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15 de Agosto de 2020
Hino – 79
1ªJoão 5:11 e 12
Oração -
Boas vindas
Hoje vamos meditar num acontecimento que foi decisivo para a história
da Igreja e dos discípulos, e que é muito importante para nós hoje
entendermos a verdadeira natureza do cristianismo.
O milagre dos pã es foi divulgado por toda parte, e no dia seguinte, bem
cedo, o povo afluı́a a Betsaida para ver a Jesus. Vinham em grande
nú mero, por terra e por mar. Os que O deixaram na noite anterior,
voltavam esperando encontrá -Lo ainda ali; pois nã o houvera nenhum
barco em que tivesse podido atravessar para o outro lado. Suas buscas,
poré m, foram infrutı́feras, e muitos regressaram a Cafarnaum,
buscando-O sempre.
Entretanto, chegara Ele a Genesaré , apó s um dia de ausê ncia. Logo que
se soube de Sua chegada, “correndo toda terra em redor, começaram a
trazer em leitos, aonde quer que sabiam que Ele estava, os que se
achavam enfermos”. Marcos 6:55. Algum tempo depois foi Ele à
sinagoga, e aı́ O acharam os que vieram de Betsaida. Ouviram dos
discı́pulos como atravessara o mar. A fú ria da tempestade, as muitas
horas de infrutı́feros esforços remando contra ventos adversos, o
aparecimento de Cristo andando sobre as á guas, os temores
despertados, Suas palavras de tranqü ilizaçã o, a aventura de Pedro e as
consequê ncias da mesma, bem como a sú bita cessaçã o da tempestade e
o aportar do barco, tudo foi fielmente narrado à maravilhada multidã o.
Nã o contentes com isso, muitos ainda se reuniram em torno de Jesus
indagando: “Rabi, quando chegaste aqui?” Esperavam receber, de Seus
pró prios lá bios, uma segunda narraçã o do milagre.
Jesus nã o lhes satisfez a curiosidade. Disse tristemente: “Na verdade vos
digo que Me buscais, nã o pelos sinais que vistes, mas porque comestes
do pã o e vos saciastes.” Nã o O buscavam por nenhum motivo digno; mas,
como foram alimentados com os pã es, esperavam receber ainda
bê nçã os temporais unindo-se a Ele. O Senhor lhes ordenou: “Trabalhai,
nã o pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a
vida eterna.” Nã o busqueis meramente benefı́cios materiais. Nã o seja
vosso primeiro esforço o prover o necessá rio à vida atual, mas buscai o
alimento espiritual, isto é , a sabedoria que permanece para a vida
eterna. Isso apenas o Filho de Deus pode dar; “porque a Este o Pai, Deus,
O selou”.
Pensando ainda que era à comida temporal que Jesus Se referia, alguns
dos ouvintes exclamaram: “Senhor, dá -nos sempre desse pã o.” Jesus
falou entã o abertamente: “Eu sou o pã o da vida.”
A figura empregada por Cristo era familiar aos judeus. Moisé s, por
inspiraçã o do Espı́rito Santo, dissera: “O homem nã o viverá só de pã o,
mas [...] de tudo o que sai da boca do Senhor.” E o profeta Jeremias
escrevera: “Achando-se as Tuas palavras, logo as comi, e a Tua palavra
foi para mim o gozo do meu coraçã o”. Deuteronô mio 8:3; Jeremias
15:16. Os pró prios rabinos costumavam dizer que o comer do pã o, em
seu sentido espiritual, era o estudo da lei e a prá tica das boas obras; e
dizia-se muitas vezes que, na vinda do Messias, todo o Israel seria
alimentado. O ensino dos profetas tornava clara a profunda liçã o
espiritual no milagre dos pã es. Essa liçã o estava Cristo procurando
patentear aos Seus ouvintes na sinagoga. Houvessem entendido as
Escrituras, e teriam compreendido Suas palavras quando disse: “Eu sou
o pã o da vida.” Apenas na vé spera a grande multidã o, faminta e cansada,
se alimentara do pã o por Ele dado. Como daquele pã o tinham recebido
força fı́sica e refrigé rio, assim poderiam receber de Cristo vigor
espiritual para a vida eterna. “Aquele que vem a Mim nã o terá fome, e
quem crê em Mim nunca terá sede.” Mas acrescentou: “Vó s Me vistes, e
contudo nã o credes.”
“Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em Mim tem a vida
eterna.” Por intermé dio do amado Joã o, que escutou essas palavras, o
Espı́rito Santo declarou à s igrejas: “E o testemunho é este: que Deus nos
deu a vida eterna; e esta vida está em Seu Filho. Quem tem o Filho tem a
vida”. 1 Joã o 5:11, 12. E Jesus disse: “Eu o ressuscitarei no ú ltimo dia.”
Cristo tornou-Se uma mesma carne conosco, a fim de nos podermos
tornar um espı́rito com Ele. Er em virtude dessa uniã o que havemos de
ressurgir do sepulcro — nã o somente como manifestaçã o do poder de
Cristo, mas porque, mediante a fé , Sua vida se tornou nossa. Os que vê em
a Cristo em Seu verdadeiro cará ter, e O recebem no coraçã o, tê m vida
eterna. Er por meio do Espı́rito que Cristo habita em nó s; e o Espı́rito de
Deus, recebido no coraçã o pela fé , é o princı́pio da vida eterna.
O povo chamara a atençã o de Cristo para o maná que seus pais comeram
no deserto, como se o proporcionar aquele alimento fosse um maior
milagre do que o que fora realizado por Jesus; mas Ele mostra-lhes quã o
insignificante era aquele dom em comparaçã o com as bê nçã os que lhes
viera conceder. O maná só podia manter a existê ncia terrena; nã o
impedia a aproximaçã o da morte, nem garantia a imortalidade; mas o
pã o do Cé u nutria a alma para a vida eterna. O Salvador disse: “Eu sou o
pã o da vida. Vossos pais comeram o maná no deserto, e morreram. Este
é o pã o que desce do Cé u; para que o que dele comer nã o morra. Eu sou
o pã o vivo que desceu do Cé u; se algué m comer deste pã o, viverá para
sempre.” A esta figura acrescenta Cristo outra. Somente morrendo,
podia Ele comunicar vida aos homens, e nas palavras que seguem,
aponta Sua morte como o meio de salvaçã o. Diz Ele: “E o pã o que Eu der
é a Minha carne, que Eu darei pela vida do mundo.”
Entã o os rabinos exclamaram, irados: “Como nos pode dar Este a Sua
carne a comer?” Fingiram compreender-Lhe as palavras no mesmo
sentido literal que lhes dera Nicodemos quando perguntara: “Como
pode um homem nascer, sendo velho?” Joã o 3:4. Compreendiam, até
certo ponto, o que Jesus queria dizer, mas nã o estavam dispostos a
reconhecê -Lo. Torcendo-Lhe as palavras, esperavam indispor o povo
contra Ele. Cristo nã o suavizou Sua simbó lica representaçã o. Reiterou a
verdade em linguagem ainda mais vigorosa: “Na verdade, na verdade
vos digo que, se nã o comerdes a carne do Filho do homem, e nã o
beberdes o Seu sangue, nã o tereis vida em vó s mesmos. Quem come a
Minha carne e bebe o Meu sangue tem a vida eterna, e Eu o ressuscitarei
no ú ltimo dia. Porque a Minha carne verdadeiramente é comida, e o Meu
sangue verdadeiramente é bebida. Quem come a Minha carne e bebe o
Meu sangue permanece em Mim e Eu nele.”
Comer a carne e beber o sangue de Cristo é recebê -Lo como Salvador
pessoal, crendo que Ele perdoa nossos pecados, e nEle estamos
completos. Er contemplando o Seu amor, detendo-nos sobre ele,
sorvendo-o, que nos havemos de tornar participantes de Sua natureza.
O que a comida é para o corpo, deve ser Cristo para a alma. O alimento
nã o nos aproveita se o nã o ingerimos; a menos que se torne parte de
nosso corpo. Da mesma maneira Cristo fica sem valor para nó s, se O nã o
conhecemos como Salvador pessoal. Um conhecimento teó rico nã o nos
fará bem nenhum. Precisamos alimentar-nos dEle, recebê -Lo no
coraçã o, de modo que Sua vida se torne nossa vida. Seu amor, Sua graça,
devem ser assimilados.
