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Equações Diferenciais Parciais

Prof. Marcio Carvalho

Departamento de Engenharia Mecânica


PUC-Rio

msc@puc-rio.br
http://wwwusers.rdc.puc-rio.br/carvalho/
Ementa 1. Equação de Onda
1.1. Método das Características
2. EDP linear de 2a ordem.
2.1. Princípio da Superposição
2.2. Classificação
3. Equação do Calor
3.1. Princípio do Máximo
3.2. Separação de Variáveis
4. Série de Funções
4.1. Série de Fourier
4.2. Série de Potência – Funções de Bessel
5. Equação de Advecção-Difusão
6. Equação de Navier-Stokes
6.1. Formulação
6.2. Soluções exatas
6.3. Escoamento Potencial
7. Transformada de Fourier
7.1. Transformada e Transformada Inversa
7.2. Solução de EDP
2
1. Equação de Onda

Equações Diferenciais Parciais são muito estudadas pois descrevem


muitos fenômenos físicos.  Vamos iniciar o estudo olhando um problema simples.
Considere um corda esticada entre dois pontos (0,0) e (l,0).  Nesta posição inicial
de equilíbrio, a corda é tensionada como uma tração de T0 .

x
l

Vamos estudar o movimento da corda dado um deslocamento e velocidade


inicial e força de corpo na direção y.
3
Considere s a coordenada x de um ponto da corda na posição de equilíbrio.
O movimento da corda pode ser descrito pela posição (x,y) de cada ponto s
em cada instante de tempo t:

x = x( s, t )
y = y ( s, t )

Condição inicial: x ( s , t = 0) = s
y ( s , t = 0) = f ( s )
∂x
( s , 0) = 0
∂t
∂y
( s , 0) = g ( s )
∂t

Hipóteses simplificadoras:  Não há resistência a flexão – forças tangenciais.

4
y T ( s2 , t ) Equação de equilíbrio:

s2
s ∑F x =Ma x

T ( s1 , t ) s1 ∑F y =Ma y

x
∂x ∂x
∑F x
= Tx ( s2 ) − Tx ( s1 ) = T ( s2 ) ∂s
( s2 )
− T ( s1 ) ∂s
( s1 )
A ⎛ ∂x ⎞ ⎛ ∂y ⎞
2 2
⎛ ∂x ⎞ ⎛ ∂y ⎞
2 2

⎜ ⎟ +⎜ ⎟ ⎜ ⎟ +⎜ ⎟
⎝ ∂s ⎠ ⎝ ∂s ⎠ ⎝ ∂s ⎠ ⎝ ∂s ⎠
∂2x
s
Ma x 2
= ∫ ρ ( s ) 2 ds
A ∂t
s1
⎡ ⎤
⎢ ∂x ⎥
∂ ⎢ ∂ s ⎥ ∂2x
Igualando as expressões: ⎢ T ⎥ =ρ 2
∂s ⎛ ∂x ⎞ ⎛ ∂y ⎞ ⎥
2 2 ∂t
⎢ ⎜ ⎟ +⎜ ⎟ ⎥
⎢⎣ ⎝ ∂s ⎠ ⎝ ∂s ⎠ ⎦ 5
⎡ ⎤
⎢ ∂y ⎥
∂ ⎢ ∂ s ⎥ ∂ 2
y
Procedendo de forma análoga para direção y:
⎢ T ⎥ = ρ − ρF ( x , t )
∂s ⎛ ∂x ⎞ ⎛ ∂y ⎞ ⎥
2 2 ∂t 2
⎢ ⎜ ⎟ +⎜ ⎟ ⎥
⎢⎣ ⎝ ∂s ⎠ ⎝ ∂s ⎠ ⎦

Assumindo que a corda é perfeitamente elástica, a tensão é uma função da


⎛ ∂x ⎞ ⎛ ∂y ⎞
2 2

deformação local por unidade de comprimento: e ≡ ⎜ ⎟ + ⎜ ⎟ − 1


⎝ ∂s ⎠ ⎝ ∂s ⎠

T ( s, t ) = ℘(e( s, t ), s )

A função ℘(e( s, t ), s ) descreve o comportamento elástico da corda em s.


Na posição de equilíbrio:
℘(e = 0, s ) = T0

A formulação fica completa considerando que a corda está fixa nas extremidades:
x(0, t ) = 0 ; x(l , t ) = l
y (0, t ) = 0 ; y (l , t ) = 0 6
O problema descrito é extremamente complexo e não‐linear.
Vamos considerar o caso de pequenos deslocamentos e consequentemente
que a corda nunca fica em uma configuração vertical:  ∂x ∂s ≠ 0

Desta forma, s pode ser escrito como uma função de x e t e desta forma, y pode
ser escrito como uma função de x e t .

y ( s, t ) = v( x( s, t ), t )

∂y ∂v ∂x
= ,
∂s ∂x ∂s
∂y ∂v ∂x ∂v
= +
∂t ∂x ∂t ∂t
∂ 2 y ∂ ⎛ ∂v ∂x ⎞ ∂ ⎛ ∂v ⎞ ∂ 2 v ⎛ ∂x ⎞
2
∂ 2 v ∂x ∂v ∂ 2 x ∂ 2 v
= ⎜ ⎟+ ⎜ ⎟ = 2 ⎜ ⎟ +2 + + 2
∂t 2
∂t ⎝ ∂x ∂t ⎠ ∂t ⎝ ∂t ⎠ ∂x ⎝ ∂t ⎠ ∂x∂t ∂t ∂x ∂t 2
∂t
7
Equação de equilíbrio na direção y pode ser escrita como:
⎡ ⎤
⎢ ∂x ∂v ⎥
∂ ⎢ ∂s ∂x ⎥ ⎡ ∂ 2
v ⎛ ∂x ⎞
2
∂ 2 v ∂x ∂v ∂ 2 x ∂ 2 v ⎤
⎢ T ⎥ = ρ⎢ 2 ⎜ ⎟ + 2 + + 2 ⎥ − ρF
∂s ⎛ ∂x ⎞ ⎛ ∂y ⎞ ⎥
2 2
⎣⎢ ∂x ⎝ ∂t ⎠ ∂x∂t ∂t ∂x ∂t 2
∂t ⎦⎥
⎢ ⎜ ⎟ +⎜ ⎟ ⎥
⎢⎣ ⎝ ∂s ⎠ ⎝ ∂s ⎠ ⎦

⎡ ⎤
⎢ ∂ x ⎥ ∂x
T T
∂v ∂ ⎢ ∂s ⎥ ∂s ∂ ⎡ ∂v ⎤
+
∂x ∂s ⎢ ⎛ ∂x ⎞ 2 ⎛ ∂y ⎞ 2 ⎥ 2 ∂s ⎢ ∂x ⎥
⎢ ⎜ ⎟ +⎜ ⎟ ⎥ ⎛ ∂x ⎞ ⎛ ∂y ⎞
2
⎣ ⎦
⎢⎣ ⎝ ∂s ⎠ ⎝ ∂s ⎠ ⎥⎦ ⎜ ⎟ +⎜ ⎟
⎝ ∂s ⎠ ⎝ ∂s ⎠
∂ 2 v ∂x
∂x 2 ∂s
∂2x
ρ 2
∂t
℘(e, s ) ⎛ ∂x ⎞ ∂ 2 v
2

equação de equilíbrio na direção x. ⎜ ⎟


e + 1 ⎝ ∂s ⎠ ∂x 2

8
℘(e, s ) ⎛ ∂x ⎞ ∂ 2 v ∂ 2 x ∂v ⎡ ∂ 2 v ⎛ ∂x ⎞ 2 ∂ 2 v ∂x ∂v ∂ 2 x ∂ 2 v ⎤
2

⎜ ⎟ +ρ 2 = ρ⎢ 2 ⎜ ⎟ + 2 + + 2 ⎥ − ρF
e + 1 ⎝ ∂s ⎠ ∂x 2
∂t ∂x ⎢⎣ ∂x ⎝ ∂t ⎠ ∂x∂t ∂t ∂x ∂t 2
∂t ⎥⎦

⎡℘(e, s ) ⎛ ∂x ⎞ 2 ⎛ ∂x ⎞ ⎤ ∂ v
2 2
∂ 2 v ∂x ∂ 2v
⎢ ⎜ ⎟ − ρ ⎜ ⎟ ⎥ 2 − 2ρ − ρ 2 = − ρF
⎢⎣ e + 1 ⎝ ∂s ⎠ ⎝ ∂t ⎠ ⎥⎦ ∂x ∂x∂t ∂t ∂t

∂v ∂x
Simplificações de pequenas deformações: x ≈ s ; e is small ; << 1 ; << 1
∂x ∂t

∂ 2u ∂ 2u u ( x,0) = f ( x) y ≅ u ( x, t )
T0 2 − ρ 2 = − ρF
∂x ∂t
∂u
( x,0) = g ( x)
∂t
u (0, t ) = 0
u (l , t ) = 0

9
EQUAÇÃO DE ONDA UNIDIMENSIONAL HOMOGÊNEA 

∂ 2u 2 ∂ 2u c( x) = 0
T
−c =0 onde:                              (1)
∂t 2 ∂x 2 ρ

Considere as seguintes variáveis: ξ = x + ct


η = x − ct

∂u ∂u ∂ξ ∂u ∂η ∂u ∂u
= + = +
∂x ∂ξ ∂x ∂η ∂x ∂ξ ∂η
∂ 2u ∂ ⎡ ∂u ∂u ⎤ ∂ 2u ∂ξ ∂ 2u ∂η ∂ 2u ∂η ∂ 2u ∂η ∂ 2u ∂ 2u ∂ 2u
= + = + + + = +2 +
∂x 2 ∂x ⎢⎣ ∂ξ ∂η ⎥⎦ ∂ξ 2 ∂x ∂ξ∂η ∂x ∂ξ∂η ∂x ∂η 2 ∂x ∂ξ 2 ∂ξ∂η ∂η 2

∂u ∂u ∂ξ ∂u ∂η ∂u ∂u ⎛ ∂u ∂u ⎞
= + =c −c = c⎜⎜ − ⎟⎟
∂t ∂ξ ∂t ∂η ∂t ∂ξ ∂η ⎝ ∂ξ ∂η ⎠
∂ 2u ∂ ⎡ ∂u ∂u ⎤ 2⎡∂ u ∂ 2u ∂ 2u ⎤
2
=c ⎢ − ⎥ =c ⎢ 2 −2 + 2⎥
∂t 2
∂t ⎣ ∂ξ ∂η ⎦ ⎣ ∂ξ ∂ξ∂η ∂η ⎦
10
A equação de onde fica: − 4c ∂ 2
u ∂ 2u
2
=0 ⇒ =0
∂ξ∂η ∂ξ∂η

A solução é da forma, proposta por d’Alembert: u = p (ξ ) + q (η )


u ( x, t ) = p ( x + ct ) + q ( x − ct )

Se considerarmos t como um parâmetro, a trasformação ξ = x + ct


representa a translação do sistema de coordenada para a esquerda no valor
de ct.  Como a translação é proporcional ao tempo, um ponto ξ = constante
move‐se para a esquerda a uma velocidade c.  A solução da forma

u ( x, t ) = p ( x + ct )

representa uma onda movendo‐se com velocidade –c sem mudar a sua forma.

11
Da mesma forma, a solução da forma

u ( x, t ) = q ( x − ct )

representa uma onda movendo‐se com velocidade +c sem mudar a sua forma.

Logo, qualquer solução da equação (1) é a soma de uma onda movendo‐se para


a esquerda com velocidade –c e uma onda movendo‐se para direita com 
velocidade +c.  Como as duas ondas se propagam em sentidos opostos, a forma
de u(x,t) em geral muda com o tempo.

u (x) u ( x, t 2 ) = p ( x + ct2 ); t 2 > t1 u (x)


u ( x, t1 ) = q ( x − ct1 ) u ( x, t ) = p ( x + ct );
u ( x, t1 ) = p ( x + ct1 )
2 2

t 2 > t1

x x
12
Para determinarmos a solução da equação (1) precisamos determinar as 
funções p(ξ ) e q (η ) a partir das condições iniciais.

u ( x,0) = f ( x) ⇒ p ( x) + q ( x) = f ( x)
∂u ⎡ dp ∂ξ dq ∂η ⎤
( x,0) = g ( x) ⇒ ⎢ + ⎥ ( x,0) = cp' ( x) − cq' ( x) = g ( x)
∂x ⎣ dξ ∂t dη ∂t ⎦

Manipulando as equações:
1 1
2cp' ( x) = cf ' ( x) + g ( x) ⇒ p ' ( x) = f ' ( x) + g ( x)
2 2c
ξ
1 1
p (ξ ) = f (ξ ) + ∫ g (ζ )dζ + K para 0 ≤ ξ ≤ l
2 2c 0

Utilizando a primeira equação:

q (η ) = f (η ) − p (η )
ξ
1 1
q (η ) = f (η ) − ∫ g (ζ )dζ − K para 0 ≤ η ≤ l
2 2c 0 13
Logo: u ( x, t ) = p ( x + ct ) + q ( x − ct ) =
1 ⎡ ⎤
x + ct x − ct
= [ f ( x + ct ) + f ( x − ct )] + ⎢ ∫ g (ζ )dζ − ∫ g (ζ )dζ ⎥ =
1
2 2c ⎣ 0 0 ⎦

x + ct
u ( x, t ) = [ f ( x + ct ) + f ( x − ct )] +
1 1
2 ∫ g (ζ )dζ
2c x −ct

para 0 ≤ x + ct ≤ l e 0 ≤ x − ct ≤ l
t
x + ct = constante → x − ct = constante →
linha de p constante linha de q constante

x l−x
t ≥0;t ≤ ;t ≤
c c
x
Nesta região, a solução é definida
x=0 x=l pelos dados iniciais f(x) e g(x) e 
independe das cond. contorno.  14
Para obtermos soluções para tempos fora da região marcada, temos que
usar as condições de contorno em x=0 e x=l.

u( x = 0, t ) = p(ct ) + q(−ct ) = 0 para t ≥ 0


u( x = l , t ) = p(l + ct ) + q(l − ct ) = 0 para t ≥ 0

ζ = −ct ⇒ q(ζ ) = − p(−ζ ) para ζ ≤ 0 (2)


ζ = l + ct ⇒ p(ζ ) = −q(2l − ζ ) para ζ ≥ l (3)
ξ
1 1
como p (ξ ) = f (ξ ) + ∫ g (ζ )dζ + K para 0 ≤ ξ ≤ l
2 2c 0

−η
1 1
q (η ) = − f (−η ) −
2 2c ∫ g (ζ )dζ − K
0
para − l ≤ η ≤ 0

Agora já temos q(η ) para − l ≤ η ≤ l ⇒ − l ≤ x − ct ≤ l


15
Tomando l ≤ ξ ≤ 3l e usando a equação p(ζ ) = −q(2l − ζ ) para ζ ≥ l
2l −ξ
1 1
p(ξ ) = −q(2l − ξ ) = − f (2l − ξ ) +
2 2c ∫ g (ζ )dζ + K
0
para l ≤ ξ ≤ 2l

ξ − 2l
1 1
p(ξ ) = −q(2l − ξ ) = f (ξ − 2l ) +
2 2c ∫ g (ζ )dζ + K
0
para 2l ≤ ξ ≤ 3l

e assim por diante.

