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Número 8 - Agosto 2002

Sede Arautos
na Romênia...
Christus Rex Inc.

Ó Maria, Senhora do mundo, Rainha do Céu! É para Vós, como para


o centro da Terra, como para a Arca de Deus, como para a causa das
coisas, como para a estupenda obra dos séculos, que se voltam os olha-
res dos habitantes do Céu e da Terra, dos tempos passados, presentes e futu-
ros. Por isso vos chamarão bem-aventurada todas as nações, ó Mãe de Deus,
pois para todas engendrastes a vida e a glória. Em Vós acham os Anjos a ale-
gria, os justos a graça, os pecadores o perdão para sempre. Com razão, por-
tanto, põem em Vós seus olhos todas as criaturas, porque em Vós, por Vós e
de Vós a benigna mão do Onipotente refez tudo o que Ele havia criado!
(São Bernardo)
Revista mensal dos

ARAUTOS DO
EVANGELHO
Associação privada internacional de
fiéis de direito pontifício

Ano I, nº 8, Agosto 2002

SumáriO
Diretor Responsável:
André Ribeiro Dantas

Conselho de Redação:
Guy Gabriel de Ridder,
Humberto Luís Goedert,
Juliane Vasconcelos A. Campos,
Luis Alberto Blanco Cortés,
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do Evangelho do Brasil
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Arautos do Evangelho
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Diarte - Tel: (11) 5571-9793

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A imagem peregrina do Imaculado Coração de Maria chega a Marquelia
Os artigos desta revista poderão ser reproduzidos, (México), conduzida pelos Arautos do Evangelho (p. 32)
desde que se indique a fonte e se envie cópia à
Redação. O conteúdo das matérias assinadas
é da responsabilidade dos respectivos autores.
“Florescei flores” (Editorial) .............................................................................. 4
Assinatura Anual: A Transfiguração do Senhor e nossa santificação .................................................... 5
Comum .............. R$ 49,00
A Reconciliação é um encontro pessoal com Cristo .............................................. 11
Colaborador ...... R$ 72,00
Benfeitor ............ R$ 99,00 A devoção eucarística do Beato Pio IX ..................................................................... 15
Patrocinador ...... R$ 150,00
Entrevista com Frei Juvenal Sansão - A Pastoral dos Apartamentos ............... 17
Exemplar avulso R$ 4,90
O Mensageiro da Paz .................................................................................................... 20
O velo de Gedeão, símbolo de Maria Santíssima .................................................. 22
Escrevem os leitores ...................................................................................................... 24
Na capa, Dois minutos de um angélico concerto .................................................................... 25
o Santo Padre
Arautos no Mundo ......................................................................................................... 26
abençoa os
dois Arautos do A importância da formação religiosa na família .................................................. 34
Evangelho O Oratório, valioso instrumento de apostolado .................................................... 36
que partiam
O monge e o rouxinol .................................................................................................... 40
para a
Romênia Aconteceu na Igreja e no mundo ............................................................................... 42
(foto: L’Osservatore Castelo de morango ....................................................................................................... 45
Romano)
Os santos de cada dia ................................................................................................... 46
Libertados de um bárbaro costume ........................................................................... 48
Chartres e o Véu da Virgem Maria ............................................................................ 49
Editorial

O Tabor é um monte majestoso, alcançando 660


metros de altitude. Maravilhoso panorama se
descortina do alto, vendo-se o relevo ondula-
do da Galiléia, o lago de Genesaré, o cimo ne-
vado do monte Hermon, o monte Carmelo e o
Mediterrâneo.
Mas o Tabor é famoso por algo de mais transcendente:
em seu cume ocorreu a transfiguração de Jesus. Tal acon-
tecimento, um dos principais da História da humanidade,
tem estreita relação com nosso progresso na vida espiritual
e a nossa salvação eterna. Esta afirmação, sobre um fato
tão distante, pode causar surpresa a mais de um leitor, mas
retrata fielmente a realidade. Para conhecer melhor essa
matéria, leia o artigo A Transfiguração do Senhor e nossa san-
tificação (p. 5).

* * *

Apesar das aparências em contrário, o longo “inverno”


no qual está imerso o mundo pode estar chegando ao fim.
E os sinais disso são os lírios que vão brotando por todos

“FLORESCEI
os lados em meio à noite fria.
Com efeito, multiplicam-se os sintomas de um crescente
interesse pelos valores da religião. É alentador verificar
que esse fenômeno ocorre de modo particular entre a ju-

FLORES”
ventude. Donde auspicioso crescimento do número de
candidatos para as várias Ordens religiosas e Associações
laicais, parecendo encerrar um período em que as voca-
ções eram raras. Neste contexto se situa a vertiginosa ex-
pansão que, graças às bênçãos de Nossa Senhora e ao
apoio do Papa, dos Bispos e do Clero em geral, os “Arautos
do Evangelho” vão tendo por todo o mundo. O noticiário
da presente edição procura dar ao leitor uma idéia desse
crescimento (pp. 26 a 33).
Diante de tão primaveril panorama, só nos resta repetir
com o sábio: “Florescei flores como o lírio, exalai perfumes e es-
tendei graciosa folhagem! Cantai cânticos e bendizei ao Senhor
nas suas obras!” (Eclo 39, 19). ²

4
A Transfiguração, por Perugino / Photo Scala, Firenze

) o transfigurar-se no Tabor, Jesus não quis


somente fortalecer os apóstolos, mas to-
dos os fiéis — incluindo cada um de nós —, até
João Scognamiglio Clá Dias
Presidente Geral
o fim do mundo. dos Arautos do Evangelho

#
N aquele tempo, Je-
sus tomou con-
sigo Pedro, Tia-
go e João, seu ir-
mão, e os levou
a um lugar à parte, sobre uma alta
montanha. E se transfigurou diante
deles; o seu rosto brilhou como o sol e
do o pecado, como também qual-
quer defeito). Por exemplo, ao es-
colher as mais modestas circuns-
tâncias para nascer: a total pobre-
za, uma gruta, o auge do inverno,
tendo por berço apenas uma man-
jedoura.
São inúmeros os episódios do
mas aniquilou-se a si mesmo, assumin-
do a condição de escravo e assemelhan-
do-se aos homens” (Fl 2, 5-7).
Sem uma especial assistência da
graça, seria inevitável para qual-
quer um, ao ouvir a narração des-
ses fatos, concluir que Jesus não
passava de uma mera criatura hu-
as suas roupas ficaram brancas como Evangelho nos quais transparece mana.
a luz. Nisto apareceram-lhes Moisés a natureza humana de Jesus: o ter
e Elias, conversando com Jesus. En- de fugir para o Egito, levado por Verdadeiro Deus
tão Pedro tomou a palavra e disse: Maria e José, a fim de poupar-se da Por isso, o Unigênito Filho de
“Senhor, é bom ficarmos aqui. Se que- espada de Herodes; o trabalhar Deus, para sustentar nossa fé, tor-
res, vou fazer aqui três tendas, uma como humilde carpinteiro, até os nou patente sua origem eterna e
para ti, outra para Moisés e outra pa- 30 anos de idade, evitando chamar incriada em muitos outros fatos e
ra Elias”. Pedro ainda estava falando a atenção do povo; o fazer peni- circunstâncias: a anunciação à San-
quando uma nuvem luminosa os en- tência durante 40 dias no deserto, tíssima Virgem por meio de um
volveu e da nuvem saiu uma voz que suportando as agruras de um ter- Arcanjo; o aviso a São José, em so-
dizia: “Este é o meu Filho amado, em rível jejum; o verter sangue no nhos, da concepção virginal de Ma-
quem pus toda a minha afeição. Ou- Jardim das Oliveiras, em meio ao ria; a aparição de uma multidão de
vi-o!” Quando ouviram isso os dis- temor e à angústia ante a Paixão; anjos aos pastores, perto da gruta
cípulos ficaram muito assustados e o externar fraqueza física durante de Belém, para lhes anunciar o
caíram com o rosto em terra. Jesus se sua flagelação e enquanto carrega- nascimento de Jesus; a moção so-
aproximou, tocou neles e disse: le- va a cruz ao alto do Calvário. Por brenatural no interior dos Santos
vantem-se, e não tenham medo. Os fim, a sua morte, como a de qual- Reis Magos, sobre a providencia-
discípulos ergueram os olhos e não quer ser humano, e no pior dos lidade daquele Menino. Sobretu-
viram mais ninguém, a não ser so- suplícios. do foi categórica sua glorificação,
mente Jesus. Ao desceram da mon- Como diz São Paulo: “Sendo Ele efetuada pelo Pai e pelo Espírito
tanha, Jesus lhes ordenou: “A nin- de condição divina, não reteve avida- Santo, no momento do batismo no
guém contem esta visão até que o Fi- mente sua condição divina, não se pre- Jordão:
lho do homem tenha ressuscitado dos valeceu de sua igualdade com Deus,
mortos” (Mt 17, 1-9).

Verdadeiro Homem
Um dos principais mistérios de
nossa Fé é a encarnação do Verbo.
c.

Com efeito, quem poderia excogi-


In
x
Re

tar a possibilidade de uma das Pes-


s
tu
is
hr

soas da Santíssima Trindade unir


C

sua natureza divina à humana, e


— sem deixar de ser verdadeiro
Deus — se tornar também verda-
deiro Homem? Nunca, pelo sim-
ples raciocínio, nenhum homem
— e nem mesmo algum Anjo —
conceberia tal conúbio entre Cria-
dor e criatura. Para conhecermos
esse belo e atraente mistério, era
necessário que o próprio Deus no-
lo revelasse.
O Redentor foi radical em assu-
mir a humana condição, dentro da
frágil contingência desta (excluí-

$
“Quando todo o povo ia sendo ba- zaro, tornou a todos evidente o mem a quem até os ventos e o mar obe-
tizado, também Jesus o foi. E estando pleno poder de Jesus sobre a na- decem?’” (Mt 8, 23-27).
Ele a orar, o céu se abriu e o Espírito tureza: Essa mesma pergunta pervadi-
Santo desceu sobre Ele em forma cor- “Subiu Ele a uma barca com seus ria a mente de todos os que, duran-
pórea, como uma pomba; e veio do céu discípulos. De repente, desencadeou-se te aqueles ditosos três anos nos
uma voz: ‘Tu és o meu Filho bem- sobre o mar uma tempestade tão gran- quais o próprio Deus caminhou pe-
amado; em ti ponho minha afeição’” de, que as ondas cobriam a barca. Ele, las estradas da Palestina, d’Ele pu-
(Lc 3, 21-22). no entanto, dormia. Os discípulos ache- deram aproximar-se. Seria Elias
O próprio Salvador, ao afirmar garam-se a Ele e o acordaram, dizen- que voltara, ou algum dos outros
“quem crê em Mim tem a vida eter- do: ‘Senhor, salva-nos, nós perecemos!’ profetas? Ou teria surgido um
na” (Jo 6, 47), não fazia referência E Jesus perguntou: ‘Por que este me- novo profeta? A resposta germi-
à sua natureza humana, mas sim do, gente de pouca fé?’ Então, levan- nou nas almas mais virtuosas, ou
à sua divindade. tando-se, deu ordem aos ventos e ao mais predispostas a amar a verda-
A multiplicação dos milagres, cu- mar, e fez-se uma grande calmaria. de, e, pode-se dizer, desabrochou
jo auge foi a ressurreição de Lá- Admirados, diziam: ‘Quem é este ho- por inteiro na confissão de Pedro:
“Tu és o Cristo, o Filho de Deus Vi-
vo!” (Mt 16, 16), ou no Calvário,
quando, em meio ao terremoto,
Christus Rex Inc.

raios e trovões consecutivos à mor-


te de Jesus, brotaram dos lábios
do centurião romano as entusias-
madas palavras: “Este homem era
realmente o Filho de Deus” (Mc 15, 39).
Apesar dessas — e de tantas ou-
tras — manifestações serem mais
que suficientes para levar os ho-
mens ao ato de fé na divindade
de Nosso Senhor, apareceram here-
siarcas a negá-la, já no começo do
cristianismo. Aliás, uma das razões
pelas quais São João, o discípulo
amado, escreveu seu Evangelho,
entre os anos 80 e 100 de nossa
era, foi para reafirmar ser Jesus
verdadeiro Deus. E o conjunto dos
Evangelhos, procurando sublinhar
a mesma verdade, por mais de
cinqüenta vezes dá-Lhe o título
de Filho de Deus.
É necessário ter essas conside-
rações em vista, para melhor ana-
lisarmos e compreendermos a
Transfiguração do Senhor.

Conveniência
da Transfiguração
Jesus poderia ter descido à Ter-
Verdadeiro homem, Nosso Senhor demonstrou sê-lo
ra acompanhado de legiões de an-
em diversos episódios de sua vida, como na fuga jos, e manifestado em todo o es-
para o Egito (à esquerda); verdadeiro Deus, plendor sua infinita grandeza di-
patenteou-o em muitas outras ocasiões, como em seu vina. Contudo não agiu assim.
batismo no Jordão (acima) Revelou-nos sua natureza incria-
da de forma progressiva, e aos

%
poucos foi se tornando mais cate- dariam seus irmãos a solidificar a
górico. Santa Igreja, e fortaleceriam os fiéis
Diante de um povo ansioso por ao longo dos tempos.
riquezas e grandezas materiais, era
conveniente usar de muita caute- Fulgor no Tabor, para
la no fazer-se conhecer enquanto suportar as agruras do
Deus: “Então ordenou aos discípulos
Calvário
que a ninguém dissessem que Ele era
o Messias” (Mt 16,20). Ao longo do No mesmo tópico acima citado,
Evangelho, diversas vezes Ele re- São Tomás de Aquino continua a
pete essa proibição, obrigando a esclarecer, com sua genialidade ha-
observá-la até os próprios demô- bitual e sapiencial clareza:
nios: “Quando os espíritos imundos “O Senhor, depois de haver anun-
o viam, prostravam-se diante dele e ciado a sua Paixão aos discípulos, con-
gritavam: ‘Tu és o Filho de Deus!’ Ele vidou-os a lhe imitarem o exemplo.
os proibia severamente que o dessem (...) Ora, o fim de Cristo, na sua Pai-
a conhecer” (Mc 3,12). No mesmo xão, era alcançar não somente a gló-
sentido, após a Transfiguração no ria da alma, que tinha desde o prin-
nze

monte Tabor, disse Ele aos três cípio da sua concepção, mas também
Fire

apóstolos: “A ninguém contem esta a do corpo (...). E a essa glória tam-


la, ca

visão até que o Filho do homem tenha bém conduz os que imitam seu exem-
to S

ressuscitado dos mortos” (Mt 17,9). plo da Paixão, segundo diz a Escritu-
o
Ph

Caso a notícia se espalhasse, re- ra: Por muitas tribulações nos é neces-
ceava Jesus que surgisse um mo- sário entrar no reino de Deus. Por is-
vimento meramente exterior e ma- so era conveniente que manifestasse
terialista, da parte de quem ansia- aos seus discípulos a sua claridade lu-
va por um Messias temporal, res- minosa; e tal é a Transfiguração, que
taurador do poderio de Israel so- também concederá aos seus, segundo
bre as outras nações. Ao tratar da Transfiguração de diz o Apóstolo (São Paulo): Reforma-
Nesse contexto, como situar a Jesus, assim se exprime São Tomás rá o nosso corpo abatido para o fazer
Transfiguração? de Aquino sobre essa necessidade conforme o seu corpo glorioso. Donde
Um ensino puramente doutri- muito própria à criatura humana: dizer (São) Beda: foi conseqüência de
nário não é capaz de, por si só, “Para trilharmos bem um caminho, é uma pia providência que, tendo goza-
mover o homem a transformar sua necessário termos um conhecimento do por breve tempo da contemplação
vida. Um antigo adágio ilustra es- prévio do fim. Assim, o arqueiro não da felicidade eterna, tolerassem mais
ta verdade de modo lapidar: “As lança com acerto a seta, senão miran- fortemente as adversidades” (3, q. 45,
palavras comovem, os exemplos arras- do primeiro o alvo que deve alcançar. a. 1, c).
tam”. Sobretudo quando o exem- (...) E isso sobretudo é necessário, Já muito anteriormente a São
plo é íntegro e esplendoroso na quando o caminho é difícil e áspero, a Tomás, o Papa São Leão Magno co-
verdade e no bem, tem ele uma jornada laboriosa, mas belo o fim” (3, mentara: “Para que os apóstolos con-
força tal que age sobre as tendên- q.45, a.1, c). cebessem com toda a sua alma essa di-
cias da alma, convidando a um Ora, para efetivar a Redenção tosa fortaleza, não tremessem ante a
certo caminho — e às vezes im- com a morte na Cruz, e para for- aspereza da cruz, não se envergonhas-
pondo-o. mar a Igreja, Nosso Senhor Jesus sem de Cristo e não tivessem por de-
Ademais, há outro fator indis- Cristo ia submeter os apóstolos a gradante o padecer... manifestou-lhes
pensável para arrebatar qualquer provas duríssimas. Era muito con- o esplendor de sua glória, porque,
coração, e mantê-lo firme na re- veniente, portanto, que fizesse co- embora cressem na majestade de
forma iniciada: a clareza do fim. nhecer experimentalmente, pelo Deus, ignoravam o poder do corpo sob
Se este não estiver claro, o ânimo menos a três deles, os fulgores de o qual a divindade se ocultava... Pois,
arrefecerá quando surgirem os pri- sua glória. Desse modo, não só se estando ainda revestidos da carne
meiros lampejos das dificuldades sentiriam robustecidos para en- mortal, não podiam ver e compreen-
e dos dramas, tão comuns em to- frentar os traumas de sua Paixão, der, de modo algum, a inefável e ina-
da mudança de vida. como também mais facilmente aju- cessível divindade, visão reservada na

