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Universidade Federal do Paraná

Setor de Tecnologia
Departamento de Engenharia Mecânica
TMEC153 – Refrigeração e Climatização

TRABALHO COMPUTACIONAL 1

João Felipe Konfidera Lazarotto, GRR20151205


João Francisco Konfidera Lazarotto, GRR20162314
Lucas de Lima Paladini, GRR20162460

LISTA DE VARIÁVEIS

𝐴: área correspondente à respectiva condição de cálculo [m³]


𝑐: calor específico do produto de resfriamento [kJ/kg.K]
𝑐 : calor específico do produto de congelamento [kJ/kg.K]
𝑐 : calor específico da embalagem [kJ/kg.K]
𝐶𝑂𝑃: coeficiente de performance
𝑒: espessura da camada isolante [m]
ℎ : entalpia do ar externo [kJ/m³]
ℎ : entalpia do ar interno da câmara frigorífica [kJ/m³]
𝐿: calor latente de congelamento do produto [kJ/kg]
𝑚 : massa de produto armazenado [kg]
𝑚 : massa diária de embalagem [kg/24h]
𝑚 : massa diária de produto [kg/24h]
𝑛: número de trocas de ar por 24 horas
𝑛 : tempo de funcionamento da iluminação [h/24h]
𝑛 : tempo de funcionamento dos motores [h/24h]
𝑛 : tempo de funcionamento dos motores presentes no ambiente [h/24h]
𝑛 : tempo de funcionamento do motor da empilhadeira [h/24h]
𝑛 : número médio de horas que cada pessoa permanece na câmara [h]
𝑃: potência dos motores [W]
𝑃 : potência dos motores presentes no ambiente [W]
𝑃 : potência do motor da empilhadeira [W]
𝑞: calor gerado por pessoa [kJ/h]
𝑄 : carga térmica total do sistema [TR]
𝑄 : calor transmitido através das paredes, piso ou teto [kJ/24h]
𝑄 : calor devido à infiltração [kJ/24h]
𝑄 : calor total devido ao produto [kJ/24h]
𝑄 : calor devido ao resfriamento do produto [kJ/24h]
𝑄 : taxa de quantidade de calor devido a embalagem do produto [kJ/24h]
𝑄 : calor devido ao produto durante a fase de congelamento [kJ/24h]
𝑄 : calor devido à respiração do produto [kJ/24h]
𝑄 : taxa de quantidade de calor devido a quantidade de pessoas no local [kJ/24h]
𝑄 : taxa de quantidade de calor devido a iluminação do ambiente [kJ/24h]
𝑄 : taxa de quantidade de calor devido aos motores elétricos [kJ/24h]
𝑅: calor de respiração do produto [kJ/kg.24h]
𝑇 : temperatura de bulbo seco [°C]
𝑇 : temperatura de bubo úmido [°C]
𝑇 : temperatura interna da câmara frigorífica [°C]
𝑇 : temperatura externa da câmara frigorífica [°C]
𝑈 : coeficiente global de transferência de calor [W/m².°C]
𝑈 : coeficiente de transmissão de calor na casa de máquinas [W/m².°C]
𝑈 : coeficiente de transmissão de calor no piso [W/m².°C]

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𝑈 , : coeficiente de transmissão de calor na parede interna [W/m².°C]


𝑈 , : coeficiente de transmissão de calor na parede externa [W/m².°C]
𝑈 : coeficiente de transmissão de calor no teto [W/m².°C]
𝑉 : volume interno da câmara frigorífica [m³]
𝑧: incidência de massa do material da embalagem sobre o produto
∆𝑇 : acréscimo de temperatura devido à insolação [°C]
∅: umidade do ar
𝜂: rendimento aproximado dos motores
𝜂 : rendimento aproximado dos motores presentes no ambiente
𝜂 : rendimento aproximado do motor da empilhadeira

1. INTRODUÇÃO

Inicialmente, são calculadas todas as taxas de transferência de calor as quais são consideradas relevantes para
o cálculo da carga térmica total do ambiente analisado. Em seguida, é possível selecionar os equipamentos,
como evaporador, condensador, compressor e válvula de expansão de modo a atender um sistema de
refrigeração com expansão direta e condicionamento de ar. Por fim, o sistema é apresentado por meio de um
diagrama P-h.