Exemplo 1: f ( x) = x(l − x) g ( x) = 0 para 0 ≤ x ≤ l

t 1
p (ξ ) = ξ (l − ξ ) + K para 0 ≤ ξ ≤ l
2
1
q (η ) = η (l − η ) − K para 0 ≤ η ≤ l
2

f ( x) = x(l − x) A partir dos dados iniciais, podemos obter os


valores das funções para o domínio todo…
x=0 x=l 16
Usando a equação (2):

q(η ) = − p(−η ) para − l ≤ η ≤ 0


1 1
q(η ) = − (−η )(l + η ) − K ⇒ q(η ) = η (l + η ) − K
2 2

Usando a equação (3):

p(ξ ) = −q(2l − ξ ) para l ≤ ξ ≤ 2l ; 0 ≤ 2l − ξ ≤ l


123
η

p(ξ ) = − (2l − ξ )(l − (2l − ξ ) ) + K ⇒


1 1
p(ξ ) = − (ξ − l )(2l − ξ ) + K
2 2

p(ξ ) = −q(2l − ξ ) para 2l ≤ ξ ≤ 3l ; − l ≤ 2l − ξ ≤ 0


123
η

p(ξ ) = − (2l − ξ )(l + (2l − ξ ) ) + K ⇒


1 1
p(ξ ) = (ξ − 2l )(3l − ξ ) + K
2 2

17
Usando a equação (2):

q(η ) = − p(−η ) para − 2l ≤ η ≤ −l


1 1
q(η ) = (−η − l )(2l + η ) − K ⇒ q(η ) = − (l + η )(2l + η ) − K
2 2

q(η ) = − p(−η ) para − 3l ≤ η ≤ −2l


1 1
q(η ) = − (−η − 2l )(3l + η ) − K ⇒ q(η ) = (2l + η )(3l + η ) − K
2 2

Por indução: 

p(ξ ) = (−1) n (ξ − nl )((n + 1)l − ξ ) + K ; nl ≤ ξ ≤ (n + 1)l


1
2

q(η ) = (−1) m−1 (ml + η )((m − 1)l + η ) − K ; − ml ≤ η ≤ −(m − 1)l


1
2

18
Para determinarmos o valor da solução da equação diferencial em
um determinado ponto, temos que determinar os valores de m e n tais que:

nl ≤ x + ct ≤ (n + 1)l e − ml ≤ x − ct ≤ −(m − 1)l

9
x + ct = → n=2
1 4
Por exemplo, se  c = 1 , l = 1 , x = , t=2
4 7
x − ct = − → m=2
4

⎛ 1 ⎞ ⎡ 1 ⎛ 9 ⎞⎛ 9 ⎞ ⎤ ⎡ 1 ⎛ 7 ⎞⎛ 7 ⎞ ⎤ 3
u⎜ ,2 ⎟ = ⎢ ⎜ − 2 ⎟⎜ 3 − ⎟ + K ⎥ + ⎢− ⎜ 2 − ⎟⎜1 − ⎟ − K ⎥ =
⎝ 4 ⎠ ⎣ 2 ⎝ 4 ⎠⎝ 4 ⎠ ⎦ ⎣ 2⎝ 4 ⎠⎝ 4 ⎠ ⎦ 16

19
Comparando a definição das funções p e q para os diferentes intervalos, pode‐se
perceber que as fórmulas são equivalentes se ampliarmos a definição das
condições iniciais f(x) e g(x) como funções ímpares em relação a x = 0 e x = l.

x + ct
u ( x, t ) = [ f ( x + ct ) + f ( x − ct )] +
1 1
2 ∫ g (ζ ) dζ
2c x −ct

Onde f(x) e g(x) são definidas tal que:

f ( x) = − f ( − x) e g ( x) = − g ( − x)
f ( x) = − f (2l − x) e g ( x) = − g (2l − x)

f ( x) = x(l − x)

x=0 x=l
20
Exemplo 2: ∂ 2u 2 ∂ 2u t
−c =0
∂t 2 ∂x 2

⎧ 1
⎪⎪ x para 0 ≤ x ≤ l
u ( x,0) = ⎨ 2
⎪l − x para 1 l ≤ x ≤ l x=0 f (x) x=l
⎪⎩ 2
∂u
( x,0) = 0
∂t
u (0, t ) = 0
u (l , t ) = 0

Corda esticada em seu ponto médio e largada repentinamente.

Determine a solução do problema.

21
x + ct
u ( x, t ) = [ f ( x + ct ) + f ( x − ct )] +
1 1
2c x −∫ct
Solução : g (ζ )dζ
2
t 14243
=0

x=0 f (x) x=l

Para x e t tal que 0 ≤ x − ct < x + ct ≤ l


l
a) 0 ≤ x − ct < < x + ct ≤ l
2
u ( x, t ) = [l − ( x + ct ) + x − ct ] = − ct
1 l
2 2
l
b) 0 ≤ x − ct < x + ct <
( x, t ) 2
u ( x, t ) = [( x + ct ) + ( x − ct )] = x
1
2
l
c) ≤ x − ct < x + ct < l
x = 0 x − ct x + ct x = l 2
u ( x, t ) = [l − ( x + ct ) + l − ( x − ct )] = l − x
1
2 22
l
t< u (x)
c O ponto com descontinuidade na derivada
da função se propaga nos dois sentidos com
velocidade c.  Em t = l/2c, eles atingem as
extremidades do domínio. 
x=0 x=l
l l
x= − ct x= + ct
2 2
l
t=
2c u (x)

x=0 x=l
l l
<t <
2c c x − ct < 0 e x + ct > l
u (x)
A extensão de f(x) para x<0 e x>l possui valores
negativos.  Desta forma u(x) possui valores
x=0 x=l negativos.

23
Resumindo …

u=0

l
u=−
2

u=0

l
u=
2
x
x=0 l x=l
2

24
1.1. Método das Características
x + ct
u ( x, t ) = [ f ( x + ct ) + f ( x − ct )] +
1 1
2c x −∫ct
g (ζ ) dζ
2

Para calcularmos a solução em (x0,t0), precisamos


de informação entre os pontos x0 − ct0 e x0 + ct0

O domínio de dependência do ponto (x0,t0) é:


( x0 , t0 )
[x0 − ct0 , x0 + ct0 ]
A informação propaga‐se com velocidade finita.
x = 0 x0 − ct0 x0 + ct0 x = l

A informação de delocamento inicial propaga‐se com velocidade igual a c.

A informação de velocidade inicial propaga‐se em todas as velocidades até c.

25
Vamos considerar um exemplo tal que g(x) = 0 e f(x) = 0 a menos em x0.

Como g(x) = 0, solução do problema é dada por:


f (x)

x0
u ( x, t ) =
1
[ f ( x + ct ) + f ( x − ct )]
x=0 x=l 2

x0 l − x0
Considerando tempos pequenos, tal que t < e t<
c c
x0 − ct e x0 + ct
a solução do problema é nula a menos em uma pequena região em torno de                                .

Estes pontos ficam sobre as retas x − ct = x0 e x + ct = x0 que passam pelo ponto ( x0 , t ) .

Estas retas são chamadas de linhas características do problema. 

x + ct = x0

x=0 x0 x=l
x − ct = x0 26
x0
Em t < a linha característica esquerda atinge a fronteira x = 0. 
c

x0
Para calcular u ( x, t ) com x < x0 e t > ,  precisamos extender a definição de f(x) como
c
uma função ímpar em relação a x = 0.  Logo:

⎡ ⎤
1⎢ ⎥
u ( x, t ) = ⎢ f ( x + ct ) + f ( 1x2 −3 ct ) ⎥ = Negativo
2⎢
142<04 3⎥
⎢⎣ − f ( − ( x − ct )) ⎥

t
u ( x, t ) < 0 Podemos dizer que a a linha característica
x0 Esquerda foi refletida em x = 0.   Após a
c
reflexão, o pulso é transmitido com um
− x0 x0 x=l valor negativo. 
f (− x0 ) = − f ( x0 ) < 0

27
Para maiores valores de tempo… 

u ( x, t )

− x0 x0 x=l x = 2l − x0 x = 2l + x0
f ( x0 ) < 0 f ( x0 ) > 0 f (2l − x0 ) < 0 f (2l − x0 ) > 0

28
Vamos considerar o mesmo problema, mas agora com outra condição de contorno.

∂ 2u 2 ∂ 2u u ( x,0) = f ( x)
−c =0
∂t 2
∂x 2
∂u
( x,0) = g ( x)
∂t
∂u
(0, t ) = 0
∂x
∂u Derivada nula nos contornos.
(l , t ) = 0
∂x

Pode‐se mostrar que a solução pode ser obtida da mesma forma anterior, mas agora


extendendo os dados iniciais f(x) e g(x) como funções pares ao redor de x = 0 e x = l.

Se consideramos o mesmo exemplo anterior mas com c.c. de derivada nula nos contornos, 


as reflexões não são acompanhadas de troca de sinal da função.

29
t

u ( x, t )

− x0 x0 x=l x = 2l − x0 x = 2l + x0
f ( x0 ) > 0 f ( x0 ) > 0 f (2l − x0 ) > 0 f (2l − x0 ) > 0

30
EQUAÇÃO DE ONDA UNIDIMENSIONAL NÃO HOMOGÊNEA 

u ( x,0) = f ( x)
∂ 2u 2 ∂ 2u
−c = F ( x, t ) ∂u
∂t 2
∂x 2
( x,0) = g ( x)
∂t

Solução de d’Alembert

x + ct t x + c ( t −t )
u ( x, t ) = [ f ( x + ct ) + f ( x − ct )] +
1 1 1
2c x −∫ct 2c ∫0 x −c∫( t −t )
g (ζ ) d ζ + F ( x , t ) d x dt
2

A solução é obtida da mesma forma que a equação homogênea, extendendo a 


função F(x,t) como uma função ímpar em relação a x = 0 e x = l.

31
EQUAÇÃO DE ONDA UNIDIMENSIONAL COM VELOCIDADE VARIÁVEL

∂ 2u 2 ∂ 2u u ( x,0) = f ( x)
− c ( x ) 2 = F ( x, t )
∂t 2
∂x ∂u
( x,0) = g ( x)
∂t

A solução é obtida da mesma forma só que as linhas características são dadas por:


x
C1 : t = t − ∫
dt 1 c(ξ )
=± x
dx c( x) x

C1 : t = t − ∫
x
c(ξ )

32
EXERCÍCIOS:
1. Determine a configuração de uma corda de comprimento unitário que satisfaz
a seguinte EDP.

∂ 2u ∂ 2u u ( x,0) = sin(π x) u (0, t ) = 0


− =0
∂t 2 ∂x 2 ∂u u (1, t ) = 0
( x,0) = 0
∂t
1
2.   Calcule o valor da solução do problema abaixo em x = e t = 2.
2

∂ 2u ∂ 2u ∂u
− 2 =0 u ( x,0) = 1 (0, t ) = 0
∂t 2
∂x ∂x
∂u
( x,0) = sin 3 (π x) ∂u
∂t (l , t ) = 0
∂x
1
3.   Calcule o valor da solução do problema abaixo em x = e t = 1.
4
∂ 2u ∂ 2u u ( x,0) = 0
− = t sin 2
(π x) u (0, t ) = 0
∂t 2
∂x 2
∂u
( x,0) = 0 u (1, t ) = 0
∂t 33
4.   Determine a configuração de uma corda de comprimento unitário que satisfaz
a seguinte EDP.

∂ 2u ∂ 2u u ( x,0) = 0 u (0, t ) = 0
− 2 = sin(π x)
∂t 2
∂x ∂u u (1, t ) = 0
( x,0) = 0
∂t

34
2. EDP linear de 2a ordem

2.1. Princípio da Superposição


Seja uma função suficientemente diferenciável u ( x, t )

∂ 2u 2 ∂ 2u
O símbolo −c descreve uma série de manipulações em u ( x, t )
∂t 2 ∂x 2
que leva a uma nova função em x e t.  Esta transformação de uma função em
uma outra função é chamada de um OPERADOR.

Um operador pode ser representado por L[u ] .


∂ 2u 2 ∂ 2u
Neste caso, em particular:  L[u ] = 2 − c
∂t ∂x 2
35
Um operador diferencial é LINEAR quando: L[α u + β v ] = α L[u ] + β L[v ]

∂ 2u 2 ∂ 2u
O operador L[u ] = 2 − c é um operador linear; observe que:
∂t ∂x 2

∂2 2 ∂
2
L[α u + β v ] = 2 [α u + β v ] − c [α u + β v] =
∂ t ∂x 2

∂2 ∂2 2 ∂
2
2 ∂
2
[α u ] + 2 [β v] − c 2 [α u ] − c 2 [β v]
∂t 2
∂t ∂x ∂x
⎧ ∂ 2u 2 ∂ 2u ⎫ ⎧ ∂ 2v 2 ∂ 2v ⎫
α⎨ 2 −c 2⎬
+ β⎨ 2 −c 2⎬
= α L[u ] + β L[v ]
⎩∂ t ∂ ⎭
x ⎩∂ t ∂ ⎭
x

2
∂u
O operador L[u ] = ⎛⎜ ⎞⎟ é um operador não‐linear; observe que:
⎝ ∂x ⎠

⎛∂ ⎛ ∂u ⎞ ⎛ ∂v ⎞
2 2 2

L[α u + β v ] = ⎜ [α u + β v ]⎟ ≠ α ⎜ ⎟ + β ⎜ ⎟
⎝ ∂x ⎠ ⎝ ∂x ⎠ ⎝ ∂x ⎠
36
A equação que iguala L[u] , onde L é um operador diferencial parcial linear 
a uma função F(x,t) é  chamada de uma EQUAÇÃO DIFERENCIAL PARCIAL LINEAR.

L[u ] = F

F ≡0
A equação linear com              é chamada de EQUAÇÃO HOMOGÊNEA.

A função u(x,t) não é somente determinada pela equação diferencial parcial linear.
É necessário prescrever condições iniciais e de contorno, que também são
operadores lineares.  

Um PROBLEMA LINEAR é descrito por uma EDP linear com condições de contorno /


Inicial lineares: 
L[u ] = F ( x, t )
L j [u ] = f j ( j = 1, K , k ) cond. inicial / contorno
37
Problemas lineares possuem uma importante propriedade apresentada a seguir.

Considere o problema:

L[u ] = F ( x, t )
L j [u ] = f j ( j = 1, K , k ) cond. inicial / contorno

Seja v uma solução particular da equação diferencial, mas que não satisfaz as


condições iniciais e de contorno:
L[v ] = F
L j [v ] ≠ f j ( j = 1, K , k ) cond. inicial / contorno

Considere a função: w = u − v
Pela linearidade do operador:

L[w] = L[u − v ] = L[u ] − L[v ] = 0


L j [ w] = L j [u − v] = f j − L j [v] ( j = 1, K , k ) cond. inicial / contorno

A função w satisfaz um problema homogêneo com 


outras condições iniciais e de contorno. 38
Exemplo: ∂ 2u ∂ 2u
− 2 = sin(π x) u ( x,0) = 0 u (0, t ) = 0
∂t 2
∂x ∂u u (1, t ) = 0
( x,0) = 0
∂t

1
Considere a seguinte solução particular da equação diferencial: v( x, t ) = sin(π x)
π 2

Considere a função w = u − v , que deve satisfazer ao seguinte problema:

∂2w ∂2w 1
w(0, t ) = 0
− 2 =0 w( x,0) = − sin(π x)
∂t 2
∂x π 2
w(1, t ) = 0
∂w
( x,0) = 0
∂t
Como a função seno já é uma função ímpar, a solução é dada por:
w( x, t ) = −
1
[sin (π ( x + t ) ) + sin (π ( x − t ))]
2π 2

Logo: u ( x, t ) = v( x, t ) + w( x, t ) =
1
[2 sin (π x ) − sin (π ( x + t ) ) − sin (π ( x − t ) )] =
2π 2

sin (π x )(1 − cos(π t ))


1
=
π 2 39
O mesmo princípio pode ser aplicado também em funções que satisfazem
condições de contorno ou condições iniciais, como descrito no exemplo abaixo.

