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Lição 8 Apresentando ao Senhor nossos

questionamentos
O Salmo 73 e 77 foram escrito por Asafe que não só cantava como
também tocava címbalos (1Cr15.16-19). Depois de Davi, Asafe é o autor
do maior numero de Salmos (12 salmos). Vejam exemplos de alguns
instrumentos utilizados:

Introdução
Os Salmos 73 e 77 muito contribuem para nossas reflexões e orações em
momentos difíceis durante a caminhada cristã. [...]

1. Conflito existencial de Asafe


O Salmo 73 registra pensamentos e questionamentos presentes na mente
humana ao longo de sua existência, passando por Jó [Jó 21.7-15] e
Jeremias [Jr 12.1-2], chegando aos nossos dias, como a prosperidade dos
ímpios e o desafio de prosseguir vivendo segundo os valores cristãos e
em santidade.

1.1. A bondade de Deus.


A primeira reflexão realizada pelo salmista consiste na bondade de Deus
para com Israel e os limpos de coração [Sl 73.1]. Ele inicia e finaliza o
salmo com declarações de fé [Sl 73.28]. Em sua mente passaram muitos
pensamentos e questionamentos, mas "verdadeiramente, bom é Deus".
19 — Jesus lhe disse: Por que me chamas bom? Ninguém há bom, senão
um, que é Deus.
Jesus deixa claro que bondade é um atributo de Deus, todavia podemos
desenvolver este atributo em nós se o Espírito de Deus habita em nós:
Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade,
bondade, fé, mansidão, temperança.(Gl 5:22)
[...] A maior demonstração da bondade de Deus foi enviar ao mundo Seu
Filho Jesus Cristo para nos salvar (Rm 5.8)
Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós,
sendo nós ainda pecadores.(Rm 5:8)

1.2. Resistindo à tentação.


Após refletir sobre a bondade de Deus, o salmista analisa sua conduta e
expressa: "Quanto a mim, os meus pés quase se desviaram" [Sl 73.2].
Sua fé, por um momento, abalou-se. Quase cedeu aos encantos da
tentação, esquecendo-se da bondade de Deus.[...]
[...] fiel é Deus, que vos não deixará tentar acima do que podeis; antes,
com a tentação, dará também o escape, para que a possais suportar." (1
Coríntios 10.13)
Tentação - do latim temptatio, que significa ataque ou tentativa.
A tentação pode ser: Humana e Maligna.
Humana (ICo 10.13)-É importante lembrar que embora o diabo seja
chamado de tentador, há tentações que provem do próprio homem, por
exemplo: a cobiça (Tg 1.14).
Maligna-Proveniente do tentador, o diabo. (Mt4.1)

Não há tentação proveniente de Deus (Tg 1.13)


Tiago diz claramente que Deus a ninguém tenta, todavia sabemos que
pode permitir que sejamos tentados, como foi ocaso de Jó, de Jesus e
outros. Não podemos nos esquecer que Deus pode colocar nossa fé em
prova para nossa edificação e para que o conheçamos melhor, Abraão é
um bom exemplo, quando Deus pediu que sacrificasse seu filho (Gn22. 1-
2)

1.3. A inveja.
O salmista declara que foi tomado por inveja ao ver a prosperidade dos
ímpios [Sl 73.3].
“O coração com saúde é a vida da carne, mas a inveja é a podridão dos
ossos” (Pv 14.30).
Definição.: Segundo o Dicionário Bíblico Wycliffe “a palavra grega
phthonos, que designa inveja” é utilizada em todo o Novo Testamento. A
inveja é uma dor intensa (interior), diante do sucesso do próximo. Dor
diante daquilo que é bom para o outro, por isso, Provérbios 14.30 diz que
“a inveja é a podridão dos ossos”. O invejoso se amargura e adoece
emocionalmente pelo fato de ele não ter o que a outra pessoa tem. A
inveja faz com que as pessoas se utilizem de atitudes mesquinhas e
malévolas para prejudicar o outro. Definitivamente, a inveja é um
sentimento negativo que pertence à natureza adâmica. Esse sentimento
perverso tem a sua origem em Satanás, pois ele tentou ser semelhante a
Deus (Is 14.12-20).