&
vida eterna para os limpos de cora- fundamental para nós pensarmos, Graças místicas
ção” (Sermão 51). com constância, na glória eterna,
E continuando o mencionado como um prêmio imensamente A Transfiguração de Jesus forti-
sermão, São Leão Magno afirma: grande a nós oferecido. Nada há ficou as virtudes da fé e da cari-
“Cada membro [do Corpo Místico de de melhor do que essa meditação dade nos Apóstolos.
Cristo] pode almejar a participação para enfrentarmos as dificuldades Enquanto a fé nos faz crer na
na glória que, com antecipação, res- e as cruzes do dia-a-dia. divindade de Cristo e em suas pro-
plandeceu na cabeça. O que já antes Muitas são as ofertas de uma messas, a caridade nos conduz a
havia sido previsto pelo Senhor, quan- felicidade passageira que encon- uma entranhada união com Deus.
do falava da majestade de sua vinda: tramos hoje em dia, apresentan- São duas virtudes extremamente
então os justos brilharão como um sol do fórmulas “mágicas”... fora do interdependentes. Sem a fé na es-
no Reino de seu Pai (Mt 3, 33).” único caminho que é Jesus Cristo plendorosa vida eterna que nos
A Transfiguração do Senhor foi e sua Igreja. Tudo não passa de espera, a caridade tende a desa-
uma excepcional graça mística con- pura ilusão. Fomos criados para o parecer.
cedida aos três apóstolos escolhi- Céu! Eis o que nos dá ânimo, re- Mas, se a fé e a caridade dos
dos, no alto do Tabor. Sua recor- solução e alegria. “Per crucem, ad apóstolos tanto lucraram com a
dação ficou como uma fonte de lucem” — “Pela cruz, chegaremos Transfiguração do Senhor, não ha-
sólida confiança, que lhes permi- à luz”. verá algo, nessa mesma linha, que
tiu suportar os maiores sofrimen- Aqui está uma observação im- poderá auxiliar a vida espiritual
tos, pois, assistindo a ela, tiveram portante a ser feita: muitos há que de cada um de nós?
um vislumbre da luz plena e re- nos mostram a cruz do Senhor, e A resposta é inteiramente posi-
fulgente da eternidade. isto é ótimo e digno de todo lou- tiva. Deus derrama graças místi-
vor! Todavia, não basta. O objeti- cas sobre todos os que trilham as
vo de nossa existência não é a dor, vias da salvação, em intensidade
“Per crucem, ad lucem”
nem o sacrifício. Não podemos nos maior ou menor, segundo o caso.
Deus deseja conferir-nos eter- esquecer da luz, nosso verdadeiro Mas ninguém está excluído de re-
namente sua própria felicidade, destino. A cruz não é o ponto fi- cebê-las. Quem no-lo afirma é o
fazendo-nos partícipes de sua na- nal de nosso processo humano: é famoso teólogo dominicano, Pe.
tureza no esplendor da glória. É apenas o caminho. Réginald Garrigou-Lagrange:
c.
In
x
Re
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tu
is
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C

O Papa São Leão Magno (ao lado)


nos ensina que cada membro do
Corpo Místico de Cristo “pode
almejar a participação na glória
que, com antecipação, resplandeceu
na cabeça. O que já antes havia
sido previsto pelo Senhor, quando
falava da majestade de sua vinda:
então os justos brilharão como um
sol no Reino de seu Pai (Mt 3, 33)”

'
Terry Ann Modica

Nosso Senhor concede


“Tabores”, graças
místicas, a cada um
de nós, as quais nos
animam a enfrentar
os sacrifícios desta
vida e nos tornam
patente quanto Jesus
nos ama e quer nossa
eterna glória
(ao lado,
o Monte Tabor)

“Para esses autores, a vida mística Um “Tabor” em nossos sarem os períodos de aridez. É um
não é coisa extraordinária, como as vi- corações modo comum de Deus agir: dá-
sões e revelações, mas algo eminente nos consolações — o Tabor — pa-
na via normal da santidade. Conside- É fora de dúvida, pois, que Deus ra, quando vier a hora do Getsê-
ram eles que isso é comum para as al- concede “Tabores”, ou seja, graças mani, termos forças, sabendo que
mas chamadas a se santificar na vida místicas, a cada um de nós. o fim será mais cheio de alegria e
ativa, como São Vicente de Paulo. Ab- Quem não terá sentido, algu- esperança.
solutamente não duvidam que os San- ma vez, uma alegria interior, um São graças que nos animam a
tos de vida ativa tenham tido normal- palpitar do coração, uma emoção enfrentar os sacrifícios desta vida.
mente a contemplação infusa bastan- calma mas profunda, ao assistir a Trata-se de experiências místicas
te freqüente dos mistérios da Encar- uma bela cerimônia? Ao apreciar que nos tornam patente quanto
nação redentora, da Missa, do Corpo o canto gregoriano, por exemplo? Jesus nos ama e quer nossa eterna
Místico de Jesus Cristo, do preço da vi- Ou ao contemplar alguma ima- glória.
da eterna, se bem que esses Santos di- gem? Quiçá ao ver um lindo vitral Assim, ao longo de nossa exis-
ferem dos puramente contemplativos, banhado de luz, dentro de uma tência terrena, já iremos experi-
no sentido de que neles essa contem- igreja silenciosa, que deixa lá fora mentando um pouco das delícias
plação infusa é mais imediatamente os ruídos do mundo? São mil oca- eternas, e as tendas tão desejadas
dirigida à ação.” 1 siões em que a graça sensível nos por São Pedro sobre o monte da
É claro que tais graças místicas visita, e nos concede contempla- transfiguração, Jesus as irá levan-
não isentam ninguém de realizar ções interiores, pré-degustações tando no “Tabor ” de nossos cora-
os esforços próprios à prática das da felicidade perfeita que nos es- ções. Para tal, Ele exige de nós ape-
virtudes, tal como no-lo refere em pera no Céu. nas uma condição: que não Lhe
outro trecho o mesmo autor: Dois Doutores da Igreja, Santa coloquemos obstáculos. ²
“Conforme o que acabamos de di- Teresa de Jesus e São João da Cruz,
zer, vê-se que a ascética está orde- mestres da vida espiritual, dizem
nada à mística. que a Providência costuma conce-
“Acrescentemos por fim que, para der aos principiantes graças mís-
todos os autores católicos, a mística ticas que depois irão experimen-
que não pressupõe uma ascese séria tar novamente só no fim de suas 1) Les Trois Ages de la Vie Intérieure,
é uma falsa mística: foi a dos quie- vidas. Tal proceder divino visa for- Cerf, Paris, 1938, pp. 26-27.
tistas.” 2 talecer essas almas para atraves- 2) Ibidem.


A VOZ DO PAPA

O Santo Padre aos seus irmãos no Sacerdócio

A Reconciliação é
um encontro pessoal com Cristo

- m nosso peregrinar por esta


terra, por vezes cedemos à

L’Osservatore Romano
tentação e caímos no peca-
do. Temos, então, necessidade de pe-
dir perdão a Deus por meio do Sa-
cramento da Reconciliação. Que ele
seja administrado com a devida dig-
nidade, que os fiéis possam recebê-
lo com freqüência, são questões que
preocupam o coração do Papa.
Entre outros documentos recentes,
a carta dirigida por ele
a seus irmãos no
Sacerdócio, a 17 de
março de 2002, é fruto
dessa preocupação.
Reproduzimos abaixo
alguns trechos impor-
tantes da menciona-
da carta.
(O título e os subtítulos
são nossos.)
N este ano, queria
deter-me convos-
co sobre um as-
pecto da nossa
missão que, já no
ano passado, nesta mesma oca-
sião, propus à vossa atenção. Acho
que ele merece ser aprofundado
plena comunhão com a Igreja” (n.
1395).
Ao reafirmar esta verdade, a
intenção da Igreja não é certa-
mente diminuir o papel da Euca-
ristia, mas especificar o seu signi-
ficado dentro da economia sacra-
mental inteira, tal como foi traça-
A este respeito, quero reafir-
mar que a celebração pessoal é a
forma ordinária de administração
deste sacramento e que só em “ca-
sos de grave necessidade” é legítimo
recorrer à forma comunitária, com
confissão e absolvição coletiva.
São bem conhecidas as condições
ainda mais. Refiro-me à missão da pela sabedoria salvífica de que se requerem para tal gênero
que o Senhor nos deu de repre- Timothy Ring de absolvição, recordando que, em
sentá-Lo não só no Sacrifício Eu- qualquer caso, nunca se fica dis-
carístico, mas também no Sacra- pensado da subseqüente confis-
mento da Reconciliação. são individual dos pecados graves,
que os fiéis devem se comprome-
Conexão íntima entre ter a fazer para ser válida a absol-
Eucaristia e Reconciliação vição (cf. CIC, n. 1483). (...)
Há uma íntima conexão entre
esses dois sacramentos. A Euca-
Encontro pessoal do
ristia, ápice da economia sacra- penitente com o Bom Pastor
mental, é também a sua fonte: to- À luz do que acima foi dito, apa-
dos os sacramentos, em determi- rece mais clara a razão pela qual a
nado sentido, brotam dela e forma ordinária da reconciliação
conduzem a ela. Isso vale de mo- sacramental deve ser o encontro
do especial para o sacramento pessoal do confessor com o peni-
destinado a “mediar ” o perdão tente, enquanto a modalidade da
de Deus que acolhe novamente
nos seus braços o pecador arre-
pendido. Com efeito, a Eucaris-
tia, enquanto representação do
Sacrifício de Cristo, tem também a
função de nos libertar do pecado.
A este respeito, recorda-nos o
Deus. Aliás, esta é a linha de-
Na celebração
Catecismo da Igreja Católica: “A
Eucaristia não pode unir-nos a
cisivamente apontada pelo desse sacramento
Apóstolo, quando escrevia
Cristo sem nos purificar, ao mesmo
tempo, dos pecados cometidos e nos
aos Coríntios: “Assim, todo deve
aquele que comer o pão ou beber
preservar dos pecados futuros” (n.
o cálice do Senhor indigna- resplandecer a
1393). Entretanto, na economia
da graça decidida por Cristo, es-
mente será réu do corpo e do
sangue do Senhor. Examine-se
sua dignidade de
ta sua energia purificadora, ao
mesmo tempo que efetua direta-
cada qual a si mesmo e, então, ato litúrgico,
coma desse pão e beba desse
mente a purificação dos pecados
veniais, só indiretamente atinge
cálice. Aquele que come e bebe inclusive nas
os pecados mortais, que preju-
sem distinguir o corpo do Se-
nhor, come e bebe a sua própria
formas externas
dicam radicalmente o relaciona-
condenação” (1Cor 11, 27-29).
mento do fiel com Deus e sua
Na seqüência desta advertên-
comunhão com a Igreja. “A Eu-
cia paulina, coloca-se o princí-
caristia — lê-se ainda no Catecis-
pio segundo o qual “aquele que
mo — não está ordenada ao perdão
tiver consciência de um pecado
dos pecados mortais. Isto é próprio absolvição coletiva é de caráter
grave deve receber o sacramento da Re-
do Sacramento da Reconciliação. O excepcional. Como se sabe, a prá-
conciliação antes de se aproximar da
que é próprio da Eucaristia é ser o tica da Igreja chegou gradual-
Comunhão” (CIC, 1385). (...)
sacramento daqueles que estão em mente à celebração privada da


penitência, após séculos em que aspectos fundamentais: a origi- momentos de atenção às exigên-
dominara a fórmula da penitên- nalidade de cada pessoa, que, cias das pessoas individualmente
cia pública. Esta evolução não só embora vivendo num contexto consideradas. Em geral, as pes-
não alterou a substância do sacra- relacional e comunitário, jamais soas esperam ser reconhecidas e
mento — e não podia ser de ou- se deixa reduzir à condição de acompanhadas, e é precisamente
tro modo! — mas inclusive apro- uma massa informe. Isto explica o através dessa proximidade que
fundou a sua fisionomia e eficá- eco profundo que suscita no es- elas sentem mais forte o amor de
cia. Assim aconteceu com a as- pírito o fato de ouvir-se chamar Deus.
sistência do Espírito Santo, que pelo próprio nome. Saber-nos co- Nesta perspectiva, o Sacramen-
também nisso cumpriu a sua mis- nhecidos e acolhidos por aquilo to da Reconciliação apresenta-se
são de levar a Igreja “para a ver- que somos, pelas nossas qualida- como um dos percursos privilegia-
dade total” (Jo 16, 13). des mais pessoais, faz-nos sentir dos dessa pedagogia da pessoa.
Com efeito, a forma ordinária verdadeiramente vivos. A própria Aqui o Bom Pastor, através do
da Reconciliação não só exprime pastoral devia ter em maior con- rosto e da voz do sacerdote, apro-
bem a verdade da misericórdia sideração este aspecto, para equi- xima-Se de cada um, para iniciar
divina e do perdão que dela di- librar prudentemente os momen- com ele um diálogo pessoal feito
mana, mas ilumina a própria tos comunitários, nos quais se su- de escuta, conselho, conforto, per-
verdade do homem num dos seus blinha a comunhão eclesial, e os dão. O amor de Deus é tal que,

“SENTI A INTENSA ORAÇÃO DA


IGREJA POR MIM”
No Ângelus de 30 de junho, o Santo Padre agradece com
carinho as preces elevadas nas intenções dele em toda a
Igreja, por ocasião da festa de São Pedro e São Paulo.

