações ilegíveis em uma prancheta podem fazer com que
um enfermeiro administre um medicamento incorreto a um paciente, o que pode trazer
consequências fatais.

• Respeito ao meio ambiente: redução na carga de papel sendo impressa é respeito ao


ecossistema, o que não pode faltar a quem trabalha com saúde.

• Redução de custos: desnecessidade de impressões significa menor custo com compra de


materiais de escritório, como papeis e cartuchos.

• Rapidez no acesso à informação: médicos, enfermeiros e biomédicos (desde que autorizados)


terão acesso às mesmas informações, as quais poderão ser visualizadas com celeridade,
facilitando a tomada de decisões. E, levando-se em conta que estamos tratando de uma área em
que um segundo pode ser o limiar entre a vida e a morte, essa virtude é fundamental.

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Informações para a tomada
de decisões estratégicas

O desenvolvimento de equipamentos baseados em nanotecnologia


possibilitou a centros de pesquisa de ponta no Brasil se aprofundar no
trabalho com terapia celular através das células-tronco que, no futuro,
abrirá as portas para a restauração de células nervosas, regeneração de
órgãos e até a cura de doenças degenerativas como o Alzheimer. Nos
dois casos citados, estamos falando em coleta e tratamento de dados
para tomar decisões estratégicas e encontrar caminhos que aprimorem
o rumo da medicina no mundo moderno. Esse esforço científico
passa por um trabalho intenso com Big Data Analytics, uma solução
tecnológica que se tornou indispensável para gerenciar e tornar mais
previsível a demanda em hospitais, redes básicas de saúde, prontos-
socorros e laboratórios.

Para quem ainda não conhece, Big Data Analytics se refere ao grande
volume de dados que circula na sociedade moderna, bem como aos
sistemas de alta capacidade de processamento e altíssima velocidade,
desenvolvidos para coletar, agregar e processar todo esse oceano
de dados não estruturados, transformando-os em informações

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Informações para a tomada de decisões estratégicas

estratégicas que dêem vantagem competitiva às organizações. O setor de saúde pode usar a análise
preditiva para prevenir doenças, encontrar cura para enfermidades e se preparar antecipadamente para
eventos difíceis de serem previstos.

O trabalho com a chamada “mineração de dados” também permite, por exemplo, coletar
centenas de milhares de informações de pacientes de uma cidade, a fim de descobrir, com
antecedência, o início de uma epidemia e, assim ter maior tempo de resposta para a adoção
das medidas necessárias, o que, em última análise, significa redução de custos para o
estabelecimento de saúde.

Esse aprimoramento na gestão de dados no setor de saúde fomentou o desenvolvimento de uma série de
aplicativos e sistemas de otimização de performance hospitalar, tais como:

• Prescrição Eletrônica: receitas em papel são facilmente extraviadas e uma nova visita ao médico
pode demorar meses. Pensando nessa problemática, alguns pesquisadores norte-americanos vêm
desenvolvendo um sistema que permita ao médico prescrever a receita diretamente à farmácia. Isso
faria com que o paciente se dirigisse à drogaria apenas para pagar e retirar seu medicamento

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Informações para a tomada de decisões estratégicas

• Monitoramento de pacientes à distância: algumas


instituições de saúde já utilizam sistemas de controle à
distância de pacientes que sofrem de patologias crônicas.
Realização de exercícios físicos, verificação da pressão
arterial, nível de glicose, qualidade do sono, alterações
neurológicas e até o efeito dos hábitos alimentares podem
ser rastreados no dia a dia.

• Apps de saúde: existem hoje inúmeros aplicativos


específicos para mobile que auxiliam na gestão de
tratamentos, os quais vão desde softwares que gerenciam
a administração de medicamentos (não só lembrando
horários de uso, mas contendo detalhes de efeitos,
contraindicações, tabela completa de medicações prescritas,
etc.), até os chamados “virtual check ups”, desenvolvidos
para a comunidade médica, no intuito de gerar, de forma
automática, listas de exames para cada patologia, de acordo
com as especificidades dos pacientes.