Na etapa de desenvolvimento do projeto, especificamente no memorial de cálculo, é possível observar a


aplicação dos conceitos aprendidos em sala de aula, de uma forma prática, elaborando o dimensionamento de
um sistema de refrigeração, levando em consideração a seleção dos componentes ideais para ele.

Observa-se também as possíveis oportunidades dentro da indústria mecânica, essa que atualmente,
prioritariamente em sua maioria, visa a sustentabilidade das matrizes energéticas e maiores níveis de
produtividade, concomitante com os conceitos de Indústria 4.0.

2. OBJETIVOS

Este trabalho computacional tem como objetivo projetar e dimensionar sistemas de refrigeração e climatização
com base no cálculo da carga térmica, fator que considera todas as fontes de consumo energético imersas em
ambientes fechados ou com pouca ventilação natural.

3. DESENVOLVIMENTO

3.1 Premissas da Análise

Os fatores a serem considerados para a análise do local de instalação são descritos abaixo.

a) O piso será construído sobre terra;


b) O teto estará localizado sobre o telhado;
c) As paredes serão pintadas com uma cor mé24h;
d) O motor da empilhadeira consome 10 CV (7360 W) de potência, com uma operação de 2 horas por 24h;
e) O tempo de funcionamento diário dos equipamentos é de 20 horas;
f) A casa de máquinas está a uma temperatura igual à temperatura do ambiente externo;
g) Considerar a densidade de armazenamento para a definição do volume necessário;
h) As temperaturas de congelamento e de resfriamento são determinadas em tabelas de acordo com o
i) alimento a ser armazenado;
j) Considerar os calores sensíveis das caixas de papelão ou de madeira (livre);
k) A umidade relativa da parte interna da câmara frigorífica é de 90%.

O perfil do piso e a planta baixa são mostrados na representação abaixo.

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Os dados selecionados para o cálculo da carga térmica da câmara de refrigeração são dispostos abaixo.

a) Local: Florianópolis (Tbs = 34°C, Tbu = 27°C; ∅ =58,5%);


b) Resfriamento: 7000 kg/24h de Verduras/Legumes (escolha do(s) tipo(s) livre);
c) Congelamento: 8000 kg/24h de Peixes/Frutos do mar (tipo(s) livre);
d) 3 funcionários (8h/24h);
e) 2 motores de até 20 CV (8 horas por 24h);
f) Iluminação: Fluorescente especial para baixas temperaturas (7W/m² - 8h/24h).

Os coeficientes totais de transmissão de calor fornecidos pelo enunciado são exibidos na tabela abaixo.

Variável Unidade Valor


𝑈 , 𝑊 0,428
𝑚 . °𝐶
𝑈 , 𝑊 0,341
𝑚 . °𝐶
𝑈 𝑊 0,244
𝑚 . °𝐶
𝑈 𝑊 -
𝑚 . °𝐶
𝑈 𝑚 /𝑇𝑅 2

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3.3 Descrição do Método de Dimensionamento

Inicialmente, será determinado o coeficiente de transmissão de calor do piso (Up) através da obtenção da
espessura da camada do material isolante (e). Em seguida, será calculado o calor transmitido através das
paredes, do piso e do teto (Q1). Com isso calculado, segue-se para o calor devido a infiltração Q2 e logo em
sequência para a carga térmica do produto, esta que contém somente calor sensível de resfriamento para couve-
flor (Q3a) e calor latente para o salmão (Q3l), já o calor de respiração não foi considerado pois os produtos não
possuem segundo tabela 16 da apostila. Para o calor da embalagem (Q3e), que foi considerada como papelão,
obteve-se a parcela do produto (Q3), que leva em conta o calor da embalagem e a carga térmica do produto.