“MUITO IMPORTANTE”
A vida de Cristo, que dá vida ao mundo, acha-se em Sua palavra. Era por
Sua palavra que Cristo curava a molé stia e expulsava os demô nios; por
Sua palavra acalmava o mar, e ressuscitava os mortos; e o povo dava
testemunho de que Sua palavra tinha poder. Ele falava a palavra de
Deus, como o fizera por intermé dio de todos os profetas e instruidores
do Antigo Testamento. Toda a Bı́blia é uma manifestaçã o de Cristo, e o
Salvador desejava fixar a fé de Seus seguidores na palavra. Quando Sua
presença visı́vel fosse retirada, a palavra devia ser sua fonte de poder.
Como seu Mestre, deviam viver “de toda a palavra que sai da boca de
Deus”. Mateus 4:4.
“MUITO IMPORTANTE”
Jesus lhes disse francamente: “Há alguns de vó s que nã o crê em”;
acrescentando: “Por isso Eu vos disse que ningué m pode vir a Mim, se
por Meu Pai lhe nã o for concedido.” Desejava fazê -los compreender que,
se nã o eram atraı́dos para Ele, era porque seu coraçã o nã o estava aberto
ao Espı́rito Santo. “O homem natural nã o compreende as coisas do
Espı́rito de Deus, porque lhe parecem loucura; e nã o pode entendê -las,
porque elas se discernem espiritualmente”. 1 Corı́ntios 2:14. Er pela fé
que a alma contempla a gló ria de Jesus. Essa gló ria está oculta até que,
por meio do Espı́rito Santo, a fé é ateada no coraçã o.
Em vista da pú blica reprovaçã o de sua incredulidade, esses discı́pulos
ficaram ainda mais alienados de Jesus. Sentiram-se grandemente
desgostosos, e desejando ferir o Salvador e agradar à malevolê ncia dos
fariseus, voltaram-Lhe as costas, deixando-O desdenhosamente. Tinham
feito sua escolha — tomaram a forma sem o espı́rito, o invó lucro sem o
grã o. Sua decisã o nunca mais foi revogada; pois nã o mais andaram com
Jesus.
“Em Sua mã o tem a pá , e limpará a Sua eira, e recolherá no celeiro o Seu
trigo”. Mateus 3:12. Este foi um dos perı́odos de expurgaçã o. Pelas
palavras da verdade, estava a palha sendo separada do trigo. Como eles
fossem demasiado vã os e justos aos pró prios olhos para receber
reprovaçã o, demasiado amantes do mundo para aceitar uma vida de
humilhaçã o, muitos se desviaram de Jesus. Muitos estã o ainda a fazer o
mesmo. Pessoas sã o hoje provadas como o foram aqueles discı́pulos na
sinagoga de Cafarnaum. Quando a verdade impressiona o coraçã o, vê em
que sua vida nã o se acha em harmonia com a vontade divina. Vê em a
necessidade de inteira mudança em si mesmos; nã o estã o, poré m,
dispostos a empreender a obra de renú ncia. Zangam-se, portanto,
quando sã o descobertos os seus pecados. Retiram-se ofendidos, da
mesma maneira que os discı́pulos de Jesus se afastaram, murmurando:
“Duro é este discurso; quem o pode ouvir?”
Sem tentar opor-Se aos que partiam, Jesus volveu-Se para os doze, e
disse: “Quereis vó s també m retirar-vos?” Pedro replicou: “Senhor, para
quem iremos nó s?” “Tu tens as palavras da vida eterna”, acrescentou. “E
nó s temos crido e conhecido que Tu é s o Cristo, o Filho de Deus.”
“Para quem iremos nó s?” Nã o dos ensinos de Cristo, de Suas liçõ es de
amor e misericó rdia, para as trevas de incredulidade, a perversidade do
mundo. Ao passo que o Salvador era abandonado por muitos que Lhe
haviam testemunhado as maravilhosas obras, Pedro exprimia a fé dos
discı́pulos: “Tu é s o Cristo”. O pró prio pensamento de perder esta â ncora
de sua alma, enchia-os de temor e pesar. Ser privado de um Salvador,
era andar flutuando em escuro e tormentoso mar.
AMEN
Hino final 35