Considere o problema:
u ( x,0) = f ( x) u (0, t ) = f 3 (t )
∂ 2u 2 ∂ u
2
−c =F ∂u
∂t 2 ∂x 2 ( x,0) = g ( x) u (l , t ) = f 4 (t )
∂t

Vamos considerar uma função que satisfaz as duas


condições de contorno não homogêneas.

v=
1
[xf 4 (t ) + (l − x) f 3 (t )]
l

Considere a função w = u − v , que deve ser satisfazer


∂2w 2 ∂2w
− c = F −
1
[xf 4′′(t ) + (l − x) f 3′′(t )]
∂t 2
∂x 2
l

w( x,0) = f ( x) − [xf 4 (t ) + (l − x) f 3 (t )]
1
w(0, t ) = 0
l
∂w w(l , t ) = 0
( x,0) = g ( x) − [xf 4′(t ) + (l − x) f 3′(t )]
1
∂t l 40
EXERCÍCIO:
1 3
1.   Calcule o valor da solução do problema abaixo em x = e t= .
2 2
∂ 2u ∂ 2u u ( x,0) = 0
− =0 u (0, t ) = sin 2 (t )
∂t 2 ∂x 2 ∂u u (1, t ) = 0
( x,0) = 0
∂t

41
2.2. Classificação
Considere a equação diferencial de segunda ordem:

∂ 2u ∂ 2u ∂ 2u
L[u ] = A 2 + B +C 2 = 0
∂t ∂x∂t ∂x

Vamos rescrever a equação em um novo sistema de coordenadas de forma a


obter uma equação diferencial mais simples, da forma:
∂ 2u
L[u ] = = 0 ⇒ u = p (ξ ) + q (η )
∂ξ∂η
ξ = αx + β t
Vamos considerar a seguinte transformação linear:
η = γx + δt
∂u ∂u ∂ξ ∂u ∂η ∂u ∂u
= + =β +δ
∂t ∂ξ ∂t ∂η ∂t ∂ξ ∂η
∂ 2u ∂ ⎛ ∂u ∂u ⎞ ⎛ ∂ 2u ∂ξ ∂ 2u ∂η ⎞ ⎛ ∂ 2u ∂ξ ∂ 2u ∂η ⎞
= ⎜⎜ β +δ ⎟⎟ = β ⎜⎜ 2 + ⎟⎟ + δ ⎜⎜ + 2 ⎟⎟ =
∂t 2
∂t ⎝ ∂ξ ∂η ⎠ ⎝ ∂ξ ∂t ∂ξ∂η ∂t ⎠ ⎝ ∂ξ∂η ∂t ∂η ∂t ⎠
2 ∂ u ∂ 2u 2 ∂ u
2 2
=β + 2δ +δ
∂ξ 2
∂ξ∂η ∂η 2 42
Escrevendo os outros termos da mesma forma, a equação é escrita como:

[ ∂ 2u
] ∂ 2u
[ 2 ∂ u
]
2
L[u ] = Aβ + Bαβ + Cα
2 2
+ [2 Aβδ + B(αδ + βγ ) + 2Cαγ ] + Aδ + Bγδ + Cγ
2

∂ξ 2 ∂ξ∂η ∂η 2

A transformação desejada só é possível se:

[Aβ 2
]
+ Bαβ + Cα 2 = 0
[Aδ 2
]
+ Bγδ + Cγ 2 = 0

Escrever as relações como:


⎡ ⎛ β ⎞2 β
⎢ A⎜ ⎟ + B + C ⎥ = 0
⎤ β
=
α 2A
1
[
− B ± B 2 − 4 AC ]
⎢⎣ ⎝ α ⎠ α ⎥⎦
⎡ ⎛ δ ⎞2 ⎤
⎢⎣ ⎝ γ ⎠
δ
⎢ A⎜⎜ ⎟⎟ + B + C ⎥ = 0
γ ⎥⎦
δ
=
γ 2A
1
[
− B ± B 2 − 4 AC ]
Para transformação de coordenadas ser não singular, as razões devem ser diferentes,
uma deve ser calculada com o sinal + e a outra com o sinal ‐.  Mais ainda, para estas
B 2 − 4 AC > 0
relações existirem:                          .  43
CASO 1: β
=
α 2A
1
[
− B + B 2 − 4 AC ] [ ]
ξ = 2 Ax + − B + B 2 − 4 AC t
B − 4 AC > 0
2

δ
=
1
[
− B − B 2 − 4 AC ] [ ]
η = 2 Ax + − B − B 2 − 4 AC t
γ 2A

[ ( )]
L[u ] = − 4 A B − 4 AC
2 ∂ 2u
∂ξ∂η
⇒ u = p (ξ ) + q (η )

A solução é calculada da forma descrita para equação de onda.  


As linhas ξ = constante e η = constante são as características de L.  Elas definem os
domínios de dependência e descontinuidades são propagadas através das mesmas.
O operador é denominado de HIPERBÓLICO.

44
β B
CASO 2: =−
α 2A ξ = constante e η = constante
B 2 − 4 AC = 0
δ B
=− Usar outra transformação na definição de η
γ 2A

Como: 2 Aβδ + B(αδ + βγ ) + 2Cαγ = 2 A(− B )δ + B(2 Aδ + (− B )γ ) + 2C (2 A)γ =


= − B 2γ + 4 ACγ = −γ ( B 2 − 4 AC ) = 0

[
L[u ] = Aδ + Bγδ + Cγ
2 2
] ∂ 2u
∂η 2
ξ = 2 Ax − Bt ∂ 2u
Podemos usar:                              tal que L[u ] = A 2 ⇒ u = p (ξ ) + η q (ξ )
η =t ∂η

ξ = constante
O operador possui apenas uma família de características:                          .
Descontinuidades em derivadas da solução se propagam por estas características.
O domínio de dependência localiza‐se em apenas um dos lados da característica
que passa por um determinado ponto.
45
O operador é denominado de PARABÓLICO.
CASO 3:
Não existe transformação de coordenadas que anulem os
B 2 − 4 AC < 0
termos ∂ 2
u ∂ 2
u da equação diferencial. 
e
∂ξ 2 ∂η 2
2 Ax − Bt
ξ=
A transformação de coordenadas 4 AC − B 2 leva ao seguinte operador:
η =t

⎡ ∂ 2u ∂ 2u ⎤
L[u ] = A⎢ 2 + 2 ⎥ Equação de Laplace.
⎣ ∂ξ ∂η ⎦

O operador não possui características.  A solução não possui descontinuidades nas


derivadas.  O domínio de dependência é o domínio inteiro do problema.

O operador é denominado de ELÍPTICO.

46
Caso os coeficientes do operador não sejam constantes, a mesma classficação
pode ser aplicada, porém as características (nos casos que elas existam) são:

dx B − B 2 − 4 AC
ξ = constante : =
dt 2A

dx B + B 2 − 4 AC
η = constante : =
dt 2A

47
EXERCÍCIO:
1.  Classifique os operadores a seguir e determine as características, quando for o caso.

∂ 2u ∂ 2u ∂ 2u
(a) 2 + +
∂t ∂x∂t ∂x 2

∂ 2u ∂ 2u ∂ 2u
(b) 2 + 4 +4 2
∂t ∂x∂t ∂x

∂ 2u ∂ 2u ∂ 2u
(c) 2 − 4 + 2
∂t ∂x∂t ∂x

2.  Determine as características que passam pelo ponto (x = 0, t = 1).

∂ 2u ∂ 2u
−t 2
∂t 2 ∂x

48
3. Equação do Calor
Conservação de Energia – condução
ENERGY IN – ENERGY OUT +
(q ) y y + dy
dxW ENERGY GENERATED
=
ENERGY ACUMULATION

(qvx ) x dyW dy (qx ) x+ dx dyW d


(ρcT4Wdxdy )=
dt 142 434

[1(q4) 4dyW + (q ) dxW ]−


energy
dx
x x y y
4424444 3

(q ) [1(q4) 44dyW dxW ]+


energy IN

y y
dxW x x + dx
+ (q ) y y + dy
44244444 3
energy OUT

[1
q′′′Wdxdy ]
4243
energy GEN 49
lim
dx , dy → 0

d
(ρcT ) + d (qx ) + d (q y ) = q′′′ ⇒ d
(ρcT ) + ∇ ⋅ q = q′′′
dt dx dy dt

Vetor fluxo de calor.


Lei de Fourier q = −k∇T

Condutividade térmica

∂ ∂
(ρcT ) + ∇ ⋅ [− k∇T ] = q′′′ ⇒ (ρcT ) = ∇ ⋅ [k∇T ] + q′′′
∂t ∂t

Considerando as propriedades constantes:


∂T ∂T
= k∇ ⋅ [∇T ] + q′′′ ⇒ ρc
ρc = k ∇ 2T + q′′′
∂t ∂t
∂T ⎡ ∂ 2T ∂ 2T ⎤
Em coordenadas cartesianas (2D): ρc = k ⎢ 2 + 2 ⎥ + q′′′
∂t ⎣ ∂x ∂y ⎦

∂ 2T ∂ 2T q′′′ Equação de Poisson.


Em regime permanente (estado de equilíbrio):  2 + 2 = −
∂x ∂y k
∂ 2T ∂ 2T
Sem geração de energia interna:  + =0 Equação de Laplace.
∂x 2 ∂y 2 50
3.1. Princípio do Valor Máximo
C

∂ 2T ∂ 2T q′′′
Considere e equação de Poisson: 2 + 2 = −
∂x ∂y k D
∂ 2T ∂ 2T
Vamos considerar o caso que q′′′ < 0 :     2 + 2 > 0
∂x ∂y

Vamos supor que o valor máximo da função ocorre em algum ponto (x0 , y0 )


no interior do domínio D.   Logo:

∂T ∂T ∂ 2T ∂ 2T ∂ 2T ∂ 2T
Em ( x0 , y0 ) : = =0 e ≤ 0; ≤0 ⇒ + 2 ≤0
∂x ∂y ∂x 2
∂y 2
∂x 2
∂y

O que contradiz a condição considerada.  Logo, para q′′′ < 0 , o valor máximo da


solução da equação de Poisson deve ocorrer no contorno do domínio. 
51
∂ 2T ∂ 2T
Considere e equação de Laplace + =0
∂x 2 ∂y 2

Vamos considerar o valor máximo da função no  contorno do domínio C: M

T ( x, y ) ≤ M em (x, y ) ∈ C

Seja u (x, y ) = T (x, y ) + ε (x 2 + y 2 ) ⇒ ∇ 2u = ∇


{
2
T + 4ε > 0
=0

u ( x, y )
Logo, o valor máximo de              ocorre na fronteira do domínio. 

[ ]
u ( x, y ) ≤ max T + ε (x 2 + y 2 )
C

≤ M + ε R2 Raio de um círculo contendo D.

Observe que por definição u (x, y ) > T ( x, y ) .  Logo 


T ( x, y ) ≤ M + ε R 2 para qualquer ε > 0.

Tomando o limite: ε → 0 : T (x, y ) ≤ M .

O valor máximo da solução da equação de Laplace ocorre na fronteira do domínio.


52
3.2. Separação de Variáveis
∂ 2u ∂ 2u
Considere a Equação de Laplace: + 2 =0
∂x 2
∂y

Vamos buscar uma solução da forma: u ( x, y ) = X ( x)Y ( y )

Substituindo na equação diferencial:


X ′′ Y ′′ X ′′( x) Y ′′( y )
X ′′Y + XY ′′ = 0 ⇒ + =0 ⇒ =− = constante
X Y X ( x) Y ( y)

u ( x, y ) = X ( x)Y ( y ) é solução da Equação de Laplace se e somente se

X ′′( x) Y ′′( y ) ⎧ X ′′ + λX = 0
=− = -λ ⇒ ⎨
X ( x) Y ( y) ⎩Y ′′ − λY = 0

53
( )
⎧⎪ X ( x) = cos λ x ou X ( x) = sin λ x
λ >0 ⇒ ⎨
( )
⎪⎩Y ( y ) = exp( λ y ) ou Y ( y ) = exp( − λ y )

⎧⎪ X ( x) = exp( λ x) ou X ( x) = exp( − λ x)
λ<0 ⇒ ⎨
( ) (
⎪⎩Y ( y ) = cos λ y ou Y ( y ) = sin λ y )
⎧ X ( x) = 1 ou X ( x) = x
λ =0 ⇒ ⎨
⎩Y ( y ) = 1 ou Y ( y ) = y

A solução da Equação de Laplace é o produto destas funções.  Estas soluções ainda


devem satisfazer as condições de contorno do problema.
Vamos focar o estudo em um domínio quadrado D : 0 < x < 1 e 0 < y < 1 .

54
y
Considere o problema:
u=0
∂ 2u ∂ 2u
+ =0
∂x 2 ∂y 2
u ( x,0) = f1 ( x) u=0 u=0
u ( x,1) = 0
u (0, y ) = 0
u (1, y ) = 0 x
u = f1 ( x )
Solução na direção com c.c. homogênea.

Se λ < 0 ⇒ ( )
X ( x) = C1 exp λ x + C2 exp − λ x ( )
X ′′ + λX = 0
X ( x = 0) = X ( x = 1) = 0 C1 = C2 = 0 para satisfazer as c.c.

Se λ = 0 ⇒ X ( x) = C1 + C2 x

C1 = C2 = 0 para satisfazer as c.c.

Se λ > 0 ⇒ ( )
X ( x) = C1 sin λ x + C2 cos λ x( )
X ( x = 0) = 0 → C 2 = 0
( )
X ( x = 1) = 0 → sin λ = 0 → λ = n 2π552
Existe um conjunto discreto de valores de λ tal que a solução do equação diferencial
na direção com c.c. homogênea tem solução.  Estes valores são chamados de
AUTOVALORES do problem.  Cada autovalor está associado a uma função,
chamada de AUTOFUNÇÕES.

Com os autovalores determinados, podemos resolver o problema na outra direção.

Y ′′ − n 2π 2Y = 0
Y ( y = 1) = 0

Y ( y ) = A1n exp(nπy ) + A2 n exp(− nπy ) = C1n sinh (nπy ) + C2 n cosh (− nπy )

Y (1) = C1n sinh (nπ ) + C2 n cosh (− nπ ) = 0 → Y ( y ) = C1n sinh (nπ (1 − y ) )

sinh ( x ) = (
1 x −x
2
e −e )
(
cosh ( x ) = e x + e − x
1
2
)
56
un ( x, y ) = X ( x)Y ( y ) = C1n sin (nπ x )sinh (nπ (1 − y ) )


u ( x, y ) = ∑ C1n sin (nπ x )sinh (nπ (1 − y ) )
n =1

Aplicando a condição de contorno não homogênea:


u ( x, y = 0 ) = ∑ C1n sin (nπ x )sinh (nπ (1 − y ) ) = f1 ( x)
n =1

∞ ∞
f1 ( x) = ∑ C1n sinh (nπ (1 − y ) )sin (nπ x ) = ∑ bn sin (nπ x )
n =1
144 42444 3 n =1
bn

Os coeficientes da solução são calculados através da expansão da função f(x) como uma
série de senos (autofunções).

57
Outros problemas podem ser resolvidos pelo método de separação de variáveis.

∂u ∂ 2u
− k 2 = 0 em 0 < x < l = 1, t > 0
∂t ∂x
u ( x,0) = f1 ( x)
u (0, t ) = 0
u (1, t ) = 0

T′ X ′′
u ( x, t ) = X ( x)T (t ) ⇒ T ′X − kTX ′′ = 0 ⇒ =k
T X

X ( x ) = C1n sin ⎛⎜ λ x ⎞⎟ + C2 n cos⎛⎜ λ x ⎞⎟


kX ′′ + λX = 0 ⎝ k ⎠ ⎝ k ⎠
X (0 ) = X (1) = 0
X (0 ) = C2 n = 0

X (1) = C1n sin ⎛⎜ λ ⎞⎟ = 0 → λ = n 2π 2 k


⎝ k⎠

Autovalores: λn = n 2π 2 k

Autofunções: sin (nπ x ) 58


(
T ′ + n 2π 2 k T = 0 ⇒ T (t ) = Bn exp − n 2π 2 k t )

( )

u ( x, t ) = ∑ bn exp − n 2π 2 k t sin (nπ x )
n =1


u ( x,0) = ∑ bn sin (nπ x ) = f ( x)
n =1

Os coeficientes da solução são calculados através da expansão da função f(x) como uma
série de senos (autofunções).

As autofunções dependem das condições de contorno do problema.

59
EXERCÍCIOS:
1.  Reduza os problemas (EDP + cond. de contorno e inicial) a duas EDOs.   Determine
as autofunções do problema.

∂u ∂ 2u
(a) − k 2 = 0 em 0 < x < l = 1, t > 0
∂t ∂x
u ( x,0) = f1 ( x)
u (0, t ) = 0
∂u
(1, t ) = 0
∂x

(b) ∂ 2
u ∂ 2
u
− c 2
= 0 em 0 < x < l = 1, t > 0
∂t 2
∂x 2

u ( x ,0 ) = f ( x )
∂u
( x,0) = 0
∂t
u (0, t ) = 0
u (1, t ) = 0
60
4. Série de Funções

61
Série de Fourier
⎛ πx ⎞ ⎛ πx ⎞
Considere as funções sin ⎜ m ⎟ e cos⎜ m ⎟ , m = 1, 2, 3,K
⎝ L⎠ ⎝ L⎠
Periodicidade
2L
Estas funções são periódicas, com período T = .  
m
Como todo múltiplo inteiro de um período também é um período, cada uma
destas funções tem o período comum 2L.