+ elebramos, ontem, a festa


dos Santos Apóstolos Pe-
por isso, desejo exprimir hoje a
todos o meu “obrigado” de co-
dro e Paulo, que a Igreja de Ro- ração.
L’Osservatore Romano

ma venera como seus princi- Com efeito, experimento em


pais Patronos. Nesta solenida- cada dia que o meu ministério
de especial, chamei a atenção, é sustentado pela oração ins- ça espiritual é uma valiosa aju-
como sucessor de Pedro, para a tante do Povo de Deus: de tan- da e íntimo conforto.
profunda solidariedade de to- tas pessoas que me são desco- Tenho sempre necessidade
da a Comunidade eclesial. Vol- nhecidas, mas muito próximas da vossa oração, caríssimos fiéis
taram-me à mente as palavras ao meu coração! que oferecem de Roma e do mundo inteiro!
do Livro dos Atos dos Apóstolos: ao Senhor as suas orações e os Sem ela, de fato, como pode-
“A Igreja rezava instantemente a seus sacrifícios pelas intenções rei responder à palavra do Se-
Deus por ele [Pedro]”(At 12, 5). do Papa. nhor, que ordena a Pedro: “Duc
Sim, senti à minha volta a ora- Nos momentos de maior di- in altum!”, “Faze-te ao largo!”
ção intensa de toda a Igreja e, ficuldade e sofrimento, essa for- (Lc 5, 4)?
sem faltar aos outros, consegue sibilidade de se fazerem as adap- confusas, entre outras razões por-
concentrar-se sobre cada um. tações pastorais requeridas pelas que não encontram nos confes-
Quem recebe a absolvição sacra- circunstâncias, quando sugeridas sores a mesma linha de avaliação.
mental deve poder sentir o calor por verdadeiras exigências da si- Na realidade, aqueles que desem-
desta solicitude pessoal. Deve ex- tuação do penitente, à luz do penham, em nome de Deus e da
perimentar a intensidade do abra- princípio clássico que reconhece Igreja, este delicadíssimo ministé-
ço paterno dado ao filho pródigo: a salus animarum como suprema lex rio têm o dever concreto de não
“[O pai] correu a lançar-se-lhe ao da Igreja. Deixemo -nos, nisto, cultivar e, mais ainda, de não ma-
pescoço, cobrindo-o de beijos” (Lc 15, guiar pela sabedoria dos Santos. nifestar na confissão sacramental
20). Deve poder ouvir aquela voz Com coragem, façamos aos jo- juízos pessoais não sintonizados
calorosa de amizade que o publi- vens a proposta da confissão. En- com o que a Igreja ensina e pro-
cano Zaqueu escutou, chamando- contremo-nos com eles, saben- clama. Não se pode confundir
o pelo nome a uma vida nova (cf. do ser junto deles amigos e pais, com amor o ato de faltar à ver-
Lc 19, 5). confidentes e confessores. Eles dade em proveito de uma equivo-
precisam de encontrar-nos ora cada compreensão do penitente.
Saber ser amigos e pais, num papel ora noutro, ora numa Não nos é permitido fazer simpli-
dimensão ora noutra. ficações arbitrárias, ainda que
confidentes e confessores
Além disso, sejamos escrupu- com a melhor das intenções. A
Isso mostra também a necessi- losos em manter verdadeiramen- nossa missão é ser testemunhas
dade de uma adequada prepara- te atualizada a nossa formação de Deus, fazendo-nos intérpretes
ção do confessor para a celebra- teológica, tendo em vista sobretu- de uma misericórdia que salva,
ção deste sacramento, o qual deve do os novos desafios éticos, per- mesmo quando se manifesta co-
realizar-se de modo a fazer res- manecendo sempre ancorados ao mo juízo sobre o pecado do ho-
plandecer, inclusive nas formas discernimento do magistério da mem. “Nem todo o que me diz: ‘Se-
externas da celebração, a sua dig- Igreja. Relativamente a certas nhor, Senhor’, entrará no reino dos
nidade de ato litúrgico, segundo questões éticas da atualidade, su- Céus, mas sim aquele que faz a von-
as normas indicadas pelo rito da cede às vezes que os fiéis saem da tade de meu Pai que está nos Céus”
Penitência. Isso não exclui a pos- confissão com as idéias bastante (Mt 7, 21). ²

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"
Pio IX, por C. P. D. Healy / www.papapioix.it

A devoção eucarística
do Beato Pio IX
N inguém melhor que o Cardeal José Saraiva Martins, Prefeito da Congregação para as
Causas dos Santos, poderia nos fazer conhecer um aspecto pouco divulgado da vida
de Pio IX: sua profunda piedade eucarística. A seguir, trechos da homilia por ele pronuncia-
da em 7 de fevereiro deste ano, na Basílica de São Lourenço Fora dos Muros “al Verano”.

#
D
esde quando era uma contribuição singular e difi- multidões de crianças que o se-
ainda muito jo- cilmente calculável para a desco- guiam como um simples Pároco
vem, Pio IX distin- berta da presença real de Jesus da Urbe.
guia-se por uma eucarístico e para a difusão e o Como Papa, encontrava sem-
vida de piedade reflorescimento da piedade euca- pre na Eucaristia o seu conforto
profundamente eu- rística, que encontrará o seu ple- espiritual quotidiano e a fonte de
carística, ou seja, orientada de mo- no desenvolvimento nos seus su- energia de que tinha necessidade
do integral para a pessoa e o mis- cessores, sobretudo em São Pio X. para libertar o Papado dos víncu-
tério de Jesus Cristo, presente na As testemunhas afirmam que, à los temporais e o devolver aos tem-
Eucaristia e na vida da Igreja. noite, o Papa Mastai Ferretti des- pos novos com um prestígio re-
“O contato com Jesus Cristo vivo cia com freqüência, a pé, do Qui- novado.
na Eucaristia”, afirma um autor “é rinal para a Praça de São Silves-
o elemento fulcral da vida inte- Também o Papa precisa
rior de Pio IX, de cuja fonte bro-
ficar a sós com Jesus
taram as suas virtudes, a miste-
riosa energia divina que o levou Certa vez, disse a duas pes-
ao heroísmo, hoje reconhecido pe- soas que tinha introduzido na
la Igreja. Duas datas assinalaram sua capela particular: “Tam-
o período luminoso da sua inte- bém o pobre Papa tem neces-
rioridade eucarística: a Primei- sidade de estar um pouco a
ra Comunhão e o 75º aniversário sós com Jesus; tenho tantas
dela, data esta que ele quis cele- coisas a dizer-lhe, tantas luzes
brar com solenidade extraordiná- a pedir-lhe, tantos conselhos e
ria, somente cinco dias antes de tantas graças!” Depois da ado-
sua partida para a eternidade. A ração, abriu o tabernáculo,
Eucaristia sempre foi o místico mostrou dentro da sua peque-
refúgio quotidiano do seu espíri- na porta um magnífico mono-
to, especialmente nos momentos grama de Jesus, feito de dia-
mais difíceis” (Mons. Angelo Me- mantes, e disse: “Aqui deposi-
nicucci, em “Riparazione Euca- to aquilo que possuo de mais
ristica”, Loreto, agosto/setem- belo e precioso: tudo por Ele,
bro de 2000). que é o grande Senhor e Mes-
tre”. Assumiu os cuidados des-
www.papapioix.it

Piedade eucarística em sa capela, preocupando-se pes-


todas as suas formas soalmente com a lâmpada do
Santíssimo Sacramento.
Ele viveu intensamente a Outra testemunha recorda
piedade eucarística, em todas que ele se preparava com es-
as suas formas. Em primeiro mero para a celebração da Eu-
lugar, na celebração diária da caristia, a que fazia seguir sem-
Santa Missa, com um fervor pre uma prolongada ação de
inusitado que deixava vislum- graças. E o fervor com que ce-
brar toda a sua fé, na adoração lebrava o Sacrifício divino era
diurna e noturna, na sua cape- admirável. De resto, em rela-
la particular e nas igrejas que ção à doutrina jansenista, fa-
encontrava ao longo do seu voreceu a comunhão freqüen-
caminho, quando saía para Brasão pontifício do Beato Pio IX te, manifestando a sua satis-
passear por Roma, assim como fação aos bispos que a pro-
na máxima importância que atri- tre, e na igreja do mesmo nome moviam. Enfim, recomendava pro-
buía à solenidade de Corpus Chris- presidia à adoração eucarística, fundamente a adoração perpé-
ti, em que participava com o os- com homilia e a bênção solene; tua, que se ia espalhando nos vá-
tensório nas mãos, até mesmo depois, subia a ladeira e voltava rios países dos continentes euro-
quando era Papa. Pio IX ofereceu para o Quirinal, acompanhado de peu e americano. ²

$
.
rei Juvenal Sansão, valoroso
filho de São Francisco, vem
desenvolvendo uma contínua e
bem-dirigida atuação apostólica
com famílias moradoras em apar-
tamentos.
Tendo feito uma experiência
bem-sucedida na Alemanha duran-
te seis anos, Frei Juvenal passou a
dedicar-se empenhadamente a esta
“Pastoral dos apartamentos” em
São Paulo.
Admirativos ante este destemi-
do testemunho de Fé católica, os
Fotos: Sérgio Myiazaki

Arautos do Evangelho foram entre-


vistar Frei Juvenal, para que este
lhes transmitisse algo de sua apai-
xonante iniciativa.

Entrevista com Frei Juvenal Sansão


A PASTORAL DOS APARTAMENTOS
Vasco de Sá Guimarães

Arautos do Evangelho: Como alguma coisa. Enquanto que, da para cima, sendo fundamental
surgiu esta inspiração de realizar classe média para cima, acham uma retomada do apostolado das
uma pastoral para os moradores sempre que o padre vem só para visitas, em especial aos aparta-
dos apartamentos? pedir dinheiro ou alguma coisa. mentos onde se instala esta faixa
Por isso nunca aceitamos nenhum da população.
Frei Juvenal Sansão: Três fra- tostão. Se querem dar mesmo, eu
des tinham tentado fazer este tra- lhes digo: “Então, o senhor e a se-
balho, mas depois de uns dez AE: Cada apartamento é uma
nhora entregarão na igreja, quan-
apartamentos e um edifício feito, do forem à Missa”. Foi o Cardeal
incógnita, um inesperado?
eles desistiram. Por quê? Acon- Paulo Evaristo Arns que lançou, FJS: Sim, porque em cada apar-
tece que este trabalho, se realiza- numa reunião para o clero de São tamento que vamos não sabemos
do em locais da classe média para Paulo, essa idéia. Ele observava qual será a reação. Mas eu entro
baixo, encontra pessoas numa ati- que a Igreja estava perdendo com fé . Nas atuais circunstâncias
tude de quem está para receber muito terreno, da classe média — sobretudo em São Paulo — fi-

%
ca-se numa certa tensão, com re- AE: Muito revelador... vo católico tem fé e gosta muito
ceio. É difícil superar isto. Mas eu das bênçãos (na Alemanha, tam-
FJS: Revela a situação de falta
venho avançando desde setem- bém, onde realizei esse trabalho,
de prática da religião: “Eu não pre-
bro, com persistência. Dizem que durante seis anos). Isto está muito
ciso disso. Eu não preciso de pa-
os cabelos ruivos indicam cabeça dentro da nossa mentalidade. Até
dre. Já faço a minha oração”. Uma
dura. Combina comigo, porque eu aqui, num dos prédios, um se-
senhora disse: “Eu não quero ver
era bem ruivinho quando crian- nhor perguntou:
padre aqui, tá?”
ça... — Mas o senhor vem aqui para
conversar ou para rezar?
AE: Isto é uma tristeza, pois não é
AE: Essa busca, essa missão — Eu venho para rezar.
uma recusa da sua pessoa, mas da
sempre foi uma constante na — Então seja bem-vindo, por-
Igreja que o senhor está que para conversar eu não tenho
história da Igreja, embora hoje o
representando... tempo...
desânimo...
FJS: É verdade. E coisas assim
FJS: Essa busca se denomina AE: Na verdade o senhor está
humilham, sabe? Mas eu persisto.
visita às famílias, e temos real-
Agora, sente-se que é um cam- chamando para conversar com
mente que buscá-las, apesar dos
po de máxima importância. Por Deus.
obstáculos. As famílias normais,
isso eu luto, procuro chegar a es-
isto é, de católicos praticantes, são FJS: Exatamente.
sas famílias que ainda abrem a
uma visita fácil, causam alegria,
porta para um padre.
aceitam muito bem. Depois que AE: Quanto ao trabalho do senhor
bati na porta de mil duzentos e
AE: Sua experiência é valiosa. na Alemanha...
trinta e sete apartamentos de ca- FJS: Eu estava numa paróquia
Como é feita uma visita?
tólicos, constatei uma situação situada numa antiga aldeia do
triste: trezentos apartamentos de FJS: O modo de fazer, pareceu-
Reno, com famílias católicas em
católicos nem quiseram me rece- me que não é questão de conver-
sua absoluta maioria. Porém, ape-
ber. sa, é questão de bên-
nas trinta por cento ia à igreja,
çãos. Porque
embora sempre houvesse Missa.
todo o po-
Eu notava lá esse decréscimo de
prática religiosa. Eles me aceita-
vam em casa e tudo o mais. Pro-
pus um outro horário de Missa,
que lhes facilitasse o compareci-
mento. Cheguei mesmo a marcar
um horário que diziam ser me-
lhor, mas não iam. Então, há real-
mente esse relaxamento na práti-
ca da fé.

AE: Eu acho que o fato de o


senhor ir com o hábito franciscano
lembra muito São Francisco, a
sacralidade da Igreja, e isso parece
que toca as pessoas, não é?
FJS: Eu tenho chamado a aten-
ção para isso e digo:
— O padre que for realizar o
apostolado das visitas, que colo-
que o hábito porque ele ainda é
respeitado, é acreditado. Se vai
à paisana, meu caro, um número
Na página anterior e acima, Frei Juvenal no Convento maior de portas vai se fechar.
dos Franciscanos, em São Paulo

&
Sempre vou de hábito e acho que algo muito longo para eles, coita- que não praticam a religião católi-
o efeito realmente corresponde a dos, para não se cansarem, eu di- ca já estão a meio caminho, uma
isso que você disse, de que os mo- go: vez que não cultivar a fé, não ir à
radores dos apartamentos não — Eu venho amanhã de ma- Missa, já é uma situação de peca-
vêem a pessoa, mas a instituição. nhã. A que horas querem? do mortal. Alguém vai conversar
Isso abre muitas portas. Conforme a hora que marcam, com eles e os convence. E acabam
volto lá. Daí em diante, um minis- por arrastá-los para lá. Chegando
AE: Nessas visitas o senhor tem tro da Eucaristia vai levar a cada lá, com as idéias mirabolantes de-
também ministrado os semana a Santa Hóstia para eles. les, o sujeito ou a sujeita se sen-
sacramentos? tem tocados. Parece até que ficam
mais realistas do que o rei, acham
FJS: Sim. Há pessoas que não AE: O senhor vê relação entre a que têm que ser, digamos, não
vão mais à igreja, por causa da in- diminuição da presença dos apenas praticantes fervorosos, mas
segurança das cidades grandes. símbolos da fé católica, a pouca até fanáticos...
Além disso, há pessoas idosas que
freqüência às igrejas e a expansão
quase não podem ir à igreja. En-
de outros cultos? AE: Ficamos com pena deles, mas
tão, depois de terminar a bênção
da casa e as demais bênçãos, eu FJS: Eu creio que sim. Porque é mesmo como o senhor diz.
pergunto: nós, o clero, somos em número FJS: O que precisamos, nós
— O senhor ou a senhora gos- reduzido; um pároco sozinho, padres, o quanto for possível, é
tariam de receber os sacramen- numa paróquia de tantas mil pes- IRMOS! É a expressão de Cristo
tos? soas, não pode se dar a esse traba- Jesus: “Ide! Ide para o bem do po-
— Que sacramentos? lho com o afinco com que estou vo!” É preciso fazer isso. E se nós
— O sacramento da Confissão, me dando. Ele não consegue, não não o fizermos, a nossa popula-
da Unção dos Enfermos e da San- tem tempo. Evidentemente, as ou- ção católica continuará a se des-
ta Comunhão. tras confissões religiosas come- viar, a esfriar, a não praticar... e fi-
Ninguém responde que não. çam a buscar e a fazer proselitis- ca aberta a porta para o que já sa-
Realmente querem. Para não ser mo. Fazem visitas, e as pessoas bemos. ²

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O Mensageiro da Paz

O que pensaria o leitor se lhe fosse ofereci-


do conhecer um personagem cognomina-
do — merecidamente — de o mensageiro da
paz, o repouso das almas e aquele que dulcifica as cóleras?
E se lhe fosse anunciado que ele é também o que pre-
para os homens para o amor e une os que estavam separa-
dos? O que diria ao saber que ele afugenta os demônios David Ritchie
e chama os Anjos da Guarda, além de ser o sustentáculo da
infância, o encanto da juventude, o consolo dos anciãos e o
melhor adorno das mulheres?
E se lhe fosse dito que ele afasta os maus pensa- Do CANTO. O canto? Sim! A música emitida pela
mentos, dá força aos combatentes e consola os cora- voz humana. E as qualidades que acabamos de enu-
ções tristes e abatidos, não faria de tudo para conhe- merar são-lhe conferidas sucessivamente por nume-
cê-lo? rosos santos e Padres da Igreja, a saber: Sto. Agos-
É bom saber ainda que ele é arma contra as potên- tinho, S. Basílio, S. Justino, Sto. Isidoro e Sto. Ambró-
cias das trevas, mestre dedicado, escudo contra o te- sio.
mor, prazer dos Santos, imagem da alegria e garan- A graça de Deus se serve do canto para produzir
tia da paz. maravilhosos efeitos nas almas, tocar os corações e
Pois bem, esse personagem está ao alcance de qual- abrir portas há muito tempo fechadas. Exagero? Pelo
quer um, e os Arautos do Evangelho têm com ele um contrário! Páginas faltariam para continuar a trans-
longo e afetuoso convívio. crever o que inúmeros santos disseram sobre ele.
Mas, de quem estamos falando? Leiamos S. João Crisóstomo, a título de exemplo:

20
“Nada eleva tanto a alma e lhe dá liberdade, nada a en- seus cânticos são, realmente, uma proclamação da
che tanto de amor à sabedoria, nada a faz progredir tanto felicidade! Cantam a sua alegria transbordante por
no desejo da virtude como o canto piedoso e bem executa- sentirem-se filhos de Deus e de Maria, trilhando os
do. Por isto o próprio Deus fez os salmos, os hinos e os cân- caminhos da virtude e servindo a uma altíssima e
ticos, para os homens cantarem e neles encontrarem utili- nobre causa.
dade e felicidade”. Com freqüência, em meio ao pragmatismo ou à mo-
E famosas são as palavras de Sto. Agostinho: notonia de tantos ambientes de nossos dias, surge
“Quanto chorei ouvindo vossos hinos, vossos cânticos, espontânea a sugestão de um jovem arauto do Evan-
os acentos suaves que ecoavam em vossa Igreja! Que emo- gelho:
ção me causavam! Fluíam em meu ouvido, destilando a ver- — Vamos cantar?
dade em meu coração. Um grande arrebatamento de pieda- — Vamos! — respondem os outros. E vozes claras
de me elevava, e as lágrimas corriam-me pela face, mas me e joviais ressoam no recreio da escola, no ônibus, no
faziam bem”. metrô, durante um passeio, na sala de espera do
Mas se tão benéfico é o canto para aqueles que o dentista... e em tantos outros lugares!
ouvem, quanto mais o será para quem o executa! Por Até... — pasmem os leitores — no meio da água!
isso a vida dos Arautos do Evangelho é pervadida Sim, nas suas longas e aventurosas travessias a na-
de cânticos, da manhã até a noite. Não apenas nas do, imersos no magnífico espelho da grandeza de
suas missões, procissões e demais atuações públicas, Deus que é o mar, os Arautos cantam. E o som de
mas também — e muito — na sua rotina interna: o suas vozes, sem atingir outro público além dos pei-
Credo de manhã, o acompanhamento das Missas e xes e das gaivotas, perde-se no murmúrio do vento,
Adorações ao Santíssimo Sacramento, o Ofício de Nos- mas ressoa, certamente, nas pulsações divinas do
sa Senhora durante o dia, os salmos de Davi antes Sagrado Coração de Jesus, a Quem cada um desses
das refeições, a Salve Rainha antes de dormir, etc. cantos é oferecido. ²
Além de tudo isso, quantas vezes são vistos esses
jovens espontaneamente reunidos para elevar suas
vozes em uníssono, e nas mais diversas ocasiões! Os

Os Arautos do Evangelho fazem


do canto uma oração: nas
Adorações ao Santíssimo, nos
Ofícios em louvor a Nossa
Senhora e até em suas
aventurosas travessias marítimas

21
O velo de Gedeão,
símbolo de Maria Santíssima

2dessa
ara podermos compreender a riqueza
denominação dada a Nossa Senho-
ra no Pequeno Ofício da Imaculada, recor-
demos juntos o que se passou séculos antes Maria Teresa
da vinda de Jesus. P. Lisboa Miranda

R elata-nos o Livro
dos Juízes: “Os
israelitas fizeram
mal aos olhos do
Senhor e o Senhor
os entregou nas mãos dos madiani-
tas durante sete anos” (6, 1). Durís-
simo era o jugo que pesava sobre
Ainda inseguro, Gedeão convo-
cou o povo para a guerra, mas
pediu a Deus um sinal, propondo
a Deus o seguinte: “Eu porei na
eira este velo de lã; se o orvalho cair
só no velo, e toda a terra ficar seca,
reconhecerei nisso que salvarás Israel
pela minha mão, como prometeste”
Símbolo das grandezas
de Maria
Ao transcrever essas passagens
bíblicas, nosso objetivo não foi
apenas narrar as glórias de Ge-
deão, mas sim procurar observar
como, já no Antigo Testamento,
eles. “Extenuados”, como diz a Es- (6, 37-38). inúmeros fatos históricos foram,
critura, voltaram-se para Deus, Foi o que aconteceu. Levantan- na realidade, símbolos das gran-
clamando ao Senhor, e Ele, ouvin- do-se no final da noite, Gedeão dezas de Nossa Senhora, inspi-
do seus lamentos, enviou-lhes um recolheu o velo encharcado de or- rados pelo Espírito Santo.
salvador. valho, e espremendo-o, encheu Vejamos a bela analogia
Um anjo apareceu a Gedeão, um grande copo. Mas, não satis- dos citados sinais com al-
da tribo de Manassés, convocan- feito, disse de novo a Deus: “Não guns dos altíssimos dons re-
do-o para chefiar a luta. Gedeão se acenda contra mim o teu furor, se cebidos por Maria Santíssi-
hesitou, devido à grande superio- eu ainda fizer outra prova, pedindo ma.
ridade militar do adversário. En- um sinal no velo. Peço desta vez que No primeiro deles, só o
tão o Senhor, por meio do anjo, só o velo esteja seco, e toda a terra manto de Gedeão ficou re-
disse-lhe: “Vai e livra Israel das mãos fique molhada de orvalho. E naquela pleto de orvalho. Com Nossa
dos madianitas, porventura não sou noite o Senhor fez como Gedeão Lhe Senhora se passou o mesmo:
Eu que te envio?” (6, 14). tinha pedido; e só o velo ficou en- somente Ela foi plenamente san-
A insegurança de Gedeão mo- xuto, e o orvalho ficou por toda a tificada desde o primeiro instante
veu o Senhor a acrescentar: “Eu terra” (6, 39-40). de sua concepção. Enquanto as
estarei contigo, e tu derrotarás os Depois disto, Gedeão lançou-se almas são, no começo de sua exis-
madianitas como se fossem um só à guerra com apenas 300 homens tência, totalmente privadas da
homem” (6, 16). Eram cerca de 140 e derrotou os madianitas, livran- graça santificante, áridas para o
mil... do Israel da escravidão. bem, desprovidas de toda virtu-

22
de, só Maria foi repleta das graças esse manto de orvalho, também, que-
de Deus. Desde o momento de sua rendo resgatar o mundo, colocou Ele,
Imaculada Conceição, só Ela con- primeiramente, no seio de Maria, to- 1) De la Très Sainte Vierge d’après les
teve todo o orvalho das bênçãos do o preço de nossa Redenção.” 1 En- Saintes Ecritures et les Pères de l’Église,
Pilon, Paris, 1854, t. I, pp 85-87,
de Deus, enquanto toda a Terra ao fim, do mesmo modo que esse si-
2) Apud Pe. Ch. Rolland, La Reine du
seu redor permanecia seca, care- nal foi dado a Gedeão como indí- Paradis, Langres, t. I, p. 147)
cendo da graça divina. cio de que Deus queria livrar seu
No segundo sinal, passou-se o povo das mãos dos madianitas,
inverso. Só o velo ficou seco e a assim a descida do Verbo Divino
terra em torno dele ficou total- no seio da Virgem foi testemunho
mente molhada. Assim aconteceu certo de que Deus desejava liber-
com Maria. Só Ela, em meio ao di- tar o mundo da tirania de Sata-
lúvio de iniqüidade que cobre a nás.
Terra e mancha os filhos de Adão, É com um entusiasmo cheio de
foi totalmente preservada do pe- reconhecimento que a Igreja can-
cado, e nem mesmo a sombra da ta dirigindo-se ao verdadeiro Ge-
menor falta tocou sua alma. Ma- deão, ao vencedor da morte, a
ria foi isenta de todos os vícios, de Nosso Senhor Jesus Cristo:
todas as imperfeições inerentes à “Quando nascestes inefável-
humanidade. mente da Virgem, cumpriram-
Comentando a abundância de se então as Escrituras: bai-
orvalho que encharcou o velo na xastes como a chuva sobre um
primeira vez, um autor mariano, velo para salvar o gênero huma-
Henry Le Mulier, diz: “Isso nos dá no. Nós Vos louvamos, ó nosso
a entender que, assim como Deus, em Deus!” 2 ²
sua sabedoria, encheu primeiramente

Ph
oto
Sca
la,
Flo
ren
ze

Muitas figuras do Antigo Testamento


foram símbolos das grandezas
de Nossa Senhora, assim como o velo
de Gedeão, imagem da plenitude de
graças com que Ela foi favorecida
(ao lado: “Gedeão oferecendo sacrifício
a Deus”; acima: imagem da Imaculada
Conceição, Espanha)

23
ESCREVEM OS LEITORES

BELEZA E CULTURA mente, os dispensem. Toda a equi- res e redatores. Parabenizo-lhes par-
O exemplar de Arautos do Evan- pe está de parabéns. Continuem ticularmente pelas exposições teo-
gelho que os senhores me enviaram firmes nestes propósitos! lógicas do seu presidente geral,
chegou em perfeita ordem. Agra- Pe. Donisete Aparecido Vitório João S. Clá Dias, abordando seus te-
deço-o enormemente. Nele achei o (Pároco de São João Batista, Arira- mas por ângulos praticamente não
artigo Beleza e cultura: meios nha - SP) explorados em outras publicações.
para falar de Deus aos homens, Gostaria de destacar a matéria
sobre uma conferência que eu dei SERIEDADE NA DOUTRINA “Louva Sião, o Salvador” a da úl-
recentemente em Roma. Fico-lhes E NA HISTÓRIA tima edição [de junho], na qual en-
grato pelos esforços que fizeram por Tenho recebido os exemplares da contrei, mais do que nunca, ele-
mim. Com os meus devotados sen- revista “Arautos do Evangelho”, mentos para prolongadas reflexões
timentos no Cristo, que tem sido um veículo de serie- e para meditação diante da Eu-
Cardeal Godfried Danneels (Ar- dade na doutrina, na história, e caristia. E nem sei o que dizer da
cebispo de Malinas-Bruxelas) testemunha da fé católica. clareza das explicações, da elegân-
Parabéns pela notável melhoria cia da linguagem e do amor pro-
INDISCUTÍVEL NO CONTEÚDO, desde a apresentação da revista, co- fundo e piedoso. Mais uma vez, mi-
CHEIA DE SURPRESAS mo seus artigos e espírito aberto nhas felicitações.
Com grande satisfação, recebi a para com a vida e casa dos missio- Eduardo R. A. (Rio de Janeiro)
tão almejada revista: “Arautos do nários dos Arautos do Evangelho.
Evangelho”; indiscutível em seu Como estou recém chegado a SP, SINTO-ME ORGULHOSA
conteúdo doutrinário e estético. Os em breve marcarei uma visita pes- DA NOSSA REVISTA
senhores estão de parabéns pelo tra- soal à sede dos Arautos do Evan- Não posso deixar de felicitar to-
balho realizado. Os números sem- gelho. De coração sacerdotal, envio da a equipe da Arautos do Evan-
pre me causam deliciosas surpre- uma bênção. In caritate, gelho por sua bela revista. Sinto-
sas; ressalto a da Revista de nº 6, Pe. Reni Nogueira dos Santos me orgulhosa de que uma publica-
pois, como músico, fiquei mui sa- (Tte. Cel. Capelão do Comando Mi- ção desse quilate seja de nossa re-
tisfeito em encontrar à página 45, litar do Sudeste) ligião Católica Apostólica Roma-
o Hino a Cristo Rei cantado no en- na. Nem bem ela acaba de chegar,
cerramento do Ano Litúrgico. ÂNGULOS NÃO EXPLORADOS todo mês, e já leio da primeira até
Como sugestão, gostaria, se pos- Tenho acompanhado com gran- a última página, quase de uma
sível, que em alguns, senão em to- de satisfação “Arautos do Evange- vez, achando tudo muito bom, in-
dos os números, pudessem vir tais lho”, revista que é um indispensá- clusive as deliciosas receitas.
partituras com comentários, embo- vel veículo de comunicação para os Maria Elisabeth M. (Belo Hori-
ra o conteúdo da revista, didatica- católicos. Dou nota dez para edito- zonte)

"
Sérgio Hollmann
São Francisco em êxtase — grupo
escultural conservado no Museu
de Sevilha, Espanha

Dois
minutos de
um angélico
concerto
A s “Crônicas Franciscanas”, que narram
episódios encantadores da vida de São
Francisco, contam-nos que ele decidiu
isolar-se durante alguns dias numa daquelas maravi-
lhosas montanhas da Itália. Para imitar o Divino Sal-
vador, desejava orar e jejuar a pão e água durante 40
dias. Decorridas algumas semanas, sentiu as conse-
qüências da fraqueza da natureza humana. Julgava Carlos Alberto Soares Corrêa
não ter forças para levar até o fim o seu sublime pro- Secretário Geral
pósito. Mas como Jesus nos ensinou que tudo o que dos Arautos do Evangelho
pedíssemos ao Pai em seu nome, Ele no-lo daria, lan-
çou Francisco um apelo ao Criador: “Senhor, fazei-
me experimentar um pouco da felicidade de que go-
zam os bem-aventurados na Pátria Eterna! Se me aten-
derdes, conseguirei seguramente imitar o vosso di- cutasse inteira, tua alma se separaria do corpo e voa-
vino exemplo, orando e jejuando durante 40 dias”. ria para Deus”.
Sua prece foi imediatamente atendida. Enviou-lhe Foram dois minutos de um angélico concerto! Ine-
Deus um esplendoroso Anjo, com a forma de um jo- briou, todavia, de tal felicidade a alma do Santo, que
vem, portando nas mãos um belíssimo instrumento mais tarde confidenciou ele a seus irmãos de voca-
musical. “Francisco”, disse-lhe o celestial mensagei- ção: “Eu estaria disposto a jejuar durante mil anos,
ro, “eu te farei ouvir um pequeno trecho de uma das para experimentar novamente em minha alma, du-
incontáveis melodias que se entoam continuamente rante apenas dois minutos, aquela felicidade, impos-
na Corte Celeste. Um trecho apenas, pois, se eu a exe- sível de ser descrita com a linguagem desta terra”. ²

#
ARAUTOS N

INGLATERRA

Visita a Doentes
e Conferência,
em Londres

MOÇAMBIQUE
Com o bispo Auxiliar
de Maputo, e
participando de

L’Oservatore Romano
Celebrações
Eucarísticas

Sede Arautos n
No mês de julho, o Papa João Paulo II abençoou
dois Arautos do Evangelho que partiam para a Ro-
mênia.
Era visível o contentamento de Sua Santidade
ao ver dois propagadores da Boa Nova se dirigi-
rem para as terras da antiga Dácia romana.
SINGAPURA É oportuno lembrar que o Santo Padre conser-
va no coração um “eco muito profundo” da visita
realizada em maio de 1999 a esse país. “A amizade
com que fui recebido nessa ocasião — disse ele, em ju-
nho passado, ao novo embaixador da Romênia na
Santa Sé — deixou entrever a fé profunda de um povo
que, desde o início da sua história, se formou sobre o

“FAZEI-VOS AO LARGO” — UMA OBRA


SRI LANKA
“Fazei-vos ao largo”, pede o Papa na Novo Millenio
Acima,
peregrinação em
Ineunte. Desejosos de atender a este apelo do Su-
Singapura, ao mo Pontífice, os Arautos do Evangelho começaram
lado, reunião na também recentemente atividades de apostolado
casa dos Arautos em Londres, Singapura e Sri Lanka. Ao mesmo
do Evangelho no tempo, intensificam a evangelização em Moçambi-
Sri Lanka

$
NO MUNDO EQUADOR
Os Arautos do
Evangelho
acompanham a
procissão do
Senhor de la
Buena Esperanza
em Quito

REPÚBLICA
DOMINICANA
A Imagem do Imaculado
Coração de Maria é
levada pelos Arautos do
Evangelho à Diocese de
Puerto Plata

GUA PARA
NICARÁ GUA
I

na Romênia...
anúncio cristão, fazendo dele o motivo da sua identida-
À esquerda: inauguração da nova casa dos Arautos do
Evangelho em Manágua, Nicarágua, presidida por Mons. Eddy
Montenegro, Vigário Episcopal, e Mons. Benito Pittito, Chanceler
de nacional.” da Cúria Metropolitana. À direita: os novos cooperadores dos
O Pontífice não só abençoou a dupla de evan- Arautos do Evangelho no Paraguai
gelizadores, como também, incentivou-os a serem
“mensageiros do Evangelho, pela intercessão do Imacu- GUATEMALA
lado Coração de Maria”. BOLÍVIA
Dom Salvador Pinheiro, bispo castrense do Pe-
ru, acompanhou os Srs. José Manuel Jiménez e José
Amaury de Macedo Garcia na Audiência e apre-
sentou-os ao Papa. Esses dois Arautos do Evan-
gelho partiram logo após o encontro com o Santo
Padre e, já abriram uma residência na Romênia e
deram início a seus trabalhos apostólicos.