Utilizando as variáveis disponibilizadas encontrou-se o valor do calor cedido pelas pessoas (Q4) e o calor devido
á iluminação (Q5). Já no cálculo do calor gerado pelos motores (Q6) foi dividido em duas parcelas, e por fim
calculado a carga térmica total.

As equações e os passo a passos utilizados para o cálculo da carga térmica total do sistema são descritos abaixo.

3.3.1 Espessura da Camada Isolante

Para o cálculo da espessura da camada isolante, é utilizada a Eq. [1] disposta abaixo de acordo com a referência
[1].

𝑄̇ 𝑡 − 𝑡 + ∆𝑇
= [1]
𝐴 ∑𝑅

3.3.2 Transmissão de calor do piso

Por meio da Eq. [2], é possível calcular o coeficiente global de transmissão de calor através das paredes, piso e
teto, conforme [1].

1
𝑈 = [2]
∑𝑅

Em seguida, utiliza-se o valor do coeficiente global de transmissão de calor das respectivas considerações, bem
como os coeficientes fornecidos no enunciado. Finalmente, é possível calcular a quantidade calor transmitida por
meio da Eq. [3], disposta a seguir.

𝑄 = 𝐴 ∗ 𝑈 ∗ (𝑡 − 𝑡 + ∆𝑇 ) ∗ 24 ∗ 3,6 [3]

3.3.3 Transmissão de calor devido à Infiltração

De acordo com a referência [1], a quantidade de calor transmitida devido á infiltração pode ser calculada por
meio da Eq. [4].

𝑄 = 𝑉 ∗ 𝑛 ∗ (ℎ − ℎ ) [4]

3.3.4 Calor devido ao produto

Para o cálculo desta parcela da quantidade de calor transmitido, é necessário considerar os seguintes fatores e
suas respectivas equações:

a. Calor sensível de resfriamento do produto (couve-flor);

𝑄 =𝑚 ∗𝑐 ∗ 𝑡 −𝑡 [5]

b. Calor latente de congelamento do produto (salmão);

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𝑄 =𝑚 ∗𝐿 [6]

c. Calor devido à respiração do produto;

𝑄 =𝑚 ∗𝑅 [7]

Para os produtos em questão, esta parcela é desconsiderada já que, de acordo com a Tabela 16
presente na referência [1], não há coeficiente de respiração para o salmão e para couve-flor.

d. Calor devido à embalagem do produto.

𝑄 = 𝑚 ∗ 𝑧 ∗ 𝑐 ∗ (𝑡 − 𝑡 ) [8]

A embalagem selecionada é o papelão, por conta de sua baixa massa específica, preço atrativo e
facilidade de reciclagem.

Por fim, somando todas as parcelas relativas à transmissão de calor dos produtos, é possível calcular a
quantidade de calor transmitida.

𝑄 =𝑄 +𝑄 +𝑄 +𝑄 [9]

3.3.5 Calor cedido por pessoas

Para mensurar a influência do número de pessoas presentes no ambiente analisado sobre o cálculo da carga
térmica para dimensionamento do equipamento, é utilizada a Eq. [10], conforme abaixo.

𝑄 =𝑛∗𝑞∗𝑛 [10]

A temperatura interna da câmara é de 0°C, portanto, é possível obter o calor emitido por cada pessoa de
acordo com a tabela 7 da apostila [1].

3.3.6 Calor devido à iluminação

A influência causada no cálculo da carga térmica pelas lâmpadas instaladas no ambiente pode ser calculada
por meio da Eq. [11], de acordo com a apostila [1].