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Informações para a tomada de decisões estratégicas

Como pode ser percebido, a gestão de dados na área de saúde é ponto central para a sobrevivência das
instituições privadas e alcance de excelência na saúde pública. Todos esses dados gerados e coletados por
meio dos sistemas mencionados podem ser aproveitados para estudos posteriores em Big Data. O resultado
pode ser, em breve:

• Cura da AIDS: no Brasil, o Instituto do Coração da USP utiliza, há alguns anos, algoritmos
disponíveis em bancos de dados do mundo todo para avaliar os padrões de mutação do vírus HIV.
Esse monitoramento pode acelerar a descoberta da cura da doença que, desde seu surgimento, já
infectou cerca de 60 milhões de pessoas no mundo.

• Prescrição de terapias mais assertivas contra o câncer: a Universidade de Boston, nos EUA, assim
como no caso do Incor, utiliza bancos de dados para estudar estatisticamente casos similares de
doenças, bem como os diversos tipos de tratamentos realizados ao redor do Globo. Essa investigação
permanente possibilita às instituições prescreverem terapias mais eficientes para cada tipo de tumor.

• Uso de Big Social Data para alertar autoridades públicas sobre surtos e anomalias de saúde
em comunidades: O Google já faz isso através do Google Flu Trends, que recolhe manifestações em
mídias sociais para estimar o risco de eventos relacionados à gripe em todas as partes do mundo.

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Informações para a tomada de decisões estratégicas

Essa estratégia pode gerar indicadores de alertas bastante específicos, tal como a quantidade de
particulados na atmosfera e classificação de sintomas por região. Na esfera pública nacional, o DATASUS
nasceu com a intenção de gerar esse acervo de apoio às ações de saúde pública.

• Análise de taxa de regressão (para hospitais): quantos, dos pacientes atendidos e medicados,
retornam dentro do período de 1 mês, apresentando os mesmos problemas? Será que ele foi, de fato,
atendido adequadamente? Esse monitoramento da taxa de regressão pode ser feito com o auxílio de
soluções em Big Data Analytics.

• Melhora na previsão da cadeia de suprimentos: conforme já citado nas linhas acima, prever a quantidade
de medicamentos, soros fisiológicos e produtos descartáveis a serem adquiridos é tarefa árdua aos gestores
de instituições de saúde. O Big Data correlaciona dados como fatores climáticos, série histórica de aumento
de reprodução de vírus e bactérias, etc., tornando mais óbvio o que antes era escuridão.

• Maior velocidade nos estudos de compatibilidade para doação de órgãos: o intercruzamento


em alta velocidade de todos os dados de doadores reduzirá as filas de espera, além de fornecer
informações mais precisas sobre eventuais compatibilidades. Essencial em um país que tem mais de 38
mil pessoas dependendo de um transplante para sobreviver, não?

17
O cumprimento das obrigações

O Ministério Público e a Agência Nacional de Saúde (ANS) vêm


fechando o cerco sobre hospitais, centros de medicina diagnóstica,
operadoras de planos de saúde e entes federativos que não cumprem
as obrigações legais perante a sociedade (no que se refere à prestação
de serviços de saúde). Só em 2014, foram 93,5 mil reclamações
interpostas na agência reguladora, o que evidencia uma população
que também é cada vez mais exigente e fiscalizadora. Diante dessa
pressão por resultados e da multiplicidade de obrigações legais, evitar
multas, suspensão de comercialização de planos de saúde e ações
judiciais contra estados e municípios, exige o controle pleno de todas
as operações e obrigações mensais. A tecnologia pode atuar também
nessa esfera, como aliada na excelência no cumprimento de prazos e
determinações.

Imaginemos o exemplo de uma operadora de plano de saúde privado.