QUE SE EXPANDE PELO MUNDO INTEIRO COLÔMBIA Acima, à esquerda: entrega de 47


novos oratórios em Ciudad Vieja,
que, tendo já se constituído como um ponto de re- na Guatemala; à direita: Dom Abel
ferência nos meios católicos dessa nação africana Costa Montaño, bispo emérito de
(fotos à esquerda). Tarija, ensina catecismo na casa
dos Arautos em Cochabamba. Ao
E com incansável empenho, continuam a cres-
lado: os Arautos do Evangelho
cer em sua obra evangelizadora na América (fotos animam a tradicional procissão
à direita). do Sagrado Coração de Jesus,
em Medellín, Colômbia

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MISSÃO MARIANA EM SANTO ANDRÉ
Foto

Do mesmo modo como vem sendo feito nas


mais variadas cidades, os Arautos do Evangelho
realizaram em 22 de junho passado, em Santo
André (SP), um dia de “Missão Mariana”. A ati-
vidade consiste em percorrer as ruas da cidade
levando a imagem de Nossa Senhora a todas as
lojas e lares.
À noite, na Catedral, o Coro e
Banda Sinfônica Internacional Nos-
sa Senhora de Fátima interpretou
diversas peças instrumentais e vo-
cais. O dia foi encerrado com uma
solene Adoração Eucarística, presi-
dida pelo Administrador Paroquial
da Sé, Pe. Fernando Rocha.

APROFUNDAR NO PRÓPRIO CARISMA

Assumindo com seriedade e dedicação seu Ordo de


Costumes, os Arautos do Evangelho realizam pelo
menos uma semana anual de retiro. Ao lado vê-se al-
guns aspectos dos Exercí-
cios Espirituais de Santo
Inácio, praticados por jo-
vens pertecentes aos Arau-
tos do Evangelho. Os nove
dias de recolhimento foram
marcados por um elevado Acima: o terço
tonus de cerimonial em tor- processional;
no da adoração ao Santíssi- ao lado:
mo Sacramento que esteve exposição
permanentemente exposto. introdutória de
uma das
meditações

II MOSTRA MACKENZIE DE MÚSICA SACRA


Sob a regência de João S. Clá Dias, os Cavaleiros
do Novo Milênio participaram da II Mostra de
Música Sacra, organizada pela Divisão de Arte e
Cultura do Instituto Presbiteriano Mackenzie. No
concerto realizado no dia 26 de junho se apresen-
taram também o Collegium Musicum de São Pau-
lo, dirigido por Abel Rocha, e o grupo ACORDA-
VOCAL, regido por Déborah Rossi.

&
Fotos: Sérgio Myiazaki / Thales Gouveia

SEM SE ESQUECER DOS MAIS NECESSITADOS


Mesmo quando imersos em atividades
e preocupações, os Arautos do Evangelho
têm sempre em vista proporcionar algum
conforto aos irmãos mais necessitados.
Por isso, nunca se esquecem de levar a
Imagem Peregrina de Nossa Senhora de
Fátima às favelas, aos doentes e àque-
les que sofrem. Nestas fotografias, ve-
mo-los na Favela do Morumbi e visi-
tando uma doente em sua residência.

UMA CIDADE CONQUISTADA PELO


CORAÇÃO DE MARIA
Em 2 de junho, a Imagem Peregrina do Ima-
culado Coração de Maria visitou a cidade de
Florestópolis (PR). Logo na chegada, mais de
três mil fiéis a estavam esperando, seguindo-
se uma carreata e Missa cantada pelo Pe. Ma-
noel Idalgo, pároco de São João Batista.

No dia seguinte, a imagem de Nossa Se-


nhora percorreu diversas escolas e colégios,
confortou os doentes no hospital e recebeu
homenagens na Prefeitura. Vários lares, es-
colhidos por sorteio, foram também visitados
pela Virgem Peregrina. Na despedida, reali-
zada na matriz de São João Batista, a cidade
inteira estava presente.

VITÓRIA: TERCEIRA CAMINHADA DA FÉ


Em Vitória (ES), os Arautos do Evangelho partici-
param da Terceira Caminhada da Fé, promovida no
domingo, 16 de junho, pelas paróquias de São Pedro,
Santa Rita de Cássia e Nossa Senhora das Graças.
Como nos anos anteriores, portaram eles o andor de
São Pedro, o Príncipe dos Apóstolos.
A caminhada iniciou-se antes do nascer do sol,
percorrendo cerca de oito quilômetros entre as di-
versas igrejas até terminar no Convento de Nossa
Senhora da Penha, onde foi celebrada a Santa Missa.

'
ANIVERSÁRIO EPISCOPAL DE D. EMILIO PIGNOLI

Fotos: Timothy Ring


E m 24 de junho, festa de São João Batista, foi
celebrado o 26º aniversário de sagração epis-
copal de D. Emílio Pignoli, bispo diocesano de
Campo Limpo, São Paulo. Na Eucaristia de ação
de graças, presidida pelo aniversariante, participa-
ram numerosos presbíteros, diáconos, religiosos, semi-
naristas e associações
de leigos da diocese. A
catedral estava lota-
da.
Profundamente
agradecidos por ter si-
do o primeiro bispo a
aprovar a Associação, os Arautos do Evangelho acorre-
ram em grande número para cumprimentá-lo e encarre-
garam-se da animação musical do solene ato.

D. BRUNO GAMBERINI: SOBRE A VIRTUDE DA FÉ

E m 27 de junho passado, Dom Bruno Gam-


berini, bispo de Bragança Paulista, profe-
riu, para um auditório de 500 Arautos
da cidade de São Paulo, uma magistral aula
inserida no Plano de Formação Permanente
da Associação.
O prelado discorreu com vivacidade sobre os vários as-
pectos da virtude da Fé expostos no Catecismo da Igreja Católica.
No final da palestra, o Presidente Ge-
ral dos Arautos, João S. Clá Dias, salientou o
Fotos: Timothy Ring

dom de amenidade e didática de Dom Bruno,


que conseguiu cativar o auditório apesar de o
tema ser altamente doutrinário. Agradeceu
também a Sua Excelência pela acolhida sem-
pre paternal dada aos Arautos, que mantêm
oito grandes casas na sua diocese.

!
Península Ibérica Fotos: David Domingues

É impossível resumir em
alguns parágrafos as ati-
vidades desenvolvidas
no último mês pelos
Arautos do Evangelho
da Espanha e de Portugal. Por is-
so aqui focalizamos apenas algu-
mas das mais significativas.
Silêncio dos Olivais, Lisboa(4). Is-
so sem falar da crescente difusão
que o Oratório do Coração de Ma-
ria vai tendo por todo o país(5).
Na Espanha celebrou-se com to-
da a pompa o dia de São Pedro e
São Paulo. Houve Missa Solene em
Bargas (Toledo), palestras, con-
5

Em terras lusitanas, destacam- certo e jantar de confraternização


se a visita de D. Paulino Mandeca, para 300 pessoas. No dia seguin-
Bispo de Cabinda (Angola) à Casa te, o Núncio Apostólico, Dom Ma-
dos Arautos do Evangelho em Lis- nuel Monteiro de Castro, visitou
boa(1), e o torneio de karatê reali- a Casa dos Arautos em Madri e lá
zado no mesmo local, como parte jantou com alguns dos dirigentes González Zumárraga, Arcebispo
das atividades apostólicas para jo- da Associação(6). de Quito. Todos celebraram a San-
vens(2). Neste mês, os Arautos da Espa- ta Missa nas capelas da Associa-
Notável foi também a anima- nha receberam também em suas ção.
ção das procissões em honra de Casas Dom Felipe González Gon- Dentre os concertos dados pelo
São João Batista, pelas ruas de Al- zález, bispo de Tucupita (Vene- coro e banda dos Arautos do
mada(3) e de Nossa Senhora dos zuela) e Dom Salvador Piñeiro, Evangelho na Espanha, destaca-
Remédios, organizada pela Casa bispo castrense do Peru(7), assim mos o ocorrido no dia 27 de ju-
Regional de Lamego, no Vale do como o Cardeal Antonio José nho na Catedral de Jaén(8). ²
7

8
6

Fotos: Gonzalo Raymundo


México
C ostuma-se dizer que Deus, ao
criar o mundo, foi especialmen-
te generoso com o México. Nele
encontramos uma diversidade
de climas, raças e geografia próprias so-
mente a países de grandeza continental,
como o Brasil.
Desde o deserto, na fronteira com os
Acima e abaixo: multidões enchiam as ruas, estádios e igrejas Estados Unidos, até as terras tropicais
para venerar a Mãe de Deus, a Rainha da Paz. do sul, passando pelos climas tempera-
No centro: Mons. Felipe Aguirre Franco, Arcebispo de dos do centro, esse país de história tão
Acapulco, coroa a imagem peregrina, e consagra solenemente marcada por lutas e dramas forjou um
sua diocese ao Imaculado Coração de Maria
povo sofrido, o qual, embora composto
por numerosas etnias com diferentes
costumes, tem um importante traço co-
mum: a devoção à Santíssima Virgem,
sob a invocação de Guadalupe.
A sudoeste do país situa-se uma bela
cidade, centro de atração turística para
o mundo inteiro: Acapulco, sede de
uma arquidiocese assolada pela violên-
cia. Ali os Arautos do Evangelho rea-
lizaram a primeira peregrinação oficial
da Virgem de Fátima em terras mexica-
nas.
Em carta datada de 25 de fevereiro de
2002, o Arcebispo, Dom Felipe Aguirre
Franco, nos enviara o seguinte convite:
“Conscientes do desejo do Santo Padre de
Fotos: Leonardo Barraza

que os leigos colaborem ativamente com nos-


sa Igreja, queremos convidar essa Associa-
ção Privada de Fiéis a participar em nossas
tarefas de evangelização, trazendo a Imagem
Peregrina da Virgem de Fátima a esta Ar-
quidiocese de Acapulco durante o próximo
mês de maio de 2002.”
De 5 a 31 de maio, mais de 70 paró-
quias, comunidades, escolas, orfanatos,
asilos e presídios receberam a conso-
ladora visita da referida imagem a qual,
segundo as palavras do Arcebispo Emé-
rito de Acapulco — Dom Rafael Bello
Ruiz — levava-lhes a desejada paz. ²

!
CARTA DO ARCEBISPO DE ACAPULCO

“Os frutos dessa


evangelização não se
deixaram esperar”
Em 21 de junho, Dom Felipe Aguirre Franco escreve aos Arautos do Evangelho
para agradecer o auxílio prestado na evangelização de sua arquidiocese.

A paz do Senhor esteja convosco! Reitero uma vez mais meus agrade-
É-me grato dirigir-lhe estas linhas pa- cimentos e os animo a, enquanto leigos
ra agradecer muito sinceramente, à As- consagrados, continuarem fiéis a seu belo
sociação de Fiéis de Direito Pontifício Carisma, seguindo a trilha traçada pa-
Arautos do Evangelho, em sua digna ra vós por S.S. João Paulo II: “Sede men-
pessoa, toda a atividade pastoral desen- sageiros do Evangelho, pela intercessão
volvida durante o mês de maio do pre- do Coração Imaculado de Maria”.
sente ano, na Arquidiocese confiada por Em união de orações,
S. S. João Paulo II a este servidor.
Felipe Aguirre Franco
Alegrou-me sobremaneira tomar co-
Arcebispo de Acapulco
nhecimento, por intermédio de vários pá-
rocos, dos excelentes resultados da pere-
grinação da imagem de Nossa Senhora
de Fátima, que os Arautos do Evangelho
tão dignamente transladaram por esta
Arquidiocese de Acapulco.
Os frutos dessa evangelização não se
deixaram esperar: vários jovens manifes-
taram seu desejo de ingressar no Seminá-
rio. Moças muito entusiasmadas se inte-
ressaram pela vida religiosa. Fiéis que es-
tavam afastados de suas paróquias se apro-
ximaram novamente. Os batismos, con-
fissões e comunhões aumentaram sensivel-
mente. Sem falar da regularização de
uniões fora do matrimônio.
D. Aguirre concede a bênção no seminário de Acapulco

!!
Rony Fischer

Somente através de uma sólida formação cristã adquirida no seio doméstico, podem
os jovens combater as más influências e desvios morais a que estão expostos na sociedade moderna
(acima: uma família paraguaia aos pés da Virgem Peregrina de Fátima)

A importância da
formação religiosa na família

N o mundo de hoje não se passa


um dia sem que se tenha acesso,
seja pelos jornais, pela televisão
ou pelo rádio, a relatos de vio-
lência, corrupção e devassidão
moral. Tudo isso, sem sombra de dúvida, é fruto da
falta da presença de Deus na vida das pessoas.
Aparentemente, nada nos falta. Temos recursos
Eliana de M. L.Vassellucci

tecnológicos jamais sonhados por nossos pais, avan- Na sociedade, o consumismo desenfreado, a cor-
ços fantásticos em todas as ciências, na genética, nas rupção, a permissividade, a libertinagem são acei-
pesquisas espaciais, na produção de alimentos, na tos, e em alguns casos até louvados, como padrão
velocidade da informação e das comunicações. normal de comportamento. Na televisão, que entra
Com tantos e tão extraordinários recursos, deve- no recesso dos lares, as novelas, os programas de
ríamos estar vivendo num mundo onde imperassem auditório de baixíssimo nível moral e cultural são
a paz, a justiça, a solidariedade. Mas o que vemos é prestigiados e copiados, por proporcionarem au-
injustiça, egoísmo, na forma de ataques terroristas diência e lucro financeiro. O que ensinam às cri-
brutais, crimes, seqüestros, guerras, fome, doenças anças e adolescentes, na maior parte do tempo en-
devastadoras, destruição ambiental. tregues à sua nefasta influência? Nada que possa

