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Tabernáculo

"E farão um santuário para mim, e eu habitarei no meio deles. Façam tudo como eu lhe mostrar,
conforme o modelo do tabernáculo e de cada utensílio." Êxodo 25:8,9

O propósito de Deus na construção do Tabernáculo era proporcionar ao homem a


oportunidade de desfrutar da comunhão com Ele, desejo expresso quando diz: “E habitarei no
meio dos filhos de Israel, e lhes serei o seu Deus.” (Êxodo 29:45).

A palavra TABERNÁCULO vem do latim tabernaculum, "tenda", "cabana" ou "barraca" e


designa o santuário portátil onde durante o Êxodo até os tempos do Rei Davi os israelitas
guardavam e transportavam a arca da Aliança, a menorá e demais objetos sagrados. Em
hebraico se chamava mishkan, ‫משכן‬, "moradia", (local da Divina morada). Também se
denominava mow'ed, ‫מֹועֵד‬, "Tenda da Reunião".

Conforme Hebreus 8:5, fala-nos de figuras e das sombras das coisas celestiais. Foi dito
por Deus a Moisés (Ex. 25:8) que construísse um santuário, sendo-lhe revelado inclusive seu
modelo no monte Sinai (Ex 25:40). Era um Templo portátil e montavam-no todas as vezes que os
hebreus faziam acampamento. Tudo foi feito como o Senhor Deus ordenara a Moisés (Ex. 39 e
40). Seus construtores, Bezaleel e Aoliabe o fizeram em detalhes, minuciosamente (Ex. 31:1-6).

Foi construído para que as verdades fundamentais no Novo Testamento fossem


compreendidas. Cada detalhe e objeto falava da obra redentora de Jesus Cristo. Se traçarmos
uma linha do altar do holocausto até a arca da aliança e outra do candelabro até a mesa dos
pães, nós temos a figura da cruz. Todo o conteúdo do Antigo Testamento apresenta Jesus Cristo,
e todos os utensílios do tabernáculo representam as partes de Jesus Cristo.

“E ouvi uma grande voz, vinda do trono, que dizia: Eis que o tabernáculo de Deus está com os
homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e Deus mesmo estará com eles”.
Apocalipse 21.3

Material do Tabernáculo
"Disse o Senhor a Moisés: "Diga aos israelitas que me tragam uma oferta. Receba-a de todo
aquele cujo coração o compelir a dar. Estas são as ofertas que deverá receber deles: ouro, prata
e bronze, fios de tecido azul, roxo e vermelho, linho fino, pêlos de cabra, peles de carneiro
tingidas de vermelho, couro, madeira de acácia, azeite para iluminação; especiarias para o óleo
da unção e para o incenso aromático; pedras de ônix e outras pedras preciosas para serem
encravadas no colete sacerdotal e no peitoral. "E farão um santuário para mim, e eu habitarei no
meio deles. Façam tudo como eu lhe mostrar, conforme o modelo do tabernáculo e de cada
utensílio." (Êxodo 25:1-9)

Cada material usado para a construção do Tabernáculo, constitui tipos que merecem ser
observados, cada item também destaca seu propósito na construção. E para que possamos
entender de onde eles levantaram esta oferta:

"E os egípcios apertavam ao povo, apressando-se para lançá-los da terra; porque diziam: Todos
seremos mortos. E o povo tomou a sua massa, antes que levedasse, e as suas amassadeiras
atadas em suas roupas sobre seus ombros. Fizeram, pois, os filhos de Israel conforme à palavra
de Moisés, e pediram aos egípcios jóias de prata, e jóias de ouro, e roupas. E o Senhor deu ao
povo graça aos olhos dos egípcios, e estes lhe davam o que pediam; e despojaram aos
egípcios." Êxodo 12:33-36

Os Metais Usados no Tabernáculo


Ouro - Simboliza a glória de Deus, sua realeza e divindade de Cristo.

Metal mais precioso empregado no Tabernáculo. Foi usado para recobrir a mesa dos
pães, o altar do incenso, a Arca, e as cinco colunas que sustentavam o cortinado da
entrada. De ouro maciço era o Candelabro, o Propiciatório (tampa da arca) e os dois
querubins.

Prata - Simboliza o resgate, redenção pelo sangue de Jesus

Este metal foi usado para confeccionar os ganchos de sustentação das cortinas e nos
capitéis que as ornamentavam e as bases das tábuas.

