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DPC SEMESTRAL

Direito Administrativo
Celso Spitzcovsky
Data: 08/04/2013
Aula 10

RESUMO

SUMÁRIO

1) Direito Administrativo (princípios)...continuação;


2) Poderes da Administração Pública.

DIREITO ADMINISTRATIVO

3) Princípios:

 Publicidade:

Como regra geral, a administração é obrigada a manter a transparência em relação a todos os seus atos e a
todas as informações armazenadas nos seus bancos de dados.

Art. 5º, XXXIII da CF/88 - Todos têm o direito de obter dos órgãos públicos informações de interesse particular,
coletivo ou geral, no prazo da lei (L 12.527/11) e sob pena de responsabilidade.

Lei 12.527/11 - Lei de acesso a informações públicas:

Destaque para os artigos 10 e 11 da lei supramencionada.

Art. 10 - Quem pode pedir as informações: Qualquer interessado.

Art. 11 - Prazo para a administração prestar as informações: De imediato (Se a informação for de difícil acesso
o prazo será de 20 dias).

Se a informação for indevidamente negada, a pessoa poderá socorrer-se de (cuidado em provas):

-Sendo a informação de caráter personalizado (diz respeito à pessoa do impetrante) caberá habeas data,
conforme Art. 5º, LXXII da CF/88.

-Não tendo a informação tal caráter personalizado, ou seja, se a informação não diz respeito à pessoa
solicitante, caberá Mandado de Segurança, conforme Art. 5º, LXIX da CF/88.

Excepcionalmente, algumas informações poderão permanecer sob sigilo, sendo que isso ocorrerá quando a
publicidade de tais informações puder comprometer a soberania do Estado (parte final do Art. 5º, XXXIII da
CF/88).

Art. 37, §1º da CF/88 - Exige que o Governo faça publicidade dos atos oficiais. Em tal publicidade não poderá
constar nomes, imagens ou símbolos que representem promoção pessoal do administrador (a publicidade
deve ser impessoal).

DPC SEMESTRAL – 2013


Anotador(a): Tiago Ferreira
Complexo Educacional Damásio de Jesus
 Eficiência:

A administração é obrigada a manter ou ampliar a qualidade dos seus serviços com controle de gastos.

Casos que concretizam eficiência:

1) Eficiência para contratar pessoas - isso porque a regra geral para contratação é a aprovação em concurso
público, sendo que a seleção deve observar a eficiência dos candidatos.

2) Eficiência para contratar serviços - na administração, como regra, deve-se realizar licitação, selecionando a
proposta mais eficiente para o serviço público.

3) Eficiência no controle de gastos - dentro da administração há o teto de remuneração do Art. 37, XI da CF/88.

PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

1) Noção Básica:

Tais poderes surgem como instrumentos que o ordenamento jurídico confere à administração para a
preservação dos interesses da coletividade.

Toda vez que tais instrumentos forem utilizados com objetivo diverso da preservação dos interesses da
coletividade haverá abuso de poder - é forma de ilegalidade, que poderá ensejar em questionamento perante
o poder judiciário (só faz controle de legalidade dos atos administrativos).

2) São os poderes:

-Vinculado;
-Discricionário;
-Hierárquico;
-Disciplinar;
-Normativo;
-Polícia.

a) Poder Vinculado:

É aquele em que o administrador se encontra diante de situações que comportam solução única previamente
estabelecida por lei. Sendo assim, não existe espaço para juízos de valores, de conveniência e oportunidade (a
solução é única).

Exemplo: Aposentadoria compulsória de um servidor aos 70 anos.

b) Poder Discricionário:

É aquele em que o administrador não se encontra diante de situações que comportam solução única prevista
em lei, assim, existirá espaço para um juízo de valores, de conveniência e oportunidades (a solução não é
única).

Exemplo: Colocação de mesas e cadeiras na calçada em frente a bares e restaurantes.

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c) Poder Hierárquico:

É o poder conferido à administração para fixar os campos de competência de todas as figuras que se
encontram dentro de sua estrutura.