!"
fazê-los crescer espiritual, intelectual ou cultural- Deus através do respeito ao próximo, da compaixão,
mente. Ao contrário, estão destruindo a família e da solidariedade, do senso de justiça, enfim, de tudo
seus valores, apresentando como normais, e dignos o que Jesus nos ensina em seu Evangelho, suas vidas
de serem imitados, padrões de comportamento em seguirão nesse caminho.
que a fidelidade, a honestidade, o pudor estão fora O grande desafio proposto a nós, cristãos, no
de moda, o casamento de nada vale, o que vale é a mundo de hoje, é propagar o Evangelho de Jesus a
satisfação dos sentidos, e aquilo que o povo apeli- todos, começando por dentro de casa. Não devemos
dou de “lei de Gérson”, ou seja, “levar vantagem em nos intimidar com o que os outros vão achar, nem
tudo”. esmorecer na defesa dos ensinamentos de Cristo.
O que podemos concluir daí? Não importa se formos rotulados de carolas, ultra-
Simplesmente que, preocupadas em satisfazer seu passados. Temos de lutar contra o mal que se espa-
egoísmo, em procurar o prazer acima de tudo, em lhou pelo mundo.
cultuar o corpo e a beleza físi- Do ponto de vista pessoal,
ca, o sucesso e o dinheiro, as tivemos, meu marido e eu, a
pessoas se esqueceram de que grande felicidade de receber
esta vida transitória nos foi de nossos pais essa formação
dada por Deus para servir co- moral e religiosa. Por ela pau-
mo ponte para uma outra vi- tamos toda a nossa vida e a
da, esta sim, definitiva. E o
“O grande desafio transmitimos a nossos três fi-
passaporte de entrada para o para os cristãos no lhos. Sabemos que eles a pas-
Reino de Deus não será basea- sarão a nossos netos.
do em conquistas materiais,
mundo de hoje E como bênção maior de
no sucesso profissional ou in- é propagar o Deus, tivemos a graça de co-
telectual, no poder que exer- Evangelho de Jesus nhecer os Arautos do Evan-
cemos neste mundo. Será fun- gelho e vir a fazer parte des-
damentado no Bem que tiver- a todos, sa Associação em que recebe-
mos espalhado ao nosso redor, começando por mos a cada dia novos meios
no serviço desinteressado ao de aprofundar na vida espi-
próximo, na Verdade e na Be- dentro de casa, ritual, através da oração fer-
leza de nossas atitudes. sem se deixar vorosa e constante, de ati-
Como poderemos conseguir tudes concretas de apostola-
isso? Através de uma sólida e
intimidar do, do exercício da caridade,
autêntica formação moral, de por ninguém” da beleza da música e da so-
uma prática religiosa constan- lenidade nas cerimônias reli-
te, do exercício da caridade, giosas. O convívio nessa co-
alicerçados no amor a Deus e munidade nos enche de ale-
na devoção a Maria Santíssi- gria e de paz, aumenta cada
ma. É isso que devemos pro- vez mais em nós o amor a
porcionar a nossos filhos, através do exemplo de Deus e à sua Mãe Santíssima, além de tornar mais
uma vivência autenticamente cristã. fácil a missão de evangelização a que fomos cha-
Um dos valores hoje mais bem-conceituados é a mados.
liberdade do indivíduo. Mas o que em geral é esque- É como um perfume que se espalha no ar: acaba
cido é que a liberdade de cada um implica no respei- atingindo também nossos familiares e amigos, atra-
to à liberdade do outro. Afirma São Tomás de Aqui- indo-os para o mesmo ideal, numa reação em ca-
no que o homem tem toda a liberdade para a prática deia. Assim será contagiado um número cada vez
do bem, mas não, evidentemente, do mal. maior de pessoas, que, por sua vez, irão propagar
Nos lares em que esses ensinamentos são passa- também a devoção a Nossa Senhora como forma de
dos dos pais para os filhos é muito difícil que es- chegar a Jesus. A célula dessa expansão é a família,
tes procurem a fuga enganosa pelas vias das dro- mais unida quanto mais fiel for à doutrina de Cristo.
gas, da promiscuidade sexual ou do individualismo Se conseguirmos que muitas sejam assim, esse mun-
egoísta. do será um dia uma antevisão do Céu que nos espe-
Se desde cedo forem ensinados, não só por pala- ra, um mundo onde Maria reinará soberana e triun-
vras, mas pelo exemplo, a manifestarem seu amor a fal, conforme prometeu em Fátima. ²

!#
Fotos: Roberto Kasuo

Pe. Dimas e algumas coordenadoras do Oratório, na Paróquia de Nossa Senhora da Paz, em São Paulo

O Oratório,
valioso instrumento de apostolado

S
ão João Maria Vianey, quando semina-
rista, freqüentemente conversava com
seu anjo da guarda. Durante esses co-
lóquios, ocorrendo terem de atravessar
o umbral de alguma porta, o jovem clé-
rigo convidava cortesmente o anjo a
lhe passar à frente. Nada mais natural e conforme à
hierarquia dos valores. Roberto Kasuo
Um dia, depois de ordenado sacerdote, o santo
repetiu o convite ao anjo. Para sua surpresa, este o
recusou dizendo: “Não, agora o Senhor é sacerdote,
passe à frente!”
Que magnífica homenagem à dignidade do sa- ção, especialmente na revitalização das comunida-
cerdócio, feita por um anjo! des paroquiais. E, para isto, o Apostolado do Orató-
Uma das alegrias dos Arautos do Evangelho é po- rio “Maria, Rainha do Terceiro Milênio” tem se reve-
der auxiliar eclesiásticos com uma tão excelsa voca- lado um instrumento muito eficaz.

!$
Percorrendo mensalmente já cerca de 100 mil Recomendo esse apostolado, essa pastoral dos ora-
lares pelo mundo, o Oratório do Imaculado Coração tórios aos párocos. Temos de sair para evangelizar,
de Maria, além de ter sido ocasião de verdadeiras bater às portas e levar essa alegria do Evangelho. As
conversões e até de curas surpreendentes, tem con- famílias ficam felizes com a presença da imagem de
seguido fazer reflorescer a vida religiosa em vários Nossa Senhora, e ficam felizes em saber que a Igreja
locais. Católica se interessa por elas. Por causa desse traba-
lho, muitas pessoas voltaram a freqüentar os sacra-
Uma missão permanente mentos. É um renascer espiritual.”
“Já cheguei a celebrar Missa para apenas cinco O Padre Fernando Sosa organizará procissões
pessoas. Agora, depois do Apostolado do Oratório, a com os oratórios, e também a comunhão reparadora
igreja está sempre cheia!”, exclamou o jovem Padre dos primeiros sábados, pedida por Nossa Senhora
Emerson, de São Francisco do Itabapoana, RJ, que em Fátima.
lançou 17 oratórios em sua paróquia. Na Vila Galvão, região norte de São Paulo, o Padre
No bairro paulistano de Santo Amaro, o Padre Laurent é outro entusiasta desse Apostolado. Sem-
Fernando Sosa, da Congregação do Verbo Encarna- pre que pode, estimula seus paroquianos a recebe-
do, organizou ele mesmo, em apenas dois meses, 27 rem o Oratório do Imaculado Coração de Maria. Em
grupos de 30 famílias para receberem o Oratório. todas as comunidades da paróquia de São José Ope-
“Vejo esse Apostolado”, disse o ardoroso sacerdo-
te, “como uma missão permanente, em que os coor-
denadores estão cuidando das famílias. É dessa mis-
são permanente que a Igreja precisa. O fato de os
oratórios irem casa por casa, mostra que a Igreja está
presente e unida. É mostrar que a Igreja está viva.

Pe. Laurent, da Vila


Galvão, zona norte da capital
paulista, não se cansa de estimular
seus paroquianos a participarem do
Apostolado do Oratório

Muito devoto de Nossa Senhora,


o Pe. Fernando Sosa, da região de Santo
Amaro, na capital paulista, inseriu o
Oratório na Pastoral da Paróquia.
Já há 27 grupos de Oratório organizados
pelo próprio pároco

!%
rário peregrinam oratórios. Com o reafervoramento ção, com tanto amor, com tanta humildade, e com
dos fiéis, produzido por essa peregrinação, foi pos- muito zelo pela causa de Deus e da Igreja. Isto vem
sível promover, na Comunidade da Santa Cruz, a sendo altamente benéfico para o crescimento espiri-
restauração da capela, que estava meio abandonada. tual dos fiéis, para a conscientização da comunida-
de, para que ela possa viver unida e prestar sua co-
Famílias inteiras voltam a freqüentar os laboração a todas as pastorais paroquiais. Considero
sacramentos uma grande bênção de Deus, pela intercessão de
Nossa Senhora de Fátima, um grande privilégio para
Na igreja Nossa Senhora da Paz, a pioneira no
a nossa paróquia, contarmos com a participação dos
lançamento dos oratórios, localizada no Parque do
Arautos do Evangelho, que têm dado grande teste-
Carmo, em São Paulo, o dinâmico Padre Dimas co-
munho de organização, de trabalho, de disciplina e
mentou:
de perfeita consonância com o pároco.
“Tenho ouvido depoimentos de pessoas que antes
“Por tudo isso, somos muito gratos a eles, por tra-
nem sequer rezavam. Hoje, por causa do Oratório,
zerem para a nossa paróquia o Oratório do Imacula-
passaram a rezar o terço diariamente. Já tivemos ca-
do Coração de Maria.
sos de adultos que, após o receberem, pediram para
“Noto prazerosamente, e com a maior alegria, que
fazer a Primeira Comunhão. Mais recentemente fui
a atuação dos Arautos do Evangelho tem despertado
procurado por um casal entusiasta do Oratório, que
até nas crianças um interesse, uma admiração e um
desejava regularizar o matrimônio. E até mesmo fa-
entusiasmo contagiantes. Pessoas de todas as cama-
mílias inteiras passaram a freqüentar a missa depois
das sociais e de todas as idades são realmente bene-
que receberam o Oratório.”
ficiadas pelo trabalho e pelo espírito de oração di-
fundido por eles, em conseqüência da grande con-
A presença dos Arautos, uma bênção de Deus fiança na devoção mariana que incutem. Pessoas que
Com palavras calorosas, o Padre José Antônio de se encontravam afastadas da Igreja foram desper-
Carvalho, pároco do Santuário de Bom Jesus dos tadas, conscientizadas para uma vivência cristã e
Perdões, diocese de Bragança Paulista, SP, comenta uma vivência paroquial.”
os frutos desse Apostolado em sua paróquia, onde já
peregrinam 29 oratórios:
Um convite a todos os párocos
“É realmente consola-
dor o trabalho desem- “Com a escassez de padres hoje em día, é uma
penhado pelos Arau- graça podermos contar com este exército valoroso e
tos do Evangelho, dedicado, para completar aquilo que não consegui-
com tanta dedica- mos fazer pessoalmente, pois não damos conta do

Em Bom Jesus dos


Perdões, SP, o piedoso Pe.
José Antonio de Carvalho
dá total apoio aos 29
grupos de Oratório. Na
comemoração do 1º
aniversário da
peregrinação do Oratório
na paróquia, um coral de
cooperadores dos Arautos
do Evangelho foi
abrilhantar a festa

!&
BISPO ESPANHOL APLAUDE
O APOSTOLADO DO ORATÓRIO
Transcrevemos, a seguir, significativa carta de do Terceiro Milênio a Ma-
apoio ao Apostolado do Oratório, enviada por ria, realizado pelo Santo
Dom Juan Antonio Reig Plá, bispo de Segorbe-Cas- Padre João Paulo II, em

Diocese de Segorbe
tellón e Presidente da Subcomissão Episcopal da união com os bispos do mun-
Família e Vida, da Conferência Episcopal Espanho- do inteiro, em outubro do ano
la (no destaque, cumprimentando João Paulo II). 2000.
É necessário ressaltar, nessa atividade apostólica dos
Estimados Irmãos em Cristo Jesus Arautos do Evangelho, o sentido de profunda comunhão
Tomei conhecimento do plano do Apostolado dos eclesial e harmonia com as diretrizes da pastoral fami-
Oratórios de Maria, Rainha do Terceiro Milênio, levado liar da Conferência Episcopal Espanhola. Essa iniciati-
a cabo pela Associação de fiéis de direito pontifício va corresponde, assim, ao apelo do Papa, especialmente
Arautos do Evangelho. dirigido aos leigos e às famílias, para trabalhar na Nova
Os objetivos, os métodos de atuação e a dinâmica de Evangelização.
cada visita são excelentes, pois buscam animar e afervo- Desejo, pois, que esse apostolado alcance, em harmo-
rar a oração em família — a “Igreja doméstica” — por nia com os bispos de cada lugar, um grande desenvolvi-
meio da leitura e reflexão da palavra de Deus e do incre- mento na Igreja que caminha na Espanha. E, com agra-
mento da piedade mariana, caminho perfeito e seguro do, invoco a bênção de Deus para todos os lares e famí-
que nos conduz a Jesus Cristo, nosso Redentor. lias de nossa Pátria que acolherem os Oratórios Maria,
Vejo, ademais, neste Apostolado do Oratório, o desejo Rainha do Terceiro Milênio, assim como para todos os
de serem conseqüentes com o solene ato de consagração que trabalham nesta iniciativa apostólica. ²

grande número de almas que nos estão confiadas. É com este ardor apostólico, com esse desejo de
Nós, padres, devemos abraçar esta oportunidade servir, com a fé inabalável na santidade imaculada
que Deus nos dá de termos colaboradores qualifica- da Igreja Católica Apostólica Romana, que os Arau-
dos, que possam testemunhar, levar por todos os re- tos do Evangelho se colocam à disposição dos nos-
cantos a fé católica, através do amor da Mãe Maria sos dedicados sacerdotes, como força auxiliar nos di-
Santíssima” — conclui o Pe. José Antônio. fíceis dias que atravessamos. ²

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DO I MACULADO C ORAÇÃO DE MARIA !

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!'
HISTÓRIA PARA CRIANÇAS... OU PARA ADULTOS CHEIOS DE FÉ
Desenhos: Geraldo Maragno Jr.

O MONGE E O ROUXINOL
- sta encantadora lenda medieval era considerada fato
verídico em vários lugares da Europa. Na Galícia, asse-
gurava-se que ocorrera no mosteiro de Armenteira. Na Holan-
José Messias
da, na abadia de Afflinghem. São famosas as versões alemãs
Lins Brandão de Wolfgang Müller, em “O monge de Heisterbach”, e de Ludwig
Bechstein, em “O monge e o passarinho”.

E ra uma vez um jovem mon-


ge, de nome Urbanus, pie-
doso e diligente, que tendo
se tornado bibliotecário do
mosteiro, entregou-se à função de
corpo e alma. Zelava pelos livros,
Um dia, porém, deparou com
um versículo do Salmo 89 que
muito o intrigou: “Porque mil
anos, diante de Vós, são como o
dia de ontem, que já passou, co-
mo uma só vigília da noite”.
xou-se em sua mente, passando
a incomodá-lo desde aquele mo-
mento.
Aconteceu que numa tarde,
após terminar seu trabalho, des-
ceu ele da sombria biblioteca para
estudava muito, e gostava de ler “Mas isto me parece impossí- o belo e luminoso claustro. Ao
especialmente a Sagrada Escritura. vel” — pensou. E essa dúvida fi- olhar para o jardim, viu um lindo

"
rouxinol pousado no ramo de um completamente mudado! Correu mento, viu caminhar em sua di-
arbusto, que se pôs a cantar do os olhos pelo claustro e não o re- reção um grupo de monges, com
modo mais belo que se possa ima- conheceu: portas novas, mosaicos o abade à frente, o qual, levantan-
ginar. O monge aproximou-se da que nunca vira... Pelo menos a do alto um crucifixo, disse-lhe so-
avezinha, e quando ia pegá-la, ela sólida igreja monacal continuava lenemente: “Ó alma do outro
voou para um galho próximo, can- ali ao lado, contudo, era flanquea- mundo, em nome de Jesus Cristo,
tando mais forte e mais claro. Em da por várias construções enor- parai e dizei, o que desejais aqui,
certo momento, voou sobre o pe- mes que — tinha certeza — nunca em nossa abadia?”
queno muro do mosteiro, e o mon- haviam estado ali. “Mas sou monge aqui!” — re-
ge lhe foi ao encalço, saindo pelo Desconfiado de que estivesse trucou Urbanus aflito. “Vós é que
portãozinho do jardim. O jovem sonhando, dirigiu-se a um monge sois estranhos... Onde está o aba-
embrenhou-se no bosque pró- que cuidava das plantas e quase de Félix, e onde estão meus ir-
ximo, mas após caminhar um pou- bradou: “Irmão, o que aconte- mãos de hábito?”
co, deixou de ouvir o rouxinol e o ceu?! Como foi que tudo aqui mu- A surpresa era geral. Nisto, um
perdeu de vista. Resolveu, então, dou de repente?” O outro o olhou jovem se adiantou e disse ao
voltar apressado, pois não tinha intrigado e riu: “Ora, estou aqui abade: “Isto me está fazendo lem-
pedido autorização para sair, e os há já vinte anos e nunca vi nada brar algo que li num diário do
sinos do mosteiro já tocavam o Ân- diferente. Mas, meu irmão an- mosteiro. Peço licença para ir
gelus da tarde. cião, permita-me perguntar de buscá-lo”. Em dois minutos esta-
Viu pelo caminho árvores enor- onde vem o senhor?” Urbanus va de volta com o grosso volume,
mes, das quais não se recordava. retrucou: “Por que me chama de bastante envelhecido. Abriu-o e
Bem, certamente estivera tão atraí- ancião? Tenho no máximo a me- leu em voz alta:
do pelo canto do rouxinol que tade de sua idade!” “Metade da “Neste ano de 1067 — faz tre-
não as percebera. Contudo, ao minha idade?!” — perguntou o zentos anos! — Urbanus, o jovem
avistar o mosteiro, ficou espanta- outro. “O senhor, com esse cabelo bibliotecário do mosteiro desapa-
do. Teria errado o caminho? Mas tão branco?” receu sem deixar rastro. Nunca se
andara tão pouco! Fato é que a Urbanus sentiu-se fraquejar, soube se fugiu da vida monacal
muralha era mais alta, e não tinha abaixou a cabeça, e só aí notou a ou se ficou louco.”
um portãozinho. Enfim, o mo- longa barba, branca como a neve, Urbanus suspirou e, com os
mento não era de pensar muito que lhe descia até a altura da cin- olhos marejados e voz trêmula,
nisto, mas correr até o portão prin- tura. disse: “Ah, rouxinol, então era es-
cipal, entrar rápido e explicar ao Sem entender mais nada, saiu a sa a sua mensagem? Eu o segui
abade o que acontecera. perambular pelos corredores, es- durante três minutos, para ouvir
Ao chamar, foi atendido por tranhando que todos se afasta- o seu cantar, e três séculos se pas-
um porteiro que não conhecia, o vam dele como se estivessem ven- saram! Era a canção do céu que
qual não o queria deixar passar. do um fantasma. Em certo mo- eu ouvia! Como o tempo de nos-
Urbanus forçou a entrada e se- sas vidas não é nada em compara-
guiu rápido em direção ao ção com a eternidade! Agora
jardim e... — oh supre- eu a compreendo e
sa! — este estava louvo a Deus.” ²