Pelo fato que uma fonte da prata foi a moeda das expiações, entendemos que Cristo tem
pagado o preço da nossa redenção, Romanos 3.24, “Sendo justificados gratuitamente
pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus”

Cobre - Simboliza o julgamento


Era usado para revestir as colunas do pátio, suas bases e o altar para holocausto. A pia
(ou lavatório) e os cravos (pregos) eram de cobre maciço. O Significado de Cobre ou
Bronze no tabernáculo é julgamento pois muitas das vezes que a palavra ‘bronze’ ou
‘cobre’ é usada pela Bíblia ela é usada num caso de julgamento (Dt 28.15,23; Je 16.21; II
Reis 25.7). Várias vezes acha-se o uso de “cadeias de bronze”, ou de "grilhões”.
Este metal nos fala do juízo e julgamento do pecado.

As cores usadas no Tabernáculo


Êxodo 27: 9b, 16: "o pátio terá cortinas de linho fino... E à porta do pátio haverá uma
coberta(...) de azul, e púrpura, e carmesim e linho fino torcido". Essas quatro cores significam os
quatro evangelhos, representam certas características distintas. Todas essas cores apontam para
Jesus e são descritas nos quatro evangelhos.

Azul
No evangelho de João Jesus é apresentado como aquele que veio do céu, sendo
mencionado 40 vezes que Ele é o enviado do Pai.

"Aquele que vem de cima é sobre todos; aquele que vem da terra é da terra e fala da
terra. Aquele que vem do céu é sobre todos". (Jo 3:31)

Aponta para o Céu, de onde veio e para onde retornou o Senhor Jesus Cristo. Tipifica sua
divindade e está presente no livro de João. A genealogia não é apresentada, pois Deus
não tem ascendência. Ele existe para sempre.

Representa um Cristo celestial, Sua natureza divina e a infinitude das bênçãos celestiais.

Lembra ao homem que seu destino é o céu por meio de Jesus.

Púrpura
No evangelho de Mateus Jesus é nos apresentado como messias e rei dos judeus.

"E no vestido e na sua coxa tem escrito este nome: Rei dos reis, e Senhor dos
Senhores". (Ap 19:16)

Cor da realeza. O evangelho de Mateus cita Jesus como o "Filho de Davi", enfatizando
que Jesus é o nosso Rei. Todo soberano deve provar sua descendência real, e isto é feito
em sua genealogia.

Representa o Cristo e sua realeza como soberano Rei e Senhor.

Carmesim
No evangelho de Marcos mostra Jesus como servo ideal de Deus que serviu até o ponto
de se entregar até a morte.

"E da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dos mortos e o
príncipe dos reis da terra. Aquele que nos ama, e em seu sangue nos lavou dos nossos
pecados". (Ap 1:5)

Cor de sangue e aponta para Jesus como "servo sofredor". Marcos destaca esta
condição em seu evangelho. Aqui não há genealogia, o destaque é para o "servo".

Tipifica o sangue de Cristo vertido no calvário e sua capacidade para salvar do poder do
pecado pois Seu sangue nos purifica de todo o pecado.

Linho
No evangelho de Lucas Jesus é apresentado como o filho do homem que não cometeu
pecado algum.

"E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o EspíritoSanto, e a virtude do


Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso também o Santo, que de ti há de nascer,
será chamado Filho de Deus". (Lc 1.35)

Lembra a pureza e a santidade de Cristo, salientado por Lucas. Este é o evangelho do


Filho do Homem. Jesus é mostrado como o "homem perfeito", e seu caráter justo.
Apresenta a genealogia do homem ilustre e nobre.

Representando a humanidade de Jesus, Sua pureza, perfeição e sofrimento. O Filho de


Homem imaculado e sem pecado.

Madeira

Madeira de lei, chamada de Acássia foi a usada para a construção. A Madeira simboliza a
humanidade de Jesus. Todas as tábuas do tabernáculo e seus móveis eram feitos com essa
madeira, exceto a pia (cobre) e o castiçal que era de ouro maciço. A árvore que dava esta
madeira crescia no deserto e faz-nos pensar na humanidade do Senhor Jesus como diz o profeta
Isaías: "raiz duma terra seca" (Is 53:2).

A acácia é uma madeira pesada e dura, quase indestrutível pelo tempo ou pelos insetos.
Por isso ela foi excelente para o uso longo do tabernáculo. A indestrutibilidade dessa madeira
representa também que a humanidade de Cristo era incorruptível, nem o pecado e nem Satanás
podendo atingir a Cristo (João 14.30; Salmos 16.10).

Pêlos de cabras – Animal utilizado para oferta pelo pecado, simbolizando a morte expiatória de
Cristo para remoção dos pecados.