2. Vencendo o sentimento de inveja


Ao presenciar a prosperidade dos ímpios, Asafe questionou o valor da
santidade e da purificação [Sl 73.13]. Esse mesmo questionamento é
apresentado por muitos cristãos na atualidade.

2.1. Entrou no santuário.


O salmista estava perturbado até que entrou no santuário [Sl 73.16-17].
Então ocorre uma mudança de postura, ao entrar no lugar de adoração.
Neste momento, deixa de focar seus olhos nas supostas prosperidades
dos ímpios e foca seus olhos em Deus [Mt 6.22].
Aproveite a oportunidade para ensinar aos alunos que estar no templo
não significa estar na presença de Deus. Há muitos que estão no
templo,mas não desfrutam das riquezas espirituais disponíveis aos que
crêem.Existe os que entram no templo em busca do material para ser
igual ao pecador...
Estar na presença de Jesus é se sentir completo” Tenho-vos dito isto,
para que o meu gozo permaneça em vós, e o vosso gozo seja
completo.(Jo15.11),
Jesus disse:
”Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do
seu ventre.
E isto disse ele do Espírito que haviam de receber os que nele cressem;
porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido
glorificado.(Jo7:38,39)
O apostolo Paulo reforça esta idéia dizendo :” Porquanto o Reino de Deus
não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito
Santo; (Rm 14.17).

2.2. Permitiu ser restaurado por Deus.


Ao entrar no santuário, reconheceu que precisava de um "concerto" com
o Senhor. O salmista estava passando por uma crise de fé muito forte, a
ponto de questionar sobre a necessidade de manter uma vida de
santificação. Assim, era preciso reavivar a fé.
Professor explique que em nossa jornada de fé precisamos em algum
momento ser reavivado, mas o que é este reavivamento (avivamento)?
“As Características do Verdadeiro Avivamento.
1. O verdadeiro avivamento tem a Bíblia Sagrada como a inspirada,
infalível, inerrante e completa Palavra de Deus.
2. O verdadeiro avivamento não admite qualquer outra revelação que
venha contrariar as Sagradas Escrituras, pois estas são soberanas e
irrecorríveis.
3. O verdadeiro avivamento prima pela ortodoxia bíblica e pela sã
doutrina.
4. O verdadeiro avivamento é espiritual, mas não admite o misticismo
herético e apóstata que, sob a capa da humildade, busca desviar os fiéis
das recomendações dos profetas do Antigo Testamento e dos apóstolos
do Novo Testamento.
5. O verdadeiro avivamento prega o Evangelho completo de Nosso
Senhor, anunciando que Jesus salva, batiza no Espírito Santo, cura os
enfermos, opera maravilhas e que, em breve, haverá de nos buscar, a fim
de que estejamos para sempre ao seu lado.
6. O verdadeiro avivamento enfatiza a salvação pela graça através do
sacrifício vicário do Filho de Deus.
7. O verdadeiro avivamento é pentecostal; realça a atualidade do batismo
no Espírito Santo e dos dons espirituais.
8. O verdadeiro avivamento tem um firme compromisso com o imperioso
ide de Nosso Senhor Jesus Cristo, por isto não poupa recursos humanos
e financeiros na evangelização local, nacional e transcultural.
9. O verdadeiro avivamento acredita na necessidade e possibilidade de
todos os crentes viverem uma vida de santidade e inteira consagração a
Deus.
10. O verdadeiro avivamento é intercessor. Leva os crentes a rogar ao Pai
celeste por aqueles que ainda não foram alcançados pelo Evangelho.”
(ANDRADE, C. C. Fundamentos bíblicos de um autêntico avivamento. RJ:
CPAD, 2004, p. 187-8.)