Exemplo: A administração fixa onde começa e termina a competência de um ministério (esfera federal), das
secretarias (esfera estadual), de uma subprefeitura (esfera municipal), uma autarquia, fundação, empresa
pública, de uma sociedade de economia mista, ou ainda a competência de um servidor.

Isso é relevante porque, se o ato foi editado por alguém incompetente, será inválido (questionamento perante
o judiciário).

d) Poder Disciplinar:

É o poder conferido à administração para a aplicação de sanções aos seus servidores pela prática de
irregularidades.

Poder disciplinar reflete apenas sanções de natureza administrativa, por exemplo, advertência, repreensão,
demissão etc.

As irregularidades devem ser ligadas ao cargo para incidir o poder disciplinar.

Requisitos para a incidência das sanções:

-Nenhuma sanção poderá incidir sobre o servidor sem a abertura de uma sindicância ou de um processo
disciplinar em que se assegure contraditório e ampla defesa.

Sindicância e processo disciplinar:

Semelhanças:

-Ambos constituem instrumento de investigação na esfera administrativa.


-Em ambos o servidor terá direito a contraditório e ampla defesa (Art. 5º, LV da CF/88).

Diferença:

-A sindicância possui limite de atuação (só pode apurar irregularidades que comportem, no máximo, a pena de
suspensão por 30 dias - Art. 145 da L 8.112/90); o processo disciplinar não possui.

Para aplicar sanção o administrador deve levar em conta as atenuantes e agravantes do caso concreto, os
antecedentes do servidor, a natureza da infração e os danos causados (a ausência de tal aferição torna a
sanção ilegal).

Se durante o processo não for dada a oportunidade de defesa do servidor por advogado, o processo será
ilegal, nulo e, portanto, poderá ser questionado no poder judiciário.

Se for dada a oportunidade e o servidor recusar, não poderá alegar futura nulidade - Aplicação da súmula
vinculante 05 do STF (A falta de defesa técnica produzida por advogado em processo disciplinar não ofende a
constituição).

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Se o servidor for demitido de forma ilegal, sendo absolvido no judiciário - Nesse caso, há direito a
reintegração? Depende da fundamentação da absolvição.

Se a absolvição for fundamentada em falta de provas não haverá direito a reintegração - notar que o judiciário
sequer apurou o mérito da questão.

Se a absolvição for fundamentada em negativa de autoria ou inexistência do ilícito (negativa do fato) haverá
direito a reintegração - notar que o judiciário apurou o mérito da questão.

A obrigatoriedade de reintegração do último caso constitui ato vinculado.

e) Poder Normativo:

É o poder conferido à administração para a publicação de decretos (Art. 84, IV da CF/88).

No Brasil, dentro da administração, a competência para editar decretos pertence ao chefe do poder executivo.
Logo, na esfera federal a competência é do Presidente da República; na esfera estadual a competência é do
Governador e; na esfera municipal a competência é do Prefeito.

O decreto editado por autoridade incompetente será ilegal.

Esses decretos só podem ser editados para oferecer fiel execução à lei, razão pela qual são chamados de
decretos de execução.

Tais decretos também só podem ser editados para melhor detalhar o que a lei previamente estabeleceu (estão
localizados hierarquicamente abaixo da lei).

Notar que a existência de lei anterior disciplinando a matéria é pressuposto básico para a edição do decreto.
Caso tal lei não exista o decreto será ilegal.

Se o decreto inovar em relação à lei também configurará ilegalidade.

Alguns doutrinadores (e o STF) entendem que além dos decretos de execução, existem os decretos autônomos
- não há previsão legal destes.

Decretos autônomos são aqueles que não dependem da existência de lei anterior para serem editados. Desta
forma, tais decretos estariam hierarquicamente localizados ao lado da lei. Assim, quando um decreto
autônomo for editado de forma incorreta será inconstitucional (não ilegal).

No caso da extinção de cargos públicos - criação e extinção por lei, salvo se o cargo estiver vago, oportunidade
em que poderá ser extinto por decreto. Assim, se um cargo ocupado for extinto por decreto (autônomo), este
será inconstitucional.

f) Poder de Polícia:

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