𝑄 = 𝑃 ∗ 𝐴 ∗ 𝑛 ∗ 3,6 [11]

3.3.7 Calor devido aos motores elétricos

Esta parcela da carga térmica leva em consideração a energia eliminada em forma de calor pelos motores
elétricos. A Eq. [12] é utilizada para cada motor presente no ambiente.

𝑃 ∗ 𝑛 ∗ 3,6
𝑄 = [12]
𝜂

Neste caso, são considerados os motores já presentes no ambiente (cada um com 20 CV de potência) bem
como o motor da empilhadeira. A eficiência utilizada é de 85%, de acordo com a tabela 8 da apostila [1].

4. MEMORIAL DE CÁLCULOS

4.1 Determinação da espessura da camada isolante

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De acordo com a referência [1], é recomendável utilizar o valor de espessura econômica de isolante, a qual
̇
corresponde a uma penetração aconselhável da ordem de = 8,14 .

Portanto, aplicando a Eq. [1], é possível calcular a espessura da camada isolante.

27 − 0 + 0
8,14 =
0,1 𝑒 0,1 1
+ + +
1,407 0,034 1,407 17,4

Variável Unidade Valor


𝑒 m 0,106

Desta maneira, são selecionadas duas camadas de isolante, cada uma com 50 mm de espessura por questões
comerciais.

4.2 Calor transmitido através das paredes/piso/teto

Conhecendo a espessura do isolante do piso, é possível calcular a transmissão de calor. Utilizando as Eqs. [2]
e [3], calcula-se o coeficiente global de transferência de calor para o piso e, em seguida, a quantidade calor
transmitido através de todas as paredes, piso e teto.

Parede Área (m²) Transmissão de Calor (W/m² °C) 𝒕𝒆 − 𝒕𝒊 + ∆𝑻𝒊𝒏𝒔 (°𝑪) 𝑸𝟏 (𝒌𝑱/𝒅𝒊𝒂)
Norte 15x5 = 75 0,341 34 – 0 + 3 = 37 81.758,16
Sul 15x5 = 75 0,341 34 – 0 + 0 = 34 75.129,12
Leste 30x5 = 150 0,428 -20 – 0 + 0 = -20 -110.938,00
Oeste 30x5 = 150 0,341 34 – 0 + 3 = 37 163.516,30
Piso 30x15 = 450 0,316 27 – 0 + 0 = 27 331.724,20
Teto 30x15 = 450 0,244 34 – 0 + 3 = 37 351.008,60

Portanto, a quantidade calor transmitido através de todas as paredes, piso e teto é calculada e exibida na tabela
a seguir.

Variável Unidade Valor


𝑄 kJ/24h 892.198,80

4.3 Calor devido à infiltração (Q2)

𝑄 = 𝑉 ∗ 𝑛 ∗ (ℎ − ℎ )

𝑉 = 30𝑥15𝑥5 = 2.250 𝑚³

Utilizando a tabela 14 da [apostila], é possível obter o número necessário de trocas para o respectivo volume
da câmara frigorífica. Interpolando os valores, tem-se que:

𝑛 = 1,625

Realizando uma interpolação bidimensional na tabela 15 da apostila [1], é possível obter os valores das entalpias
interna e externa para as devidas condições de contorno. A tabela abaixo exibe os resultados obtidos.

Temperatura [°C] Umidade [%] Entalpia específica [kJ/m³]


34 58,5 97,9462
0 90 11,3000

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Desta forma, é possível calcular a quantidade de calor devido à infiltração.

𝑄 = 𝑉 ∗ 𝑛 ∗ (ℎ − ℎ )

𝑄 = 2250 ∗ 1,625 ∗ (97,9462 − 11,3000) = 316800,17 𝑘𝐽/𝑑𝑖𝑎

4.5 Calor devido ao produto

Conforme já mencionado no item 3.3, a parcela de quantidade de transmissão de calor referente aos produtos
é subdividida em 4 cálculos.