"
L’Osservatore Romano ACONTECEU NA IGREJA E NO MUNDO

Irmã Lúcia, no Carmelo de Coim- Tecendo eloqüente elogio da


bra. A vidente reconheceu nela a Santa, o Pontífice salientou: “Em-
vestidura branca do mártir que bora pobre e carente de instrução es-
ela vira há 85 anos. colar, Maria, que não havia cumpri-
Dom Serafim Ferreira e Silva, do 12 anos, possuía uma personali-
Bispo de Leiria, lembrou que, no dade forte e madura, formada pela
mesmo Museu, conservam-se ou- educação religiosa recebida em sua
tras importantes recordações pon- família. Isto lhe permitiu não só de-
tifícias: a rosa de ouro, a coroa fender sua pessoa com castidade he-
nobre com a bala que feriu o Pa- róica, mas ainda perdoar seu assas-
pa, e o anel. A batina recente- sino.
mente oferecida é mais uma pro- “O martírio dela nos lembra que
Canonização multitudinária
va da grande devoção de Sua o ser humano não se realiza seguin-
A Fé e a comovida piedade de Santidade a Nossa Senhora de do os impulsos do prazer, mas vi-
quase meio milhão de pessoas, Fátima e sua mensagem. (A voz vendo sua própria existência com
provenientes de toda a Itália e de Fátima - Portugal) amor e responsabilidade.” (L’Osser-
de outras partes do mundo, mar- vatore Romano)
caram a maior cerimônia de ca- Centenário da Consagração
nonização de todos os tempos, Bênção dos sininhos
na qual o capuchinho Pe. Pio foi A Igreja da Colômbia comemo-
declarado santo. rou com numerosos atos o Cen- Para celebrar o aniversário do
Já na noite anterior era gran- tenário da Consagração do País nascimento espiritual da beata ni-
de o movimento de devotos do ao Sagrado Coração de Jesus, rea- caragüense Irmã Maria Romero,
Pe. Pio na Praça de São Pedro, de- lizada em 1902. Ela foi solene- o diário “La Prensa” distribuiu a
sejosos de conseguir os melho- mente renovada, em 9 de junho seus leitores 65 mil sininhos. Fo-
res lugares para participar da passado, na praça Bolívar, em Bo- ram eles abençoados pelo Car-
Missa de canonização, celebrada gotá. O acontecimento foi presi- deal Miguel Obando y Bravo,
por João Paulo II. dido pelo Cardeal Pedro Rubia- Arcebispo de Manágua.
Em sua homilia, o Papa desta- no Sáenz, Arcebispo de Bogotá e Na cerimônia da bênção, o Car-
cou quatro aspectos da vida do Primaz da Colômbia. deal explicou o motivo do pre-
Pe. Pio: sua identificação com Numa carta dirigida ao ilustre sente. Irmã Maria, beatificada no
Cristo no sofrimento; seu zelo Prelado, o Santo Padre manifes- dia 14 de abril pelo Papa João
pastoral manifestado na dispo- tou seu desejo de que o ato fosse Paulo II, trouxe um pequeno si-
nibilidade em acolher o grande “uma súplica fervorosa ao Senhor no de Loreto, Itália. Tinha por
números de fiéis que o procu- para que renove toda a sociedade co- ele grande devoção e o recomen-
ravam para direção espiritual e lombiana, a fim de que ela trabalhe dava tanto como a água benta.
confissão; sua piedade demons- com um coração e um espírito no- Dizia ela que “estes sininhos têm
trada na oração e no ardor com vos”. (El Espectador) de ser tocados para invocar o auxílio
que celebrava a Eucaristia; e ain- da Virgem cada vez de que necessite-
da, a sua intensa caridade em Heróico exemplo mos”. (CatolicaNET)
relação aos que sofrem. (O São Ao comemorar, no dia 6 de ju-
Paulo) lho, o centésimo aniversário do
Missionários Santos
martírio de Santa Maria Goretti, “O verdadeiro missionário é san-
A batina do Papa o Papa João Paulo II teve em to e o mundo espera missionários
O Papa ofereceu ao Santuário vista especialmente os jovens, santos”, diz João Paulo II aos cola-
de Fátima a batina que vestia em apresentando-a como “um exem- boradores das Pontifícias Obras
13 de maio de 1981, quando so- plo para as novas gerações, amea- Missionárias.
freu o atentado na Praça de São çadas por uma mentalidade de apa- E acrescenta: “A atividade mis-
Pedro. Antes de ser entregue ao tia, que não compreende a importân- sionária jamais se pode limitar a ser
Museu do Santuário, foi levada cia de valores em relação aos quais uma simples promoção humana, me-
pelo Cardeal Joachim Meisner à nunca é lícito fazer concessões”. ra ajuda aos pobres e libertação dos

"
oprimidos. Se é verdade que a Igreja João Paulo II”. (ACI-Regina Peri- acolhido com entusiasmo pelos
deve intervir corajosamente nessas na) detentos. (Retablo de actualidad
frentes, em colaboração com todas as - CEE)
pessoas de boa vontade, tem ela ou- Presos formam coral
tra tarefa primária e específica, isto
Em Valencia, na Espanha, um Mártir incorrupta
é, a de fazer encontrar todos os ho- O corpo incorrupto da beata
grupo de 20 detentos do Centro
mens e mulheres com Cristo, único Sofía Ximénez Ximénez, mártir
Penitenciário de Picassent cons-
Redentor. (...) Portanto, não é sufi- da perseguição religiosa na Es-
tituíram um coro de música reli-
ciente dedicar-se unicamente à re- panha de 1936, recebeu sepultu-
giosa, numa iniciativa pioneira
novação dos métodos pastorais e das ra definitiva em cerimônia reali-
nas prisões da Comunidade Va-
estruturas, coordenando melhor as zada na igreja de San Pedro Már-
lenciana. O grupo, que conta
forças eclesiais; não é suficiente li- tir e San Nicolás Bispo, na mes-
com um repertório de mais de 40
mitar-se a explorar com mais aten- ma Valencia, da qual a beata era
peças, apresenta-se nas missas
ção as fontes bíblicas e teológicas da paroquiana.
do fim de semana celebradas na
fé. O indispensável é suscitar um Mãe de quatro filhos e viúva,
prisão, e pretende estender suas
novo ‘fervor de santidade’ entre os Sofía colaborou nas obras de
atuações a diversos eventos cul-
missionários e em toda a comunida- apostolado paroquial como mem-
turais organizados pela direção
de cristã, e sobretudo entre os mais bro da Ação Católica, “dando sem-
do Centro.
estreitos colaboradores dos missio- pre testemunho de fé e caridade”.
Nascido dos esforços do ca-
nários.” (L’Osservatore Romano) Em 1936, depois de ser presa
pelão do estabelecimento penal,
Pe. Juan Carlos Fortón, o coro é por acolher religiosas persegui-
Imaculado Coração de dirigido por dois presos com co- das, foi fuzilada em Paterna, em
Maria nhecimentos musicais, que ensi- 23 de setembro, aos 60 anos de
Milhares de equatorianos, lide- nam os outros não apenas a in- idade. Com ela, foram mortos
rados por Dom Jacinto Zaráuz, terpretar o canto religioso, mas seu filho, Luís, sua irmã, Purifi-
Bispo de Azogues, renovaram também a tocar instrumentos. cación Ximénez, e sua enteada,
sua consagração ao Imaculado Em janeiro último, o coro e Maria Josefa del Río y Messa,
Coração de Maria, durante Mis- banda dos “Arautos do Evange- ambas igualmente beatas e reli-
sa solene em honra à Santíssima lho” da Espanha visitou esse pre- giosas das Carmelitas da Carida-
Virgem — “nossa soberana rainha, sídio, para um concerto que foi de.
advogada e Mãe”, fez questão de
recordar o ilustre Prelado.

Gonzalo Raymondo
Dias antes da cerimônia, Dom
Zaráuz havia promovido uma
grande renovação da consagra-
ção de toda a diocese, por oca-
sião da visita da imagem do Ima-
culado Coração de Maria, con-
duzida pelos Arautos do Evan-
gelho que atuam naquele país.
Segundo entusiasmado relato
dos presentes, uma multidão de
fiéis dirigiu-se à Catedral de
Azogues para, em união com seu
Pastor, consagrar suas vidas a
Maria Santíssima. Essa fervorosa
manifestação de fé e devoção à
Mãe de Deus foi destacada pelo
Pe. Polibio Carrasco, Pároco da
Catedral, para quem “esse tipo de
acontecimento revitaliza todo o tra-
balho da Nova Evangelização, im- O coro e a banda dos Arautos do Evangelho da Espanha em visita ao presídio
pulsionada por nosso querido Papa de Picassent, onde foram acolhidos com entusiasmo pelos detentos

"!
ACONTECEU NA IGREJA E NO MUNDO

O Cardeal recordou que “todos sa fraternidade — fundada em


somos chamados a reconhecer a ex- 1975 pelo Pe. Pierre Delfieux —
traordinária e insubstituível energia consiste em estabelecer-se no cen-
espiritual que provém da Eucaristia tro das cidades e aí viver em con-
e desemboca no anúncio da salva- templação.
ção”. O lema dos monges é “levar a
O Purpurado pediu igualmen- oração às cidades e as cidades à ora-
te a toda a comunidade que viva ção”, criando assim um espaço
a perfeição cristã como segredo de silêncio que seja também local
da felicidade e como expressão de acolhida e intercâmbio espiri-
Sofía Ximénez foi beatificada
da “capacidade de missionariedade e tual. (Vidimus Dominum)
em 11 de março de 2001, em Ro-
testemunho”. Logo depois, concla-
ma, pelo Papa João Paulo II. (ACI
- Regina Perina)
mou os seminaristas a contar Igreja e gourmets
com a “força proveniente de Cristo”
Vicenzo Venitucci, proprietá-
como “único recurso para a evange-
Mosteiro trapista na lização”. Para isso, acrescentou, de-
rio de conhecido restaurante no
República Tcheca bairro de Perdizes (São Paulo),
veriam “contemplar os Padres que
considera a cozinha praticada
Acaba de ser inaugurada a vos têm transmitido a fé, e con-
desde sempre nos conventos a
primeira abadia trapista após a siderar o testemunho dado por
mais requintada e confiável fon-
queda do comunismo na Repú- aqueles santos e mártires de vos-
te para os gourmets. E explica:
blica Tcheca, em Novy Dvur, na sa Igreja.” (ACI-Regina Perina)
“Nos países em que a Igreja exerceu
Boêmia. A louvável e importante maior poder é onde se come melhor.
iniciativa deve-se aos monges da Abadia reinaugurada Basta ver as culinárias portuguesa,
Abadia de Sept Fons, na França. Depois de quase mil anos de espanhola e italiana.”
A celebração foi presidida pe- abandono, e após cuidadosa obra O extenso cardápio de Casa Ve-
lo arcebispo de Praga, com a de restauração, foi reinaugurada nitucci está inspirado em receitas
participação do Cardeal Vlk, de a antiga abadia de San Benito en clássicas, antiqüíssimas, boa par-
D. František Radkovsky, bispo Valledacqua, no centro da Itália, te originária da Cozinha Conven-
da diocese local de Plzen, e do favorecendo desta maneira o re- tual. (Expressions)
Pe. Patrick Olive, abade de Sept nascimento de um amplo com-
Fons. plexo monástico. Freiras camal- Concertos de música sacra
Os doze monges que se esta- dulenses do convento de Santo
belecerão naquela localidade fo- Várias igrejas da capital uru-
Antônio de Roma serão suas no-
ram formados na mencionada guaia receberam centenas de pes-
vas moradoras.
Abadia francesa: seis deles são soas dispostas a presenciar uma
As Vésperas Solenes de reinau-
de nacionalidade tcheca, e os de- série de concertos de música sa-
guração foram presididas pelo Car-
mais, de diversos países da Eu- cra, executados pela Orquestra Fi-
deal Achille Silvestrini, Prefeito
ropa Ocidental. (Vidimus Domi- larmônica de Montevidéu e pelo
emérito da Congregação para as
num) Ensemble Vocal De Profundis.
Igrejas Orientais, com a presença
Segundo os organizadores, o
do bispo da diocese de Ascoli Pi-
Apelo à santidade objetivo da nova série, repetindo
ceno, onde se encontra a referida
o êxito alcançado pela iniciativa
ROMA — O Prefeito da Con- abadia. (Vidimus Dominum)
em novembro passado, é de per-
gregação para a Evangelização mitir que as pessoas escutem as
dos Povos, Cardeal Crescenzio Um ano no Monte Saint principais obras sacras de Wolf-
Sepe, terminou sua visita pas- Michel gang Amadeus Mozart — o Exul-
toral a Sarajevo com um chama- A Fraternidade monástica de tate, Jubilate; Ave Verum Corpus e
do à sofrida comunidade católi- Jerusalém comemorou um ano Vesperae Solennes de Confessore,
ca para que redescubra a santi- de sua instalação na célebre aba- entre outros — em seu ambiente
dade como único caminho da fe- dia do Monte Saint Michel (Fran- natural, ou seja nas igrejas. (ACI-
licidade. ça). A característica principal des- Regina Perina)

""
Castelo de morango
O inverno traz uma das frutas mais aprecia-
das e versáteis da nossa gastronomia: o
morango.
Dele se tiram agradáveis sucos, vitami-
nas, geléias... Em compota ou ao natural, há mil for-
mas de prepará-lo, por exemplo, com creme de leite,
suco de laranja, ou embebido em vinho do Porto.
Paula Carvalho
Defanti da Silva

Com chantilly, forma uma sobremesa ao mesmo


tempo simples e requintada.
Sua linda cor vermelha e seu gosto peculiar o tor- A receita deste mês, embora de fácil execução,
nam especialmente adequado no preparo de mous- transforma essa fruta singela em uma torta vistosa,
ses, sorvetes e doces cremosos. atraente... e também deliciosa. Faça o teste!

