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Setor de Tecnologia
Departamento de Engenharia Mecânica
TMEC153 – Refrigeração e Climatização
TRABALHO COMPUTACIONAL 1
LISTA DE VARIÁVEIS
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Universidade Federal do Paraná
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Departamento de Engenharia Mecânica
TMEC153 – Refrigeração e Climatização
1. INTRODUÇÃO
Inicialmente, são calculadas todas as taxas de transferência de calor as quais são consideradas relevantes para
o cálculo da carga térmica total do ambiente analisado. Em seguida, é possível selecionar os equipamentos,
como evaporador, condensador, compressor e válvula de expansão de modo a atender um sistema de
refrigeração com expansão direta e condicionamento de ar. Por fim, o sistema é apresentado por meio de um
diagrama P-h.
Observa-se também as possíveis oportunidades dentro da indústria mecânica, essa que atualmente,
prioritariamente em sua maioria, visa a sustentabilidade das matrizes energéticas e maiores níveis de
produtividade, concomitante com os conceitos de Indústria 4.0.
2. OBJETIVOS
Este trabalho computacional tem como objetivo projetar e dimensionar sistemas de refrigeração e climatização
com base no cálculo da carga térmica, fator que considera todas as fontes de consumo energético imersas em
ambientes fechados ou com pouca ventilação natural.
3. DESENVOLVIMENTO
Os fatores a serem considerados para a análise do local de instalação são descritos abaixo.
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Os dados selecionados para o cálculo da carga térmica da câmara de refrigeração são dispostos abaixo.
Os coeficientes totais de transmissão de calor fornecidos pelo enunciado são exibidos na tabela abaixo.
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Inicialmente, será determinado o coeficiente de transmissão de calor do piso (Up) através da obtenção da
espessura da camada do material isolante (e). Em seguida, será calculado o calor transmitido através das
paredes, do piso e do teto (Q1). Com isso calculado, segue-se para o calor devido a infiltração Q2 e logo em
sequência para a carga térmica do produto, esta que contém somente calor sensível de resfriamento para couve-
flor (Q3a) e calor latente para o salmão (Q3l), já o calor de respiração não foi considerado pois os produtos não
possuem segundo tabela 16 da apostila. Para o calor da embalagem (Q3e), que foi considerada como papelão,
obteve-se a parcela do produto (Q3), que leva em conta o calor da embalagem e a carga térmica do produto.
Utilizando as variáveis disponibilizadas encontrou-se o valor do calor cedido pelas pessoas (Q4) e o calor devido
á iluminação (Q5). Já no cálculo do calor gerado pelos motores (Q6) foi dividido em duas parcelas, e por fim
calculado a carga térmica total.
As equações e os passo a passos utilizados para o cálculo da carga térmica total do sistema são descritos abaixo.
Para o cálculo da espessura da camada isolante, é utilizada a Eq. [1] disposta abaixo de acordo com a referência
[1].
𝑄̇ 𝑡 − 𝑡 + ∆𝑇
= [1]
𝐴 ∑𝑅
Por meio da Eq. [2], é possível calcular o coeficiente global de transmissão de calor através das paredes, piso e
teto, conforme [1].
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𝑈 = [2]
∑𝑅
Em seguida, utiliza-se o valor do coeficiente global de transmissão de calor das respectivas considerações, bem
como os coeficientes fornecidos no enunciado. Finalmente, é possível calcular a quantidade calor transmitida por
meio da Eq. [3], disposta a seguir.
𝑄 = 𝐴 ∗ 𝑈 ∗ (𝑡 − 𝑡 + ∆𝑇 ) ∗ 24 ∗ 3,6 [3]
De acordo com a referência [1], a quantidade de calor transmitida devido á infiltração pode ser calculada por
meio da Eq. [4].
𝑄 = 𝑉 ∗ 𝑛 ∗ (ℎ − ℎ ) [4]
Para o cálculo desta parcela da quantidade de calor transmitido, é necessário considerar os seguintes fatores e
suas respectivas equações:
𝑄 =𝑚 ∗𝑐 ∗ 𝑡 −𝑡 [5]
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𝑄 =𝑚 ∗𝐿 [6]
𝑄 =𝑚 ∗𝑅 [7]
Para os produtos em questão, esta parcela é desconsiderada já que, de acordo com a Tabela 16
presente na referência [1], não há coeficiente de respiração para o salmão e para couve-flor.