4.5.1 Calor sensível (resfriamento)

A parcela de calor sensível, uma das mais influenciadores no cálculo da carga térmica total do sistema, é
calculada de acordo com a Eq. [5] e apresentada na tabela abaixo.

Variável Unidade Valor


𝑚 kg/24h 7000
𝑐 kJ/kg.°C 3,919
𝑡 °C 34
𝑡 °C 0
𝑄 kJ/24h 932.722,00

4.5.2 Calor latente (congelamento)

A quantidade de calor transmitido representada pela mudança de fase é calculada por meio da Eq. [6] e
disposta na tabela a seguir.

Variável Unidade Valor


𝑚 kg/24h 8000
𝐿 kJ/kg 1,641
𝑄 kJ/24h 13.128,00

4.5.3 Calor devido à embalagem

Por questões econômicas e ambientais, é selecionado papelão como material das embalagens dos produtos.
Com relação ao volume ocupado pelos produtos, sua incidência sobre a massa é de 5% de massa em relação à
quantidade do produto.

Variável Unidade Valor


𝑚 kg/24h 7000
𝑧 - 0,05
𝑐 kJ/kg.°C 1,88
𝑡 °C 34
𝑡 °C 0
𝑄 kJ/24h 22.372,00

4.7 Calor cedido por pessoas

Para o calor cedido por pessoas, tem-se que:

Variável Unidade Valor

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𝑛 - 3
𝑞 kJ/h 976,92
𝑛 h/24h 8
𝑄 kJ/24h 23.446,08

4.8 Calor devido à iluminação

Para o cálculo da taxa de transferência de calor responsável pela iluminação ambiente, é utilizada a Eq. [11]
considerando um tipo de iluminação fluorescente para baixas temperaturas. A tabela a seguir apresenta a
transmissão calculada.

Variável Unidade Valor


𝑃 W/m² 7
𝐴 m² 450
𝑛 h/24h 8
𝑄 kJ/24h 90.720,00

4.9 Calor gerado pelos motores

Para o cálculo da taxa de calor liberada pelos motores, são analisados os motores já presentes no ambiente bem
como o motor da empilhadeira. As parcelas são calculadas separadamente e têm seus valores somados no final,
conforme a tabela a seguir.

Variável Unidade Valor


𝑃 W 29.419,90
𝑃 W 7.360,60
𝑛 h/24h 8
𝑛 h/24h 2
𝜂 - 0,85
𝜂 - 0,85
𝑄 kJ/24h 1.059.164,05

Portanto, a carga térmica total do sistema pode ser calculada.

Variável Unidade Valor


𝑄 kJ/24h 3.350.551,10

Considerando que os equipamentos devem funcionar por 20 horas por 24h, devido à necessidade de degelo, a
carga térmica do sistema é recalculada com um fator de segurança de 10% e convertida para a unidade
convencional de refrigeração (TR).

𝑘𝐽 𝑘𝐽 𝑘𝐽
𝑄 = 3350551,10 ∗ 1,1 = 3350551,10 ∗ 1,1 = 46,5354 ∗ 1,1 = 14,57 𝑇𝑅
24ℎ 20ℎ 𝑠

4.10 Sistema de refrigeração com expansão direta e condensação de ar

4.10.1 Evaporador

Como modelo de evaporador foi escolhido o da Refrio do tipo parede, sendo as informações abaixo retiradas de
catálogo. Para definição do modelo foi usado um ∆t de 7 K de acordo com a temperatura definida para o ambiente.
Segundo o catálogo a uma temperatura interna de ambiente de 0° C e para o fluído R404a necessita-se aplicar
um fator de correção de 0,875 em relação a capacidade nominal do catálogo, logo o modelo escolhido foi:

- Empresa: Refrio
- Modelo: RCI 53B06
- Espaçamento aletas: 06mm

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- Ventiladores: 3 x AC ø 500 mm (1150 W)


- Vazão de ar: 28650 m³ / h
- Capacidade catálogo: 58,9 kW
- Capacidade com correção: 51,54 kW

Como se nota, o evaporador atende as condições impostas.