Ingredientes los na geladeira com açúcar. Reservar alguns para a


decoração.
2 caixas de biscoitos champanhe / 1 quilo de Dissolver a gelatina em um 1/3 de xícara de água
morangos frescos / 2 latas de creme de leite / 325 fria, numa vasilha.
gramas de açúcar / 2/3 de xícara de água mistura- Bater no liquidificador o creme de leite, bem gelado,
da com 1/3 de xícara de rum / 1 pacotinha de ge- com os morangos e o açúcar. Derreter a gelatina no
latina sem sabor / creme de chantilly para a deco- banho Maria. Deixar esfriar e, quando esteja morna,
ração. acrescentá-la ao creme de morangos, continuando a
bater no liquidificador.
Modo de preparo Numa fôrma redonda, desmontável, colocar os bis-
Colocar o creme de leite no congelador. Lavar os coitos champanhe em volta, formando uma coroa. Para
morangos, tirar as folhas, cortá-los em metades e deixá- ficarem mais estáveis, cortar primeiro uma das extre-
midades de maneira a
deixá-la reta (tirando o
Timothy Ring

arredondado). Colocar
biscoitos também no
fundo da fôrma e des-
pejar o creme de mo-
rangos intercalando
com o restante dos bis-
coitos. Terminar com
uma última camada de
creme de morangos e
enfeitar com chantilly
e morangos inteiros.
Levar ao congelador
até ficar bem firme. Re-
tirar o aro e colocar o
“castelo” num prato
grande. Servir gela-
do. ²

"#
Os Santos de cada
1. Santo Afonso Maria de Li- 6. Transfiguração do Senhor 9. Santa Teresa Benedita da
gório, Bispo e Doutor da Igreja, Cruz (ou Santa Edith Stein), vir-
fundador da Congregação do 7. São Caetano de Tiene, Pres- gem e Mártir (1891-1942). Decla-
Santíssimo Redentor. É autor de bítero, séc. XVI. Fundou a Ordem rada co-padroeira da Europa por
As Glórias de Maria e muitas ou- dos padres teatinos, chamados a João Paulo II.
tras obras. Também compôs belís- levar ao extremo a vida de po-
simas canções. Faleceu em 1787. breza e a confiança na Providên- 10. São Lourenço, Diácono e
cia. Mártir, séc. III. Morreu assado vi-
2. Santo Eusébio de Vercelli, São Sisto II, Papa e seus com- vo numa grelha, por defender a
Bispo, séc. IV. panheiros mártires, séc. III. Fé.
São Pedro Julião Eymard, Pres-
8. São Domingos de Gusmão, 11. 19º Domingo do Tempo
bítero, fundador da Congregação
fundador da Ordem dos Frades Comum.
dos Padres do Santíssimo Sacra-
Pregadores, ou dominicanos. Nas- Santa Clara, Virgem. Perten-
mento (Sacramentinos). Faleceu
ceu na Espanha, em 1170, e fale- cente a nobre família, enfrentou
em 1868.
ceu em Bolonha, Itália, em 1221. a oposição desta e seguiu São
Foi o grande apóstolo do Rosário, Francisco. Fundadora das Claris-
3. Santa Lídia de Tiatira. Con-
a quem Nossa Senhora revelou sas, primeiro ramo feminino da
vertida por São Paulo, do qual foi
esta devoção. Ordem franciscana. Morreu em
hospedeira, é mencionada no ca-
pítulo 16 dos Atos dos Apóstolos. 1253.
Fotos: Christus Rex Inc.
4. 18º Domingo do Tempo Co- 12. Beato Inocéncio XI, Papa,
mum. (1611-1689).
São João Maria Vianney, Pres- 13. São Ponciano, Papa, e São
bítero (1786-1859), conhecido po- Hipólito, Presbítero, Mártires,
pularmente como o Santo Cura séc. III.
d’Ars. Embora pouco brilhante de
inteligência, revelou-se um extra- 14. São Maximiliano Maria
ordinário pároco e confessor. É Kolbe, Presbítero e Mártir. Natu-
padroeiro dos sacerdotes dioce- ral da Polônia, foi preso pelos na-
sanos. zistas e levado para o campo de
concentração de Auschwitz, onde
5. Dedicação da Basílica de foi executado em 1941. Durante a
Santa Maria Maior. Narra a tra- vida, destacou-se como grande
dição que Nossa Senhora apare- promotor da devoção à Imacula-
ceu em sonhos, na noite de 5 de da. Foi canonizado em 1982.
agosto, ao Papa Libério e a um
patrício romano, pedindo a am- 15. Assunção de Nossa Senho-
bos que construíssem uma igreja ra. A definição dogmática de Pio
em honra a Ela. Na manhã do dia XII proclama haver Nossa Senho-
seguinte, apesar de ser pleno ve- ra subido ao Céu em corpo e al-
rão romano, o monte Esquilino ma.
estava milagrosamente coberto
Santa Clara de Assis,
de neve, indicando o local onde 16. Santo Estevão da Hungria,
Fundadora das Clarissas
deveria ser edificada a Basílica. Rei e Confessor, séc. XI.
dia  Agosto
17. Santa Beatriz da Silva, Vir- 23. Santa Rosa de Lima, Vir-
gem, fundadora das concepcio- gem, séc. XVII. Seu nome era Isa-
nistas. De nobilíssima família por- bel, mas, por sua extraordinária
tuguesa, antes de tornar-se reli- beleza, chamavam-na Rosa. En-
giosa foi dama de honra da Rai- trou para a Ordem Terceira Do-
nha Isabel da Espanha. minicana e morreu aos 31 anos
de idade, sendo a primeira santa
18. 20º Domingo do Tempo canonizada do Novo Continente.
Comum. É padroeira da América do Sul e
Santa Helena, Viúva. Mãe do das Filipinas.
Imperador Constantino, teve a
graça de encontrar, numa pere- 24. São Bartolomeu, Apóstolo.
grinação à Terra Santa, a verda- Chamado também Natanael, me-
deira Cruz de Nosso Senhor. receu este elogio do Divino Mes-
tre, quando Lhe foi apresentado
19. São João Eudes, Presbítero. por Filipe: “Eis um verdadeiro is-
Fundador da Congregação de Je- raelita, no qual não há falsidade” (Jo Batismo de Santo Agostinho
sus e Maria, foi grande propa- 1, 47).
gador da devoção aos Sagrados 28. Santo Agostinho, Bispo e
Corações. Faleceu em 1680. 25. 21º Domingo do Tempo Doutor da Igreja. Teve uma ju-
Comum. ventude cheia de vícios e desvios
20. São Bernardo, Abade e São Luís IX, Rei da França. Fi- doutrinários, mas se converteu,
Doutor da Igreja. De tal forma lho de Branca de Castela, reali- graças às orações de sua mãe e à
fez renascer a ordem de Cister zou de modo extraordinário a influência de Santo Ambrósio.
que se tornou como que seu se- imagem ideal do rei cristão. Con- Após um período de penitências,
gundo fundador. Foi conselhei- traiu a peste na Tunísia durante foi ordenado sacerdote e mais
ro espiritual de Papas e Reis. Fa- uma Cruzada e lá morreu em tarde Bispo. Entre as suas obras,
leceu em Claraval (França) em 1270. destaca-se o livro das Confissões.
1153. São José de Calazans, Presbí- Morreu em 430 em Hipona (atual
tero, séc. XVI. Annaba, Argélia).
21. São Pio X, Papa. Seu ponti-
ficado foi dos mais fecundos da 26. Santa Teresa de Jesus Jor- 29. Martírio de São João Batis-
História: reformou a liturgia, pro- net e Ibars, virgem. Fundadora ta. Após cumprir sua missão de
moveu uma nova redação do ca- das Irmãzinhas dos Anciãos De- Precursor do Messias, foi morto
tecismo, codificou o direito canô- samparados, falecida em 1896. por Herodes.
nico, permitiu a Primeira Comu- Um decreto da Santa Sé a procla-
nhão das crianças. Seu lema era ma Padroeira dos Anciãos do 30. Santos Félix e Adauto, Már-
“Restaurar tudo em Cristo”. Faleceu Brasil. tires, séc. IV.
em 1914, já iniciada a Primeira
Guerra Mundial. 27. Santa Mônica. Mãe do 31. São Raimundo Nonato, Re-
grande Santo Agostinho. Depois ligioso, séc. XIII. Assim chamado
22. Nossa Senhora Rainha. de muitas lágrimas, orações e so- por ter sido extraído vivo do ven-
Festividade estabelecida por Pio frimentos, obteve a conversão do tre da mãe morta. Mercedário, foi
XII, em 1955, para ser celebrada filho. Morreu em 387, em Óstia, preso várias vezes pelos maome-
em 31 de maio. Paulo VI a trans- antes de embarcar para a África, tanos, sendo elevado ao cardina-
feriu para a oitava da Assunção. com 55 anos. lato pelo Papa de seu tempo. ²
Libertados de um bárbaro
costume
) fonso de Albuquerque, bom católico, não podia tolerar
que as mulheres da Índia fossem vítimas de um rito tão cruel.
Colombo
Nunes Pires

Q
uando os portu- Esse ritual realizava-se em pá- tação. Para encontrá-las o pesqui-
gueses chegaram tios de templos, de palácios, ou sador tem contado com a ajuda
à Índia, em inícios mesmo em simples aldeias, con- de alunos que residem nessas re-
do século XVI, vi- forme fosse a casta ou categoria giões.
gorava nos nume- do morto. Nesses locais, habitual-
rosos reinos do mente era erigida uma lápide Proibido por Albuquerque
subcontinente o com inscrições e figuras esculpi- “A proibição da prática cruel do
bárbaro costume das, para enaltecer a memória das sati começou em Goa: foi uma inicia-
do sati. Consistia ele em jogar a vítimas. tiva do governador português Afon-
viúva à fogueira na qual seria cre- so de Albuquerque, em 1510. Sem
mado o cadáver de seu esposo. Investigação histórica dúvida, uma proibição justa e opor-
Desse modo, acreditava-se, pode- Com base nessas lápides e em tuna, graças à qual hoje nossas mães,
ria ela acompanhar o marido nas outros documentos, sabe-se que o nossas esposas e nossas irmãs podem
várias etapas do seu destino no sati se realizava ao rufar de tam- respirar aliviadas”, ressalta Prajal
outro mundo. bores e com a participação de nu- Sakhardande.
meroso público. Se a vítima Profundamente católico, Afon-
Colombo Nunes Pires recusasse sujeitar-se a tal so de Albuquerque não poderia
imolação ou demonstrasse tolerar a prática de um rito tão
pânico, poderia ser entor- desumano.
pecida pela ingestão de be- Somente em 1829, portanto
bidas, que deixavam-na in- mais de três séculos depois, seu
consciente. No caso de guer- exemplo foi seguido por autori-
reiros que morriam em com- dades locais: o Rajá Ram Mohan
bates em regiões distantes, Roy estabeleceu análoga proibi-
suas viúvas eram cremadas ção em seus domínios, levado por
sozinhas. razões humanitárias, e também
O jovem historiador Pra- por ter presenciado, em sua famí-
jal Sakhardande já locali- lia, quando jovem, uma dessas ter-
zou, só no estado de Goa, ríveis cerimônias.
quarenta lápides de sati em Na Índia de hoje, o sati figu-
aldeias que remontam ao ra apenas nos livros de História,
período entre os séculos XI ou, excepcionalmente, nas pági-
e XV, e que foram posterior- nas dos jornais, quando em al-
mente abandonadas, dei- guma localidade do interior, uma
xando poucos vestígios. As- viúva é empurrada ao fogo de
sim, dessas aldeias restam uma dessas cremações, ocasio-
Prajal Sakhardande e uma das apenas as lápides de sati, nando protestos e controvér-
lápides de “sati” semi-encobertas pela vege- sias. ²

"&
PEREGRINANDO PELA CRISTANDADE

Fotos: Maison de la France

Q uem não ouviu falar


da Catedral de Char-
tres? Da beleza purís-
sima de suas formas,
de suas altivas torres,
de seus deslumbrantes
vitrais — os mais pres-
tigiosos da França —, do famoso
tardecer exalta especialmente, pro-
jetando-o límpido e profundo so-
bre as pedras gastas do chão, so-
bre alguma coluna ou imagem,
misturando-o com os radiantes
vermelhos da belle verrière, numa
feeria de cores?
A presença desse venerável edi-
Mariana
Arráiz de Morazzani

bleu de Chartres que a luz do en- fício no centro de uma região es-

"'
sencialmente rural, cercado por
uma cidade que não tem propor-
grande movimento para a cons-
trução de um novo edifício, em es-
A bela catedral
ção com sua magnificência, con- tilo gótico. Foi ele erguido com gótica, imponente e
tribui para aumentar a surpresa relativa rapidez, com contribui-
do visitante, quando encontra ali ções vindas até de outros países, majestoso escrínio
tanta grandeza.
Qual o motivo da forte influên-
como a Inglaterra e a Alemanha.
Em 1260, já terminada a nova
de uma das mais
cia religiosa que Chartres tem exer- catedral, foi consagrada à Assun- preciosas relíquias
cido desde épocas remotas? ção de Nossa Senhora, e as pere-
Os carnutos, povo celta que grinações recomeçaram. Durante
da Cristandade:
ocupava a região, uma vez evan- séculos, multidões de peregrinos o véu da
gelizados, aderiram à Fé católica visitaram Chartres e obtiveram
com grande fervor. A veneração graças e milagres por meio da Santíssima Virgem
especial que tiveram à Virgem Ma- “Santa Túnica”.
ria deu origem a um santuário ma- Com o passar do tempo e a per-
riano de renome. Foi essa antiga da gradual do espírito de Fé, Char-
Imagens da
devoção o motivo decisivo para tres tornou-se conhecida apenas
que o rei Carlos o Calvo, em 876, pelo esplendor de seus vitrais, e a fachada de
transferisse de Aix-la-Chapele pa- sagrada relíquia foi sendo esque- Chartres
ra Chartres uma preciosa relíquia, cida.
dada a seu avô, Carlos Magno, Em 1793, foi ela cortada e dis-
pelo Imperador de Constantino- persada, para evitar que fosse des-
pla: o Véu de Nossa Senhora. truída pela Revolução Francesa.
Outrora pensava-se que se tra- Anos depois, conseguiu-se recu-
tava de uma túnica, mas um reco- perar vários pedaços, os quais po-
nhecimento oficial, feito em 1712 dem hoje ser venerados no Tesou-
pela autoridade eclesiástica, cons- ro da Catedral.
tatou ser um véu de seda, sem cos-
tura, de forma retangular. Um exa- ***
me realizado em 1927 mostrou que Se quisermos conhecer a ori-
o tecido tem dois mil anos e é do gem de alguma igreja, catedral ou
Oriente. santuário cuja fama transcenda os
Possuir essa relíquia foi o que limites de sua região, devemos
deu importância a Chartres, fazen- procurá-la no espírito de Fé da-
do de sua Catedral um santuário queles que a construíram.
dedicado à Santíssima Virgem e O povo daquela época, anima-
importante centro de peregrina- do de grande fervor religioso, de-
ções. sejava honrar as relíquias ou ima-
Em 1194, a grande basílica, cons- gens milagrosas com todo o bri-
truída no estilo românico, foi re- lho e suntuosidade. Assim nasceu
duzida a cinzas por um incêndio. uma nova estética do “maravilho-
A primeira reação do povo foi so luminoso”, o gótico com sua
de desolação, não só pelo edifício, grandeza extraordinária, que atra-
mas especialmente pela possível vés de construções audaciosas pro-
destruição da relíquia. Porém, de- cura refletir a beleza, a virtude e a
pois de extinto o fogo, ela foi en- verdade do Criador.
contrada intacta, pois um padre Grandes e pequenos, pobres e
havia se fechado com ela na crip- ricos, religiosos e leigos, todos se
ta, não conseguindo sair depois uniam para a construção de bele-
por causa dos escombros que obs- zas visíveis que ajudassem os ho-
truíam a passagem. mens a elevar-se aos esplendores
Esse fato despertou enorme en- invisíveis da Virtude e da Verda-
tusiasmo, dando origem a um de. ²

#
Imagem peregrina do
Imaculado Coração de
Maria levada para
a Romênia pelos
Arautos do Evangelho

M aria é a Arca da
Aliança, em que
o céu e a terra se encon-
tram: a natureza humana
e a natureza divina,
na Pessoa do Filho de
Deus. (...) Nela se
reflete o Rosto
luminoso de Cristo.
Se a seguimos
com suavidade,
a Virgem leva-nos
para Jesus.

João Paulo II,


Regina Coeli de
5 de maio de 2002
Claudio Alves

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