Peles de carneiro tingidas de vermelho – Expiação de Cristo, revela o sofrimento e o sangue


derramado.

Peles de texugos – Humanidade ou a aparência de Cristo. A pele de texugo era sem revelo,
manifestando o fato que o homem natural não vê em Cristo nenhuma formosura, Isaías 53.2;

O Tabernáculo
Porta – Jesus, O caminho.

(Êx 27:16ª) – E a porta do pátio haverá uma coberta de vinte côvados...

Quanto da expulsão do homem do jardim do Éden temos em Gênesis 3:24 a seguinte


afirmação: "E havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente (leste) do jardim do
Éden, e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida."

Foi exatamente num dos lados que estava na direção leste, conforme Êxodo 27:13,14,
que Deus determinou que se fizesse uma porta de acesso para os israelitas. Nada do que
aconteceu desde o início do universo está esquecido diante do nosso Deus. A porta de um dos
lados a leste do Tabernáculo era, portanto, um chamado para se voltar a ter acesso à presença
de Deus, acesso esse perdido no jardim do Éden por ocasião do pecado da desobediência. É
isso que quer nos descrever o Tabernáculo: o caminho de retorno à salvação, que começa pela
porta de acesso, que era única.

Jo 10:09 – Eu sou a porta; se alguém entrar por mim salvar-se-á entrará, e sairá e achará
pastagem.

O Altar do Holocausto - Símbolo da cruz de Cristo

Ao passar pela porta que dá acesso ao átrio externo maior, chegaremos ao altar do
holocausto (Êx. 27:1-8), cujo o propósito é ensinar-nos, logo no limiar (início), que o único meio
de o homem pecador aproximar-se do seu Deus santo é mediante o sacrifício expiatório (remir a
culpa), sacrifício este que é ao mesmo tempo uma confissão do pecado do homem e uma
justificação diante de Deus.

Era a primeira e maior peça do tabernáculo, medindo 2,5 m de comprimento, 2,5 m de


largura (era quadrado) e 1,5 m de altura e ficava logo à entrada da porta. Tinha duas argolas
laterais que tornavam práticos o seu transporte. Foi feito com madeira de Acássia e recoberto
com cobre. Lembra-nos da cruz de Cristo e juízo de Deus.

Observe que o altar do holocausto é a peça que está logo à porta do átrio. Estava ali
como sendo a oportunidade primeira para quem quisesse adentrar às profundezas de Deus, teria
que primeiro aceitar o sacrifício. Os animais oferecidos em sacrifício eram tipo de Jesus Cristo
que naquelas ocasiões apenas encobriam os pecados. Jesus porém remove todos os pecados
através de seu sangue.

Hb 9:13,14 "Se o sangue dos touros e bodes, a cinza duma novilha esparzida sobre os
imundos, os santifica quanto à purificação da carne, quanto mais o sangue de Cristo, que pelo
Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado (puro) a Deus, purificará as vossas
consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?".

O fogo neste Altar do Holocausto era constante, pois os holocaustos eram constantes (Lv
6:12-13). Além dos sacrifícios trazidos durante o dia todo, os sacerdotes ofereceram “dois
cordeiros de um ano, cada dia, continuamente”. Um cordeiro foi oferecido pela manhã, e o outro
cordeiro foi oferecido à tarde (Ex. 29.38, 39).

Tipos de ofertas que eram oferecidas:

• Cordeiro Macho (Ex 12:5);

• Novilho (Nm 8:8);

• Ovelha (Lv 5:6);

• Pombinha ou rolinha (Lv 12:6);

• Cabrito (Ex 12:5);

• Boi (Lv 4:10);

• Cabra (Lv 4:27-35);

• Bode (Nm 29:5);

• Aves (Lv 14:1-4);

• Novilha Ruiva (Nm 19:2);

• Novilha que nunca trabalhou (Dt 21:3);

• Cordeiro (Lv 14:10);

• Bezerro (Nm 29:8);

• Cordeira (Lv 14:10).

As ofertas eram:

Ofertas Queimadas: Levítico 1:3 "Se a sua oferta for holocausto de gado, oferecerá
macho sem defeito; à porta da tenda da congregação a oferecerá, de sua própria vontade,
perante o SENHOR."