O calendário de obrigações impostas pela ANS é extenso. Dados
mensais de atenção à saúde, informações sobre fluxo de caixa, PPA
sobre Provisão de Eventos a Liquidar, etc., existem obrigações quase

18
O cumprimento das obrigações

diárias impostas pelo órgão regulatório, o que torna muito fácil para uma operadora se tornar irregular. A
implementação de um sistema de gestão facilita a visualização das entregas, torna mais célere os processos
de compliance e evita prejuízos financeiros às operadoras.

Da mesma maneira, a prestação de contas das instituições públicas (subordinadas às Secretarias de Saúde)
aos Tribunais de Contas envolve uma organização financeira e contábil milimétrica, difícil de ser mantida
no dia a dia. Balancetes, Demonstrativos de Resultados do Exercício (DREs), fluxos de caixa, balanços e
comprovação de mutações patrimoniais. Existem sistemas de gestão de qualidade e de rotinas empresariais
de alta performance, capazes de monitorar riscos, gerar gráficos de gestão de qualidade, centralizar fluxos
contábeis, auxiliar na gestão de projetos e criar indicadores que serão usados para gerenciar o desempenho
de seu centro de saúde, laboratório ou rede de atendimento de saúde (pública ou privada).

Por fim, vale lembrar que o repasse de verbas do SUS aos municípios gera a responsabilização legal dos
gestores das instituições beneficiadas, responsabilização esta que pode gerar até mesmo a abertura de
processo de Improbidade Administrativa em caso de inconformidades. Algumas economias não valem o
risco: é totalmente inviável realizar essas tratativas com eficiência sem um sistema de gestão integrado e de
uma consultoria que lhe dê suporte para a implementação desse tipo de solução.

19
Os processos financeiros
nas instituições de saúde

O setor de saúde é um dos mais tardios no Brasil a absorver as


soluções da TI em seus processos internos. Isso explica em parte as
dificuldades atuais na gestão financeira enfrentadas por hospitais da
rede privada, setor público, centros de medicina diagnóstica e hospitais
filantrópicos (um dos que mais sofrem com a falta de uma gestão
estratégica moderna e de resultados robustos). No caso deste último,
soma-se à tecnologia obsoleta, a queda nas doações, a desatualização
da tabela do SUS e a gestão equivocada, que refletem a situação
agonizante de muitas Santas Casas, por exemplo.

Redução de custos é a palavra de ordem no setor. Conforme já


dissemos acima, ao contrário do que pensa o senso comum, é
ampliando os investimentos em TI que se chega, no médio prazo, à
redução de custos fixos e variáveis, além da melhoria de eficiência e
fortalecimento da credibilidade da instituição. Mas como a tecnologia
pode impactar a gestão financeira de um hospital, uma rede pública de
saúde, um laboratório ou uma operadora de planos de saúde?

20
Os processos financeiros nas instituições de saúde

• Emissão de notas fiscais eletrônicas: reduz tempo perdido com processos burocráticos, gerando mais
confiabilidade, segurança e redução de erros (basta que o cadastro do paciente tenha sido feito
corretamente);

• Gestão de Estoques gerenciada por meio de sistemas inteligentes: quem dera se todos os setores de
farmácia dos hospitais tivessem um software que monitorasse a rotatividade de seus medicamentos,
acionando um alerta automático de compra no setor competente sempre que o Estoque de
Segurança fosse acionado. Concorda?

• Ainda com relação à Gestão de Estoques, existem sistemas no mercado que calculam variações
sazonais de demanda, baseados em série histórica, média móvel ponderada e outras ferramentas
estatísticas importantes. É tornar mais previsível o imponderável, o que permite maior tempo de
negociação com fornecedores de produtos descartáveis e medicamentos, reduzindo os impactos
financeiros das despesas correntes das instituições.