Ortogonalidade
O conceito de ortogonalidade de vetores pode ser ampliado para funções, 
considerando estas como elementos de um espaço vetorial.  Para isto precisamos
definir o conceito de produto interno de duas funções:
β
(u, v ) = ∫ u ( x) v( x)dx
α

Duas funções são ditas ortogonais em α ≤ x ≤ β


quando o seu produto interno é nulo.
62
Um conjunto de funções é dito um conjunto ortogonal se cada par de funções
diferentes pertencentes ao conjunto é ortogonal. 
⎛ πx ⎞ ⎛ πx ⎞
As funções 1, sin ⎜ m ⎟ e cos⎜ m ⎟ , m = 1, 2, 3,K formam um 
⎝ L⎠ ⎝ L⎠
conjunto ortogonal de funções no intervalo − L ≤ x ≤ L . 
⎛ πx ⎞ ⎛ πx ⎞
L

∫− L ⎜⎝ m L ⎟⎠cos⎜⎝ n L ⎟⎠dx = 0 para todo m, n


sin
14243 14243
impar par cos( A ± B ) = cos A cos B m sin A sin B

⎛ πx ⎞ ⎛ πx ⎞ 1 ⎡ ⎛ πx ⎞ ⎛ πx ⎞⎤
L L

∫− L ⎝ L ⎠ ⎝ L ⎠ 2 −∫L⎢⎣ ⎝
sin ⎜ m ⎟ sin ⎜ n ⎟ dx = cos ⎜ ( m − n )
L⎠
⎟ − cos ⎜

( m + n )
L
⎟⎥dx =
⎠⎦
L
1 L⎧ 1 ⎛ πx ⎞ 1 ⎛ πx ⎞⎫
= ⎨ sin ⎜ ( m − n ) ⎟ − sin ⎜ ( m + n ) ⎟⎬ = 0 para m ≠ n
2 π ⎩ ( m − n) ⎝ L ⎠ ( m + n) ⎝ L ⎠⎭ − L

⎛ πx ⎞ ⎛ πx ⎞ 2⎛ πx ⎞ 1 ⎡ ⎛ πx ⎞⎤
L L L

∫− L ⎝ L ⎠ ⎝ L ⎠ −∫L ⎝ L ⎠ 2 −∫L⎢⎣
sin ⎜ m ⎟ sin ⎜ n ⎟ dx = sin ⎜ m ⎟dx = 1 − cos ⎜

2 m
L
⎟⎥dx =
⎠⎦
L
1⎧ 1 ⎛ πx ⎞⎫
= ⎨ x − sin ⎜ 2 m ⎟⎬ = L para m = n
2 ⎩ 2 mπ / L ⎝ L ⎠⎭ − L 63
L
⎛ πx ⎞ ⎛ πx ⎞ ⎧0, m ≠ n
∫− Lcos⎜⎝ m L ⎟⎠ cos⎜⎝ n L ⎟⎠dx = ⎨⎩L, m = n

Este conjunto de funções forma uma base de um espaço vetorial de funções.

Uma função f(x) pode ser escrito como uma combinação linear de funções base.

a0 ∞ ⎡ ⎛ πx ⎞ ⎛ πx ⎞⎤
f ( x) = + ∑ ⎢am cos⎜ m ⎟ + bm sin ⎜ m ⎟⎥
2 m =1 ⎣ ⎝ L⎠ ⎝ L ⎠⎦

Os coeficientes da expansão linear podem ser calculados da seguinte forma:

⎛ πx ⎞
L

∫− L f ( x ) cos ⎜ n ⎟dx =
⎝ L⎠
⎛ πx ⎞ ∞
⎛ πx ⎞ ⎛ πx ⎞ ∞
⎛ πx ⎞ ⎛ πx ⎞
L L L
a0
∫− L ⎜⎝ L ⎟⎠ ∑
cos n dx + a m ∫ cos⎜ m ⎟ ⎜
⎝ 4L42
cos n
⎠ 4⎝44

L⎠
dx + ∑ bm ∫ sin ⎜ m ⎟ cos⎜ n ⎟dx = an L
4⎝444⎠24⎝444
2 L L⎠
144244 3 m =1 −1 L
44 43 m =1 −1 L
3
=0 = L para n = m =0

⎛ πx ⎞
L
1
an = ∫ f ( x) cos⎜ n ⎟dx
L −L ⎝ L⎠ 64
⎛ πx ⎞
L

∫− L f ( x ) sin ⎜ n ⎟dx =
⎝ L⎠
⎛ πx ⎞ ∞
⎛ πx ⎞ ⎛ πx ⎞ ∞
⎛ πx ⎞ ⎛ πx ⎞
L L L
a0
∫− L ⎝ L ⎠ ∑
sin ⎜ n ⎟ dx + a m ∫ cos⎜ m
⎝ 4L
⎟ sin
⎠ 4⎝44
⎜ n ⎟
L⎠
dx + ∑ bm ∫ sin ⎜ m ⎟ sin ⎜ n ⎟dx = bn L
4⎝4442
2 L⎠ ⎝ L⎠
144244 3 m =1 −1 L
44 42 43 m =1 −1 L
4444 3
=0 =0 = L para m = n

⎛ πx ⎞
L
1
bn = ∫ f ( x) sin ⎜ n ⎟dx
L −L ⎝ L⎠

∫ f ( x) dx =
−L

⎛ πx ⎞ ∞
⎛ πx ⎞
L L L
a0
2 ∫− L ∑
dx + a m ∫ cos ⎜ m
⎝ 24

L⎠
dx + ∑ bm ∫ sin ⎜ m ⎟ dx = bn L
⎝ 24
L⎠
{ m =1 −1 L
44 43 m =1 −1 L
44 4 3
=2 L =0 =0
L
1
a0 = ∫ f ( x) dx
L −L

65
EXERCÍCIO:

1. Determine os coeficientes da série de Fourier da função.  Determine também o 


número de termos necessários para o erro não seja maior do que 0,01 em todo x.

⎧− x, para − 2 ≤ x ≤ 0
f ( x) = ⎨
⎩ x, para 0 ≤ x ≤ 2

1 termo 3 termos
2.5 2.5

2 2

1.5 1.5

1 1

0.5 0.5

0 0
-2 -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2 2.5 -2 -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2 2.5

MatLab File: fourier1.m
66
A série de Fourier de uma função PAR é formada apenas pela funções pares.  
Logo, se f(x) é par:
a0 ∞ ⎛ πx ⎞
f ( x) = + ∑ am cos⎜ m ⎟
2 m =1 ⎝ L⎠

⎛ πx ⎞ ⎛ πx ⎞
L L
1 2
an = ∫ f ( x) cos⎜ n ⎟dx = ∫ f ( x) cos⎜ n ⎟dx, para n = 0,1,2, K
L −L ⎝ L⎠ L0 ⎝ L⎠

A série de Fourier de uma função ÍMPAR é formada apenas pela funções impares.  


Logo, se f(x) é ímpar:

⎛ πx ⎞
f ( x) = ∑ bm sin ⎜ m ⎟
m =1 ⎝ L⎠

⎛ πx ⎞ ⎛ πx ⎞
L L
1 2
bn = ∫ f ( x) sin ⎜ n ⎟dx = ∫ f ( x) sin ⎜ n ⎟dx
L −L ⎝ L⎠ L0 ⎝ L⎠

67
EXERCÍCIO:

1. Determine os coeficientes da série de Fourier da função.  

f ( x) = x para − L ≤ x ≤ L e f (− L) = f ( L) = 0
e periodica com periodo 2 L

3 termos
2.5

1.5

0.5

-0.5

-1

-1.5

-2
-2 -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2 2.5

MatLab File: fourier2.m
68
Voltando aos problemas de transferência de calor: 1D ‐ transiente

∂u k ∂ 2u
− = 0 em 0 < x < l = 50cm , t > 0
∂t ρc ∂x 2

u ( x,0) = 20
u (0, t ) = 0
u (1, t ) = 0
T′ X ′′
u ( x, t ) = X ( x)T (t ) ⇒ T ′X − αTX ′′ = 0 ⇒ =α
T X

X ( x ) = C1n sin ⎛⎜ λ x ⎞⎟ + C2 n cos⎛⎜ λ x ⎞⎟


αX ′′ + λX = 0 ⎝ α ⎠ ⎝ α ⎠
X (0 ) = X (l ) = 0
X (0 ) = C2 n = 0
⎛ ⎞ π
2 2
X (1) = C1n sin ⎜ λ l ⎟ = 0 → λ = 2 α
n
⎝ α ⎠ l
Autovalores: λn = n 2π 2α
⎛ x⎞
Autofunções: sin ⎜ n π ⎟
⎝ l⎠ 69
n 2π 2 ⎛ n 2π 2 ⎞
T ′ + 2 α T = 0 ⇒ T (t ) = Bn exp⎜⎜ − 2 α t ⎟⎟
l ⎝ l ⎠

⎛ n 2π 2 ⎞ ⎛ x⎞
u ( x, t ) = ∑ bn exp⎜⎜ − 2 α t ⎟⎟ sin ⎜ nπ ⎟
n =1 ⎝ l ⎠ ⎝ l⎠


⎛ x⎞
u ( x,0) = ∑ bn sin ⎜ nπ ⎟ = 20
n =1 ⎝ l⎠

⎛ πx ⎞ ⎛ πx ⎞
l 50
2
bn = ∫ 20 sin ⎜ n ⎟dx =
40
∫ sin ⎜ n ⎟ dx =
40
[1 − cos(nπ )] =
l 0 ⎝ l ⎠ 50 0 ⎝ 50 ⎠ n π
⎧ 80
⎪ , n impar 20

= ⎨ nπ 15

⎪⎩0 , n par 10

0
0 0

80 ∞
1 ⎛ n 2π 2 ⎞ ⎛ x ⎞

10

u ( x, t ) = exp⎜ −
⎜ 2500 ⎟ α t ⎟ sin ⎜ n π ⎟
100
20

π n =1,3,5,... n ⎝ ⎠ ⎝ 50 ⎠ 200
40
30

300 50

70
MatLab File: sepvar1.m
EXERCÍCIOS:
1. Determine a variação da temperatura ao longo da barra com o tempo, 
considerando as seguintes condições de contorno (não homogêneas) e
iniciais. 

∂u ∂ 2u
− α 2 = 0 em 0 < x < l , t > 0 α =1
∂t ∂x
u ( x,0) = 60 − 2 x l = 30
u (0, t ) = 20
u (l , t ) = 50
60

50

40

30

20

10

0
100
30
50 20
10
0 0

71
MatLab File: sepvar1a.m
2.     Determine a variação da temperatura ao longo da barra com o tempo, 
considerando as seguintes condições de contorno e iniciais. 

∂u ∂ 2u
− α 2 = 0 em 0 < x < l , t > 0 α =1
∂t ∂x
u ( x ,0 ) = x l = 25
∂u
(0, t ) = 0
∂x
∂u 25

(l , t ) = 0
∂x 20

15

10

0
200
150
25
100 20
15
50 10
5
0 0

72
MatLab File: sepvar2.m
Problemas de transferência de calor: 2D permanente
∂ 2u ∂ 2u u=0
+ 2 =0 y
∂x 2
∂y
u ( x ,0 ) = 0
u ( x , 2) = 0 u=0 u = f ( y)
u (0, y ) = 0
⎧ y , para 0 ≤ y ≤ 1
u (3, y ) = f ( y ) = ⎨
⎩2 − y , para 1 ≤ y ≤ 2 x
u=0

u ( x, y ) = X ( x)Y ( y )

X ′′ Y ′′ X ′′( x) Y ′′( y )
X ′′Y + XY ′′ = 0 ⇒ + =0 ⇒ =− = constante
X Y X ( x) Y ( y)

X ′′( x) Y ′′( y ) ⎧ X ′′ − λX = 0
=− =λ ⇒ ⎨
X ( x) Y ( y) ⎩Y ′′ + λY = 0
73
Y ′′ + λY = 0
( )
Se λ < 0 ⇒ Y ( y ) = C1 exp λ y + C2 exp − λ y ( )
Y ( y = 0) = Y ( y = 2) = 0
C1 = C2 = 0 para satisfazer as c.c.

Se λ = 0 ⇒ Y ( y ) = C1 + C2 y

C1 = C2 = 0 para satisfazer as c.c.

( )
Se λ > 0 ⇒ Y ( y ) = C1 sin λ y + C2 cos λ y ( )
Y ( y = 0) = 0 → C 2 = 0
(
Y ( y = 2) = 0 → sin 2 λ = 0 → )
n 2π 2
2 λ = nπ → λ=
4

⎛ nπ ⎞
Y ( y ) = C1 sin ⎜ y⎟
⎝ 2 ⎠

74
⎛ nπ ⎞
2
sinh ( x ) = (
1 x −x
e −e )
X ′′ − λX = 0 ⇒ X ′′ − ⎜ ⎟ X =0 2
⎝ 2 ⎠ (
cosh ( x ) = e x + e − x
1
2
)
X ( 0) = 0

⎛ nπ ⎞ ⎛ nπ ⎞ ⎛ nπ ⎞ ⎛ nπ ⎞
X ( x) = A1n exp⎜ x ⎟ + A2 n exp⎜ − x ⎟ = C1n sinh ⎜ x ⎟ + C2 n cosh ⎜ − x⎟
⎝ 2 ⎠ ⎝ 2 ⎠ ⎝ 2 ⎠ ⎝ 2 ⎠

⎛ nπ ⎞
X (0) = C1n sinh (0 ) + C2 n cosh (0 ) = 0 → C2 n = 0 → X ( x) = C1n sinh ⎜ x⎟
123 ⎝ 2 ⎠
=0


⎛ nπ ⎞ ⎛ nπ ⎞
u ( x, y ) = ∑ cn sinh ⎜ x ⎟ sin ⎜ y⎟
n =1 ⎝ 2 ⎠ ⎝ 2 ⎠

Aplicando a condição de contorno não homogênea:


⎛ n π ⎞ ⎛ nπ ⎞
u ( x = 3, y ) = ∑ cn sinh ⎜ 3 ⎟ sin ⎜ y ⎟ = f ( y)
n =1
1442 ⎝4 243⎠ ⎝ 2 ⎠
bn

75
⎛ nπ ⎞ 2 ⎛ nπ ⎞
2
bn = cn sinh ⎜ 3 ⎟ = ∫ f ( y ) sin ⎜ y ⎟dy =
⎝ 2 ⎠ 20 ⎝ 2 ⎠
⎛ nπ ⎞ ⎛ nπ ⎞
1 2
bn = ∫ y sin ⎜ y ⎟dy + ∫ (2 − y )sin ⎜ y ⎟dy =
0 ⎝ 2 ⎠ 1 ⎝ 2 ⎠
⎛ nπ ⎞
8 sin ⎜ ⎟
4 ⎡ ⎛ nπ ⎞ ⎤ ⎛ nπ ⎞ ⎝ ⎠
bn = 2 2 ⎢2 sin ⎜ ⎟ − sin (nπ )⎥ = 2 2 sin ⎜
8
⎟ → cn =
2
n π ⎢⎣ ⎝ 2 ⎠ 12 43⎥ n π
⎦ ⎝ 2 ⎠ ⎛ 3nπ ⎞
=0 n 2π 2 sinh ⎜ ⎟
⎝ 2 ⎠

⎛ nπ ⎞ ⎛ nπ ⎞
8 sin ⎜ ⎟ sinh ⎜ x⎟
⎠ sin ⎛ nπ y ⎞

u ( x, y ) = ∑ ⎝ 2 ⎠ ⎝ 2
⎜ ⎟
n =1 nπ2 2
⎛ 3nπ ⎞ ⎝ 2 ⎠
sinh ⎜ ⎟ 1

⎝ 2 ⎠ 0.8

0.6

0.4

0.2

0
3
2
1.5 2
1
1
0.5
0 0

76
MatLab File: sepvar3.m
EXERCÍCIOS:
1. Determine a distribuição da temperatura em regime permanente
ao longo de uma barra infinita.  A formulação e condições de contorno
são apresentadas abaixo.
u = T∞
y
∂ 2u ∂ 2u
+ 2 =0
∂x 2
∂y H x → ∞ : u = T∞
u ( x,0) = T∞
x
u ( x, H ) = T∞ u = T0 u = T∞
u (0, y ) = T0
u ( x → ∞, y ) = T∞ 100