O holocausto era um sacrifício que estava completamente queimado. Nada dele era
comido, e então o fogo consumia o sacrifício inteiro. O adorador israelita trazia um animal
masculino (um touro, cordeiro, cabra, pombo, ou rola, que dependem da riqueza do
adorador) para a porta do tabernáculo. O animal devia ser sem defeito. O adorador então
colocava as mãos dele na cabeça do animal, e em consciência que este animal inocente
estava sendo reputado por pecador, ele buscaria o Senhor para perdão, e então mataria o
animal imediatamente. A oferta queimada era realizada para reconciliação dos pecados
do povo contra o Senhor, que os separavam de Deus, e era uma oferta de dedicação
contínua de suas vidas ao Senhor.

A Oferta de Manjares: Os Israelitas ofereciam manjares (cereais) ou legumes além dos


animais. Levítico capítulo 2 menciona 4 tipos de ofertas de cereal, e dá instruções de
preparo para cada uma. O pecador poderia oferecer massa de farinha de trigo assada em
um forno, cozida em uma forma, frita em uma panela, ou amassada para fazer pão (como
na oferta das primeiras frutas). Todas as ofertas de manjares eram feitas com óleo e sal e
nenhum mel e fermento seria usado (óleo e sal preservaram, enquanto o mel e fermento
deteriorariam). O adorador também traria uma porção de incenso (puro incenso).

As ofertas de manjares eram trazidos a um dos sacerdotes que levaram isto ao altar e
lançaram uma "porção memorial" ao fogo e fazia o mesmo com o incenso. O sacerdote
comia o restante, a menos que ele mesmo estivesse trazendo a comida como oferta, e ele
queimaria ela por inteiro.

O propósito da oferta de manjares era um oferecimento de presentes, e fala de uma vida


que é dedicada a dar, e à generosidade

Ofertas Pacíficas: A oferta pacífica era uma comida que foi dada pelo Senhor, aos
sacerdotes, e às vezes ao cidadão comum. O adorador trazia bois ou vacas, ovelhas, ou
uma cabra. O ritual foi comparado com o das ofertas queimadas, até ao ponto de
queimar, onde o sangue de animais era vertido ao redor das extremidades do altar. Foram
queimadas a gordura e as entranhas, e o restante era comido pelos sacerdotes, e, (se
fosse uma oferta expontânea) pelos adoradores. Este sacrifício de louvor e ação de
graças era quase sempre, um ato voluntário.

As ofertas pacíficas, incluíram bolos sem levedura. Os sacerdotes comiam tudo, menos a
porção comemorativa dos bolos, e certas partes do animal, no mesmo dia que o sacrifício
foi feito, e quando o adorador os levava juntos, como oferta voluntária, o adorador poderia
comer durante 2 dias do animal inteiro, menos o peito e a coxa direita que era comida
pelos sacerdotes.

Jacó e Labão deram suas ofertas pacíficas quando eles fizeram o seu pacto (Gn 31:43 ss).
era exigido fazer estas ofertas quando se fizesse um voto de consagração à Deus, e Lhe
agradecendo com louvores enquanto, espontaneamente, se traziam as ofertas
voluntárias.

Ofertas pelo Pecado: Levítico 4:1-4 "FALOU mais o SENHOR a Moisés, dizendo: Fala aos
filhos de Israel, dizendo: Quando uma alma pecar, por ignorância, contra alguns dos
mandamentos do SENHOR, acerca do que não se deve fazer, e proceder contra algum
deles; Se o sacerdote ungido pecar para escândalo do povo, oferecerá ao SENHOR, pelo
seu pecado, que cometeu, um novilho sem defeito, por expiação do pecado. E trará o
novilho à porta da tenda da congregação, perante o SENHOR, e porá a sua mão sobre a
cabeça do novilho, e degolará o novilho perante o SENHOR".

As Ofertas pelo pecado expiavam, (liquidavam a dívida por completo) das fraquezas e
fracassos não intencionais dos adoradores e fracassos diante do Senhor.

Cada classe do pessoas tinha várias ordenanças para executar:

• Os pecados do sumo sacerdote requeriam o oferecimento de um touro, e o


sangue não era vertido no altar mas aspergido do dedo do sumo sacerdote 7 vezes
no altar. Então a gordura era queimada, e o restante era queimado (nunca comido)
fora do arraial "em um lugar limpo" onde o sacrifício era feito e as cinzas se
despejavam. Lev 4:12 "Enfim, o novilho todo levará fora do arraial a um lugar limpo,
onde se lança a cinza, e o queimará com fogo sobre a lenha; onde se lança a cinza
se queimará." 


• Os pecados dos líderes requeriam o oferecimento de um bode. O sangue era


aspergido somente uma vez, e o restante era vertido ao redor do altar como com o
oferecimento queimado. 