O que não é avivamento


a) Avivamento não é um programa agendado pela igreja.
(Avivamento não é ação da igreja, mas de Deus).
b) Avivamento não é mudança doutrinária.
(Avivamento sem doutrina é fogo de palha, avivamento precisa estar
fundamentado na Palavra).
c) Avivamento não é mudança litúrgica
(Louvor que não produz mudança de vida, quebrantamento, obediência e
não leva as pessoas a confiarem em Deus, não é louvor, é barulho aos
ouvidos de Deus. Assim diz o Senhor):
"Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos; porque não ouvirei as
melodias das tuas liras" (Am 5.23).
Hoje estamos vivendo a época dos shows evangélicos, dos show-men,
dos animadores de programas religiosos, do "rock evangélico", das
músicas badaladas por um ritmo sensual.
d) Avivamento não é modismo.
Muitos crentes, por desconhecimento, se posicionam contra o
avivamento porque acham que ele é a mais nova onda da igreja. Acham
que avivamento é uma inovação sem nenhum respaldo bíblico e histórico.
e) Avivamento não é uma visão dicotomizada da vida.
Nota: O que é dicotomizar: 1 Dividir em duas partes
(https://www.dicionarioinformal.com.br/dicotomizar/)
Muitas pessoas, quando começam a buscar avivamento, saem da
realidade e enclausuram-se nos castelos inexpugnáveis de uma
espiritualidade isolada e monástica. Tornam-se tão "espirituais" que já
não sabem mais conviver com a vida, isolam-se, fazendo da vida uma
caverna de fuga. Querem sair do mundo em vez de serem guardados do
mal. Dividem a vida entre sagrado e profano, corpo e alma, matéria e
espírito. Acham que Deus está interessado apenas nas coisas espirituais.
Acham que Deus só olha para a vida de trabalho na igreja, sem observar
os negócios, a família, o trabalho, os estudos e a vida do dia-a-dia com o
mesmo interesse.
Esta não é a visão bíblica nem a visão do verdadeiro avivamento. Tudo
em nossa vida é vazado pelo sagrado. Todo o nosso viver é litúrgico. O
grande avivalista John Wesley lutou pelas causas sociais na Inglaterra ao
mesmo tempo em que pregou sobre avivamento. Finney pregou
ardorosamente contra a escravidão nos EUA no século passado ao
mesmo tempo em que foi o maior avivalista do seu país. João Calvino
atacou com veemência os juros extorsivos em Genebra. O avivamento
sempre traz profundas mudanças políticas, econômicas, sociais e morais.
O avivamento não leva a igreja à fuga, mas ao enfrentamento.
(http://www.monergismo.com/textos/avivamento/avivamento_)

2.3. A prosperidade dos ímpio é temporária.


Somente após entrar no santuário, é que Asafe percebeu que a
prosperidade dos ímpios é temporária [Sl 73.18].
Pedro também chegou a esta conclusão quando sentiu e viu a gloria de
Deus:
2 - E transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o sol,
e as suas vestes se tornaram brancas como a luz,
3 - E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele.
4 - E Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Senhor, bom é estarmos
aqui; se queres, façamos aqui três tabernáculos, um para ti, um para
Moisés e um para Elias.