4.10.2 Compressor

Para seleção do compressor o software da Bitzer serviu como auxílio, sendo escolhido um do tipo alternativo e
semi hermético com temperatura de evaporação de -3° C e temperatura de condensação 40° C, promovendo
assim um bom coeficiente de desempenho para o condensador. Os dados do condensador são dados abaixo:

- Modelo: 4PE-15Y-35P
- Evaporação: -3 °C
- Condensação: 40 °C
- Subresfriamento líquido: 6 K
- Superaquecimento do gás: 17 K
- Superaquecimento útil:10 K
- Capacidade do evaporador: 42,8 kW
- Potência consumida: 13,19 kW
- Carga térmica rejeitada: 58,3 Kw

Com isso é possível calcular o COP, que é dado como:

𝐶𝑎𝑝𝑎𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑜 𝑒𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟 42,8 𝑘𝑊


𝐶𝑂𝑃 = = = 3,24
𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑎 13,19 𝑘𝑊

O ponto de operação também foi obtido pelo software e é dado abaixo:

4.10.3 Condensador

Para o condensador foi adotada a mesma fabricante do evaporador a Refrio, e segundo o catálogo, o modelo
mais apropriado, utilizando o refrigerante R404a com fator de correção de 1,05, uma temperatura de entrada de
ar de 30° com o fator de 0,98, seleciona-se o seguinte modelo:

- Empresa: Refrio
- Modelo: FCR 50B52
- Ventiladores: 2 x AC ø 500 mm (1000 W)

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- Vazão de ar: 15072 m³ / h


- Capacidade catálogo: 58,6 kW
- Capacidade com correção: 56,95 kW

4.10.3 Válvula de expansão

Utilizando o software Coolselector2 juntamente com os dados de temperatura de condensação e evaporação


definiu-se a válvula do modelo Danfoss ETS Colibri 12C-12 sendo que a carga térmica ficou dentro da capacidade
máxima da válvula que é de 63,18 kW, como mostrado abaixo.

4.11 Diagrama P-H

E por fim com os dados de operação de cada componente montou-se um diagrama P-H através do software
Coolselecto2, ilustrado a seguir.

5. CONCLUSÃO

Após o desenvolvimento do dimensionamento apresentado, é possível salientar que para cada etapa do
processo surge a necessidade de atentar-se para todas as possibilidades de variáveis e parâmetros utilizados
no mesmo, bem como a seleção de componentes ideais para a aplicação especificada. Além disso, faz se
necessário considerar todas as condições de contorno do projeto, podendo elas serem do conjunto de variáveis
relacionadas às particularidades do projeto, ou às entradas relacionadas à execução do memorial de cálculo.

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Por fim, durante o desenvolvimento do trabalho, foi possível observar que os conceitos aprendidos durante as
aulas, foram utilizados de forma prática, simulando uma possível aplicação. Pode-se também afirmar que após
a elaboração do trabalho, é possível visualizar outras aplicações dentro da indústria mecânica, voltadas
principalmente aos conceitos de indústria 4.0 e sustentabilidade energética.

6. REFERÊNCIAS

[1] MATOS, Rudmar Serafim. Refrigeração. Curitiba: UFPR, [2004]. 243 p. Disponível em: <
https://docs.ufpr.br/~rudmar/clima/paginas/material.html>. Acesso em: 21 jan. 2021.

[2] DANFOSS. Coolselector2. [N.a.]. Disponível em: <https://www.danfoss.com/pt-br/service-and-


support/downloads/dcs/coolselector-2/#tab-overview>. Acesso em: 21 jan. 2021.

[3] BITZER. BITZER Software. [N.a.]. Disponível em: <https://www.bitzer.de/websoftware/>. Acesso


em: 21 jan. 2021.

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