𝑄 = 𝑚 ∗ 𝑧 ∗ 𝑐 ∗ (𝑡 − 𝑡 ) [8]
A embalagem selecionada é o papelão, por conta de sua baixa massa específica, preço atrativo e
facilidade de reciclagem.
Por fim, somando todas as parcelas relativas à transmissão de calor dos produtos, é possível calcular a
quantidade de calor transmitida.
𝑄 =𝑄 +𝑄 +𝑄 +𝑄 [9]
Para mensurar a influência do número de pessoas presentes no ambiente analisado sobre o cálculo da carga
térmica para dimensionamento do equipamento, é utilizada a Eq. [10], conforme abaixo.
𝑄 =𝑛∗𝑞∗𝑛 [10]
A temperatura interna da câmara é de 0°C, portanto, é possível obter o calor emitido por cada pessoa de
acordo com a tabela 7 da apostila [1].
A influência causada no cálculo da carga térmica pelas lâmpadas instaladas no ambiente pode ser calculada
por meio da Eq. [11], de acordo com a apostila [1].
𝑄 = 𝑃 ∗ 𝐴 ∗ 𝑛 ∗ 3,6 [11]
Esta parcela da carga térmica leva em consideração a energia eliminada em forma de calor pelos motores
elétricos. A Eq. [12] é utilizada para cada motor presente no ambiente.
𝑃 ∗ 𝑛 ∗ 3,6
𝑄 = [12]
𝜂
Neste caso, são considerados os motores já presentes no ambiente (cada um com 20 CV de potência) bem
como o motor da empilhadeira. A eficiência utilizada é de 85%, de acordo com a tabela 8 da apostila [1].
4. MEMORIAL DE CÁLCULOS
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De acordo com a referência [1], é recomendável utilizar o valor de espessura econômica de isolante, a qual
̇
corresponde a uma penetração aconselhável da ordem de = 8,14 .
27 − 0 + 0
8,14 =
0,1 𝑒 0,1 1
+ + +
1,407 0,034 1,407 17,4
Desta maneira, são selecionadas duas camadas de isolante, cada uma com 50 mm de espessura por questões
comerciais.
Conhecendo a espessura do isolante do piso, é possível calcular a transmissão de calor. Utilizando as Eqs. [2]
e [3], calcula-se o coeficiente global de transferência de calor para o piso e, em seguida, a quantidade calor
transmitido através de todas as paredes, piso e teto.
Parede Área (m²) Transmissão de Calor (W/m² °C) 𝒕𝒆 − 𝒕𝒊 + ∆𝑻𝒊𝒏𝒔 (°𝑪) 𝑸𝟏 (𝒌𝑱/𝒅𝒊𝒂)
Norte 15x5 = 75 0,341 34 – 0 + 3 = 37 81.758,16
Sul 15x5 = 75 0,341 34 – 0 + 0 = 34 75.129,12
Leste 30x5 = 150 0,428 -20 – 0 + 0 = -20 -110.938,00
Oeste 30x5 = 150 0,341 34 – 0 + 3 = 37 163.516,30
Piso 30x15 = 450 0,316 27 – 0 + 0 = 27 331.724,20
Teto 30x15 = 450 0,244 34 – 0 + 3 = 37 351.008,60
Portanto, a quantidade calor transmitido através de todas as paredes, piso e teto é calculada e exibida na tabela
a seguir.
𝑄 = 𝑉 ∗ 𝑛 ∗ (ℎ − ℎ )
𝑉 = 30𝑥15𝑥5 = 2.250 𝑚³
Utilizando a tabela 14 da [apostila], é possível obter o número necessário de trocas para o respectivo volume
da câmara frigorífica. Interpolando os valores, tem-se que:
𝑛 = 1,625
Realizando uma interpolação bidimensional na tabela 15 da apostila [1], é possível obter os valores das entalpias
interna e externa para as devidas condições de contorno. A tabela abaixo exibe os resultados obtidos.
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𝑄 = 𝑉 ∗ 𝑛 ∗ (ℎ − ℎ )
Conforme já mencionado no item 3.3, a parcela de quantidade de transmissão de calor referente aos produtos
é subdividida em 4 cálculos.
A parcela de calor sensível, uma das mais influenciadores no cálculo da carga térmica total do sistema, é
calculada de acordo com a Eq. [5] e apresentada na tabela abaixo.
A quantidade de calor transmitido representada pela mudança de fase é calculada por meio da Eq. [6] e
disposta na tabela a seguir.