• Sistema de gestão estratégica: a sobrevivência de uma instituição de saúde depende de


gerenciamento adequado de custos e produtividade crescente. Um sistema baseado em indicadores-
chaves de desempenho serve como uma bússola a essas instituições, que poderá ter mais clara

21
Os processos financeiros nas instituições de saúde

a visão de sua entidade ou sistema de saúde, subsidiando a


adoção de estratégias de impacto financeiro.

• Softwares de agendamento eletrônico: redução de filas, maior


qualidade no atendimento e, por fim, maior quantidade de
pacientes atendidos diariamente; este último detalhe, em
instituições privadas, significa aumento de faturamento atrelado
à excelência na prestação de serviços. Além disso, é sempre
importante lembrar que o custo da manutenção operacional de
um call center 24 horas/7 dias por semana é altíssimo, caso seja
implementado sem o complemento de sistemas automatizados.

• Sistemas de gestão de planos de saúde e hospitais integram


informações entre setores que costumam ter dificuldades de
comunicação, o que resulta em retrabalhos e dados duplicados.
Como seria mais simples e eficaz a gestão financeira se uma
baixa no estoque de uma UBS gerasse, automaticamente, um
acréscimo na conta “ativo circulante” do balanço patrimonial!

22
Os processos financeiros nas instituições de saúde

Ou se os indicadores de desempenho entre setores de marketing e vendas (nas operadoras de


planos de saúde) fossem, de fato, integrados, dissolvendo a verdadeira Torre de Babel que se forma
no contato entre estes departamentos! Ou que biomédicos de um laboratório pudessem ter acesso
aos dados de seus testes por meio de apps mobile, facilitando o acesso e o compartilhamento de
informações entre profissionais!

• Sistemas de Gestão de Custos Hospitalares: auxílio na elaboração de tabelas de preços, informações


agregadas para facilitar negociação com operadoras de planos de saúde, gerenciamento de
depreciações, além de aumento da rentabilidade da instituição.

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Informatização para integrar os
processos e as áreas da instituição de saúde

O Balanced Scorecard (BSC) é uma das mais importantes ferramentas


de planejamento estratégico do mundo dos negócios. Embora
estejamos tratando de um centro de saúde, um laboratório ou uma
Secretaria de Saúde, redução de custos e aumento na qualidade
fazem parte também da realidade desse setor, o que o legitima a
utilizar ferramentas de gestão empresarial que consigam mensurar
desempenho e fornecer um norte para a tomada de decisões.

O BSC é um conceito que se baseia na ideia de que indicadores


puramente financeiros não são suficientes para medir todo o potencial
e os rumos da empresa no mercado. Dessa maneira, o Balanced
Scorecard atua simultaneamente em quatro perspectivas (Financeira,
Clientes, Processos Internos e Aprendizado e Crescimento). Perceba
que estamos, até este momento, falando apenas de um conceito: é
ótimo, mas apenas um conceito. Foi preciso o desenvolvimento de
poderosos sistemas de gestão para que essa ideia passasse a ser
realmente funcional no dia a dia das organizações.

24
Informatização para integrar os processos e as áreas da instituição de saúde

Uma instituição de saúde precisa monitorar o tempo médio de


atendimento em cada setor, o tempo médio que seus pacientes
gastam até receberem o atendimento completo, a variação de custos
com medicamento, as oscilações de demandas de procedimentos
médicos, a qualidade do atendimento dos profissionais e a taxa de
regresso. Integrar as áreas de assistências com as áreas de apoio dos
hospitais, unidades de internação, farmácia, laboratório e gestão de
leito, contribui para uma assistência mais qualificada sem contratempos
dos ruídos da comunicação convencional, como papel, telefone, entre
outros. Após a prescrição médica, o sistema se encarregará de informar
a esses setores as necessidades para o atendimento ao paciente e o
seu grau de urgência.