90

80

70

60

50

40

30
1
20
0 0.5
0.5
1
1.5 0
2

77
MatLab File: sepvar4.m
2.     Determine a distribuição da temperatura em regime permanente
ao longo de uma barra infinita, considerando que a mesma troque calor
por convecção com o ambiente.   A formulação e condições de contorno
são apresentadas abaixo.  Como a temperatura é simétrica em relação a um
eixo que passa no centro da barra, vamos considerar o sistema de coordenadas
mostrado na figura.
h, T∞
∂ 2u ∂ 2u y
+ 2 =0
∂x 2
∂y
x
∂u H ⎛ H ⎞ H
−k ( x, ) = h⎜ u ( x, ) − T∞ ⎟ x → ∞ : u = T∞
∂y 2 ⎝ 2 ⎠
∂u
( x ,0 ) = 0 u = T0 h, T∞
∂y
u (0, y ) = T0
u ( x → ∞, y ) = T∞

78
3.     Determine a distribuição da temperatura em regime permanente
ao longo de uma placa com geração interna de calor.  A formulação e 
condições de contorno são apresentadas abaixo.  Novamente, estamos usando
as condições de simetria do problema.
y u=0
∂ 2u ∂ 2u u ′′′
+ =−
∂x 2 ∂y 2 k u=0
∂u
( x ,0 ) = 0 u=0
∂y x
∂u l
(0, y ) = 0
∂x
u ( L, y ) = 0 u=0
u ( x, l ) = 0
L

79
PROBLEMAS COM VÁRIAS CONDIÇÕES NÃO‐HOMOGENEAS:
∂T
∂ 2T ∂ 2T
+ 2 =0 −k = h(T − T∞ )
∂x 2
∂y y ∂y
∂T
k ( x,0) = q′′
∂y
T = f ( y) T = T0
∂T
−k ( x,1) = h[T − T∞ ]
∂y
T (0, y ) = f ( y )
x
T (1, y ) = T0 ∂T
k = q′′
θ = T − T∞
Definir a variável:                    .  A formulação fica. ∂y

∂ 2θ ∂ 2θ ∂θ
+ 2 =0 k ( x,0) = q′′
∂x 2
∂y ∂y
∂θ
−k ( x,1) = hθ
∂y
θ (0, y ) = f ( y ) − T∞ = F ( y )
θ (1, y ) = T0 − T∞ = θ 0
80
O problema pode ser resolvido como a soma da solução de 3 problemas:

θ ( x, y ) = θ1 ( x, y ) + θ 2 ( x, y ) + θ 3 ( x, y )

∂ 2θ ∂ 2θ ∂ 2θ1 ∂ 2θ1 ∂ 2θ 2 ∂ 2θ 2 ∂ 2θ 3 ∂ 2θ 3
+ =0 + 2 =0 + 2 =0 + 2 =0
∂x 2 ∂y 2 ∂x 2
∂y ∂x 2
∂y ∂x 2
∂y
∂θ ∂θ1 ∂θ 2 ∂θ 3
k ( x,0) = q′′ ( x ,0 ) = 0 −k ( x,0) = q′′ ( x,0) =
∂y ∂y ∂y ∂y
∂θ ∂θ ∂θ ∂θ
−k ( x,1) = hθ − k 1 ( x,1) = hθ1 − k 2 ( x,1) = hθ 2 − k 3 ( x,1) = hθ 3
∂y ∂y ∂y ∂y
θ (0, y ) = F ( y ) θ1 (0, y ) = F ( y ) θ 2 (0, y ) = 0 θ 3 (0, y ) = 0
θ (1, y ) = θ 0 θ1 (1, y ) = 0 θ 2 (1, y ) = 0 θ 3 (1, y ) = θ 0

81
Série de Potências
Série de Taylor ao redor do ponto x0: 

f ( x − x0 ) = f ( x0 ) + ( x − x0 ) f ' ( x0 ) +
( x − x0 )
2
f ′′( x0 ) +
( x − x0 )
3
f ′′′( x0 ) + L
2 6

A série de Taylor representa uma função em termos de uma série de potência: 


y ( x ) = aa + a1 ( x − x0 ) + a2 ( x − x0 ) + a3 ( x − x0 ) + L = ∑ ak ( x − x0 )
2 3 k

k =0

A solução de uma equação diferencial pode ser determinada através da


representação da mesma em termos de uma de uma série de potência. 

82
Considere a seguinte equação diferencial:

d2y
2
+y=0
dx

x0 = 0
Vamos escrever a solução como uma série de potência em torno de              :

y ( x ) = a0 + a1 x + a2 x + a3 x + L = ∑ ak x k
2 3

k =0


d2y
= 2 a 2 + 6 a3 x + 12 a 4 x 2
+ L = ∑ (k + 1)(k + 2 )a k + 2 x k

dx 2 k =0


y ( x ) = a0 + a1 x + a2 x + a3 x + L = ∑ ak x k
2 3

k =0


d2y
2
+ y = (2a2 + a0 ) + (6a3 + a1 )x + (12a4 + a2 )x + L = ∑ [(k + 1)(k + 2 )ak + 2 + ak ]x k = 0
2

dx k =0
83
(k + 1)(k + 2)ak + 2 + ak = 0
1
2 a 2 + a0 = 0 ⇒ a 2 = − a0
2
1
6a3 + a1 = 0 ⇒ a3 = − a1
6
1 1
12a4 + a2 = 0 ⇒ a4 = − a2 = a0
12 24
1 1
20a5 + a3 = 0 ⇒ a5 = − a3 = a1
20 120
M

y ( x ) = a0 + a1 x − a0 x 2 − a1 x 3 + a0 x 4 +
1 1 1 1
a1 x 5 L =
2 6 24 120

⎡ 1 ⎤ ⎡ 1 ⎤
y ( x ) = a0 ⎢1 − x 2 +
1 4 1 5
x + L⎥ + a1 ⎢ x − x 3 + x + L⎥
⎣ 2 24 ⎦ ⎣ 6 120 ⎦
∞ 2k ∞
x 2 k +1
y ( x ) = a0 ∑ (− 1) + a1 ∑ (− 1)
k x k

k =0 (2 k )! k =0 (2k + 1)!


x 2k ∞
x 2 k +1
y ( x) = a0 ∑ (− 1) + a1 ∑ (− 1)
k k

k =0 (2k )! k =0 (2k + 1)! 84


Obersve que:
∞ 2k
cos( x ) = cos(0 ) + (cos′(0 ))x + (cos′′(0 ))x + (cos′′′(0 ))x + L = ∑ (− 1)
1 2 1 3 k x
123 1
=1
424
=0
3 21424
= −1
3 3! k =0 (2k )!

x 2 k +1
sin (x ) = sin (0 ) + (sin ′(0 ))x + (sin ′′(0 ))x + (sin ′′′(0 ))x + L = ∑ (− 1)
1 2 1 3 k
123 1
=0
424
=1
3 2 1
424
=0
3 3 ! 1
424
= −1
3 k =0 (2k + 1)!

Logo:

x 2k ∞
x 2 k +1
y ( x ) = a0 ∑ (− 1) + \ + a1 ∑ (− 1) = a0 cos( x) + a1 sin( x)
k k

k =0
1 4
(
4244
2 k
3
)! k =0
1
(
442443
2 k + 1 )!
cos( x ) sin( x )

85
Considere a seguinte equação diferencial:  Equação de Bessel

x
d ⎛ dy ⎞
(
⎜ x ⎟ + m x −ν y = 0
dx ⎝ dx ⎠
2 2 2
) m : parâmetro
ν : zero, número inteiro ou fracionário

A solução pode ser obtida por um processo semelhante ao apresentado para a


equação mais simples.  A solução é dada por:

y ( x ) = a0 Jν (mx ) + a1Yν (mx )


Jν (mx ) = ∑ (− 1)
k
( 2)
mx
2 k +ν

;
Onde Γ é a função Gama:
k =0 k !Γ(k +ν + 1) Γ(n + 1) = nΓ(n ) = n ! ; Γ(1) = 0; n inteiro
cos(νπ )Jν (mx ) − J −ν (mx )
Yν (mx ) = ;
sin (νπ ) π ⎛1⎞
Γ(ν )Γ(ν − 1) =
1
; Γ⎜ ⎟ = π 2 ; n fracionario

J −ν (mx ) = ∑ (− 1)
k
( 2)
mx
2 k −ν

;
sin (νπ ) ⎝2⎠

k =0 k !Γ(k −ν + 1)

Jν (m x ) : Função de Bessel do primeiro tipo de ordem ν

Yν (m x ) : Função de Bessel do segundo tipo de ordem ν 86


Considere a seguinte equação diferencial:  Equação de Bessel Modificada

x
d ⎛ dy ⎞
(
⎜ x ⎟ − m x −ν y = 0
dx ⎝ dx ⎠
2 2 2
) m : parâmetro
ν : zero, número inteiro ou fracionário

A equação de Bessel modificada pode ser obtida através da equação de Bessel 


fazendo x = ix .

A solução pode ser obtida através da solução da equação de Bessel, mas é mais


comum escrever a solução como:

y ( x ) = a0 Iν (mx ) + a1 Kν (mx ) Iν (mx ) = ∑


∞ (mx 2 )
2 k +ν

= i −ν Jν (imx );
k !Γ(k + ν + 1)
k =0

π I −ν (mx ) − Iν (mx )
Kν (mx ) = ;
2 sin (νπ )

Iν (m x ) : Função de Bessel modificada do primeiro tipo de ordem ν

Kν (m x ) : Função de Bessel modificada do segundo tipo de ordem ν

87
As função de Bessel são tabeladas.  Boa referência:

http://www.efunda.com/math/bessel/bessel.cfm
http://www.efunda.com/math/bessel/modifiedbessel.cfm

Gráficos das funções de Bessel para ν inteiro.

88
Gráficos das funções de Bessel modificada para ν inteiro.

89
A solução da equação de Bessel pode ser usada na solução de equações diferenciais
da forma:

d2y dy
x 2
2
+ a + b2 x2 y = 0
dx dx
ν
Considerar a seguinte mudança de variável y = x z , a equação fica:

xνd 2z
dx 2
+ (a + 2ν )xν −1 dz
dx
{ [ ] }
+ b 2 xν + (a − 1)ν +ν 2 xν − 2 z = 0

ν
Ajustando o valor de        tal que a + 2ν = 1 , obtem‐se a equação de Bessel

x
d ⎛ dz ⎞
dx ⎝ dx ⎠
(
⎜ x ⎟ + b x −ν z = 0
2 2 2
)

z ( x ) = Zν (bx )
cuja solução é da forma                           , onde Zν (bx ) é uma representação geral
de uma função de Bessel.  
1− a
Logo: y ( x ) = xν Zν (bx ) ; com ν =
2
90
A solução da equação de Bessel também pode ser usada na solução de 
equações diferenciais da forma:

d ⎛ α dy ⎞ 2 β α, β > 0
⎜x ⎟+γ x y = 0 γ : real ou imaginário
dx ⎝ dx ⎠

Considerar a seguinte mudança de variável x = tν , a equação fica:

d2y
t 2
2
+ t [μ (α − 1) + 1] dy
+ γ 2 μ 2t μ ( β −α + 2 ) y = 0
dt dt

μ
Ajustando o valor de        tal que μ (β − α + 2,           obtem‐se a equação
)= 2
d2y
t2
2
+ t [μ (α − 1) + 1] dy
+ γ μ t y=0
2 2 2

dt dt

Que é da mesma forma da equação do slide anterior.  Logo a solução é da forma:

μ (1 − α ) 1−α
y (t ) = tν Zν (γμt ) ; com ν = =
2 β −α + 2

91
A solução do problema original é dada por:

( )
y ( x ) = xν / μ Zν γμx1/ μ ; para β − α + 2 ≠ 0

Os parâmetros da expressão acima são relacionados aos do problema original por:

1−α 1 β −α + 2 ν 1−α
ν= ; = → =
β −α + 2 μ 2 μ 2

A função de Bessel apropriada depende dos valores dos parâmetros:

Fracionário Jν J −ν (ou Yν )
Real
Zero ou inteiro Jn Yn

Fracionário Iν I −ν (ou Kν )
Imaginário
Zero ou inteiro In Kn

92
w( x ) = r
As funções de Bessel formam uma base ortogonal em relação a função peso               
no intervalo (0,R).

∫ r Jν (λ r ) Jν (λ r )dr = 0
0
m n para λm ≠ λn

Desta forma, uma função pode ser escrita como (para ν ≠ 0 ):



f ( x ) = ∑ an Jν (λn r ) ; 0 < r < R Série de Fourier‐Bessel
n =1

Os coeficientes da expansão são calculados através da fórmula:

∫ r f (r )Jν (λ r )dr
n

an = 0
R

∫ (λn r )dr
2
r Jν
0

93
ν =0
Para             :

f ( x ) = a0 + ∑ an J 0 (λn r ) ; 0 < r < R
n =1

Os coeficientes da expansão são calculados através da fórmula:


R

R ∫ r f (r )J (λ r )dr
0 n

a0 = 2 ∫ r f (r )dr ; an =
2 0
R
R 0
∫ (λn r )dr
2
r J 0
0

J 0 (λn R ) = 0
Pode‐se demonstrar que quando λn é raiz de                      :

R R
R2 2
∫0 0 n ( ) ( ) 2
r f (r )J 0 (λn r )dr
R 2 J12 (λn r ) ∫0
r J 2
λ r dr = J 1 λ n r → a n =
2

94
EXEMPLO:
Considere um cilindro semi‐infinito de raio R.  Determine a distribuição de 
tempertura considerando as condições de contorno apresentadas abaixo.

∂ ⎛ ∂T ⎞ 2 ∂ 2T ∂T
R ⎜r ⎟+r =0 (0, z ) = 0
r ∂r ⎝ ∂r ⎠ ∂z 2
∂r
T ( R, z ) = T∞
z
θ (r ,0) = T0
θ (r , ∞) = T∞

∂ ⎛ ∂θ ⎞ 2 ∂ 2θ ∂θ
Definindo θ = T − T∞ : ⎜r ⎟+r =0 (0, z ) = 0
∂r ⎝ ∂r ⎠ ∂z 2 ∂r
θ ( R, z ) = 0
θ ( r ,0 ) = θ 0
θ (r , ∞) = 0

95
θ ( r , z ) = ℜ( r ) Z ( z )

d ⎛ dℜ ⎞ d 2
Z
⎜r ⎟
d ⎛ dℜ ⎞ 2 d 2 Z dr ⎝ dr ⎠ dz 2
Z ⎜r ⎟+r ℜ 2 = 0 ⇒ =− = −λ2
dr ⎝ dr ⎠ dz rℜ Z
Mostra‐se que somente
constantes negativas levam
⎧ d ⎛ dℜ ⎞ 2 dℜ a solução não trivial
⎪ dr ⎜ r ⎟ + λ r ℜ = 0 ; (0) = 0, ℜ(R ) = 0
⎪ ⎝ dr ⎠ dr
⎨ 2
⎪ d Z − λ2 Z = 0 ; Z (∞ ) = 0
⎪⎩ dz 2

d ⎛ dℜ ⎞ 2 dℜ
EDO na direção homogênea: ⎜r ⎟ + λ rℜ = 0 ; (0) = 0, ℜ(R ) = 0
dr ⎝ dr ⎠ dr

⎛ α d ⎞ 2 β
dy
⎜x ⎟+γ x y = 0
Equação da forma                                                    com: α = 1, β = 1, γ 2 = λ2
dx ⎝ dx ⎠

1 ν
Logo: ν = 0 ; =1 → =0 Solução: ℜ(r ) = aJ 0 (λr ) + bY0 (λr )
μ μ
96
Condições de contorno:

dℜ
(0) = 0 → b = 0
dr
ℜ(R ) = 0 → J 0 (λn R ) = 0

λn são as raizes da equação


λ1 λ2 λ3

EDO na direção não homogênea:

d 2Z
2
− λ2
Z = 0 ⇒ Z n ( z ) = cn exp(λn z ) + d n exp(− λn z )
dz

Condição de contorno:

Z (∞ ) = 0 ⇒ Z n (∞) = cn exp(λn ∞ ) + d n exp(− λn ∞ ) = 0 ⇒ cn = 0

97
Solução do problema:

θ (r , z ) = ∑ an exp(− λn z ) J 0 (λn r )
n =1

Coeficientes de expansão de Fourier‐Bessel


Condição de contorno não homogênea:

∞ ∞
θ (r ,0 ) = ∑ an exp(− λn 0 ) J 0 (λn r ) = ∑ an J 0 (λn r ) = θ 0
n =1 n =1

2θ 0 2θ 0
R R
2
( ) ( )
R J1 (λn r ) ∫0 R 2 J12 (λn r ) ∫0
an = 2 2 r θ J λ r dr = r J λ r dr =
Rλn J1 (λn r )
0 0 n 0 n
142 4 43 4
J1 ( λn r )
R
=
λn


2θ 0 J (λ r )
θ (r , z ) = ∑ exp(− λn z ) 0 n
n =1 λn R J1 (λn R )

98
5. Equação de Advecção-Difusão
Conservação de Energia – condução+convecção

(q )
y y + dy
dxW (ρvcT ) y+ dy dxW

(qx ) x dyW dy (qx ) x + dx dyW


dx
(ρucT ) x dyW (ρucT ) x+ dx dyW

(q ) dxW
Velocidade horizontal
Energia entrando/saindo
Devido ao fluxo de massa
y y
(ρvcT ) y dxW
Velocidade vertical
99
ENERGIA ENTRA – ENERGY SAI + ENERGY GERADA
=
ENERGY ACUMULADA

d
(ρcT4Wdxdy )=
dt 142 43 4

[1(q4) 4dyW + (q ) dxW + (ρcuT ) dyW + (ρcvT ) dxW ]−


energia

x x y y x y
44444444244444444443

[1(q4) 44dyW dxW ]+


energia IN

x x + dx
+ (q ) dxW + (ρcuT ) dyW + (ρcvT )
y x + dx y + dy
y + dy
44444444424444444444443
energia OUT

[1
q′′′Wdxdy]
4243
energia GEN


(ρcT ) + ∂ (ρcuT ) + ∂ (ρcvT ) = − ⎡⎢ ∂ (qx ) + ∂ (q y )⎤⎥ + q′′′
∂t ∂x ∂y ⎣ ∂x ∂y ⎦

(ρcT ) + ∇ ⋅ (ρcuT ) + ∇ ⋅ (q ) = q′′′
∂t
100
Lei de Fourier q = −k∇T ∇ ⋅ q = ∇ ⋅ [− k∇T ]

Condutividade térmica

∂ ⎡∂ ∂ ⎤ ⎡ ∂ 2T ∂ 2T ⎤
Propriedades constantes: ρc (T ) + ρc ⎢ (uT ) + (vT )⎥ = k ⎢ 2 + 2 ⎥ + q′′′
∂t ⎣ ∂x ∂y ⎦ ⎣ ∂x ∂y ⎦

∂ ⎡ ∂u ∂v ⎤
(uT ) + ∂ (vT ) = T ⎢ ∂x + ∂y ⎥ +u
∂T
+v
∂T
∂x ∂y ⎣14243⎦ ∂x ∂y
= 0 (conservacao de massa)

∂T ∂T ∂T k ⎡ ∂ 2T ∂ 2T ⎤ q′′′
+u +v = ⎢ 2 + 2 ⎥+
∂t ∂x ∂y ρc ⎣ ∂x ∂y ⎦ ρc

∂T k 2 q′′′
+ v ⋅ ∇T = ∇T+
∂t ρc ρc
101
du d 2u
EXEMPLO 1D: Pe = 2
dx dx
du
(0) = u (0) − 1
dx
u (1) = 0

= Pe v ⇒ v( x ) = C1 exp(Pe x )
du dv
v= ⇒
dx dx
= C1 exp(Pe x ) ⇒ u ( x ) = 1 exp(Pe x ) + C2
du C
dx Pe

u (1) = exp(Pe ) + C2 = 0 ⇒ C2 = − 1 exp(Pe )


C1 C
Pe Pe
du
(0) = u (0) − 1 ⇒ C1 = C1 + C2 − 1 ⇒ C1 = C1 − C1 exp(Pe ) − 1
dx Pe Pe Pe
Pe − exp(Pe )
C1 = → C2 =
1 − exp(Pe ) − Pe 1 − exp(Pe ) − Pe

exp(Pe x ) − exp(Pe )
u ( x) =
1 − Pe − exp(Pe )
102
exp(Pe x ) − exp(Pe )
u ( x) =
1 − Pe − exp(Pe )
1.2

0.8

Pe = 0
u(x)

0.6 Pe = 3
Pe = 5

0.4 Pe = 10
Pe = 30

0.2

0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2
x

Pe → 0 : Solução linear – problema dominado pela difusão.

Pe → ∞ : Problema dominado pela advecção.


Formação de camada limite na fronteira da direita.
103
EXEMPLO 2D / regime permanente:

T∞
∂T ∂T ∂T k ⎡∂ T ∂ T ⎤
2 2
+u + v{ = ⎢ 2 + 2⎥
∂t
{ ∂x =0 ∂y ρc ⎣ ∂x ∂y ⎦
=0 T0
∂T k ⎡ ∂ 2T ∂ 2T ⎤
u = ⎢ 2 + 2⎥
∂x ρc ⎣ ∂x ∂y ⎦ T∞

T∞

T0
Camada limite

Região em desenvolvimento Região desenvolvida

104
6. Equação de Navier-Stokes

Equação de Navier Stokes =

Equação da Conservação da Quantidade de Movimento +


Lei de Newton da Viscosidade

r r
Conservação de Quantidade de Movimento:
d
(mv ) = ∑ F
dt sist

105
Conservação Quantidade de Movimento direção x:
(v ρ v )
x y y + dy
dxW d
(ρ Wdxdy v ) =
d
(ρ Wdxdy vx ) +
Txy dt 1424 43 4x dt
y + dy

(vx ρ vx ) x+ dx dyW [(v ρv ) ]


mom. x sist

(vx ρ vx ) x dyW dy x dyW + (v x ρv y ) dxW −


x x y
14444424444 43

[1(v 4ρv4)44dyW dxW ] =


mom. x IN

+ (v ρv )
dx
Txx Txx x + dx
x x x + dx x y y + dy
x 4424444443

(v ρ v )
mom. x OUT

dxW Txy Txx Wdy − Txx x Wdy + Txy Wdx − Txy Wdx
x y y
y x + dx y + dy y

+ ρ Wdxdy g x

⎧ ∂v x ∂v x ∂v x ⎫ ∂Txx ∂Txy
lim ρ⎨ + vx + vy ⎬= + + ρg x
dx , dy →0 ⎩ ∂t ∂x ∂y ⎭ ∂x ∂y

Conservação Quantidade de Movimento direção y:


⎧ ∂v y ∂v y ∂v y ⎫ ∂Txy ∂Tyy
ρ⎨ + vx + vy ⎬= + + ρg y
⎩ ∂t ∂x ∂y ⎭ ∂x ∂y
106
Relação Constitutiva – Lei de Newton da viscosidade

V V
F F≈
H
F V
H =μ ⇒ τ = μγ&
A H
μ : viscosidade

∂v x
Txx = − p + 2μ Em forma tensorial:
∂x
⎛ ∂v x ∂v y ⎞
Txy = μ ⎜⎜ + ⎟⎟ (
T = − p I + μ ∇v + ∇ v T )
⎝ ∂y ∂x ⎠
∂v y Tensor das tensões Tensor gradiente de velocidade
Tyy = − p + 2 μ
∂y Tensor unitário
Equação de Navier‐Stokes

⎛ ∂v x ∂v x ∂vx ⎞ ∂p ⎛ ∂ 2vx ∂ 2vx ⎞


ρ ⎜⎜ + vx + vy ⎟⎟ = − + μ ⎜⎜ 2 + 2 ⎟⎟ + ρg x
⎝ ∂t ∂x ∂y ⎠ ∂x ⎝ ∂x ∂y ⎠
⎛ ∂v y ∂v y ∂v y ⎞ ∂p ⎛ ∂ 2v y ∂ 2v y ⎞
ρ ⎜⎜ + vx + vy ⎟⎟ = − + μ ⎜ 2 + 2 ⎟ + ρg y
⎜ ∂x ⎟
⎝ ∂t ∂x ∂y ⎠ ∂y ⎝ ∂ y ⎠

Massa / Volume X aceleraçção Forças viscosas

Forças de pressão Força gravitacional

108
MASSA ENTRA– MASS SAI
Conservação de Massa: d (m ) =0 =
dt sist MASSA ACUMULADA

(ρ v ) y y + dy
dxW d
(ρ Wdxdy )=
dt 14mass
243

[1(ρ4v )4dyW + (ρv ) dxW ]−


(ρ vx ) x+ dx dyW
x x y

(ρ vx ) x dyW
y
44244443
dy
[1(ρ4v )44dyW dxW ]
mass IN

x x + dx
+ (ρv ) y
dx 442444443 y + dy
mass OUT

(ρ v ) dρ d
+ (ρv x ) + (ρv y ) = 0
dxW d
y y lim ⇒
dx , dy →0 dt dx dy

dv x dv y r
Para fluido incompressível: + = 0 → ∇⋅v = 0
dx dy
109
vx = u
Usando , o sistema de EDP que descreve um escoamento é:
vy = v

⎛ ∂u ∂u ∂u ⎞ ∂p ⎛ ∂ 2u ∂ 2u ⎞
ρ ⎜⎜ + u + v ⎟⎟ = − + μ ⎜⎜ 2 + 2 ⎟⎟ + ρg x
⎝ ∂t ∂x ∂y ⎠ ∂x ⎝ ∂x ∂y ⎠
⎛ ∂v ∂v ∂v ⎞ ∂p ⎛ ∂ 2v ∂ 2v ⎞
ρ ⎜⎜ + u + v ⎟⎟ = − + μ ⎜⎜ 2 + 2 ⎟⎟ + ρg y
⎝ ∂t ∂x ∂y ⎠ ∂y ⎝ ∂x ∂y ⎠
∂u ∂v
+ =0
∂x ∂y

110
Soluções Exatas
Escoamento permanente desenvolvido em um tubo circular:

vr = v v=0
r
vθ = w w=0
z vz = u u = u (r )

⎡ ∂v ∂v w ∂v w2 ∂v ⎤ ∂p ⎡ ∂ ⎛1 ∂ ⎞ 1 ∂ v ∂ v 2 ∂w ⎤
2 2
ρ⎢ + v + − + u ⎥ = − + μ⎢ ⎜ (rv )⎟ + 2 2 + 2 − 2 ⎥ + ρg r
⎣ ∂t ∂r r ∂θ r ∂z ⎦ ∂r ⎣ ∂r ⎝ r ∂r ⎠ r ∂θ ∂z r ∂θ ⎦
⎡ ∂w ∂w w ∂w v w ∂w ⎤ 1 ∂p ⎡ ∂ ⎛1 ∂ ⎞ 1 ∂ w ∂ w 2 ∂v ⎤
2 2
ρ⎢ + v + − +u ⎥ = − + μ⎢ ⎜ (rw)⎟ + 2 2 + 2 + 2 ⎥ + ρgθ
⎣ ∂t ∂r r ∂θ r ∂z ⎦ r ∂θ ⎣ ∂r ⎝ r ∂r ⎠ r ∂θ ∂z r ∂θ ⎦
⎡ ∂u ∂u w ∂u ∂u ⎤ ∂p ⎡ 1 ∂ ⎛ ∂u ⎞ 1 ∂ 2u ∂ 2u ⎤
ρ⎢ + v + + u ⎥ = − + μ⎢ ⎜r ⎟ + 2 + 2 ⎥ + ρg z
⎣ ∂t ∂r r ∂θ ∂z ⎦ ∂z ⎣ r ∂r ⎝ ∂r ⎠ r ∂θ
2
∂z ⎦

111
∂p ⎫
= 0⎪
∂r ⎪
⎬ p = p( z ) u (r ) = ?
∂p r
= 0⎪
∂θ ⎪⎭
z
∂p 1 ∂ ⎛ ∂u ⎞ 1 ∂ ⎛ ∂u ⎞ 1 dp
− +μ ⎜ r ⎟ = 0 ⇒ ⎜r ⎟ =
∂z r ∂r ⎝ ∂r ⎠ r ∂r ⎝ ∂r ⎠ μ dz

Equação diferencial e condições de contorno:

1 ∂ ⎛ ∂u ⎞ 1 dp
1 ∂ ⎛ ∂u ⎞ 1 dp ⎜r ⎟ = = constante
⎜r ⎟ = r ∂42
1 ∂r ⎠ μ dz
r ⎝ 43
r ∂r ⎝ ∂r ⎠ μ dz 123
f (r ) g(z)

dp Δp
=
u (r = R ) = 0 dz Δz
du
(r = 0) = 0 p(z )
dr

z 112
∂ ⎛ ∂u ⎞ r Δp
⎜r ⎟ =
∂r ⎝ ∂r ⎠ μ Δz
∂u r 2 Δp ∂u r Δp C1
r = + C1 ⇒ = +
∂r 2 μ Δz ∂r 2 μ Δz r
r 2 Δp
u= + C1 ln(r ) + C2
4 μ Δz

du
(r = 0) = 0 ⇒ C1 = 0 r 2 Δp R 2 Δp R 2 ⎛ Δp ⎞⎛⎜ ⎛ r ⎞ ⎞⎟
2
dr u= − = ⎜− ⎟⎜1 − ⎜ ⎟ ⎟
R 2 Δp 4 μ Δz 4 μ Δz 4 μ ⎝ Δz ⎠⎝ ⎝ R ⎠ ⎠
u (r = R ) = 0 ⇒ C2 = −
4μ Δz

R 2 ⎛ Δp ⎞⎛⎜ ⎛ r ⎞ ⎞⎟ ⎛ Δp ⎞
2

u (r ) = ⎜− ⎟⎜1 − ⎜ ⎟ ⎟ u>0 ⇒ ⎜ ⎟<0


4 μ ⎝ Δz ⎠⎝ ⎝ R ⎠ ⎠ ⎝ Δz ⎠

Perfil de velocidade parabólico


113
R 2 ⎛ Δp ⎞
U max = ⎜− ⎟
4 μ ⎝ Δz ⎠

0.8

0.6
r/R

0.4

0.2

0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1

u/U
max
114
Escoamento permanente desenvolvido entre placas paralelas:

h y u (r ) = ? v=0
x w=0
u = u (r )

Δp
L
dp ∂u 2 ∂ 2u 1 dp
0=− +μ 2 = = constante
dx ∂y ∂y
{
2
μ dx
123
f ( y) g(z)

u( y = h) = 0 dp Δp
=−
∂u dx Δx
( y = 0) = 0
∂y
115
1 dp 2
u( y) = y + C1 y + C2
2μ dx

∂u 1 dp
(0) = 0 + C1 = 0 → C1 = 0
∂y μ dx
1 dp 2 1 dp 2
u ( h) = h + C2 = 0 → C2 = − h
2μ dx 2 μ dx

1 dp 2 1 dp 2 h 2 ⎛ dp ⎞ ⎡ ⎛ y ⎞ ⎤
2

u( y) = y − h = ⎜ − ⎟ ⎢1 − ⎜ ⎟ ⎥
2μ dx 2μ dx 2μ ⎝ dx ⎠ ⎢⎣ ⎝ h ⎠ ⎥⎦

Perfil de velocidade parabólico

116
Escoamento permanente desenvolvido entre placas paralelas:
V uma das placas em movimento.
Analisar os casos para:

2h u( y) = ? dp Δp
1) − = <0
dx L
y
dp Δp
2) − = =0
x dx L
dp Δp
Δp 3) − = >0
dx L
L

117
118
Placa oscilatória: Problema de Stokes.