• Os pecados do povo requeriam animais fêmeas, cabras, cordeiros, rolas, ou


pombos e no caso de ser muito pobre, um oferecimento de grãos era aceitável só
como um oferecimento de manjares. 

Os pecados não intencionais eram difíceis identificar e poderiam acontecer a
qualquer hora, e então os sacerdotes trabalhavam de perto como mediadores com
Deus e o povo, e instruíam as pessoas sobre como eles buscariam ao Senhor. No
caso de qualquer pecado cuja oferta não foi trazida diante do Senhor, havia ofertas
para a nação e para o sumo sacerdote que os cobriam de um modo coletivo. No Dia
da Expiação (Yom Kippur) o sumo sacerdote aspergia sangue no propiciatório para
os seus próprios pecados e pelos pecados da nação.

Oferta pela culpa: A Oferta pela culpa era bem parecida com a oferta pelo pecado, mas a
diferença principal era que a oferta pela culpa era uma oferta em dinheiro para pecados
de ignorância relacionados à fraude. Por exemplo, se alguém enganasse sem querer a
outro por dinheiro ou propriedade, o sacrifício dele devia era ser igual à quantia levada,
mais um quinto para o sacerdote e para o ofendido. Então ele reembolsou a quantia
levada mais 40%.

Lev 6:5-7 " Ou tudo aquilo sobre que jurou falsamente; e o restituirá no seu todo, e ainda
sobre isso acrescentará o quinto; àquele de quem é o dará no dia de sua expiação. E a
sua expiação trará ao SENHOR: um carneiro sem defeito do rebanho, conforme à tua
estimação, para expiação da culpa trará ao sacerdote; E o sacerdote fará expiação por ela
diante do SENHOR, e será perdoada de qualquer das coisas que fez, tornando-se
culpada. "







A Pia de Bronze – Jesus, a água viva

Depois do altar do holocausto chegamos à bacia de bronze (Êx. 30:17-21). Contendo a


água sagrada para a purificação dos que ministravam no santuário; servia para que os
sacerdotes se lavassem após os trabalhos de sacrifício no altar e antes de entrar no santuário.

A pia foi colocada entre a porta do Santo Lugar e o altar.

1. Ela estava depois do altar (primeiro o sacrifício)

O sacerdote em serviço, que entrava no portão do átrio exterior, tinha à frente o altar onde
ele sacrificava como qualquer outro Israelita. Uma vez além do altar ele estava pronto para
agir como sacerdote, pois na pia ele se preparou para o serviço de Deus. Então ele
poderia ministrar no altar ou no Santo Lugar porque ele estava limpo. O altar sempre veio
primeiro para o sacerdote. Salvação e então o serviço. Deus se aproximou por meio do
sangue e da água.

2. Ela estava antes da porta (lave-se antes de entrar)

Nenhum sacerdote ousaria entrar com qualquer rastro de impureza. "Sede santos como
eu sou santo" foi ordenado aos sacerdotes.

3. Ela vinha logo após a saída do Santo Lugar (lave-se antes de sair)

No átrio exterior tudo era de bronze. Dentro do Santo Lugar tudo era de ouro. Como o
sacerdote saía da Presença de Deus após o serviço ele se lavava na pia.

Certamente as mãos dos sacerdotes ficariam sujas de imediato se depois de lavar eles
ministrassem no altar. E também os seus pés delas (pois eles estavam descalços) ficaria sujo a
partir do momento que eles tocassem o chão depois de se lavar (lá não havia nenhum tapete).
Então qual era o sentido de lavar os pés e as mãos?

). As Mãos: As mãos falam do que eles faziam, o seu ministério, o seu trabalho, tudo eles
puseram as mãos era importante, e assim as suas mãos precisavam ser limpas sempre,
diariamente. A limpeza inicial só era uma vez acabado, o limpar diariamente era
continuamente acabado.

2. Os Pés: Os pés representavam onde eles iam, suas vidas e caminhos. O seu andar
tinha que ser um andar santo, assim os seus pés eram sempre eram lavados, todos os
dias.

Da mesma forma torna-se necessário que sempre estejamos nos lavando nessa "pia"
para podermos entrar na presença do Senhor. Isto nos fala da necessidade de renovação
espiritual (mãos e pés deviam ser lavados antes de qualquer ato de ministração, simbolizando a
conduta e o andar em santidade).

A pia também é um tipo de Cristo, pois é Ele, através de seu sangue, que nos purifica de
todo o pecado. Jesus também é a água viva que sacia nossa sede (Jo 13:8).