No caso de uma operadora de plano de saúde, taxa de churn (perda


de clientes), inadimplência e elevação na demanda por procedimentos
cirúrgicos eletivos são alguns dos indicadores que devem ser
gerenciados. Nem é preciso dizer que esse oceano de métricas precisa
de controle automatizado, certo? Tanto para a correta mensuração

25
Informatização para integrar os processos e as áreas da instituição de saúde

como para fornecer subsídios para posterior trabalho em Big Data Analytics, existem, no mercado,
importantes sistemas que trabalham com KPIs (Indicadores de Performance) e que, certamente, fazem a
diferença em um centro de saúde.

Um sistema que trabalhe sob a premissa do BSC é capaz de transformar esses indicadores em
informações estratégicas de alta relevância, além de facilitar a integração dos dados de todas
as áreas de um centro de saúde ou rede de saúde pública. Dados da recepção do hospital,
laboratórios, consultórios e enfermarias precisam estar integrados para evitar desperdícios,
trabalhos inócuos e erros por falhas na comunicação. Da mesma maneira, a visualização de seus
indicadores de desempenho (em todas as esferas da instituição) permite que se tenha uma visão
macro da organização. Informatização é essencial também no controle e integração de processos
de áreas distintas.

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Mobilidade e gestão da saúde

A tecnologia mudou a forma de interação entre profissional de


saúde e paciente. Por meio da telemedicina, é possível acompanhar
as alterações orgânicas em um indivíduo monitorado e até dar
diagnósticos à distância (o wearable, que será visto mais abaixo,
também exerce função importante nessa transição da medicina).

Nos EUA, já existem apps que realizam eletrocardiogramas monocanal


e que rodam em Android e IOS. Têm sido usados por médicos para
monitorar o padrão eletrocardiográfico dos pacientes e, com isso,
subsidiar decisões mais assertivas.

Existem também no mercado apps que compilam informações médicas,


como CIDs, tratamentos, relação de sintomas e possíveis enfermidades,
exames padrões a serem solicitados em cada situação, etc..

27
Mobilidade e gestão da saúde

No que tange à administração, um sistema de gestão hospitalar permite a visualização de todos os dados
financeiros, contábeis, da cadeia logística e até do fluxo de atendimentos, que poderão ser gerenciados
à distância por CEOs. Imagine, neste caso que, a presença de gestor em um congresso internacional, por
exemplo, não o impedirá de controlar o que ocorre em sua instituição. O mesmo raciocínio vale para um
Secretário de Saúde ou diretor de operadora de plano de saúde.

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Atendimento diferenciado ao paciente

Neste ponto, é importante deixar claro que as instituições de saúde


lidam com indivíduos que podem ser, ao mesmo tempo, pacientes
ou clientes, a depender do momento da relação. Os valores éticos e
morais, inerentes ao exercício da medicina, impõem ao profissional da
área médica e à instituição de saúde uma abordagem humanizada ao
cidadão enfermo e envolvido em uma áurea temporária de fragilidade.

Por outro lado, todos os fatores internos e externos extra-atendimento


devem ser realizados pensando no indivíduo como cliente, como um
consumidor de serviços que busca excelência, agilidade e eficiência nos
procedimentos contratados. Em outras palavras, dentro do consultório,
a instituição trata com pacientes; fora dela, com clientes, conceito que
subsidia o uso do Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/90) em
caso de má prestação de serviços.

Essa ambivalência atípica de público-alvo, peculiar ao setor de saúde,


exige que todas as implementações tecnológicas feitas em uma
instituição hospitalar ou centro de diagnósticos por imagem sejam

29
Atendimento diferenciado ao paciente

trazidas para auxiliar o paciente em seus momentos de fragilidade, jamais para desumanizar o atendimento
ou racionalizar processos focando apenas em questões mercadológicas. Neste setor, business deve estar
permanentemente de mãos dadas com preceitos éticos, algo que não deve sair da mente do gestor no
momento de escolher quais tecnologias serão implementadas e quais os objetivos a serem alcançados.

Exemplos recentes de sucesso nessa combinação redução de custos e fortalecimento do atendimento


humanizado estão nos avanços da telemedicina e dos dispositivos vestíveis (Wearables).