Stokes assumiu que v = 0 ⇒ u = u( y )

⎡ ∂u ∂u ∂u ⎤ ∂p ⎡ ∂ 2u ∂ 2u ⎤
ρ⎢ + u + v ⎥ = − + μ⎢ 2 + 2 ⎥
⎣ ∂t ∂x ∂y ⎦ ∂x ⎣ ∂x ∂y ⎦

y
x
∂u μ ∂ 2u ∂u ∂ 2u
− =0 ⇒ −ν 2 = 0
∂t {ρ ∂y 2
∂t ∂y
u placa = u0 sin (ω t ) ν

u ( y, t = 0) = 0
u ( y = 0, t ) = u0 sin (ω t )
u ( y → ∞, t ) = finito

119
Solução para tempos altos: solução que oscila e não depende da condião inicial.

Adimensionalização do problema:

u y
U= ; T = ωt ; Y =
(ν w)
1
u0 2

∂U ∂ 2U
− 2 =0
∂T ∂Y

U (Y , T = 0) = 0
U (Y = 0, T ) = sin (T ) = Im{exp(iT )}
U (Y → ∞, T ) = finita

É vantajoso escrever U como uma função complexa e considerar a 


resposta do problema a parte imaginária desta função.
120
Solução da forma:

U = f (Y ) exp(iT )
[ f ′′ − if ]exp(iT ) = 0

= if (Y ) exp(iT ) ( ) ( )
dU
f ′′ − if = 0 → f (Y ) = C1 exp iY + C2 exp − iY
dT
d 2U f (Y → ∞ ) = finito : C1 = 0
2
= f ′′(Y ) exp(iT )
dY

( )⎛ 1+ i ⎞
f (Y ) = C2 exp − iY = C2 exp⎜ − Y⎟
⎝ 2 ⎠

⎛ 1+ i ⎞
U (Y , T ) = C2 exp⎜ − Y ⎟ exp(iT )
⎝ 2 ⎠

121
⎛ 1+ i ⎞
Condição de Contorno: U (0, T ) = C2 exp⎜ − 0 ⎟ exp(iT ) = exp(iT ) → C2 = 1
⎝ 2 ⎠
⎧ ⎫
⎪ ⎪
⎪⎪ ⎛ 1+ i ⎞ ⎪⎪
U (Y , T ) = Im⎨ exp⎜ − Y⎟ exp(iT ) ⎬ =
⎝ ⎠ 123
⎪ 14 4244 2 3 cos (T )+ i sin (T )⎪
⎪exp⎛⎜ − Y ⎞⎟ ⎡ cos⎛⎜ Y ⎞⎟−i sin ⎛⎜ Y ⎞⎟ ⎤ ⎪
⎪⎩ ⎝ 2 ⎠ ⎣ ⎝ 2 ⎠ ⎝ 2 ⎠ ⎦
⎢ ⎥ ⎪⎭

⎧ ⎡⎛ ⎛ Y ⎞ ⎛ Y ⎞ ⎞ ⎤⎫
⎪ ⎢⎜⎜ cos⎜ ⎟ cos(T ) + sin ⎜ ⎟ sin (T )⎟⎟ + ⎥ ⎪
⎪ ⎛ Y ⎞ ⎢⎝ ⎝ 2 ⎠ ⎝ 2⎠ ⎠ ⎥⎪
Im⎨exp⎜ − ⎟⎢ ⎬
2⎠ ⎛ ⎥
⎞ ⎪
⎪ ⎝ ⎢i⎜ − sin ⎛⎜
Y ⎞ ⎛ Y ⎞
⎪ ⎜ ⎟ cos(T ) + cos⎜ ⎟ sin (T )⎟⎟⎥ ⎪
⎩ ⎢⎣ ⎝ ⎝ 2⎠ ⎝ 2⎠ ⎠⎥⎦ ⎭

⎛ Y ⎞⎛ ⎛ Y ⎞ ⎛ Y ⎞ ⎞
U (Y , T ) = exp⎜ − ⎟⎜⎜ − sin ⎜ ⎟ cos(T ) + cos⎜ ⎟ sin (T )⎟⎟ =
⎝ 2 ⎠⎝ ⎝ 2⎠ ⎝ 2⎠ ⎠
122
⎛ Y ⎞ ⎛ Y ⎞
U (Y , T ) = exp⎜ − ⎟ sin ⎜ T − ⎟
⎝ 2⎠ ⎝ 2⎠

T=0
5 T=π/8
T=π/4
T=π/2
4 T=3π/4
Y

0
-0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2

123
Placa estacionária colocada em movimento súbito.

Stokes assumiu que v = 0 ⇒ u = u( y )

⎡ ∂u ∂u ∂u ⎤ ∂p ⎡ ∂ 2u ∂ 2u ⎤
ρ⎢ + u + v ⎥ = − + μ⎢ 2 + 2 ⎥
⎣ ∂t ∂x ∂y ⎦ ∂x ⎣ ∂x ∂y ⎦

y
x
∂u ∂ 2u
−ν 2 = 0
∂t ∂y
u placa = U 0
u ( y, t = 0 ) = 0
u ( y = 0, t ) = U 0
u ( y → ∞, t ) = 0

124
y
Variável de similaridade: η =
2 νt
Verificar se podemos escrever: u = U 0 f (η )

∂u ∂u 1 ∂ 2u ∂ 2u 1
= → =
∂y ∂η 2 ν t ∂y 2
∂η 2 4ν t

∂u ∂u y ⎛ 1⎞ ∂u η
= ⎜ − ⎟ = −
∂t ∂η 2 ν t ⎝ 2t ⎠ ∂η 2t

∂u ∂ 2u ∂u η ∂ 2u 1
−ν 2 = 0 → − =ν
∂t ∂y ∂η 2t ∂η 2 4ν t

1 ∂ 2u ∂u
+ η =0 → f ′′ + 2η f ′ = 0 ; f (0) = 1 , f (∞ ) = 0
2 ∂η 2
∂η
125
f ′′ + 2η f ′ = 0 ; f (0) = 1 , f (∞ ) = 0

f ′′
f′
= −2η → ln( f ′) = ln(C ) − η 2 → (
f ′ = C exp − η 2 )

η η
f (η ) − f (0) = C ∫ exp − ξ 2 dξ ( ) → (
f (η ) = 1 + C ∫ exp − ξ 2 dξ )
0 0

(
f (∞ ) = 1 + C ∫ exp − ξ 2 dξ = 0 ) → C=−∞
1
=−
2
π
0
∫ exp(− ξ 2
)

0

η
f (η ) = 1 −
2
∫ exp − ξ 2
( )
dξ = 1 − erf (η ) = erfc(η )
π 0

⎛ y ⎞
u = U 0 erfc⎜ ⎟
⎜2 νt ⎟
⎝ ⎠ 126
127
Escoamento Ideal

Em escoamentos a altos número de Reynolds, os efeitos viscosos podem ser


desprezados e os campos de velocidade e pressão podem ser obtidos resolvendo
a equação de Navier‐Stokes tomando a viscosidade como nula.  Neste caso, a
pressão é a  única força que contabalança a força inercial do fluido.

O campo de velocidade é determinado exclusivamente pela cinemática do


escoamento:  partículas de fluidos não rodam (vorticidade = zero) e a equação de 
conservação de massa.

∇×u = 0 e ∇ ⋅u = 0
∂v ∂u ∂u ∂v
− =0 e + =0
∂x ∂y ∂x ∂y

128
O fato da vorticidade ser nula, permite a definição de um 
POTENCIAL DE VELOCIDADE φ (x, y )
∂φ ∂φ
u= ; v= v
∂x ∂y

Observe que, como u
∂v ∂u
ω = ∇×u = 0 → − =0 φ = const.
∂x ∂y
∂ ⎛ ∂φ ⎞ ∂ ⎛ ∂φ ⎞ ∂φ ∂φ
⎜⎜ ⎟⎟ − ⎜ ⎟ = − =0
∂x ⎝ ∂y ⎠ ∂y ⎝ ∂x ⎠ ∂x∂y ∂y∂x

O potencial deve satisfazer a equação de Laplace:

∂u ∂v ∂ 2φ ∂ 2φ
+ =0 → + = 0 → ∇ 2
φ =0
∂x ∂y ∂x 2
∂y 2

O potencial de velocidade é uma função harmônica.


129
ψ ( x, y )
Para escoamentos 2D, pode‐se definir a FUNÇÃO CORRENTE                      

∂ψ ∂ψ v
u= ; v=− ψ ( x, y ) = const.
∂y ∂x
u

O função corrente também deve satisfazer a equação de Laplace:

∂v ∂u
ω = ∇×u = 0 → − =0
∂x ∂y

∂v ∂u ∂ ⎛ ∂ψ ⎞ ∂ ⎛ ∂ψ ⎞
− =0 → ⎜− ⎟ − ⎜⎜ ⎟⎟ = 0 → ∇ 2ψ = 0
∂x ∂y ∂x ⎝ ∂x ⎠ ∂y ⎝ ∂y ⎠
A função corrente é uma função harmônica.

130
∂φ ∂φ v
Como: u = ; v= → u = ∇φ ψ = const.
∂x ∂y
u
O vetor velocidade é perpendicular
a iso‐linhas do potencial de velocidade.
φ = const.
Ao longo de uma iso‐linha da função corrente:
∂ψ ∂ψ
dψ = dx + dy = 0
∂x ∂y
u dx O vetor velocidade é tangente
− vdx + udy = 0 → = a iso‐linhas da função corrente.
v dy

Iso‐linhas de potencial de velocidade são


perpendiculares a iso‐linhas da função corrente.

131
A solução de escoamento ideal torna‐se mais simples utilizando‐se conceitos
de variáveis complexas.

Um ponto no plano é representado através da variável complexa z:

y
z
r
z = x + iy = r exp(iθ ) θ
x
O POTENCIAL COMPLEXO é definido como:

F ≡ F ( z ) = φ ( x , y ) + iψ ( x , y )

Esta definição é válida, pois qualquer função analítica de uma variável complexa


possui partes real e imaginária que satisfazem a equação de Laplace. 

( )
F ≡ F ( z ) = iz 2 = −2 xy + i x 2 − y 2 = φ ( x, y ) + iψ ( x, y )

φ (x, y ) = −2 xy e ψ (x, y ) = x 2 − y 2
132
Exemplo:

( )
F ≡ F ( z ) = iz 2 = −2 xy + i x 2 − y 2 = φ ( x, y ) + iψ ( x, y )

φ ( x, y ) = −2 xy e ψ ( x, y ) = x 2 − y 2 satisfazem a equação de Laplace.


∂2 ∂2
(− 2 xy ) + 2 (− 2 xy ) = 0
∂x 2
∂y
∂2 2 ∂2 2
∂x 2
(
x − y 2
+ )
∂y 2
x − y(2
)
= 2−2 = 0

Iso‐linhas do potencial de velocidade e função são ortogonais.

133
A VELOCIDADE COMPLEXA é definida como: v
dF ∂φ ∂ψ ∂ψ ∂φ
W ≡ W (z ) = = +i = −i = u − iv vθ
dZ ∂x ∂x ∂y ∂y ur
y
r u
W ≡ W (z ) = = [ur − ivθ ]exp(− iθ )
dF
θ
dZ
x
No exemplo, a velocidade complexa é:

∂φ ∂ψ dF
= 2iz = 2i ( x + iy ) = −2 y + i 2 x
dF +i = −2 y + i 2 x =
W=
dz ∂x ∂x dz
∂ψ ∂φ dF
+i = −2 y + i 2 x =
∂y ∂y dz
O potencial complexo F = iz 2 define o escoamento com linhas de correntes

dada por ψ = x 2 − y 2 e campo de velocidade dado por u = −2 y e v = −2 x .

Podemos analisar o escoamento representado por diferentes potenciais complexos


simples.
134
ESCOAMENTO UNIFORME

F ≡ F ( z ) = [U exp(− iα )]z

= U exp(− iα ) = U cos(α ) − U sin (α )i


dF
W=
dz 1424 3 1 424 3
u v

135
ESCOAMENTO EM UMA CUNHA

F ≡ F ( z ) = Az n = A[r exp(iθ )] = Ar n cos(nθ ) + i Ar n sin (nθ )


n
14243 14243
φ ( x, y ) ψ ( x, y )

= nAz n −1 = nA[r exp(iθ )] = nAr n −1 exp(inθ ) exp(− iθ ) =


dF n −1
W=
dz

⎪ u = nAr n −1
cos(nθ )
W = nAr [cos(nθ ) + i sin (nθ )]exp(− iθ ) ⇒ ⎨
n −1 r

⎪⎩vθ = −nAr n −1 sin (nθ )

136
Casos particulares:

137
ESCOAMENTO AO REDOR DE UMA FONTE

F ≡ F (z ) = ln ( z ) = ln[r exp(iθ )] = ln (r ) + i θ
m m m m
2π 2π π 24
24
1 3 { 2π
φ ( x, y ) ψ ( x, y )

Vazão volumétrica
⎧ m por unidade de comprimento
⎪ u =
exp(− iθ )
dF m m
W= = = ⇒ ⎨ r 2πr
dz 2πz 2πr ⎪⎩vθ = 0

138
ESCOAMENTO AO REDOR DE UM VÓRTICE

Γ Γ Γ
F ≡ F ( z ) = −i ln ( z ) = −i ln[r exp(iθ )] = θ + i ln (r )
m
2π 2π 2π
{ π 24
24
1 3
φ ( x, y ) ψ ( x, y )

⎧ur = 0
Γ Γ ⎪
exp(− iθ ) = ⇒ ⎨
dF
W= = −i = −i Γ
dz 2πz 2πr v =
⎪⎩ θ 2πr

139
Como a equação de Laplace é linear, a soma de diferentes soluções também é
solução.  Desta forma, escoamentos mais complexos podem ser obtidos através
da superposição dos escoamentos descritos anteriormente.

SUPERPOSIÇÃO DE UMA FONTE (SUMIDOURO) E UM VÓRTICE

Γ
F ≡ F (z ) = − ln( z )− i ln( z )
m
142π243 14 2π
243
sumidouro vortice

⎡ ⎤
Γ ⎢ m Γ ⎥
⎥ exp(− iθ )
dF m
W= =− −i = ⎢− −i
dz 2πz 2πz ⎢ 12 2π
3r { 2πr ⎥
⎣ ur vθ ⎦

⎧ m
u
⎪⎪ r = −
2πr
⇒ ⎨
⎪v = Γ
⎪⎩ θ 2πr
140
SUPERPOSIÇÃO DE UMA FONTE E UM SUMIDOURO

O escoamento de fluido em um meio poroso é descrito pelas mesmas equações


de um escoamento potencial.  O potencial de velocidade é a pressão no meio
poroso.  A fonte e sorvedouro podem ser interpretados como um poço injetor
e um poço produtor.  O escoamento entre os dois poços pode ser descrito pela
superposição de um fonte e um sorvedouro, como descrito a seguir. 

F ≡ F (z ) = ln ( z + a ) − ln ( z − a )
m m
2π 2π

Fonte localizada em –a  


Sumidouro localizado em +a.

m ⎛ z+a⎞
F ≡ F (z ) = ln⎜ ⎟
2π ⎝ z − a ⎠

ψ =−
m
(θ1 − θ 2 ) φ =−
m
(ln r1 − ln r2 )
2π 2π 141
Função corrente

Exercicio:  
1) Esboce as linhas de corrente do escoamento.

2) Determine a velocidade na linha que liga a fonte e o sumidouro.

3) Determine o tempo que leva uma particula de fluido para ir da fonte ao


sumidouro (poço injetor ao poço produtor.
142
SUPERPOSIÇÃO DE UMA FONTE E UM SUMIDOURO EM UM MESMO PONTO: 
DOUBLET
Fazendo a fonte e o sumidouro ficarem próximo, isto é a pequeno

A fórmula da função corrente pode ser aproximada por:


m 2ar sin (θ ) m ar sin (θ )
ψ =− = −
2π r 2 − a 2 π r 2 − a2
Tomando os limites a → 0 e m → ∞ :

ma sin (θ ) sin (θ )
ψ =− = −K
π r r
O potencial de velocidade correspondente é dado por:
cos(θ )
φ=K
r
As componentes da velocidadade são dadas por: 
cos(θ ) sin (θ )
vr = − K e vθ = − K
r2 r2
143
SUPERPOSIÇÃO DE UM ESCOAMENTO UNIFORME E UM DOUBLET =
ESCOAMENTO AO REDOR DE UM CILINDRO

Vamos assumir que a função corrente


é nula em r = a.

sin (θ )
ψ = Va sin (θ ) − K = 0 → K = Va 2
a
⎡ a2 ⎤
ψ = Vr sin (θ )⎢1 − 2 ⎥
⎣ r ⎦
⎡ a2 ⎤
φ = Vr cos(θ )⎢1 + 2 ⎥
⎣ r ⎦

144
As componentes da velocidadade são dadas por: 

Na superfície do cilindro (r = a): 

145
A pressão ao longo da superfície do cilindro pode ser calculada
pela equação de Bernoulli.

Paradoxo de d’Alambert:  Força de arraste nula – efeitos viscosos desprezados.

146
SUPERPOSIÇÃO DE UM ESCOAMENTO UNIFORME +DOUBLET + VORTICE =
ESCOAMENTO AO REDOR DE UM CILINDRO EM ROTAÇÃO

147
Exercicio:  
1) Calcule o campo de velocidade.

2) Determine a velocidade ao longo da superfície do cilindro.