A água que estava contida na pia também representa a Palavra de Deus, que é capaz de
santificar-nos e purificar os nossos caminhos (Sl 119:9 e Jo 17:19).

Os Móveis do Lugar Santo


Logo após abrir-se as cortinas da tenda, o sacerdote encontrava à sua esquerda o
Candelabro, à sua direita a Mesa dos Pães da Propiciação, e lá à frente, bem junto ao véu que
dividia o Santo do Santíssimo, o Altar do Incenso.

O Candelabro

A esquerda (lado sul), vemos o candelabro de sete braços (Êx. 25:31-40) também
chamado de candeeiro ou castiçal. Totalmente confeccionada em ouro pesando 30 Kg, que com
suas sete lâmpadas iluminava todo aquele lugar. Tipifica Cristo como a "luz do mudo" e também
nos lembra Cristo como a "videira verdadeira". O ouro aponta para sua glória e divindade.

A luz que emanava do castiçal iluminava a mesa dos pães da propiciação e o altar de
incenso, que também tipificam Cristo. Nesta função de iluminar (fonte de luz), o castiçal tipifica o
Espírito Santo, pois glorifica o Cristo tipificado na mesa dos pães e no altar de incenso.

O homem antes de chegar até o candelabro vivia em trevas (Mt 4:16). Jesus disse que é a
luz do mundo (Jo 1:9;3:19;12:46). Mas os homens amaram mais as trevas (Jo 3:19). Precisamos
dessa luz para enxergarmos quem realmente somos.

Alguns sábios judeus da idade média afirmaram que a Menorá representa a Árvore da
Vida, e que suas sete hastes representam as sete palavras que compõe o primeiro versículo de
Gênesis.

Vemos um outro relato da Menorá em Zacarias 4:1-10, onde o profeta tem uma visão de
um candelabro de sete pontas, sendo abastecido por duas oliveiras, que estão ao lado de uma
grande bacia de azeite. O profeta identifica as sete pontas como sendo “os olhos do Senhor que
percorrem toda a terra” (verso 10). Temos uma passagem semelhante a essa em Apocalipse 5:6 :
“Então, vi, no meio do trono e dos quatro seres viventes e entre os anciãos, de pé, um Cordeiro
como tendo sido morto. Ele tinha sete chifres, bem como sete olhos, que são os sete Espíritos de
Deus enviados por toda a terra.” Neste texto vemos os sete olhos como sendo os sete espíritos
de D-us, os quais percorrem toda a terra.

O profeta Isaías vai mais longe, e profetiza que os sete espíritos de D-us representam o
próprio Yeshua, o qual manifestaria em carne, as sete características do servo do Senhor: “Do
tronco de Jessé sairá um rebento, e das suas raízes, um renovo. Repousará sobre ele o Espírito
do SENHOR, o Espírito de sabedoria e de entendimento, o Espírito de conselho e de fortaleza, o
Espírito de conhecimento e de temor do SENHOR.” (Is 11:1-2).

A Mesa dos Pães Asmos


Aqui, à direita (lado norte), vemos a mesa dos pães da proposição (Êx. 25:23-30), com
suas ofertas (alimento) e libações (bebidas), representando sustento para a vida espiritual.

Confeccionada em madeira de acácia (cetim) e revestida de ouro media 90 cm de


comprimento, 45 cm de largura e 70 cm de altura. Estes materiais nos lembram para a dupla
natureza de Cristo: humana e divina.

Haviam 4 vasilhas de puro ouro na mesa com o pão: Pratos (louça para o pão), Panelas ou
Colheres (borrifar o incenso), Jarras (para ofertas líquidas), Tigelas (vasilhas que continham o

incenso) .

Lv 24:8-9 " Em cada dia de sábado, isto se porá em ordem perante o SENHOR
continuamente, pelos filhos de Israel, por aliança perpétua. será de Arão e de seus filhos, os
quais o comerão no lugar santo, porque uma coisa santíssima é para eles, das ofertas queimadas
ao SENHOR, por estatuto perpétuo."

Todo sétimo dia (sabbath), pães quentes e frescos eram colocados por Arão. Os
sacerdotes foram intitulados para comer os pães anteriores enquanto estavam no Santo Lugar. O
incenso puro que era removido a cada semana era como uma oblação especial (oferta) para
Deus.