Por questões econômicas e ambientais, é selecionado papelão como material das embalagens dos produtos.
Com relação ao volume ocupado pelos produtos, sua incidência sobre a massa é de 5% de massa em relação à
quantidade do produto.
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𝑛 - 3
𝑞 kJ/h 976,92
𝑛 h/24h 8
𝑄 kJ/24h 23.446,08
Para o cálculo da taxa de transferência de calor responsável pela iluminação ambiente, é utilizada a Eq. [11]
considerando um tipo de iluminação fluorescente para baixas temperaturas. A tabela a seguir apresenta a
transmissão calculada.
Para o cálculo da taxa de calor liberada pelos motores, são analisados os motores já presentes no ambiente bem
como o motor da empilhadeira. As parcelas são calculadas separadamente e têm seus valores somados no final,
conforme a tabela a seguir.
Considerando que os equipamentos devem funcionar por 20 horas por 24h, devido à necessidade de degelo, a
carga térmica do sistema é recalculada com um fator de segurança de 10% e convertida para a unidade
convencional de refrigeração (TR).
𝑘𝐽 𝑘𝐽 𝑘𝐽
𝑄 = 3350551,10 ∗ 1,1 = 3350551,10 ∗ 1,1 = 46,5354 ∗ 1,1 = 14,57 𝑇𝑅
24ℎ 20ℎ 𝑠
4.10.1 Evaporador
Como modelo de evaporador foi escolhido o da Refrio do tipo parede, sendo as informações abaixo retiradas de
catálogo. Para definição do modelo foi usado um ∆t de 7 K de acordo com a temperatura definida para o ambiente.
Segundo o catálogo a uma temperatura interna de ambiente de 0° C e para o fluído R404a necessita-se aplicar
um fator de correção de 0,875 em relação a capacidade nominal do catálogo, logo o modelo escolhido foi:
- Empresa: Refrio
- Modelo: RCI 53B06
- Espaçamento aletas: 06mm
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4.10.2 Compressor
Para seleção do compressor o software da Bitzer serviu como auxílio, sendo escolhido um do tipo alternativo e
semi hermético com temperatura de evaporação de -3° C e temperatura de condensação 40° C, promovendo
assim um bom coeficiente de desempenho para o condensador. Os dados do condensador são dados abaixo:
- Modelo: 4PE-15Y-35P
- Evaporação: -3 °C
- Condensação: 40 °C
- Subresfriamento líquido: 6 K
- Superaquecimento do gás: 17 K
- Superaquecimento útil:10 K
- Capacidade do evaporador: 42,8 kW
- Potência consumida: 13,19 kW
- Carga térmica rejeitada: 58,3 Kw
4.10.3 Condensador
Para o condensador foi adotada a mesma fabricante do evaporador a Refrio, e segundo o catálogo, o modelo
mais apropriado, utilizando o refrigerante R404a com fator de correção de 1,05, uma temperatura de entrada de
ar de 30° com o fator de 0,98, seleciona-se o seguinte modelo:
- Empresa: Refrio
- Modelo: FCR 50B52
- Ventiladores: 2 x AC ø 500 mm (1000 W)
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E por fim com os dados de operação de cada componente montou-se um diagrama P-H através do software
Coolselecto2, ilustrado a seguir.
5. CONCLUSÃO
Após o desenvolvimento do dimensionamento apresentado, é possível salientar que para cada etapa do
processo surge a necessidade de atentar-se para todas as possibilidades de variáveis e parâmetros utilizados
no mesmo, bem como a seleção de componentes ideais para a aplicação especificada. Além disso, faz se
necessário considerar todas as condições de contorno do projeto, podendo elas serem do conjunto de variáveis
relacionadas às particularidades do projeto, ou às entradas relacionadas à execução do memorial de cálculo.
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Por fim, durante o desenvolvimento do trabalho, foi possível observar que os conceitos aprendidos durante as
aulas, foram utilizados de forma prática, simulando uma possível aplicação. Pode-se também afirmar que após
a elaboração do trabalho, é possível visualizar outras aplicações dentro da indústria mecânica, voltadas
principalmente aos conceitos de indústria 4.0 e sustentabilidade energética.
6. REFERÊNCIAS
[1] MATOS, Rudmar Serafim. Refrigeração. Curitiba: UFPR, [2004]. 243 p. Disponível em: <
https://docs.ufpr.br/~rudmar/clima/paginas/material.html>. Acesso em: 21 jan. 2021.
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