3) Determine a localização de pontos de estagnação na superficie do 


cilindro em função da rotação do cilindro Γ.

4)     Esboce as linhas de corrente para diferentes valores da rotação do cilindro Γ.

5)     Determine a distribuição de pressão ao longo da superficie do cilindro.

6)     Determine a força de sustentação.

148
7. Transformada de Fourier

Sendo u(x,t) uma função contínua por partes e integrável, sua 
transformada de Fourier é dada por:


F {u ( x, t )} = U(k, t) =
1
∫ u ( x, t ) dx
−ikx
e
2π -∞

A transformada inversa é dada por:                .  

F -1 {U (k , t )} = u(x, t) =
1
∫e
ikx
U (k , t ) dk
2π -∞

149
EXEMPLO 1:

Calcular F {exp(− ax 2 )}:


∞ ∞
⎡ ik 2 k 2 ⎤
{ (
F exp − ax 2
)} =
1
∫e
−ikx − ax 2
dx =
1
∫−∞exp⎢⎣− a( x + 2a ) − 4a ⎥⎦ dx
2π −∞ 2π
ik
Mudando a variável para         y = ( x + ) ⇒ dy = dx
2a

{ (
F exp − ax 2
)} =
1 k2
exp(− ) ∫ e dy =
− ay 2 1 k2
exp(− ) Função
2π 4a − ∞ 2a 4a Gaussiana

π
1
a= :
Se                  a
2
⎧ ⎛ 1 ⎞⎫ ⎛ 1 ⎞
F ⎨exp⎜ − x 2 ⎟ ⎬ = exp⎜ − x 2 ⎟k
⎩ ⎝ 2 ⎠⎭ ⎝ 2 ⎠
⇒ F { f ( x )} = f ( k )

Função auto‐recíproca
150
EXEMPLO 2:
−1
Calcular F exp − ak
2
{ ( )}

F −1
{exp(− ak )} 2
=
1
∫ exp(− ak 2
)
exp(ikx )dx =
2π −∞
∞ ∞
⎛ ⎛ 2 x ⎞⎞
=
1
∫ exp(− ak + 2
ikx dx =
1
) ∫−∞ ⎜⎝ ⎝
exp⎜ − a ⎜ k − i k ⎟ ⎟⎟dx =
2π −∞ 2π a ⎠⎠
1 ⎛ x2 ⎞ ∞ ⎛ ⎛ x ⎞
2

= exp⎜⎜ − ⎟⎟ ∫ exp − a⎜ k − i ⎟ ⎟dx

2π ⎝ 4a ⎠ −∞ ⎜⎝ ⎝ 2a ⎠ ⎟⎠

⎛ x ⎞
z = a⎜k − i
Mudando a variável para          ⎟ ⇒ dz = a dk
⎝ 2a ⎠

⎛ x2 ⎞ ∞ ⎛ x2 ⎞ ∞
F −1
{exp(− ak )}
2
=
1
exp⎜⎜ − ⎟⎟ ∫ exp − z (
2 dz
= )
1
(
exp⎜⎜ − ⎟⎟ ∫ exp − z 2 dz =)
2π ⎝ 4a ⎠ − ∞ a 2πa ⎝ 4a ⎠ −1

4
4244 3
= π

⎛ x2 ⎞
F −1
{exp(− ak )}
2
=
1
exp⎜⎜ − ⎟⎟
2a ⎝ 4a ⎠
151
EXEMPLO 3:

F {exp(− a x )}:
Calcular                 

F {exp(− a x )} =
1
2π ∫ exp(−a x − ikx)dx =
−∞

1 ⎡ ⎤
0 ∞
= ⎢∫ exp{( a − ik ) x} dx + ∫ exp{− ( a + ik ) x} dx ⎥=
2π ⎣−∞ 0 ⎦
1 ⎡ 1 1 ⎤ 2⎛ a ⎞
= + = ⎜ ⎟
2π ⎢⎣ a − ik a + ik ⎥⎦ π ⎝ a2 + k 2 ⎠

152
Transformada de Fourier de seno e coseno

• Funções Pares:

Fc { f ( x)} = Fc (k ) =
2
π ∫ cos kx f ( x) dx
0

F −1
{Fc (k )} = f ( x) = ∫
2
cos kx F (k ) dk
π
c c
0

• Funções Ímpares:

Fs { f ( x)} = Fs (k ) =
2
π ∫ sin kx f ( x) dx
0

F −1
{Fs (k )} = f ( x) =
2
∫ sin kx F (k ) dk
π
s s
0
EXEMPLO:

Calcular Fc e{ }
− ax
:


{ }
Fc e − ax =
2
π ∫ cos kx dx
e − ax

1 kxi − kxi
e = cos kx + i sin kx ⇒ cos kx = (e + e )
kxi
Sabendo‐se que:         
2

{ }
Fc e − ax =
1 2

2 π 0
e [
− ( a −ik ) x
+ e ]
− ( a + ik ) x
dx =

1 2⎡ 1 1 ⎤ 2 a
= + =
2 π ⎢⎣ a − ik a + ik ⎥⎦ π (a 2 + k 2 )

154
Propriedades da Transformada de Fourier

1. Linearidade

F [ f ( x)] =
1
∫e
−ikx
Sabemos que f ( x) dx
2π −∞

Portanto, para quaisquer constantes a e b:

F [af ( x) + bg ( x)] = [ ]
1

−ikx
af ( x ) + bg ( x ) e dx =
2π −∞
∞ ∞
a b
∫ ∫
−ikx −ikx
f ( x )e dx + g ( x ) e dx
2π −∞ 2π −∞

⇒ F [af ( x) + bg ( x)] = a F [ f ( x)] + b F [g ( x)]


2. Translação

F [ f ( x − c )] =
1
Sendo c uma constante real, temos:
2π ∫
−∞
f ( x − c)e −ikx dx
Mudando a variável para         ξ = x − c ,
∞ ∞
F [ f ( x − c )] =
1 1
∫ ∫
−ik (ξ + c )
f (ξ )e dξ = e −ikc
f (ξ )e −ikξ dξ
2π −∞ 2π −∞

⇒ F [ f ( x − c)] = e −ikc F [ f ( x)]

3. Homotetia na variável
Sendo c uma constante real diferente de zero, temos:

F [ f (cx)] =
1
2π ∫
−∞
f (cx)e −ikx dx

F [ f (cx)] =
1 1
Mudando a variável para         ξ = cx ,
c 2π ∫
−∞
f (ξ )e −i ( k / c )ξ dξ

⇒ F [ f (cx)] = (1 / c ) F (k / c)
4. Diferenciação
Considere f uma função contínua e suave por partes, e que satisfaça
x → ∞ ⇒ f ( x) → 0 .  Se f e f’ são absolutamente integráveis, então:
a condição:                                 

[
F f ( x) =
' 1
] ∫ f ' ( x)e −ikx dx
2π −∞

Integrando por partes:         
1 ⎡ ⎤

[
F f ( x) =
'
] ⎢ f ( x ) e −ikx ∞
+
ik
∫ f ( x )e
−ikx
dx ⎥ = ik F [ f ( x)]
2π ⎣ −∞
2π −∞ ⎦

[ ]
⇒ F f ' ( x) = ik F [k ]

Generalizando:         

[ ]
F f ( n ) ( x) = (ik ) F [k ], n = 0,1, 2,...
n
Exemplo:

Determine a transformada de Fourier de

e depois a transformada inversa do resultado encontrado.                 

⎡ ⎤
1 ⎢ ⎥
T T T
F [h(t )] = exp(− ikt )dt = ⎢ ∫ cos(kt )dt − i ∫ sin (kt )dt ⎥ =
1

2π −T 2π ⎢−T
14243 ⎥
−T
⎢⎣ = 0 ( impar ) ⎥

1 ⎡ sin (kt ) ⎤ 1 2 sin (kT ) 2 sin (kT )
T

F [h(t )] = = =
2π ⎢⎣ k ⎥⎦ −T 2π k π k

2 sin (kT )
F [h(t )] =
π k
2 sin (kT ) sin (kT )
∞ ∞
F {F [h(t )]} = exp(ikt )dk = ∫−∞ k exp(ikt )dk =
1 1

−1

2π −∞
π k π

⎧ ⎫
1 ⎪⎪ sin (kT ) sin (kT ) ⎪⎪ 1 sin (kT )
∞ ∞ ∞
= ⎨∫ cos(kt )dk + i ∫ sin (kt )dk ⎬ = ∫−∞ k cos(kt )dk
π ⎪− ∞ k k π
−∞
14442444 3⎪
⎪⎩ = 0 ( impar ) ⎪⎭
Usando a relação trigonométrica:

sin (kT ) cos(kt ) =


1
[sin (k (T + t )) + sin (k (T − t ))]
2

sin (k (T + t ) ) + sin (k (T − t ) )

1
∫−∞
−1
F = dk =
2π k
1 ⎧ sin (k (T + t ) ) sin (k (T − t ) ) ⎫
∞ ∞
= ⎨(T + t ) ∫ dk + (T − t ) ∫ dk ⎬
2π ⎩ −∞
k (T + t ) −∞
k (T − t ) ⎭

159
sin (kx )

1
Usando a relação: ∫−∞ x dx = k
2

⎧ ∞
( + ) ∞
sin (k (T − t ) ) ⎫
⎨(T + t ) ∫ dk + (T − t ) ∫
−1 1 sin k (T t )
F = dk ⎬ =
2π ⎩ −∞
k (T + t ) −∞
k (T − t ) ⎭
⎧ ⎫
1 ⎪⎪ ⎪⎪ T + t T −t
= ⎨ (T + t ) 1
+ (T − t ) 1
⎬ = + =
1
[sinal(T + t ) + sinal(T − t )]
2π ⎪
2
(T + t ) 2
(T − t ) ⎪ 2 T + t 2 T + t 2
⎪⎩ 2π 2π ⎪⎭

Observe que:
F −1 =
1
[− 1 + 1] = 0
2

F −1 =
1
[1 − 1] = 0
2
F −1 = [1 + 1] = 1
1
2

160
Exercícios:

1) Determine a transformada de Fourier de                 

161
Solução de Equação Diferencial
∂ 2u 2 ∂ 2u
Considere a equação de onda −c =0
∂t 2
∂x 2

Vamos fazer uma transformada de Fourier na equação em relação a variável x.


+∞ +∞
∂ 2u ∂ 2u
exp(− ikx )dx − c exp(− ikx )dx = 0
1 1
∫ ∫
2

2π −∞ ∂t 2π −∞ ∂x
2 2
144 4424444 3 144 4424444 3
I II
+∞ +∞
∂ 2u ∂2 ∂ 2uˆ
∫−∞ ∂t 2 exp(− ikx )dx = ∂t 2 ∫−∞u ( x, t ) exp(− ikx )dx = ∂t 2 (k , t )
1 1
I:
2π 2π
+∞ +∞
∂ 2u
II :
1
∫ ∂x 2 exp (− ikx )dx = k 2 1
∫ u ( x , t ) exp (− ikx )dx = − k 2
uˆ (k , t )
2π −∞ 2π −∞

Lembre que

162
∂ 2uˆ
(k , t ) + c k uˆ (k , t ) = 0
2 2

∂t 2

Para cada frequência k fixa, temos uma equação diferencial ordinária


que descreve a função uˆ (k , t ) que depende do tempo somente.

Para cada frequência k fixa


d 2U
2
+ c k U = 0 ; U (t ) = uˆ (k , t )
2 2

dt
d 2U
Buscar solução da forma: U (t ) = exp(rt ) → 2
= r 2 exp(rt )
dt
r 2 exp(rt ) + c 2 k 2 exp(rt ) = 0 → (r 2 + c 2 k 2 )exp(rt ) = 0 → r = ±ick
U (t ) = c1 exp(ickt ) + c2 exp(− ickt ) ; k = 1,2, L

Logo:

uˆ (k , t ) = U (t ) = Fˆ (k ) exp(ickt ) + Gˆ (k ) exp(− ickt ) ; k = 1,2,L

163
A solução da equação da onda é obtida calculando a transformada inversa:

∫ [Fˆ (k )exp(ikct ) + Gˆ (k )exp(− ikct )]exp(ikx )dk


+∞ +∞
u ( x, t ) = ( ) ( )
1 1
2π ∫−∞uˆ k , t exp ikx dk =
2π −∞
+∞ +∞
ˆ (k ) exp(ikct ) exp(ikx )dk + 1
∫ Gˆ (k )exp(− ikct )exp(ikx )dk
1
=
2π ∫−∞ F
2π −∞
+∞ +∞
ˆ (k ) exp(ik ( x + ct ) )dk + 1
∫ Gˆ (k )exp(ik ( x − ct ))dk =
1
2π ∫−∞ F
2π −∞

u ( x, t ) = F ( x + ct ) + G ( x − ct )

164
Considere o problema

Vamos fazer uma transformada de Fourier na equação em relação a variável x.

+∞ +∞
∂u ∂ 2u
exp(− ikx )dx − K exp(− ikx )dx = 0
1 1

2π −∞ ∂t ∫
2π −∞ ∂x
2
144 4424444 3 144 4424444 3
I II
+∞ +∞
∂u ∂ ∂uˆ
I:
1
∫ ∂t exp (− ikx )dx =
1
∫ u ( x, t ) exp(− ikx )dx = (k , t )
2π −∞
∂t 2π −∞
∂t
+∞ +∞
∂ 2u
II :
1
∫ ∂x 2 exp (− ikx )dx = k 2 1
∫ u ( x , t ) exp (− ikx )dx = − k 2
uˆ (k , t )
2π −∞ 2π −∞

+∞
uˆ (k ,0 ) = ∫ f ( x) exp(− ikx )dx
1
2π −∞

165
∂uˆ
(k , t ) + Kk 2uˆ (k , t ) = 0
∂t

Para cada frequência k fixa, temos uma equação diferencial ordinária


que descreve a função uˆ (k , t ) que depende do tempo somente.

Para cada frequência k fixa

+ Kk 2U = 0 ; U (t ) = uˆ (k , t )
dU
dt

U (0 ) = f ( x ) exp(− ikx )dx = F (k )
1

2π −∞

U (t ) = U (0) exp(− Kk 2t )

A solução da equação é obtida calculando a transformada inversa:



⎡ 1 ∞ ⎤
u ( x, t ) =
1
∫−∞⎣ 2π −∫∞
⎢ f (ζ ) exp (− ikζ )dζ ⎥ (
exp − Kk 2
)
t exp(ikx )dk
2π ⎦ 44443
144444442444
U (t ) 166

⎡ 1 ∞ ⎤
u ( x, t ) =
1
∫−∞⎣ 2π −∫∞
⎢ f (ζ ) exp (− ikζ )dζ ⎥ exp − Kk 2
( )
t exp(ikx )dk =
2π ⎦ 44443
144444442444
U (t )
∞ ∞
u ( x, t ) =
1

1
∫ ( )
f (ζ ) exp(− ikζ )exp ikx − Kk 2t dζdk =
2π −∞ 2π −∞
∞ ∞
u ( x, t ) =
1
∫ f (ζ )
1
∫ exp ik (
( x − ζ ) − Kk 2
)
t dkdζ
2π −∞ 2π −∞

Define‐se:

g ( x, t ) =
1
∫ exp (
ikx − Kk 2
t d k )
Tranformada inversa de  exp − Ktk 2
( )
2π −∞

⎛ x2 ⎞
g ( x, t ) =
1
exp⎜⎜ − ⎟⎟
2 Kt ⎝ 4 Kt ⎠

Logo:
∞ ∞ ∞
u ( x, t ) =
1
∫ f (ζ )
1
∫ exp ik(( x − ζ ) − Kk t2
dk )
dζ =
1
∫ f (ζ ) g (x − ζ , t )dζ
2π −∞ 2π −∞ 2π −∞
167
∞ ∞
⎛ ( x − ζ )2 ⎞
u ( x, t ) = ( ) ( ) ∫ f (ζ )
1 1 1
2π ∫
−∞
f ζ g x − ζ , t dζ =
2π −∞ 2 Kt
exp⎜⎜ −
⎝ 4 Kt ⎟⎠
⎟ dζ =


⎛ ( x − ζ )2 ⎞
u ( x, t ) = ∫−∞ f (ζ )exp⎜⎜⎝ − 4 Kt ⎟⎟⎠ dζ
1
4πKt

168

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