3. Clamando em meio à angústia


O Salmo 73 trata dos conflitos existenciais relacionados à fé. Quanto ao
Salmo 77, podemos dizer que é o clamor da alma angustiada.
3.1. Grito do aflito.
O início do Salmo 77 é marcado por um grito de aflição [Sl 77.1]. Asafe
relata o seu estado de angústia [Sl 77.2] e a ação de buscar ao Senhor. A
aflição era tamanha que o salmista se recusa a ser consolado
Lançando a ansiedade sobre Cristo
“A Bíblia manda lançar todas as ansiedades sobre o Senhor e não na
morte (1Jo 1.7; 1Pe 5.7). A Palavra de Deus nos incentiva a exercitar a fé,
colocando sobre Deus os nossos cuidados, ansiedades e sofrimentos.
Diz a Palavra: ‘Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas
enfermidades e as nossas dores levou sobre si...’ (Is 53.4a — ênfase
minha). Cristo levou nossas dores sobre si. Isso nos dá o conforto e a
segurança de que, pela fé, nossas dores foram Lançadas sobre Ele”. Para
conhecer mais leia: (Ética Cristã: Confrontando as Questões Morais do Nosso
Tempo, CPAD, p.145.)
“Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não
desanimados; perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não
destruídos” (2 Co 4.8,9).

3.2. Os sintomas da aflição.


O Salmo 77 relata diversos sintomas da angústia sofrida por Asafe: 1)
Não quer ser consolado. O salmista relata que a sua alma recusava o
consolo. A angústia era muito profunda.
Alem do rico comentário deste tópico na revista enfatize também, que
devemos estar atentos aos sofrimentos de nossos irmãos, mesmo
aqueles que a exemplo de Asafe recusam ser consolados e ajudados.
Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo.
(Gl 6:2)
A igreja é o Corpo de Cristo. Ela é uma grande família. Conscientizemo-
nos da importância que tem a fraternidade cristã para a saúde da igreja.
Infelizmente a nossa espiritualidade segue mais um modelo individualista,
onde ninguém conhece ninguém, do que de uma família, onde há uma
comunhão e amor verdadeiro. Jesus pediu ao Pai para que fossemos um,
assim como ele era com o Pai.
E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela tua
palavra hão de crer em mim;
Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que
também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me
enviaste.
E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós
somos um.
Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para
que o mundo conheça que tu me enviaste a mim, e que os tens amado a
eles como me tens amado a mim.(Jo 17:20-23).

3.3 Restabelecendo a fé.


No versículo 10 percebemos uma mudança clara de direção. O salmista
reconhece que a angústia que estava passando tratava-se de uma
enfermidade, e começa a lembrar e meditar nas obras do Altíssimo [Sl
77.11-12]. O salmista deixa de meditar nas suas tristezas e passa a
meditar nas ações do Criador.[...]
No Novo Testamento, o verbo pisteuõ ('creio, confio') e o
substantivo pistis ('fé') ocorrem cerca de 480 vezes. Poucas vezes o
substantivo reflete a ideia da fidelidade como no Antigo Testamento (por
exemplo, (Mt 23.23; Rm 3-3; Gl 5.22). Pelo contrário, normalmente
funciona como um termo técnico, usado exclusivamente para se referir
à confiança ilimitada (com obediência e total dependência) em Deus (Rm
4.24), em Cristo (At 16.31), no Evangelho (Mc 1.15) ou no nome de Cristo
(Jo 1.12). Tudo isso deixa claro que, na Bíblia, a fé não é 'um salto no
escuro'.
Somos salvos pela graça mediante a fé (Ef 2.8). Crer no Filho de Deus
leva à vida eterna (Jo 3.16). Sem fé, não poderemos agradar a Deus (Hb
11.6). A fé, portanto, é a atitude da nossa dependência confiante e
obediente em Deus e na sua fidelidade. Essa fé caracteriza todo filho de
Deus fiel. É o nosso sangue espiritual (Cl 2.20)" (HORTON, Stanley M.
Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal 1 .ed. Rio de Janeiro:
CPAD, 1996, pp. 369,370).

CONCLUSÃO
Mesmo sendo discípulo de Cristo e templo do Espírito Santo,
continuamos sendo "vasos de barro" [2 Co 4.7]. Somos totalmente
dependentes da graça do Senhor no enfrentamento de tantas situações
que parecem querer nos sufocar. Em Cristo, podemos sempre triunfar [2
Co 2.14].

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