Embora o pão estivesse em uma mesa, nenhum sacerdote poderia se assentar àquela
mesa ou em qualquer outro lugar no tabernáculo. Os sacerdotes sempre estavam de pé,
enquanto eles levaram a cabo os seus misteres. Não havia nenhum lugar para se assentar,
nenhuma provisão para isto, neste lugar de adoração, e nenhuma sugestão de que a tarefa deles
estava completada. Hb 10:11-14 "E assim todo o sacerdote aparece cada dia, ministrando e

oferecendo muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca podem tirar os pecados; mas este,
havendo oferecido para sempre um único sacrifício pelos pecados, está assentado à destra de

Deus, daqui em diante esperando até que os seus inimigos sejam postos por escabelo de seus
pés. Porque com uma só oblação aperfeiçoou para sempre os que são santificados."

A mesa da proposição era chamada de mesa da Presença. Os 12 pães assados


mostravam que Deus era um com o Seu povo, e que os sacerdotes se uniam para comer os
pães, e se tornarem um. Jesus se referiu a Ele mesmo como o Pão da Vida e disse que se nós
comermos este pão, nós sempre viveremos. A natureza do pão é prover alimento físico, e quando
você come o pão e o digere, ele se torna parte de você. Da mesma forma, a Palavra de Deus
provê alimento espiritual, e se torna parte de nossa natureza. Da mesma forma que a mesa
sempre fala de companheirismo e comunhão, assim a mesa da proposição aponta para Jesus
que fez uma aliança constituída de superiores promessas, e nos dando Sua carne como alimento
e o Seu sangue como bebida, para que nós sejamos um com Ele na pessoa no Espírito Santo.

O Altar de Incenso

À nossa frente então, exatamente antes do “véu” do “Santo dos Santos”, acha-se o Altar
do Incenso ou Altar de Ouro (Êx 30:1-10). Foi feito de madeira de acácia revestida com puro ouro
e estava mais alto do que qualquer outro artigo no lugar santo, 2 côvados (90 cm) de altura. Tinha
um côvado quadrado e tinha ao redor, no topo, uma coroa de ouro. Tinha quatro chifres dourados
da mesma maneira que o altar de bronze no pátio. Abaixo, em cada lado tinha anéis dourados
para inserir as varas para o transporte.

O altar dourado era usado como incenso ardente, que duas vezes por dia era oferecido
pelo sacerdote, depois que ele tivesse acendido o pavio e abastecido de azeite as luminárias
santas. Seus chifres também foram aspergidos com o de sangue da oferta pelo pecado.

O incenso era uma mistura de três especiarias ricas. Estas eram misturadas com o puro
incenso, moídas e misturadas com sal. Esta fórmula foi totalmente proibida para ser cheirada por
qualquer indivíduo. Só podia ser usada na adoração a Deus no Santo Lugar. Ex 30:34-38 "Disse
mais o SENHOR a Moisés: Toma especiarias aromáticas, estoraque, e onicha, e gálbano; estas
especiarias aromáticas e o incenso puro, em igual proporção; E disto farás incenso, um perfume
segundo a arte do perfumista, temperado, puro e santo; E uma parte dele moerás, e porás diante
do testemunho, na tenda da congregação, onde eu virei a ti; coisa santíssima vos será. Porém o
incenso que fareis conforme essa composição, não o fareis para vós mesmos; santo será para o

SENHOR. O homem que fizer tal como este para cheirar, será extirpado do seu povo."

Especiarias:

• O Estoraque era retirado de uma árvore cujas folhas gotejavam freneticamente no chão.
Cada gota no chão extravasava um odor maravilhosíssimo.

• A Onicha era um molusco retirado do mar para ser queimado. Após a queima, ela produzia
um odor agradabilíssimo.

• O Gálbano era um arbusto que só exalava seu delicioso perfume após ser machucado, ser
muito amassado.

O incenso era queimado com pedaços de brasa que o sacerdote removia com um
incensário ou vasilha do altar de holocausto no pátio. Um incensário era uma tigela rasa ou
panela com uma manivela. Também era usado para remover as cinzas do altar, ou recolher as
partes queimadas do pavio do candelabro. O Altar Dourado nos fala da adoração de Jesus Cristo
e do Seu povo para Deus. Ele é nosso Sumo Sacerdote e mediador. Somente com base do um
sacrifício de Jesus no altar da cruz que a adoração é possível. As brasas que acendiam o incenso
vieram do altar de sacrifício para o altar de incenso.

O altar de incenso nos fala do ministério de Jesus como nosso intercessor, cujas orações
em nosso favor, nunca deixam de subir a Deus. Jesus disse à Pedro, "eu orei por você". Os
quatro chifres falam do ministério de Cristo que se estende aos quatro cantos da terra. Ele
sempre orará pelos seus, não importa onde estão. Ele pode interceder em nosso favor por causa
da obra de reconciliação na cruz do Calvário. O incenso era abastecido pelo fogo do altar. Não é
qualquer um que ora por nós, mas o Rei, portanto, Ele é representado pela coroa de ouro. Ele
conhece nossas fraquezas e nossas falhas, e Ele sempre está intercedendo por nós.