Os Wearables são pequenos dispositivos eletrônicos, como pulseiras, relógios e óculos, dotados de
hardwares capazes de coletar dados e os retransmitir para bancos de dados em nuvem, os quais serão
objetos de análises futuras (ou em tempo real) pelas equipes médicas.

Já a telemedicina objetiva ampliar o atendimento e a cobertura do acompanhamento médico nos casos em


que a distância possa ser um fator crítico. Essa tecnologia é especialmente importante em regiões formadas
por comunidades com difícil acesso aos serviços de saúde, como é o caso das populações indígenas.

Estes são dois exemplos do quanto a tecnologia pode aprimorar a experiência da sociedade com o
sistema de saúde.

30
Conclusão

Não há como se esconder da revolução tempestuosa promovida pela


combinação de tecnologias como Cloud, Big Data, Mobile, Natural
Language Processing, Internet das Coisas e, especialmente, a chamada
Tecnologia Vestível (wearables). Soma-se a estes fenômenos o fato de
90% dos dados gerados no mundo terem sido criados nos últimos
dois anos, o que evidencia uma mudança social profunda em seus
processos de comunicação e gerenciamento empresarial. O setor de
saúde deve absorver todas essas transformações, trazendo para seus
processos internos e metodologias, a rapidez, assertividade e redução
de custos advindas dos recursos de TI.

Aos centros de medicina diagnóstica, a adoção de soluções integradas


de RIS (Radiology Information System) e PACS (Picture Archiving and
Communication System) é essencial para assegurar inteligência ao fluxo
de trabalho e mais agilidade na captura, armazenamento e distribuição
de imagens. Aos gestores de saúde púbica, a implementação de
um sistema de gestão que integre AMA, UBS, hospitais de urgência
e equipes de Programas de Saúde da Família garante a redução

31
Conclusão

do desperdício, melhora a produtividade, a otimização na qualidade do atendimento, além, é claro, de


repercutir positivamente na avaliação da população em relação ao governo atual. Por fim, a organização
dos processos administrativos, financeiros e gerenciais de uma operadora de plano de saúde por meio de
um sistema que simplifique e racionalize procedimentos é indispensável para romper barreiras e alcançar
resultados financeiros robustos, especialmente em um momento econômico que impõe a redução de custos
e acompanhamento minucioso de indicadores de desempenho.

Dessa forma, a implantação de equipamentos de tecnologia de ponta, sistemas de gestão de saúde de


alta performance e a inserção de softwares que deem inteligência à dinâmica de uma instituição (ou órgão
público do setor) são o verdadeiro tripé da área de saúde no século XXI. Tais transformações devem,
no entanto, ser inseridas com o auxílio de uma especialista em sistemas de gestão de saúde, a qual irá
primeiramente diagnosticar a estrutura do estabelecimento (ou município), mensurar suas necessidades,
quais tecnologias devem ser implementadas, organizar treinamento e prover suporte para os desafios
inerentes a esse reposicionamento no mercado em direção ao futuro. O objetivo com essas iniciativas deve
ser o de se diferenciar no mercado por meio do melhor atendimento, gestão de excelência e operações com
custo mínimo e máxima efetividade. Esse deve ser o alvo supremo de todo gestor que atue nesse segmento:
promover o atendimento humanizado e a valorização da vida.

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A MV é líder no mercado brasileiro de sistemas de gestão de saúde. Tendo como
principal atividade o desenvolvimento de softwares, complementado por serviços
de consultoria, a empresa fornece soluções que atendem a hospitais, operadoras
de planos de saúde, centros de medicina diagnóstica e toda a rede de saúde
pública, incluindo a gestão de unidades, atenção primária, complexo regulador,
assistência farmacêutica e transporte sanitário. Mais de 1000 instituições e 250 mil
usuários já integraram diversas soluções MV aos seus cotidianos para responder
com eficiência, agilidade, precisão e segurança a todas as necessidades de gestão
da informação na saúde.

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