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O porto,

O mar.
O cais,
O caos.
Âncora,
Vela.
Qual me leva?
Qual me prende?
Entre zarpar, entre ficar...
Entre permanecer , entre voar...
Entre escolher, entre duvidar,
O navio quer partir.
E eu ali, estático, com meus pés descalços,
Perambulando pela praia de solidão,
Formada por um punhado de lágrimas, areia e silêncios.
Num impulso, salto para dentro do navio.
Sem olhar para trás,
sem saber o que vem pela frente.
Talvez dias de chuva,
Talvez dias de sol,
Talvez dias calmos,
Talvez tormentas.
O talvez, é o mais violento dos oceanos.
Deixo-me envolver pelo mar aberto.
Coração apertado,
Acelerado,
Estraçalhado.
Estou agora na proa do navio
Do navio em que me transformei
Que sabe o que é porto,
Mas precisa partir.
Sabe o que é porto,
Mas precisa de si.

Cristiano Lucas Ferreira

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