Arca da Aliança

         No Santíssimo só havia um móvel: a Arca da Aliança (Êx. 25:10-22) indicando a relação de
aliança entre Deus e seu povo, medindo 1,25 m de comprimento, 75 cm de largura e altura.
Entende-se como apenas uma peça, pois o propiciatório (tampa) era parte integrante da arca. A
arca era caixa construída com madeira de acássia e revestida de ouro. Sua tampa, o
propiciatório, era totalmente de ouro e estava encimado por dois querubins que tinham suas
frontes voltadas para baixo (como que estivesse olhando para o fundo da caixa). Suas asas
estavam abertas e tocavam-se, como que se estivessem dando as mãos.

A bíblia apresenta a arca como uma das mais claras tipificações de Jesus Cristo, assim
como eram o altar de bronze, a mesa do pão da proposição, e o altar de incenso. A madeira de
acácia representava a vida e o ministério do Senhor. A madeira de acácia era muito dura, quase
que indestrutível, e cresce em meio ao deserto do Sinai.

A acácia falava da humanidade de Cristo, que era como a "raiz de uma terra seca" (Isaías
53:2), e que resistiu aos efeitos de deterioração da cruz e da sepultura. O ouro simbolizava a
divindade de Jesus. Era Deus que se vestiu da forma humana e habitou entre nós.

Dentro da arca estava contida as Tábuas da Lei recebidas por Moisés no Monte Sinai, um
vaso contendo o maná fornecido aos israelitas no deserto e o cajado de Arão que havia
florescido. Isso representava para aquele povo a presença de Deus, que guiava-os, protegia-os e
dava-lhes vitória:

Maná (Êxodo 16): Jesus se declarou o verdadeiro maná "o pão do céu" (Jo 6:32). O maná
desceu do céu, em meio ao deserto. Cristo deixou o seu trono, seu lar celeste, e desceu
ao 'deserto' deste mundo. Assim como o povo tinha livre acesso ao maná, igualmente
Deus nos deu acesso livre ao seu Filho, para que pudéssemos ter a vida espiritual.

Os israelitas podiam recolher o suficiente para sustentá-los a cada dia. E assim como
precisamos de alimento para sustentar o nosso corpo físico, de forma semelhante, o
nosso espírito necessita do alimento espiritual, que é Jesus, o nosso 'pão' de cada dia,
que mantém a vida com Deus.

A brancura do maná fala de pureza imaculada de Cristo. O maná foi moído e cozido,
retratando o sofrimento de Jesus em nosso favor. Ele é o verdadeiro alimento que é
suficiente para atender às necessidades de toda a humanidade e satisfazer as almas
famintas e sedentas de salvação.

Cajado (Num 17): A vara que floresceu era uma imagem, a tipificação da ressurreição de
Cristo. Três dias após de sua crucificação e morte, Ele floresceu, brotou e poderosamente
ressuscitou para a glória de Deus. E apareceu a inúmeras testemunhas, dez vezes durante
um período de 40 dias. Só Ele é "a ressurreição e a vida".

E como a vara de Arão, Jesus também deu frutos. Ele é as primícias dos mortos. Cristo foi
ressuscitado o primeiro a ressuscitar, e em breve todos os crerem Nele serão
ressuscitados no dia da sua vinda. Cristo também quer que, com Ele, nós produzamos
frutos também. Ele é a videira e nós os ramos. Dele recebemos a seiva da vida eterna,
que nos faz florescer em frutos do espírito.

Lei (Êxodo 35): Toda a vida e ministério de Jesus foram em cumprimento definitivo da lei.
Ele foi "nascido sob a lei", e tinha a lei escrita dentro de seu coração, cumprindo assim
toda a escritura. Cristo não veio destruir a lei, mas para cumpri-la. Ele carregou a
maldição da lei, se fazendo maldição por nós.

Somente o sumo sacerdote podia entrar no Santíssimo uma vez ao ano. Levava o sangue
do sacrifício para aspergir o Propiciatório. Esta era a parte final daquele ritual sacerdotal que
servia para restaurar a comunhão do homem com Deus. Jesus, o nosso Sumo Sacerdote
perfeito, ofereceu-se em completo sacrifício expiatório por nós. Entrou no santuário celestial
levando seu próprio sangue.

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